sábado, 30 de novembro de 2013

PARABÉNS - 08-02-2004 - Nazareno Lima






PARABÉNS -  08/02/2004
                 Nazareno Lima 

              - I -
Parabéns, parabéns à você ...
Que suportou minhas tristes queixas,
Admirando estas pobres reixas ...
Imaginando como eu posso ser !

A sutileza de me compreender
É a meta para seguir minhas deixas ...
Tal o "Amigo Pedro" de Raul Seixas
É a superimpaciência de me ler !

Se Erasmo de Rotterdã me achasse louco,
Ainda teimaria em não fazer pouco,
Nessa situação de baixo muro ...

Mesmo quando a fraqueza me estafa,
Sou como o Gênio da garrafa,
Ninguém saberá o meu futuro !

                     - II -

A simplicidade é minha meta !
- Mestre, eu sou tal como falo.
Nasci como o PT, de um resvalo
Da opressão de tudo que se veta !

Se na vida, me trataram como zeta ...
Continuo a falar e não me calo !
Tal como um Astro, sigo o meu embalo,
Que é o meu único jeito de ser poeta !

Mestre - não soube viver de aparências
Mas, persegui demais as competências,
Para ultrapassar as perseguições ...

Sem querer ser como Midas,
Descobri que a mais nobre das vidas
É aceitar sem se calar, as opressões !

               - III -

- Mestre ! Desculpas pelo tratamento:
Não é sensatez de minha parte
Pois, se não fosse o leitor, a Arte
Morreria de vez no esquecimento !

A teoria do meu conhecimento
É lógica, nada há pois que afaste,
Apesar deste monstro contraste:
A Ignorância e o Desenvolvimento !

Um dos calos nestas minhas dores
É, criar mais para os meus admiradores
Apesar do grande atraso do Brasil ...

As vezes até esqueço os afrontos
Mas, desculpas também pelos "Desencontros"
Do dia 13 de Novembro de 2000 !

                 - IV -

Se falei contra o Capitalismo,
Improdutividade e Corrupção ...
Se ataquei demais a Exploração,
Foi por conta do meu idealismo !

Se critiquei enfim, o Entreguismo,
A Fome, a Miséria e a Repressão ...
Foi por conta da Grande Expulsão
Que o Acre sofreu do Colonialismo !

- Mestre ! Desculpas se não pude parar
Pois, do contrário outro iria trilhar
Este caminho penoso tal o anum ...

Perdoe-me as expressões demagógicas
E também pela "Crise Ideológica"
De 13 de Dezembro de 2001 !

              - V -
Desculpas por tudo isso ...
Por tudo quanto eu pensei
E pelo o que não falei ...
Mas inda sou submisso !

Talvez, quem sabe? Por isso
Que jamais acreditei
Nas estruturas e cismei
Hoje então peço permisso !

Lhe agradeço a atenção
Mas, esta minha expressão
Faz no Acre eu estar só ...

Se alguém me ignorar
Mande tentar me ajudar
Escrevendo algo melhor !
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sábado, 23 de novembro de 2013

MINHA FALTA - 18/06/2000 - Nazareno Lima


  MINHA FALTA   -   18/06/2000
                                                Nazareno Lima

⦁    I –
Eu tenho um tato, um olfato, um faro...
Que não entendo, de que lugar vem
Talvez de Deus, da Genética ou do além,
De ser um Ser de valor muito raro!

A minha sensibilidade eu comparo,
A de um espírito; o humano não tem
E quando tem não a usa para o bem,
Pôr isso pela vida, eu pago um preço caro!!!

Faz muito tempo que tive um aviso,
Que a minha morte será um prejuízo
A este mundo pobre e descuidado!...

Quando eu aqui, deixar de ter vivido;
Vasculharão meu lixo, escondido
Para estudarem o meu pobre passado!

⦁    II -                        

A resultante de tanto sofrer
E o antropomorfismo dos neuróticos,
Fizeram de mim um dos exóticos,
Com uma fome enorme de conhecer!

A psicologia dos psicóticos,
Faz-me sentir sem conhecer:
O que penso, não dá para escrever
Mesmo que fosse nos estilos góticos!

Para a humanidade seria um horror;
Se acaso um mega computador,
Captasse toda a minha arte infinda ...

E, sinto haurindo o universo imenso,
Que a Dialética Antagônica que penso,
Nenhum ser humano pensou ainda!
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quinta-feira, 14 de novembro de 2013

A ÚLTIMA REVOLUÇÃO DO ACRE - 2010

A ÚLTIMA REVOLUÇÃO DO ACRE - 2010




1. O Declínio da Produção da Borracha.

O declínio da produção da borracha no Acre teve início a partir de 1949, principalmente por conta do fim dos contratos econômicos internacionais relativos ao abastecimento da II Guerra Mundial.
Acontece que alguns desses contratos de abastecimentos teriam terminados no ano de 1945, outros teriam terminado em 1946, alguns em 1947, outros ainda em 1948, pouquíssimos terminaram em 1949. Em 1950 não havia mais contratos de abastecimento de borracha relativos à II Guerra Mundial.
Se alguém perguntasse: a II Guerra Mundial terminou em Agosto de 1945 e por que em 1949 ainda tinha contratos de abastecimento da Guerra?
Ora, a Guerra deixa muitos prejuízos e destruição, então esses contratos eram para repor a economia industrial abatida ao longo de seis anos de guerra. Os seringais de cultivo da Malásia e do Ceilão foram todos destruídos pelos japoneses e isso também foi uma grande perca não só para a Inglaterra, que era a financiadora destas áreas produtoras, mas também para os EUA, que era um dos maiores importadores desta matéria-prima.
Mas esse declínio da produção da borracha no Acre, não estava relacionado somente ao fato acima citado, ele implicava também na questão ambiental, pois o trabalho do corte das seringueiras matava muitas árvores e daí a produção geral diminuía, uma vez que a reposição natural era menor que a quantidade de árvores exterminadas com o trabalho.
Durante a década de 50 vieram os últimos “brabos” do Nordeste para trabalhar na produção do látex no Acre, e isso sem o auxílio do Governo.
Um outro fator que também enfraqueceu por demais a produção de borracha no Acre foi a agricultura de subsistência que o seringueiro começou a praticar a partir do início da década de 1950. Com essa atividade, ele perdia muito tempo principalmente na época da “broca” e “derruba” do roçado que era feita durante os meses de junho ou julho, época mais propícia para o corte das seringueiras. Nessa época, os patrões, que já não tinham o poder e o recurso dos coronéis, não proibiam ou não podiam proibir a atividade agrícola dos seringueiros do Acre, uma vez que estes não dispunham de mercadorias suficientemente para abastecer os seringueiros durante o ano todo. Diante disso, os patrões não podiam exigir que o seringueiro não plantasse o seu roçado.
Eis a escala de trabalho do seringueiro durante o ano:
Janeiro – O seringueiro não corta por causa das chuvas; alguns cortam até 10 ou 15 do mês para completar a produção, porém em raros casos. O corte durante este mês é muito prejudicial às seringueiras por causa do enorme ataque dos fungos, por conta da umidade dentro da floresta.
Fevereiro – O seringueiro não corta por causa das chuvas e alagações dentro da floresta, uma vez que neste mês, o solo da floresta já está encharcado e qualquer chuva transborda os igarapés, impedindo muitas vezes a passagem do seringueiro.
Março – O seringueiro começa a “roçar” as estradas ou “empicar” alguma estrada nova.
Abril – o seringueiro termina de “roçar” as estradas e “raspa” as mesmas. Quando as chuvas são mais prolongadas, eles “raspam” as estradas no início de Maio, já que não se pode “raspar” as estradas com chuvas, pois cria fungos e seca as seringueiras e pode matá-las imediatamente. Este foi um momento crucial da seringueira no Acre.
Maio – Início do corte. A produção é pouca porque as seringueiras ainda não estão “acostumadas”. Esse termo “acostumadas” é citado pelo seringueiro pelo fato de a árvore da seringueira ter um efeito biológico semelhante a um animal, o látex dela serve de defesa orgânica e quando ferida, acumula uma certa quantidade de látex em volta do ferimento para combater alguns fungos e ajudar na cicatrização daquele ferimento, aí então após 2 ou 3 dias, o seringueiro torna a cortar, e esta por sua vez acumula mais látex com o objetivo de cicatrizar os dois golpes, novamente depois de 2 ou 3 dias o seringueiro torna a cortar, e esta acumula mais látex para cicatrizar os 3 ferimentos, e assim por diante.
Junho – Com as estradas “acostumadas”, a produção de látex é bem maior, porém não se pode cortar as seringueiras com friagem forte, pois corre o risco de “secar” ou “escaldar” as seringueiras. Esse fator acontece por conta de o látex da seringueira coagular através do calor. Ocorre que, com uma temperatura alta, após 3 horas de escorrimento o látex coagula dentro do golpe aberto pela lâmina de aço de 3 mm e após a coagulação do látex que se transforma em cernambi este fecha a saída do látex, estancando o seu escorrimento. Quando a temperatura esta baixa, no caso da friagem, o látex não coagula e a seringueira fica a escorrer seu látex até por 12 horas seguidas. Assim a pobre árvore fica esgotada e naquele ano ela está com sua produção de látex comprometida.
Julho – Mês de maior produção de látex, já que as seringueiras caem as folhas e as friagens são mais fracas. Acontece que quando as seringueiras caem as folhas, grande parte de sua seiva acumula-se em seu tronco e suas raízes, pois é nesta parte de seu fuste, que acontece a fabricação da seiva. Ela precisa fabricar esse material, uma vez que precisa repor nova folhagem, e esta nova folhagem depende da quantidade de seiva que ela produzir enquanto estiver sem folhas.
Agosto – Começa a diminuir a produção do látex, pois a evaporação é muito forte assim como também o calor. Neste caso o látex que coagula pelo calor, uma hora após o corte, muitas das árvores cortadas já estão coagulando seu látex nos golpes e isto acontecendo, estanca rapidamente o escorrimento. No mês de agosto, dificilmente uma árvore de seringueira passa 3 horas escorrendo. Por outro lado muitas das árvores de seringueiras já estão nascendo as folhas e logo que as folhas começam a brotar elas entram em profunda queda de produção de látex. Uma vez que o látex armazenado em seu tronco e raízes transformar-se-á em folhas novas.
Setembro – Poucos seringueiros cortam, já que além de dar pouco látex, as seringueiras começam sua floração e as flores delas fazem coagular o látex no balde ou no saco do seringueiro.
Outubro – O seringueiro “raspa” novamente as estradas e volta ao corte, mas a produção é menor que aquela do mês de junho.
Novembro – O seringueiro corta naqueles dias que não chove. Há anos que faz uma estiagem maior, mas há anos em que o mês de novembro chove muito e isto faz com que o seringueiro largue cedo de cortar.
Dezembro – O seringueiro para de cortar principalmente após o dia 15. Há alguns deles que cortam até Janeiro e isto depende muito das chuvas e também da colocação em que ele está trabalhando, se esta estiver localizada em terra firme, uma vez que em região de várzea é impossível cortar em Janeiro.
Assim a agricultura de subsistência prejudicou a continuidade da produção da borracha, uma vez que em Junho tem que brocar o roçado, em julho tem que derrubar o mesmo e em Setembro e Outubro são os meses em que o seringueiro faz o plantio do roçado.
A agricultura de subsistência foi, antes de tudo, uma necessidade tanto econômica quanto biológica para o seringueiro, já que sua alimentação na floresta era uma das piores de todo o Brasil. A alimentação do seringueiro chegava a ser pior que a alimentação do próprio nordestino. Alguns geógrafos na Universidade Federal do Acre, durante a década de 1980, principalmente a Profª. Bertha Becker, diziam que um dos fatores do baixo desenvolvimento no aprendizado de muitos dos nossos alunos e muitas doenças de nossa população está ligado diretamente a este fator.
A alimentação básica do seringueiro acreano era: carne de caça cosida e temperada no leite de castanhas, isso na zona do rio Acre, Xapuri, partes do Yáco e Purus, lugares esses onde há as árvores de castanheiras; carne de caça torrada ou frita em banha de porco enlatada e feito farofa com farinha  branca ou farinha d’água, ambas de mandioca; vez ou outra o peixe pirarucu seco e feijão de praia, ambos cosidos e temperados com sal, pimenta do reino, alho e banha de porco enlatada, servidos sempre acompanhados da farinha branca ou farinha d’água.
No começo do período do corte da seringa ou fábrico, como eles chamavam, quando o estoque de mercadorias chegava ao barracão do patrão, havia charque, sardinhas e carne em conserva, ambas enlatadas. O leite comum era o do tipo condensado e somente era vendido se houvesse criança na colocação.
A grande maioria dos seringueiros não comia frutas nem verduras e tampouco leite. O arroz era também muito raro na alimentação dessa população silvestre e somente com a agricultura de subsistência, veio melhorar esse abastecimento.
A agricultura de subsistência, como fora dito antes, começou a desenvolver-se, entre muitos seringueiros um pouco antes do declínio da produção de borracha. A partir de 1950 em diante, foi se tornando mais forte e diversificada. No início da agricultura de subsistência, o seringueiro acreano sentiu muita dificuldade em adquirir sementes, ele plantava somente mandioca e milho, depois veio então o feijão de praia e o arroz do tipo 25, altamente duro de descascar. No final da década de 1950, os seringueiros do rio Acre e de seus afluentes já plantavam o feijão mulatinho, a cana de açúcar e criavam porcos. A indústria da farinha de mandioca era feita de forma rústica. Para moer a mandioca utilizavam uma espécie de ralo que eles mesmos faziam de latas de querosene vazia ou a roda de madeira puxada à mão. Outros evitando esse trabalho, uma vez que somente pode ser feito por 03 pessoas, ao mesmo tempo, duas girando a roda, esta, presa por uma peça de ferro sobre um mourão de madeira fincado sobre a terra na forma diagonal e uma cevando a mandioca, faziam a farinha d’água, a qual a mandioca é posta em um recipiente com água para amolecer.
Ao passo que passava o tempo os patrões iam fracassando economicamente e os seringueiros aumentando a sua produção agrícola e a partir de 1962, muitos seringueiros já tinham motores à gasolina para moer mandioca, já que o consumo da farinha d’água não era bem aceita entre os seringueiros.
A partir de 1964, muitos seringueiros já comercializavam certos produtos agrícolas, principalmente feijão, arroz e tabaco.  Com a crise econômica dos patrões, arrendatários e aviados de seringais, a presença do marreteiro ou regatão entra em cena e estes comerciantes ambulantes comercializavam muitos produtos dos seringueiros como borracha, castanha e animais domésticos (porcos, galinhas, gado e etc.).
Em 1965, muitos seringueiros criavam gado e animais de carga, além, é claro, porcos, galinhas, ovelhas e outros. A criação de animais era mais viável economicamente ao seringueiro, uma vez que os marreteiros e regatões tinham maior preferência.
O cronograma básico de trabalho de um seringueiro na agricultura de subsistência é a seguinte:
Junho – broca do roçado. (1hectare) é bom lembrar que a broca é o corte das árvores finas, arbustos cipós e tabocas, usando-se o terçado 128 enquanto que a derrubada é o corte das árvores grossas, estas por sua vez eram feitas com machados.
 Interessante é que o seringueiro costumava fazer o serviço da broca do roçado praticando o famoso “adjunto”. “Adjunto” era uma espécie de reunião, onde se reuniam de 5 a 12 ou mais seringueiros para executarem o serviço da broca do roçado. Era comum, um almoço reforçado à base de carne de porco, galinhas ou carne de caça. Alguns deles faziam uma festa, enquanto outros era somente o almoço. Havia outros que trocavam dias de serviços com vizinhos para executarem esse tipo de trabalho.
Julho – derrubada do roçado. Nesse trabalho, o seringueiro não costumava fazer o “adjunto” pelo fato de ser muito perigoso ocorrer acidentes no caso de muitas pessoas trabalhando juntas em derrubadas de árvores. Era comum a troca de diárias com os vizinhos ou outros seringueiros que moravam próximo. Em julho também era a época de colher o tabaco.
Agosto – época em que se espera o roçado "brocado" e derrubado secar para queimá-lo. Enquanto o seringueiro esperava o roçado secar, arrancava o feijão “mulatinho” ou “rosinha” e 15 dias depois batia o mesmo. Também havia colheita do tabaco.
Setembro – queima do roçado. Enquanto o seringueiro esperava chover para plantar o roçado novo, ia preparando os terrenos do roçado velho ( esse roçado velho era um termo que o seringueiro denominava o roçado que tinha sido do ano anterior) que tinham sido ocupados pelo feijão de “arranca”, feijão de praia e tabaco, para plantar mandioca e milho (consorciados).
Outubro / Novembro – planta do roçado novo: milho e arroz (50% consorciado e 50% somente milho); roçado velho: planta de mandioca e milho (consorciado) em todo o terreno: 1 hectare. É bom lembrar que o roçado do seringueiro era sempre 1 hectare em média.
Dezembro / Janeiro – limpar os roçados. Mandioca e milho consorciado (no roçado velho) e arroz e milho no roçado novo. (50% consorciado e 50% somente milho)
Fevereiro – colheita do arroz e do milho (consorciado). Planta do feijão de praia ou de cordas, em metade da  parte do roçado onde havia a plantação (somente) de milho.(1 tarefa = ¼ de hectare)
Março – limpa e preparação do terreno onde havia a plantação de arroz para a planta do feijão de “arranca” (mulatinho ou rosinha), “virar” o milho onde foi plantado o feijão de praia ou de cordas e preparação de um terreno para plantar fumo (1 tarefa =  ¼ de hectare). O tabaco era uma produção muito rendoza entre os seringueiros.
Abril – planta do feijão de “arranca” e planta do tabaco.
Maio – colheita do feijão de praia ou de cordas.
Com essa atividade numerosa o seringueiro quase não tinha como trabalhar no corte da seringueira e desenvolvia esse trabalho muito atarefado. Tinha uns que cortavam e a família ajudava na “colha” do látex, outros saíam para cortar de madrugada, com o objetivo de, pela tarde fazer alguma atividade no roçado. Outros mandavam a família ajudar no roçado, era um  sufoco, tinham crianças com  9, 10, 11 anos que trabalhavam no roçado e na “colha” do látex. Assim o seringueiro ia lutando para sobreviver sem patrão, independentemente na selva.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

"A Boca do Varadouro" - prof. Nazareno Lima - Org. Prof. Isaac Ronaltti - TJ-Acre - 2008

CONCEITUAÇÕES  ESPACIAIS  -  2005
RESUMO
                                                             Nazareno Lima          
                     - I -

Essas ruas que vejo-as com afinco...
São as mesmas que em 75,
Aplaudiam o meu caos social !
30 anos se passaram ...
Elas todas se modificaram
Mas a minha situação é imparcial !

Antes, era a falta de dinheiro ...
A esperança ...  O estudo como companheiro
Acalmava o desvario desesperador !
Hoje, a descrença social demagógica
E a forte crise ideológica,
Conceituam esse continuísmo explorador !

Consultei Proudhon, Marx  e  Kant ...
Sobre a origem desse Continuísmo errante
E nenhuma resposta apareceu ...
Com relação a este viver atrófico:
Talvez não haja  um conceito filosófico
A justificar o que me aconteceu !
                          
                              - II -

Esses espaços que me foram caros
Em tempos raros de pouco prazer ...
Eles que viram todo o meu sofrer
E talvez riram dos meus  desamparos !!!

Essas Mangueiras do Tufic Assmar ...
O Rio Acre trespassando a Ponte,
O Sol vermelho se pondo no Horizonte
E um  fazendeiro pensando em queimar !

O Ponto de ônibus que cheirava mal ...
A Rua Acre de calçadas largas ...
Os Benjamins da Getúlio Vargas
E o Mauro Modesto no Bar Municipal !

Época de estiagem; há dias não chovia:
A população aumentava a rotina ...
Um cartaz na frente da loja Grãfina
Anunciava ao povo o Artigo do Dia !

Se fosse humilde ou mesmo bacana,
O mercado atraía qualquer cidadão,
Também um baixinho de nome João,
Caixeiro das lojas A Pernambucana !

O Chico Dantas com seu táxi parado !
Descontentado com o calor do dia,
Alcides falava com Dona Alegria
Sobre o preço do rolo de arame farpado !

Esse Palácio de nome Rio Branco...
Hoje tão branco, parecia cinza,
O som do motor parecendo “guinza”
E o Zé Paulino sentado num banco.

A velha praça sem se quer, uma fruta :
A Casa Zeque ... O Quartel da Guarda ...
Passava uma moça de nome Eduarda
Indo ao grupo Presidente Dutra !

O Hotel Rio Branco de 2º andar,
No térreo o Bar, os bancos redondos,
Os ônibus fazendo barulhos hediondos...
As garçonetes não paravam de falar !

Osmath Duck , vestido num fraque.
Enquanto Abdala me cumprimentava,
Waldick  Soriano bebia e fumava
Preparando-se pra um show no Cine Acre !

A LBA com a estrela na porta ...
A visão da ladeira da Maternidade ...
Os degraus da entrada da Universidade
E o barulho do Jeep do Raimundo da Horta !

Sem pensar na dificuldade futura
E talvez mais estóico que Epicteto,
Eu, via  Adauto Frota todo de preto,

Indo da Universidade para a Prefeitura !
             
              A Rural do Bruzugú pegando no tranco...
              O Pranchão chamando uma mulher de lerda...
              O Pedro fumando na frente do SERDA
              E o Gibiri saindo do Jornal "O Rio Branco"!
              

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domingo, 10 de novembro de 2013

   Trechos de leitura do livro "A Boca do Varadouro" de Nazareno Lima

   e Organizado pelo Prof. Isaac Ronaltti do TJ-Acre.

 

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    - XXII -
Mãe, a nossa situação é o espelho
Da miséria do subdesenvolvimento(...)
Esse homem rude, rico e violento,
Eu assemelho-o a um escaravelho!
Enquanto os meus Irmãos se aliam
Com estes ricaços que nos espoliam,
A revolta me serve de Evangelho!
A minha derrota surgiu em Dezembro, 
Dia 22, eu ainda lembro:
Quando mataram o meu irmão mais velho!

      - XXIII -
Eu vivo a bater em portas fechadas
E nenhuma se abre para me atender:
Os políticos fogem para não me ver
E me atam às classes marginalizadas!
Implorando apoio de pobres bilhetes
Sou expulso calado dos gabinetes
Por lindas chefes semi-alfabetizadas!
Saio então assim... Por estas ruas tortas,
A lamuriar minhas esperanças mortas,
Rogando que surjam outra estradas!



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     - XXVII -
Eu durmo por sob uma grande pilha
De problemas demasiados e absurdos:
Sou tal no Iraque, os povos Curdos,
Que para o mundo inteiro se humilha!
Quero esconder-me: não acho um quiosque,
Sou tal um coelho dentro de um bosque
Sendo perseguido por uma matilha!
Enquanto a traidora morte não vier,
Sinto a revolta que sentiu Voltaire,
Quando estava preso na Bastilha!



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    -XLIV -
Mãe, minha vida hoje é uma insônia,
Ante as injustiças e violências!
De tanto implorar por meras clemências
Vivo padecendo de grande afonia!
Talvez quem sabe, Por eu ser do Acre...
Depois destes 20 anos de massacre,
Minha vida é uma vil acrimônia:
Eu já nem sei porque me chamam Nazareno
E nem porque te chamam de Amazônia!


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    - LV -
Inda perseguido pelo preconceito,
Que marginaliza as Classes Sociais;
Com conhecimentos de invejar rivais,
Me tolhem, meu povo, esse direito!
Apesar desse meu Cientificismo,
Vivo na Sociedade do Continuísmo,
Que persiste comigo neste vão pleito!
Talvez pôr ser filho das classes Marginais
Que içam a fome nos grandes seringais;
Daí a causa do meu defeito!

    - LVI -
Deste meu triste eco, o impulso,
Vem do desespero das Classes Dominadas;
Pelo insano Capital, violentadas
E trazem consigo o ideal convulso!
Esse infeliz grito atabalhoado
É a vil saída do homem explorado
E que traz na alma o pensamento avulso:
E é esse maldito eco desordenado...
A herança da exploração do passado...
O lamento do seringueiro expulso!

    - LVII -
Quando o homem cansar de explorar
A homens que nem eu sei a razão de ser:
Talvez assim então eu deixe de sofrer
Porém, vivo neste tempo não vou chegar!
É assim que vejo a minha condenação,
Enquanto a discórdia do meu irmão
Não sei se consigo ver se acabar!
Enquanto ó Mãe, disso tudo não fujo;
O meu poema é muito mais sujo
Que o "Poema Sujo" de Ferreira Gullar!

    - LVIII -
Não espero ó Mãe, que a elite note
A maldita fome que tenho de escrever!
Essa fome é a forma de me defender
Tal qual a cobra quando arma o bote!
É através desta escrita horrenda
Que consigo vazar minha dor estupenda,
Já que não me ouve, um desse magote!
Sem poder combater o que me consome,
Aumenta à cada dia a minha fome,
Tal qual a fome que dominou Cazotte!


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sábado, 9 de novembro de 2013

Biografia do Prof. Nazareno Lima






BIOGRAFIA DO PROFESSOR

NAZARENO DE OLIVEIRA LIMA

  


NAZARENO DE OLIVEIRA LIMA, nasceu em 25 de Novembro
de 1955  no seringal Guanabara, antiga Villa Avelino
Chaves, no alto rio Yáco, município de Sena Maduraira, 

Território Federal do Acre.
Aprendeu as primeiras letras com a mãe Maria José Lopes,

que havia feito a 2ª Série primária em Mecejana, no Estado 
do  Ceará onde nasceu e foi criada.
 

Começou o trabalho no corte da seringa em 1965,
então com nove anos de idade ajudando o pai. Em 1972
foi para Rio Branco-Acre com fins de estudar.
Fez o MOBRAL em 1973 e em 1974 o Projeto Minerva
que equivalia, na época ao Ensino Fundamental.
Em 1975 voltou ao seringal para o trabalho no
corte da seringa pois, era difícil emprego em Rio Branco.  

Em 1976 voltou a Rio Branco,
onde fez o 1º Ano Básico no Colégio CESEME.
Em 1977 voltou novamente ao
seringal para o trabalho de seringueiro e em 1978
volta à Rio Branco para fazer o Supletivo do 2º Grau.
No dia 8 de Janeiro de 1979 é aprovado no Vestibular
de Geografia da Fundação Universidade
Federal do Acre, obtendo o 28º lugar.
Em Julho de 1979, abandona o curso de Geografia
e entra para o Seminário da Igreja Católica, onde
estudou com vários Teólogos da Igreja, entre eles
Clodovis, Leonardo e Lina Boff; Frei Betto,
Bispo D. Moacyr Grecchi, Frei Tomás Trombetti,
além de Edilson Martins, José de Souza Martins,
Pedro Martinello e tantos outros. Nessa época
conheceu Chico Mendes e muitos dos sindicalistas
que lutavam contra as derrubadas das florestas
pelos fazendeiros.
Engajou-se nas Comunidades Eclesiais de
Base e trabalhava na orientação dos
trabalhadores contra as explorações.
Largou o Seminário em 1981 e voltou novamente
ao seringal onde produziu 1 tonelada de
borracha para ajudar sua mãe comprar uma
casa em Xapury.
Em 1982 voltou a Rio Branco onde dividia uma casa no
Bairro Bahia com Chico Mendes, Lazinho e Aníbal Diniz,
André e Osmarino Amâncio. Em seguida passou a dividir
uma casa com Chico Mendes apenas,
no Bairro Preventório e foi nessa época que começou a
escrever com Chico Mendes, "Solilóquio à Minha Mãe",
uma das maiores expressões poéticas de cunho
crítico e que jamais foi publicada no Acre.
Fez novamente o Vestibular para o Curso de Geografia
da Universidade Federal do Acre em 1987 com fins de
tornar Científica a luta de Chico Mendes, pois segundo o professor, 

Chico Mendes e os Trabalhadores do Acre
não venciam essa justa batalha por conta do grande 

Empirismo que havia nos seus ideais. 
Obteve neste Vestibular de 1987 o 8º lugar, porém
houve uma grande frustração no professor: em 1988,
na metade do curso, Chico Mendes morreu. 

Segundo ele "Chico Mendes morreu de graça". Morrer de graça,
na linguagem dos seringueiros é não preservar a
vida, é não se defender o suficiente, é se descuidar
da vida, é facilitar. Segundo ele, Chico tinha muitas
responsabilidades a cumprir, como esta que tinha
com ele, era um projeto que não podia dar errado.
Terminou o Curso de Geografia em 1990, graças a
um apoio que recebeu do Prefeito Adalberto Aragão
Silva, o qual se tornara seu amigo particular e
também do Prefeito Jorge Kalume.
O Prof. Nazareno sempre dizia nos corredores da
Ufac em 1992/93, fazendo Pós-Graduação em Meio
Ambiente que depois da morte do Chico, ele tinha
ficado como que meio atordoado, mas apesar de
tudo estava tocando a vida.
Foi nesta época que escreveu "Maus Lamentos de 91"
em 1991; "Ecos Amazônicos" em 1992 e "Aqui",em 1993.
Em 1994, foi aprovado no Concurso Público para o Cargo
de Professor Efetivo de Geografia da Secretaria de
Educação do Estado do Acre pois, antes era um simples
funcionário da Prefeitura Municipal de Rio Branco.
Em 1995 vendo a dificuldade que os alunos das Escolas de 

Rio Branco tinham para absorver os conteúdos da 
Ciência Geográfica principalmente a 
Cartografia, elaborou um projeto de 
pesquisa sobre as origens da educação no 
Acre e a Educação do Seringueiro.
 

Esse trabalho de pesquisa baseado na
Psicologia e Genética que estudou com o
Ph e D. italiano Tomás Trombetti, depois de concluído
chamou-se "A HEREDITARIEDADE DOS INSTINTOS" 

e foi muito criticado pelos Professores do Acre.
Com isso o Prof. Nazareno deixou de pesquisar sobre 

Educação, passando a pesquisar sobre a Geofísica.
Ainda em 1995 elaborou o Projeto de Pesquisa
sobre a situação do Rio Acre a qual quando concluída
em 1998 afirmava que o mesmo secaria antes de 2010:
em 2005 ele entrou em estado de alerta.
Ainda em 1995 elaborou o Projeto
de Pesquisa sobre o Crescimento Vegetativo da Floresta
Amazônica. Esse projeto não foi concluído por falta de
recursos, uma vez que dividia-se em várias etapas,
porém a parte relativa a bacia do Rio Acre foi
concluída e o Professor com isso, descobriu o
"DISSECAMENTO" (perca de umidade generalizada do solo
dentro da floresta densa). Esse fator segundo ele,
levaria ao risco de um grande incêndio na floresta
do Acre, o que aconteceu também em 2005. Esse trabalho
foi publicado no Jornal O Estado de São Paulo.
No ano 2000 escreveu "TUDO DE MIM-2000", um texto
também ligado a Poesia Crítica.
Em 2003, tenha ele talvez escrito o seu mais alto
poema crítico: "IV VISÃO-2003", o qual chamou
a atenção de muitos críticos de Rio Branco.
A partir de 2004 ficou afastado da sala de aula por
problemas de saúde e graças a um apoio do Prof.
Sérgio Roberto da UFAC.
A partir daí envolveu-se em um projeto, para
recompensar, segundo ele o salário que recebia
fora de sala-de-aula: elaborou 

a TTT - TEORIA DE TERMODINÃMICA DA TERRA -
essa teoria tem por fins explicar causas e formas
de vários fenômenos físicos da Terra, como por
exemplo os Terremotos que segundo o Prof.
Nazareno, a terra não treme e nem tampouco
sofre nenhum abalo sísmico, o que ocorre é uma
negatividade momentânea do equilíbrio gravitacional.
Ainda segundo o Prof. o Sol não é
quente o que é quente é a Terra e o Raio do
relâmpago não desce da Atmosfera e sim sobe da
Terra para esta. Essa maluca teoria como os
acreanos consideraram, ainda afirma que o Homem não
veio à Terra por Criação como cita os Evangelhos
e nem tampouco por evolução como citou
Charles Darwin, o homem veio à Terra por Meiose
ou seja, foi com as condições do meio que o homem 

apareceu e em vários lugares da Terra em épocas 
diferentes porém próximas.  
Ainda cita esta Teoria, um meteorito que caiu
nos EUA à 65 milhões de anos e que foi este
fato que deu condições à Terra para a existência dos
mamíferos, inclusive o Homem.
Com o descrédito dado pelo povo acreano a esta teoria, 

o Professor abandonou a pesquisa sobre 
Geofísica e dedicou-se a partir daí a pesquisar 
somente sobre a História.
Em 2008, escreveu: 

"ACRE-A HISTÓRIA DA HISTÓRIA-2008",
de 300 páginas para comemorar os 100 anos da morte do
Cel. Plácido de Castro e também para que não morra a
História do Seringueiro.
Em 2009, juntamente ao Prof. Isaac Ronaltti do TJ-AC 

que tornou-se seu amigo e parceiro da Historiografia Acreana, 
montaram o livro "A Boca Do Varadouro",
uma coletânea de vários poemas críticos inclusive o

 "Solilóquio à Minha Mãe", porém não foi publicado 
por falta de recursos.
 

Em 2010 começou a escrever "A ÚLTIMA
REVOLUÇÃO DO ACRE",e chegou a 100 páginas, porém foi
aconselhado por alguns amigos seus inclusive o
Prof. Isaac Ronaltti do TJ-AC, que os casos são
muito recentes e por isso precisa-se dar mais tempo
ao tempo, assim o projeto está em evidencias.
Em 2012, elaborou outro projeto(o último); escrever o
livro "NOVOS TEMPOS" em homenagem a extinta classe
dos Seringueiros, principalmente do Acre.
A simpatia pela Historiografia Acreana começou em
1972, quando chegou em Rio Branco-Acre pela primeira
vez e foi habitar na Rua Gabino Besouro, no Bairro
Volta Seca. Lá conheceu o "Seu Vicente Ferreira",
grande entusiasta da Revolução Acreana e conheceu
também o "Velho João Roxinho", que tinha trabalhado
com o Dr.Genesco de Castro.
Em Outubro de 2010 o Prof. Nazareno mudou-se de Rio
Branco para o vizinho Município de Senador
Guiomard, segundo ele era uma forma de afastar-se
das críticas e dos confrontos ideológicos, pois
também a idade não lhe permitia mais essas lutas.
Atualmente o Prof. Nazareno tem 57 anos, mora e
trabalha no município de Senador Guiomard, vizinho
a Rio Branco no Estado do Acre.



segunda-feira, 4 de novembro de 2013

O futuro livro "Novo Tempo"


                          Este trecho de leitura faz parte do Livro "Novo Tempo" que está sendo elaborado e        projetado para ser publicado possivelmente em 2015.


POEMA TRISTE - 05 /09/2012


Descendo do povo triste
Que entristeceu a Floresta,
Hoje enfim nada mais resta
Deste povo entristecido...
Pelo Brasil, esquecido...
Sem história e sem lembranças,
Que viveu só de esperanças,
Apoiado em suas crenças,
Lutando contra as doenças
Sem Governo que o assiste!


Povo pobre desgraçado,
Imigrante do sertão,
Seguidor da devoção,
Pela sêca castigado:
Talvez o mais explorado
Que a América já viu,
Foi quem mais contribuiu
Para enricar o País...
Mas a História não quis
Registrar esse passado!

Povo pobre e solitário
Extrator da Goma Elástica,
Viveu a vida mais drástica
Que o país já imputou:
Pois em tudo lhes faltou
Exceto a esperança,
Onde a luta não lhe cansa,
Porém não lhe torna ilustre
Aonde a Febre Palustre
Foi o grande adversário!

Surgiu nos anos oitenta,
Lá no Século XIX,
Porém não há quem comprove
Os primeiros Seringueiros,
Estes pobres brasileiros,
Quase todos nordestinos...
Entre velhos e meninos,
Em tudo, lutaram forte:
Não temeram nem a morte
Naquela Guerra Sangrenta!

Deixavam o velho torrão,
Oras da sêca fugindo...
Já outros iam saindo
Para escapar do Cangaço!
Milhares, pelo cansaço
De viver na Injustiça:
Sem oração e sem missa
Seguiam para os embarques,
Onde nem García Marquez
Conheceu mais solidão!

Por seis meses viajando,
Chegavam ao barracão,
Devendo muito ao patrão,
Tinham que economizar,
Por isso pouco comprar,
Era a meta a ter um saldo,
Mas a dívida por respaldo
Teimava em lhe acompanhar:
E o momento de voltar
Ia-se então adiando!







O RIO E O HOMEM - 08-02-2013

A vida dar muitas voltas,
Tal na Floresta o rio corre:
Por falta das voltas o rio morre
E sem as curvas, acaba a vida!

As curvas da vida são reviravoltas;
Hábito que a Física nos socorre,
Lutemos para que não borre
A Moral da Ética adquirida!

E tal deve o rio nas curvas não toldar
A água, o homem social deve moldar
Suas curvas sem ódio e sem mágoas...

E limpos na Natureza, indo...
O rio descendo, o homem subindo
E ambos sendo quimicamente, águas!



O AMOR E A ARTE - 13-02-2013

Na vida nem tudo é fel;
Há também paz no caminho.
Se registram esse alinho,
É a paz do menestrel!

E assim segue o tropel,
Publicando o "pergaminho":
Os Parabéns do Martinho
E V da Vila Isabel!

E enfim o amor do amante
Chega a forma mais brilhante
Que a alma pode aceitar...

E livre de qualquer crença,
Tem o ser a recompensa
Das agruras de lutar!

                                                O autor deste poema é torcedor do

                             Botafogo e fã nº 1 da Escola de                                   Samba Unidos de Vila Isabel e do                                  sambista popular Martinho da Vila.
                             Isso ocorre desde os tempos
                             do "Pequeno Burguês" em 1970.
                             Esse autor sempre afirma que todo 
                             grande homem tem um grande defeito
                             e o defeito do Martinho é torcer 
                             pelo Vasco. Isso ocorreu pelo fato
                             da vitória da Escola ser justamente
                             no dia do aniversário do sambista.
                             E ele sem sombras de dúvidas acha
                             que a vitória da Escola foi um pre-
                             sente de aniversário e além disso
                             uma recompensa, pois o sambista é
                             imortalizado com o nome da referida
                             Escola. Historicamente falando, uma
                             vez que o autor além de Historiador
                             é também Geógrafo e Filósofo diz que
                             este fato é um caso raríssimo de 
                             acontecer numa sociedade... Vamos
                             encerrar!!!    
                                               
                               

sábado, 2 de novembro de 2013

"A BOCA DO VARADOURO"

     


  Esse trecho de leitura faz parte do livro "A Boca do Varadouro" escrito por Nazareno Lima e organizado pelo Prof. Isaac Ronaltti em 2008.


   INQUIETUDE  -  1992

Na depressão emocional mutante
Que, periodicamente, variável, carrego ...
Na indiferença estúpida de um cego,
Aceito, inerme, como hospedeiro errante!

Falta Deus, Natureza, Energia e avante
Eu sigo. E só sigo, não me entrego
Pois, não há para quem. Com quem me apego,
É em vão. Não há resultado transfigurante !

Como precisam os Capitalistas, dos capitais:
Eu preciso de realidades materiais
Para içar minhas esperanças mortas ...

Eu preciso de positivas energias,
Para esquentar minhas idéias frias,
Que já cansaram de bater-me às portas !
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨


      INTERROGAÇÕES  -  92

Pôr que este castigo multiforme?
Qual é a causa desta grande maldição?
Pôr mais que solicitemos na oração,
Nosso maldito perseguidor não dorme?

Pôr que ó Deus, sofremos tal exploração,
Se temos uma pobreza uniforme ?
Qual é a culpa deste padecer enorme,
Se jamais exploramos sequer um cão?

Ó Deus, após 30 anos de pedido,
Só ganhamos o pobre tempo vivido
E um imenso castigo estrangulador ...

Esperamos estar-nos enganando
E que seja falso o que estamos pensando:
Que até tu nos seja também explorador!
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

                    VISÃO  -  II - 1993

Trocando olhares com a Natureza
E, vendo a beleza que ao homem fez:
Eu percebia a minha mesquinhez,
Diante daquela divinal grandeza!

Eu perguntei com grande estranheza,
A todas as energias que Deus perfez:
Pôr que o homem com sua hediondez,
Ataca aquela que lhe deu firmeza?

Eu vi, exatamente nesta ocasião,
A humanidade indo para a extinção
E dizendo-se a espécie que não erra...

E foi nesta infeliz introspecção
Que descobri a precoce finalização,
Da Espécie Humana pela própria Terra!
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨