quinta-feira, 24 de outubro de 2013

CONTINUISMO - 24/01/2000 - Nazareno Lima



C O N T I N U Í S M O  -  24/01/2000
                                         Nazareno Lima
                                      
Isto aqui nunca mudou,
Continua o mesmo mal:
É o Coronel Capital,
Ampliando o seu canal!
        ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Inerte Democracia ...
Que eu chamo de demência:
É a mesma violência,
Que vivemos hoje em dia ...
Wilson, Jesus e Chico,
Calado e João Eduardo ...
Sempre um é emboscado,
Eu só não fui porque fico
Amoitado e refletindo ...
Vendo a multidão passar,
O grande a explorar
E tudo se repetindo ...
Atentados ... Atentados ...
Sem sabermos donde vem!
Quem são a favor do bem,
São sempre violentados:
Assim se foi o Toninho,
Depois Celso Daniel,
Zé Rainha, de chapéu
Só não foi pôr um pouquinho!
 ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
O Brasil nunca mudou,
Continua o mesmo mal:
É o Coronel Capital,
Demarcando seu quintal!
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Capitalista não morre ...
Só morrem trabalhadores,
São horrores mais horrores,
A isto ninguém socorre !
O pobre só faz perder
E assim vai continuar ...
Quando está para ganhar
Corre o risco de morrer !
As manobras são intensas ...
Nem a Globalização
Que luta também neste chão,
Mas as chances são pro-pensas!
As Raíses Capitais,
Já viraram uma cultura ...
Esta monstra estrutura
Inda aumenta mais e mais !
A cabeça pensativa
De mim e de outros mais
Não entendem o que faz
A Ciência Positiva !
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Isto aqui nunca mudou,
Continua o mesmo mal:
É o Coronel Capital
Demarcando o seu local!
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Josimo se foi um dia
E ninguém soube porque.
“Ele procurou morrer !"
Disse um Major da Polícia!
Foi um caso tão maldoso
Que o triste criminoso,
Só agora apareceu.
Perguntaram como foi,
Respondeu “Deus me perdoe
Mas isso faz tanto tempo
Que nem eu me lembro mais!”
Eldorado do Carajás,
Galdino José dos Santos,
Ainda houve outros tantos,
Que é difícil até contar,
Quando eu conto me confundo,
Até mesmo em Novo Mundo,
Também foram assassinar
E dessa armação vulgar ...
Nem a mulher escapou !
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Isto aqui nunca mudou,
Continua o mesmo mal:
É o Coronel Capital
Esticando o seu varal !
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Inerte Democracia,
Que eu chamo de Demência:
É a mesma violência,
Que vivemos hoje em dia!
Com tanta veracidade,
Ofuscas a realidade ...
O contraste que encaro:
Pagamos um preço caro
Pela tua existência ...
Daí ficaremos tristes
Pois, na verdade não existes;
Temos inda que lutar,
Pra poder te conquistar!
Pôr isso somos roubados
E há muitos anos passados!
Mas ainda há resistência,
Para barrar a traição ...
Aprendamos a lição ...
Do fundo do coração ...
Pois, o tempo não parou!!!
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
O Brasil nunca mudou,
Continua o mesmo mal:
É o Coronel Capital
Demostrando o seu mural !
                                                                                                                                        
Como podem esses Políticos,
Combaterem a violência,
Se agem com inocência
Perante a legislação?
Só exigem da Polícia
A Segurança em excesso,
Mas a culpa é do Congresso
Que não cobra o Cidadão!
O Estado é como um pai
Que não pode ter defeitos;
Mas o filho andar direito,
Ele não pode cobrar!
Hoje em nossas escolas ,
Quem gosta de estudar?
A Ciência é como esmolas;
São poucos a aceitar!
É isto que nos contundem,
E ajuda aos atrevidos:
Um país onde os bandidos
E os intelectuais se confundem!
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Hoje aqui nada mudou,
Continua o mesmo mal:
É o Coronel Capital,
Empunhando seu punhal !
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******************
     

A Boca do Varadouro - 2008


Este texto faz parte do Livro "A Boca do Varadouro" de Nazareno  Lima    
e colaboração do Prof.  Isaac Ronaltti.

        

                IV VISÃO 2003


    05 de Setembro de 2003
    ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Grande tristeza me chegou agora
Pois, a melhora foi pura ilusão ...
A euforia do meu coração,
Foi utopia e já não mais vigora !

Tanta fumaça da floresta à fora ...
Fosse mentira pois, será traição ?
Ou talvez, quem sabe? Foi desatenção
Dos companheiros por multi-labora !

Tal a paisagem dos anos 80,
A minha classe deve estar atenta:
Eu só espero que ela então não finjas ...

Devo voltar aos meus antigos brados:
O genocídio dos anos passados
Ressuscitou de suas próprias cinzas !!!
          ************


     Os Anos Passados  -  25/11/2003
      ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Que me desculpem os anos passados
Que me ajudaram tanto a aprender...
Obrigando-me pois, a entender ...
As clarividências dos desesperados!

Que me desculpem os anos passados
Pela triste literatura do maldizer:
Quando só a injustiça vinha atender
A necessidade de nós, explorados!

Que me desculpem os anos passados
Por serem tanto bem interpretados
Por todas as bocas que mentiram ...

Mesmo ofuscado pelas minhas dores ...
Não consegui observar as flores
Que estes anos todos produziram !
          **********

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

TUDO DE MIM - 2000 - Nazareno Lima

Este trecho de leitura 'Tudo de Mim-2000', faz  parte do livro "A BOCA                                             DO  VARADOURO" escrito pelo Prof.  Nazareno Lima em 2003 e organizado pelo
Prof. Isaac Ronaltti do TJ-AC em 2008, inclusive foi o  Prof. Ronaltti que 'batizou'
 a obra com esse título.

       TUDO DE MIM - 2000 - Nazareno Lima


    FLOR  DE  LIS   -   28/09/99

Me apareceste como a flor de lis,
Que orvalhada enfeita e perfuma:
Rara beleza que sempre acostuma,
Ao homem pobre que quer ser feliz!

Sensível e leve igual a espuma,
Foi esta pluma que eu sempre quis:
De professor tornei-me aprendiz,
Da tua força que ao espírito exuma!

Eu te agradeço pôr me aparecer:
Mesmo que um dia me faças sofrer,
Nestes caminhos de uma só descida...

Futuramente, quando eu for passado,
Lembrai ao menos de ter me ajudado,
A escrever esta pré despedida!!!
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

       OS  MUDOS   -   10/04/2000

Eu tenho tanto à falar ao mundo,
Pena que ele não me dê ouvidos:
Sou dos anônimos que vivem escondidos,
A sustentar este pesar profundo!

Quantos tal eu estarão perdidos?
Vítimas do vil anonimato infundo,
Semelhante a um pobre vagabundo,
Na alheia dependência dos sentidos!

Talvez pior do que foi Canudos:
É triste esta multidão do mudos,
E não há quem conte este acervo...

E muitos morrerão emudecidos ...
E eu para não ser um dos vencidos ...
Já que não falo, ao menos escrevo!
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

    TANTAS  E  POUCAS  -  08/06/2000
       Nazareno Lima e Evandro Teixeira             

Tanta gente que lutou ...
Tanta gente que morreu ...
Tanta gente que perdeu ...
Pouca gente que ganhou ...

Pouca gente que fingiu ...
Tanta gente que chorou ...
Tanta gente que ficou ...
Tanta gente que partiu !

Quanta gente se empenhou
Para mudar os sistemas ...
Lutas que causaram penas
E de nada adiantou!

Nas Américas, nas Europas ...
Vi surgir tantos fracassos ...
Vi o som de tantos passos ...
Vi o fel de tantas copas!

Vi o som de tantos tiros ...
O gemer de tantas bocas ...
Vi cabeças quase loucas
E o ar de tantos suspiros !

Vi mulheres entre gritos ...
Crianças desesperadas ...
Vi famílias separadas
Ao som de altos apitos !

Allende, Fidel e Che;
Força mansa e força bruta.
Adiantou tanta luta?
Hoje resta ainda o quê ?

Lênin, Stalin e Trotsky;
Que luta vocês fizeram?
O tempo as desfizeram...
Nada mais existe ali!

Zapata, cadê você ?
Huerta e Pancho Villa?
O México virou tequilla!
Tanta luta para quê ?

Hitler e Mussolini,
Para quê tanto Nazismo?
Foi um desidealismo
Que o mundo não define!

Franco, porquê razão?
Que pensavas, que dizias?
Pôr tantas vis utopias
Baldaste a revolução!

Sandino, qual teu destino?
Que pôr meras cargas d’água,
Inflamou a Nicarágua
E nosso Zé Genoíno!

A mim também inflamastes,
Neste Estado pequenino:
Chico, Eu e Osmarino
Fazendo alguns empates!

Este filme que assisto ...
Estas causas me acende!
Porquê Isabel Allende,
Me fez lembrar tudo isto?
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

terça-feira, 22 de outubro de 2013

BOSE YACU - A última pakawara do Mundo

     



 


 BOSE YACU, A última Pacawara do Mundo

 Bose Yacu, a última sobrevivente da Nação Pakawara que habitaram os rios Orthon, Tahuamanu, Abunã, Iquiry e também a margem direita do A'quiry. Junto as Nações Araúna e Guaraya formavam as três Nações que habitaram a hoje chamada "Ponta do Abunã" Foram os caciques dessas três nações indígenas que guiaram o grande Expedicionista e Naturalista Pereira Labre em sua expedição Orthon-A'quiry em 1888.Segundo alguns Geógrafos e Historiadores Críticos da Bolívia, foram estas três Nações Indígenas os principais responsáveis pela construção dos famosos Geoglifos Acreanos e que até bem pouco tempo atrás se imaginava construídos pelos Incas aquelas centenárias figuras geométricas.
Quando Labre fez a perigosa travessia Orthon-A'quiry em 1888, tanto os Pacawaras, como os Araúnas e também os Guarayos, viviam em perfeito desenvolvimento social, principalmente no tange à questão religiosa e a alimentação, onde o consumo da castanha fazia parte de sua cultura.
Bose morreu em Janeiro de 2013, e com ela o pouco que restava da cultura Pakawara. Haviam dois indigenistas ingleses que,financiados pela BBC,  em Londres se preparavam para escrever um dicionário da Língua Pacawara, baseado no que Bose informava, uma vez que era única pessoa no mundo que sabia essa lingua. Com a morte de Bose, acabou-se em nada o projeto.
Bose deixou 4 irmãs um pouco mais novas que ela porém, estas foram criadas com a tribo dos Chacobos, vizinhos do pai de Bose, que morreu quando ela tinha 15 anos. Bose aprendeu a lingua e cultura Pakawara com o pai.





 Hino da Luta dos trabalhadores, produzido por
 Nazareno Lima e Chico Mendes em 1982, 
quando moravam no bairro Preventório
 em Rio Branco -Acre. Esse texto está no livro
 "A Boca do Varadouro", escrito por Nazareno Lima
 em 1992 e organizado pelo próprio Prof. Nazareno 
mais o Prof. Isaac Ronallti do TJ Acre,
 inclusive fora o próprio Isaac quem pôs esse título.
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Sem saber lutar, lutamos,
Sem saber pedir, pedimos,
Sem saber exigir, exigimos,
Sem poder ficar ficamos!

Sem poder morrer, morremos,
Sem saber falar, falamos,
Sem poder ganhar, ganhamos,
Sem poder viver, vivemos!

Sem poder empatar, empatamos,
Sem saber fingir, fingimos,
Sem poder reunir, reunimos,
Sem poder gritar, gritamos!

Sem saber fazer, faremos,
Sem poder odiar, odiamos,
Sem poder amar, amamos,
Sem poder saber, sabemos!
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segunda-feira, 21 de outubro de 2013


    IV - VISÃO  -  2003
    ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
                      Nazareno Lima

          -I -  

Desprezei a poesia,
Desprezei ... desprezei tudo.
Até o Divino Estudo,
Transformei em utopia!
Uniforme e... quase mudo,
Eu vegeto à cada dia
E esta socio-heresia
Vai-me deixando miúdo!

Desprezei a profissão ...
Mulher e filhos... família.
O sono, pela vigília
E o viver, pela paixão!
Sem pensar na maldição,
Tal Dirceu, pela Marília;
Tal a casa sem mobília,
Vivo da incompreensão!

Desprezei o ambiente,
Que é um Deus que reconheço,
Já paguei um alto preço
Por viver inconsequente!
O progresso é indigente,
O futuro está avesso,
O mau gestor é espesso
E o Governo, inconsciente!

Desprezei o Comunismo,
A luta e a persistência ...
Igreja, Povo e Ciência,
Para mim tudo é sofismo!
Política e Socialismo,
Tem a mesma complacência ...
Desprezei a Paciência,
Pois, tudo é continuísmo!

No mundo, tudo é comprável:
Do "EU" de Augusto, até
As "FLORES" de Baudulaire,
Todo grande é fabricável.
Do querível ao odiável,
Vejo tudo em marcha ré:
Só não desprezei a fé
Porque Deus não é culpável !
            ********

          - II -
A Direita que brilhou,
Explorando explorados,
Projetando fracassados,
Comprazendo ilusões ...
Atirando seus bordões,
Para manter o poder,
Afirmava até morrer
Que aquele era o caminho!

Perseguia e repelia,
Proibia e expulsava,
Outra hora censurava
À quem dizia a verdade ...
Cerceando a Liberdade
Pregava falsa moral,
Crestava o ideal
De nova Democracia!

Com muita luta e sufoco,
A meia-esquerda chegou;
Mas tudo continuou,
Talvez até mais ainda ...
Quando então isso se finda?
 -  Perguntei a um Deputado.
Ele disse: "Está pautado:
Até Sartre apoiaria !"

A triste burocracia,
Teimou em continuar.
A técnica de explorar,
Sobrepôs o Impirismo ...
Um forte Paternalismo,
Tomou conta do País
E o Governo sempre quis
Condizer com o que havia!

20 anos se passaram,
Depois de tantos fracassos
Eu vi os primeiros passos
Do poder dos oprimidos ...
Foi esforços sem sentidos,
Foi pura ação demagógica
Pois, a crise ideológica
Atacou aos que pensaram!

Companheiros que lutaram
Viraram perseguidores ...
Já outros trabalhadores
Executam invasões ...
São várias as intenções;
Até pobre democrata,
Pensando ser burocrata
Faz greve pra não mudar!

Como pode melhorar
O caos que existe aqui?
Cada um luta por si
Com pura ação egoísta ...
O lado nacionalista,
Esqueceram que existe;
É raro que alguém conquiste
A melhora social !
       ********
      
             - III -

Ao passo que o tempo passa,
O mundo nos pressiona,
A produzir mais e mais
E estudar mais ainda ...
Mas a cultura que cresce
É esta do faz de contas,
Onde o saber nos afronta
E o errar nos acompanha ...

Legislamente falando,
Não importa a qualidade,
É melhor a quantidade
E dizer que vai fazer ...
Tem que tentar convencer,
Dizendo que vai mudar
Mas, a mudança que há
É manter o Status quo !

A violência que cresce
Nas massas consumidoras,
Interessa as produtoras
E as Comunicações ...
Na melhor das intenções;
São promessas e mais nada
E a Justiça alquebrada
Fica à parte assistindo !

A miséria que progride,
Aos políticos interessa;
É uma forma expressa
De ganhar as eleições ...
É triste as situações;
Hoje até sindicalistas
Viraram capitalistas
Com propinas dos patrões !

Hoje aqui tem companheiro
Que largou o movimento,
Com forte apadrinhamento
Quer ser dono da verdade ...
Porém, a realidade
Dizer, ninguém se atreve
Onde a Justiça faz greve
Para ganhar mais dinheiro !

Hoje aqui tem jornalista
Com feição de Ser Sublime;
Rogando que haja um crime
Pra ser manchete do dia ...
No auge da anarquia
Remédios causam doenças,
Juizes vendem sentenças
Por achar que ganham pouco!

Tem Doutor que não trabalha,
Tem Médico que não atende,
Aluno que não aprende,
Professor que não ensina ...
Tem obra que não termina ...
Engenheiro improdutivo ...
Tem político depressivo
Que vive de atrapalhar !
            ********                                     
          
              - IV -
Vivendo com tais estígmas,
Suportando paradígmas
Que o passado nos deixou ...
Isto aqui é uma guerra:
Porque é que nesta terra
O progresso não chegou !

A parte do tempo é clara;
É uma transição rara
Que cada vez se aproxima ...
Porém, para o veixado,
Torna-se tão demorado
Que até se desanima !

O país em que habito,
De tanto viver proscrito,
Acostumou-se ao lameiro...
Quem preparou-se na vida
Diz hoje, sem ter saída;
- " É triste ser brasileiro ! "

Este círculo me espanta
E lutar, não adianta
Pois, assusta a quem se move ...
Vivendo do mau passado,
O Estado é aleijado:
Só um lado desenvolve!

Não é só aqui que existe:
O mundo me deixa triste,
Com tanta asneira expelida ...
Isto é a prova cabal,
Que o homem é animal
De cultura empobrecida !

Collins Pawer e George Bush:
Os sacos que ninguém puxe
Pois, asneiras ouvirá !
Tony Blair num microfone,
Na Itália, o Berlusconi
Mentiram até Bagdah !

Israel tem seu Sharon,
Falando em alto e bom som,
Violenta a Palestina !
Na Austrália, também há ...
Na Espanha tem Aznar,
Análogos a Agripina !

Se o Mundo rico é assim,
Falso, cruel e ruim ...
Não dá exemplo de nobre:
Eis então nosso defeito ...
Nós, Jamais teremos jeito,
Vamos morrer na pobreza !
             ********

            -V -
Como pode um cidadão,
Nesse mundo catastrófico,
Do empírico ao filosófico,
Da Igreja à heresia ...
Da miséria à burguesia,
Da derrocada à vitória,
Da mudêz à oratória,
Da sanidade à loucura ...
Da franquia à ditadura,
Do antiquado ao moderno,
Do paraíso ao inferno,
Do absurdo à beleza,
Do humano à Natureza,
Do luxuoso ao vulgar ...
Do veloz ao devagar,
Da grande selva à cidade,
Trilhar com capacidade
E ver com muita atenção
Que sem fiscalização
O País não funciona ?

       *******
Como pode um cidadão,
Cientista e pensador,
Que se diz pesquisador,
Defensor do Marxismo...
Leal ao Nacionalismo,
Adepto da Competência,
Seguidor da Eloquência,
Crítico da realidade,
Perseguidor da verdade,
Fã da Globalização ...
Crente que sem produção,
Nada pois, se desenvolve ...
Sabendo que não resolve,
Nem adianta ajudar
Pois, já cansou de lutar
Para mudar o Estado ...
Sente-se hoje obrigado,
Depois de tanta histeria,
Em plena Democracia,
Desejar a Ditadura ?
      ********
     
          -VI -

Já faz 35 anos
Que uma pergunta me espanta:
" Por que o Brasil é pobre ?"
Porém, ninguém me responde !

"A miséria vem de onde ?"
Um instinto me indaga !
Eu só sei que quem é pobre,
Paga caro as consequências !

Quanto mais se ajuda ao pobre,
Mais pobre ainda ele fica:
Quem um dia será rico, não precisa de ajuda;
A ajuda que recebe, é dele mesmo que vem !

A engrenagem da fome
É complexa e complicada.
Não é só na aparência ...
Ela vem de uma história !

A miséria apaga tudo,
Nada nela funciona
Pois, tudo que se investe
Tem resultado contrário !

A Santa Democracia
Vira o vão paternalismo ...
A Justiça necessária,
Custa caro e não existe !

Os serviços do Estado,
Como podem produzir,
Se os impostos à pagar,
 O pobre descontribui ?

A Imprensa denuncia,
Com os fins de informar
Mas, a denúncia é vazia
E torna-se propaganda !

A Arte com o Cinema,
Novela, Música e Teatro:
Não educa; aliena
E aumenta a violência !

Educação democrática,
É outra que não adoto;
Trocando notas por voto
Diretor se perpetua ...

Políticos oportunistas,
Da fome pois, sobrevivem:
Fingindo ajudar aos pobres,
Beneficiam a pobreza !

Já outros com bons instintos,
Tentam ajudar de verdade
Mas, quanto mais vos ajudam,
Mais eles se multiplicam !

Sua multiplicidade
Vem das acomodações ...
Tem também espertalhões
Que desta vez se aproveitam !
     *****************

            -VII -
- Geração da Delinquência.
Lhe chama o Capitalismo
Mas, é um puro egoísmo:
Ele é seu explorador !

Igrejas todas defendem
A classe pobre em geral.
Na verdade elas dependem
Do poder do Capital !

Num povo sem instrução
Tem algo que é muito triste:
É onde a pobreza persiste
E a Democracia é em vão !

Miséria, Fome e Pobreza,
Em muito se fala disso ...
Mas, finalmente o que é
O conceito de Pobreza?

" - A Pobreza é uma causa
Que está em todos lugares;
É a indústria social
De produzir as riquezas!

A pobreza é uma cultura
Que vem de vários milênios ...
Por isto ajudar ao pobre
Não o faz deixar de ser !

O cidadão quando é pobre
Lhe ceifaram a liberdade ...
De alguma coisa no mundo
Com certeza ele é escravo !

Por isto, não é dinheiro
Que impede essa proeza;
Tem rico que é muito pobre
E tem pobre que é muito rico !

Pobreza é desequilíbrio ...
Falta de sensibilidade ...
Pobreza é incompetência ...
É falta de produção!

Pobreza é falta de fé.
É o individualismo !...
Pobreza é falta de amor,
É não pensar coletivo !

Pobreza é a ambição ...
É sempre achar que tem pouco!
Ajudar com intenção
De receber algo em troca !

Pobreza é não ir à escola
E se ir, não estudar...
Não querer ir ao trabalho
E se ir não produzir !

Pobreza é fazer uma greve
Para ganhar mais dinheiro:
Onde tantos companheiros,
Não tem onde trabalhar !

Pobreza é não ter certeza,
Se pagas o teu salário !
Pobreza é ser perdulário
Num país de tanta fome !

Pobreza é Fome, Miséria ...
Tudo isto e muito mais !
Por isto é que quem é pobre
Dificilmente ele muda !

A pobreza é uma cultura
Que vem de vários milênios ...
Por isto, ajudar ao pobre
Não o faz deixar de ser ! "
             ********

         - VIII -
A pobreza é uma proeza
Que até Marx enganou ..
- " É o Capital que a gerou " !
Ele afirmou certa vez!

Marx pensava e dizia
Com segurança e firmeza:
- "Quem produz esta pobreza
É o poder da Burguesia !"

É falsidade ... É engano !
Tudo isto é um  paradigma:
É a desordem da pobreza
Quem produz a burguesia !

O poder dos proletários
Que Marx defendeu tanto
Foi uma pura utopia
Pois lhes faltaram ciência !

A pobreza é um fenômeno
Que por si se desenvolve ...
Quanto mais ela aumenta
Mais ela tende a aumentar !

Em sua vasta vivência
A pobreza enganou muitos,
Já outros com mais afinco
Lhes tirou a paciência !

A miséria enganou Kant,
Comte, Hobbes e Shakespeare.
Enganou até Proudhon
Com sua "Philosophie de la Misère"!

Hegel, Engels e Francis Bacon,
Kropotkin  e  Bakunin,
Mao, Fidel, Stalin  e  Lênin
E até Saint-Simon!

Quem da pobreza falou
Foram todos enganados,
Só os Índios escaparam
Pois, não lhe deram valor!

Certa vez Proudhon falou :
- "Toda riqueza é um roubo !"
Talvez não seja bem isto:
- É algo que foi perdido !

Quem alimenta a riqueza
São os pobres descuidados,
Em geral pouco estudados,
Ricos de pouca destreza !

A riqueza não é roubo,
Nem tampouco exploração:
Ela é uma pura energia
Que muitos desperdiçaram !!!
             ********

        -  IX -
Para vencer a Pobreza
Reformas não adiantam ...
Este papel não combate
Esta causa centenária !

Para vencer este mal,
Que é um círculo vicioso,
Carece de um projeto
Muito mais que social ...

Precisamos de mudar
Nosso rumo cultural ...
Para agir-mos por amor
E não pelo Capital !

Temos que ver a Cultura,
Como parte da vivência ...
Temos que amar a Ciência,
Sem pensar no numerário !

Antes do nosso salário ...
Pensemos na produção:
Eis a Globalização,
Aqui a nos ensinar !

O Brasil tem que apressar
O fim do burocratismo ...
Ele é o Ás do poder
Desta improdutividade !

O Governo improdutista,
Sempre foi e há de ser ...
Como pode ele mudar,
Se o povo é sempre o mesmo ?

Mudemos nossos costumes ...
Nosso modo de pensar ...
Não é só acreditar ...
Temos que agir de verdade !

Sejamos mais responsáveis ...
Hajamos com gratidão ...
Façamos da compreensão,
Sociedades estáveis !

Sejamos mais patriotas,
Sensíveis e democratas.
Aviltemos os burocratas
Que produzem idiotas !

         *******

Bandeira do Estado Independente do Acre criada por Galvez em 1899.

 CRISE  IDEOLÓGICA  -  13/12/2001
                                      Nazareno Lima
                     - I -
Talvez a vida me seja um estrago
Pois, hoje trago tristezas imensas:
Nem a Ciência, nem todas as Crenças,
Hoje conseguem me trazer afago !

Qualquer espaço para mim é vago:
Me sinto um Mago em oblações intensas...
Idéias conservadoras já me são tão densas...
Pior que a Cavernocracia de Saramago !

A Crise Ideológica que hoje me ataca,
Ao tentar iluminar essa gente opaca,
Traz-me um desvario desesperador ...

Com os ouvidos cansados de ouvir urros:
Caminho entre enormes paredões de burros
Imprecando pelo fim deste horror!

   - II -       
Aonde irá esse povo amargo ...
Que passa ao largo de tantas douçuras?
São criaturas que só visam o cargo,
Tal qual o espargo nas horticulturas!

Serão loucuras, mas um grande embargo;
Eu quero largo, a todas estruturas,
Dessas culturas desse clã letargo
Que vive à cargo dessas aventuras!

Essa preguiça... Essa displicência
Pelo estudo ... Pela competência ...
Fará esse gente ficar na berlinda!

Mas, quando virem que a miséria arde,
Espero então que já não seja tarde ...
E haja tempos de voltarem ainda!!!


                - III -
Mas... tudo quanto a este povo encerra:
Ficando mudo e... Tão acovardado ...
Não foi o brado infeliz da guerra ...
Nem desta terra, o nome que foi dado!

Se ele é forjado a tudo quanto emperra...
Quando ele erra, chamam de atrasado...
Foi seu passado, que jamais se enterra...
Forçando a “guerra” contra o abastado!

Se esse povo hoje é alquebrado,
É pelo tempo que foi explorado,
Pelos patrões que o escravizou ...

Se no passado construiu riquezas,
Sei que um dia essas Naturezas,
Acenderão a luz que brilhou!
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