domingo, 29 de dezembro de 2013

SONHOS - 01 - 2001 - Nazareno Lima


     S O N H O S  -  01/2001

                           Nazareno Lima


Pôr minha pobre cabeça,
Passaram muitas ideias,       
Passaram muitos projetos...
Mas estes tristes aspectos,
Se fizeram cefaleias !

Pelos meus pobres juízos,
Passaram tantos estados...
Jamais foram registrados,
Se fizeram em prejuízos!

Pôr meus tristes sentimentos,
Já rolaram absurdos,
Que ficaram vãos e mudos,
Pairando no esquecimento!

Em tais imaginações...
Viajei pôr mil caminhos...
Tive sonhos tão mesquinhos
Que nem causou-me emoções!

Sonhei... Sonhei! Só mentiras.
Tantas que... Nem mesmo falo!
Pôr isto mesmo me calo,
Quando escrevo as minhas liras!

Já pensei em ter infarte ...
Até no Nobel, pensei,
Com a Ciência sonhei,
Desejando fazer arte!

Sonhei que era escritor ...
Pensei que era poeta ...
Já pensei em ser asceta,
Para a Deus fazer louvor!

Já pensei em ser mendigo,
Talvez é isto que eu seja!
Pensei viver numa igreja,
Para acabar meu castigo!

Pensei em morar sozinho,
Pra nem ouvir nem dizer,
Pensei em voltar a ser,
Um seringueiro mesquinho!

Mas, seringueiro inexiste,
Nesta  zona tropical.
Parar de receber mau,
É um sonho... Não existe!

Pensei fazer palhaçadas,
Pra divertir os tristonhos:
Dei graças a Deus ser sonhos,
Pra não fingir com piadas!

Pensei em amar alguém,
Casar e ser pai um dia;
Talvez me desse alegria,
Foi outro sonho também!

Pensei em viver folgado,
Quando a velhice chegasse!
Foi engano esse impasse,
Não tem folga o explorado!

Um filósofo, pensei ser,
Para saber a razão!
Pensei na religião,
Que faz deixar de sofrer!

Pensei em ser Comunista,
Pra combater a pobreza!
Pra ajudar a Natureza,
Quis ser ambientalista!

Pensei em ser professor,
Pra ensinar quem não sabia
Mas vi que a maioria
Prefere ser estupor!

Pensei em ser viajante,
Para não ter endereço,
Nem pagar o alto preço,
Pela vida de infante!

Pensei em ser pobretão,
Mas pobretão, eu já sou!
Sem saber para onde vou,
De onde vim penso então!

TUDO DE MIM - 2000 - Nazareno Lima



        O  CHORO   -   05/12/2000

                                            Para Jane Rafaella Pinto

Como é difícil ver alguém chorando,
Se lastimando de tantos fracassos,
Não aceitando seus poucos espaços
E o que eu faço é ficar olhando ...

Quem estará pois, lhe encurralando
Neste comando de ocultos passos?
Fico pensando nos seus pobres braços
Que só abraça quem vai lhe explorando!

Mulher! Porquê será que te perseguem tanto?
E tua defesa é este forte pranto,
Que me comove sem que eu possa agir ...

Mas, o meu consolo é que futuramente,
Tu hás de vencer toda esta gente,
Pela humildade que herdaste aqui !
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TUDO DE MIM - 2000 - Nazareno Lima







     COMPENSAÇÃO   -   04/2000


Há muitas flores nesta Estado pobre,
O que encobre a violência densa ...
E a inocência daquele que não pensa
Faz mais imensa a humildade nobre!

Há muitas flores neste Estado pobre:
Eu rogo que sobre esperança e crença!
Apesar da vida espoliada e tensa ...
Rarefaz-se o ódio e a desavença!

Quanta Floresta produzindo flores!
Quantas mulheres produzindo amores!
Quanta esperança que ainda resta ...

Enquanto muitos, assim não pensam;
Deus e Ciência, vos rogo que vençam
A estes empíricos que a razão detesta!
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ECOS AMAZÔNICOS - 1992 - Nazareno Lima


           INQUIETUDE  -  1992


Na depressão emocional mutante
Que, periodicamente, variável, carrego ...
Na indiferença estúpida de um cego,
Aceito, inerme, como hospedeiro errante!

Falta Deus, Natureza, Energia e avante
Eu sigo. E só sigo, não me entrego
Pois, não há para quem. Com quem me apego,
É em vão. Não há resultado transfigurante !

Como precisam os Capitalistas, dos capitais:
Eu preciso de realidades materiais
Para içar minhas esperanças mortas ...

Eu preciso de positivas energias,
Para esquentar minhas ideias frias,
Que já cansaram de bater-me às portas !
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sábado, 28 de dezembro de 2013

TUDO DE MIM -2000 - Nazareno Lima






   MINHA  VITÓRIA   -   01/01/2000


Há muitos anos que espero a morte
E não cuidei que custasse tanto ...
E a esse milênio poderoso e santo,
Sei que cheguei mas foi pôr muita sorte!

As depressões, me secaram o pranto ...
Sofrer injustiças foi o meu esporte:
Eu não sabia que eu era assim tão forte
Cujas vitórias me causaram espanto!

Ultrapassei crises e doenças ...
Dominei Filosofias e Crenças ...
Fome e descriminações não me abateram!

Ou pôr sorte, ou pôr determinação,
Estou de pé aqui, como um sansão,
A rir daqueles que não me venceram !
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O ACRE PRÉ-HISTÓRICO - 2008 - Nazareno Lima



Uma outra causa que acelerou a ocupação das terras do A'quiry e também a organização dos seringais deste, foi a ideia da construção da ferrovia Orthon-A'quiry e que por conta disso, aconteceu a expedição de Pereira Labre em 1888.
Em 1889 houve uma aceleração gigantesca na ocupação das terras do A'quiry, principalmente na margem esquerda à montante da foz do Riozinho do Rolla ou Irary como era conhecido até então. 

Foi a partir dessa época que a ocupação chega a foz do rio Xapury e que foi este também ocupado.
Em Maio de 1894 já havia sido fundada a Villa do Antimary na foz deste rio com o A'quiry. É bom lembrar que a fundação desta povoação era uma ação do governo do Amazonas para arrecadar mais impostos e também segundo ele, amenizar a violência que já era bastante acentuada naquela época e também, em outras palavras, manter o A'quiry litigioso sob o comando do governo amazonense.
Em 1894, o Governador do Amazonas Eduardo G. Ribeiro, sabendo que muitos capitalistas teriam ocupado terras no Estado do Amazonas irregularmente ou aumentado por conta própria as que já ocupavam, obrigou os proprietários de terras de sua jurisdição a fazer novo cadastro imobiliário, desta vez com medidas exatas feitas por engenheiros e exigia a medida com o mapa da propriedade e isto publicada em jornais de Manaus. Com esse cadastro imobiliário, apareceram proprietários adquirindo lotes até a boca do Igarapé Bahia(Brasiléia) e também no rio Xapury.
Esta época é o ponto de início da verdadeira ocupação geral das terras do A'quiry. Também a partir de 1894 houve uma maior organização dos seringueiros, pois a partir daí já trabalhavam sozinhos na mata, sem a companhia dos caboclos e também já haviam muares para transportes da produção e mercadorias. Foi a partir daí que a perigosa margem direita do A'quiry foi totalmente ocupada até a margem do Abunã, Rapirrã e Chipamannu.

       A partir de 1895, muitos seringais já estavam implantados em todos os afluentes do Purus. Era comum a navegação de vapores de Janeiro a Maio e os seringais eram implantados com muita frequência.
       A partir de 1898, começam as desavenças entre os donos de seringais, principalmente no Acre e Alto Purus e que a esta altura já eram muito poderosos. A partir de então a História conta como funcionava o sistema extrativo de produção da borracha. Os seringais eram em números tão elevados e tão ligados uns aos outros que começou certas invasões em suas imaginárias fronteiras, isso causou uma necessidade de nova demarcação, uma vez que as questões entre patrões eram constantes. Muitos coronéis já não sabiam os limites ou fronteiras de seus seringais que eles já chamavam de propriedades. Mas para que essa propriedade fosse efetivada juridicamente, teria que ser identificada e para isso precisava que ela tivesse um mapa ou Carta Topográfica, pois, somente assim poderia o Coronel requerer o documento junto as Prefeituras ou a Justiça. Este documento jurídico era também necessário para que o Coronel viesse a adquirir crédito junto as Casas Aviadoras de Manaus e Belém.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

A ÚLTIMA REVOLUÇÃO ACREANA - 2010 - Nazareno Lima

 A ÚLTIMA REVOLUÇÃO ACREANA

                                                            Nazareno Lima



 Capítulo 7


7. – A Luta Ecológica de Chico Mendes
Não se sabe a origem do Pacifismo de Chico Mendes... Seria porque ele via a fraqueza dos seringueiros?
Cada Empate que se fazia era um risco de vida, não se sabia qual daqueles poderia morrer... Quem cuidaria da família daquele que por ventura viesse a morrer no conflito do empate?
Seria porque ele velou quase todos os seus companheiros que morreram na luta pela defesa da floresta e do seringueiro, como: Wilson Pinheiro, Jesus Matias, Raimundo Calado, João Eduardo, Evair Higino e tantos outros no Acre?
Em cada velório, havia uma grande faixa que os seringueiros mesmo faziam e nesta faixa uma frase: ATÉ QUANDO?
Talvez o pacifismo de Chico Mendes existiu, por não querer a morte nem de um lado e nem do outro. Ou será que o seu pacifismo foi para não perder o apoio da Igreja? Até porque o Chico nem era tão religioso assim, pois dificilmente ele ia à missa, não usava qualquer tipo de amuleto e não lia a Bíblia.
Eu mesmo fui companheiro de quarto com Chico Mendes, na casa do Gildo, na Rua R. G. do Sul, defronte ao antigo D.C.T. em Rio Branco, durante o ano de 1982 e nunca discutimos sobre a Bíblia, nem sobre Deus ou Jesus Cristo. Falávamos sim, sobre as injustiças e violências da Ditadura, sobre a perseguição que passávamos: quando um de nós saía de casa que o outro não estava, deixava um bilhete, sem assinatura, é claro, debaixo de uma lata velha de leite em pó vazia, dizendo: fui a tal lugar, volto tal hora. Pois em caso de desaparecimento de qualquer um de nós, o outro teria um ponto de referência para procurar, uma vez que a perseguição era enorme, tanto na floresta (estradas de rodagens, ramais, varadouros e etc.), como na cidade, principalmente nas ruas fora dos centros urbanos, tanto em Rio Branco como nos municípios. Na cidade éramos perseguidos pela polícia, por conta de processos causados por denúncias de empates considerados pela Justiça como agitações e mentalidade revolucionária, enquanto que na floresta éramos perseguidos pelos pistoleiros dos fazendeiros.
Falávamos da Revolução Socialista da União Soviética; falávamos da Nicarágua e da luta dos Sandinistas (inclusive anos depois ele pôs o nome de Sandino em um seu filho). Líamos o Pasquim, a Folha de São Paulo, o Varadouro... Lemos “Confesso que vivi” de Pablo Neruda, “As veias abertas da América Latina” de Eduardo Galeano, “A História da Riqueza do Homem” de Leo Hubbermam e “O Capital” de Karl Marx.
Afinal... de onde terá vindo o Pacifismo Martiricista de Chico Mendes?
Eu fiquei três anos (1983, 1984 e 1985) sem ver Chico Mendes, porém é bem provável que durante esse tempo ele tenha tido contatos com o pensamento de Ghandi, apóstolo da não violência que morreu assassinado em 1948, pois quando voltei a encontrá-lo em 1986, ele tinha um discurso bem parecido e eu esqueci de perguntar.
Entre estes encontros que tive com Chico Mendes em 1986, um deles, em novembro ou dezembro se não me falha a memória, foi marcado por uma discussão fortíssima e que durou mais de três horas, num banco da  Praça da Rodoviária de Xapuri, defronte a sede do Sindicato. Tudo começou por

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

"SOLILÓQUIO À MINHA MÂE - Nazareno Lima e Chico Mendes - 1982



 Parte III


Sinto pavor quando escrevo, porém,
A verdade digo neste texto pequeno;
Falo realmente do homem obsceno,
Que na minha terra não faz o bem!

Tuas riquezas, ó Mãe, ilimitadas
Pela força natural que ainda fustiga:
Um dia queimarás como a urtiga,
A quem de ti hoje faz queimada!

A mau tendência que ao meu ser fustiga...
Do ser humano, a hereditária herança:
Com todas as forças faria a vingança,
Como com esta sociedade eu faço intriga!

Vejo ao longe ... O sol sair da terra
E na terra, ao longe vejo o sol entrar:
No cenéreo céu nada há para me assombrar
E o odor de fumaça lembra-me uma guerra!

Perco-me visualmente no vago espaço...
Atordoado, ouço o ranger das selas...
No mesmo lugar onde faziamos as pélas,
Hoje já não sei mais o que eu faço!

Mãe – Antes de ver-te totalmente morta,
Minha consciência ainda teima,
Em amaldiçoar a tudo que queima
E esconjurar a tudo quanto corta!

Pôr que fizeram esta contradição?
Transformar-te nesta grande alfombra!
Onde antes eu só andava na sombra
E só via fogo, acendendo o fogão!

Tal qual a nudez das meretrizes;
Esta terra despida me entristece!
Enquanto tudo isto acontece,
Nossa Ecologia perde as raízes!

A inchação das cidades escorraça
A composição natural das simbioses...
Chama a miséria humana em altas vozes
E cria o ser moderno em ameaças!

Porém não nega a justiça, a Natureza:
Esta vetusta região que o exótico ataca:
Seus restos mortais; tanino ou laca,
Cobrará aos netos inimigos, com certeza!

Mãe! Eu porém sei que vais revidar,
Disso, até eu próprio sinto medo:
Antes que se intemperize um penedo,
Há de expulsá-los para não mais voltar!

Cara “peitica”, cale seu triste canto...
Após a “friagem”, o verão chega:
Deixai cantar os que chamam quem rega
A este futuro campo santo!!!

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TUDO DE MIM - 2000 - Nazareno Lima






      C O S T U M E S    -   20/05/2000


Quantas pessoas que procuram a sorte ...
Tais qual a morte procurando vidas!
Fracas ou fortes, porém mui sofridas
E destemidas para tal esporte!

Quantas pessoas que são atrevidas
E iludidas, desconhecem o corte.
Nem que envolvidas, sua vida entorte
Pois, o seu forte é ser bem sucedidas!

Quantas pessoas que arriscam tudo
Pelo dinheiro e um poder polpudo,
Como se isso fosse o importante ...

Porém, um dia cansarão dos pesos
E não terão como voltar ilesos,
Deste caminho que não é mutante!
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terça-feira, 24 de dezembro de 2013

"ACRE - A HISTÓRIA DA HISTÓRIA-2008 - Nazareno Lima

"El dia 27 el delegado señor Romero com algunos expedicionarios enbarcose en el vapor "Jaguaribe" com rumbo a Manaos, dejando sus compañeros de infortunio sin recursos y a merced del inemigo, que por humanidad tenia que alimentarlos. Los soldados no contaban ni com un centavo con que satisfacer sus más premiosas necessidades, por que durante la Delegacion Romero, se les habia pagado sus haberes com vales y certificados de depósito.
         La marcha de Don Lino Romero, fue acremente censurada por los que quedaban sufriendo los vejames de la marina mercante y en esta aflictiva situación solo tuvieran como protector el jefe enemigo Placido de Castro, quen aconpañado de su Ayudante General, Gaston Oliveira, iba consolarlos y atender sus reclamaciones com el cariño de um camarada. Este jefe en sus intimas confidencias, manifestó, segun refere Aponte: "Que entonces tenia 28 anos cumplidos y contaba 42 combates en su vida de aventuras..." E diz Mais: La gentilaza que trataba sus adversarios le captó el cariño de todos; a su presencia a la tropa se quadraba respetuosamente para salutar al enemigo de la véspera y su bienechor en la adversidad, etc”.


(este trecho literário em que eu citei Genesco, Genesco citava Azcui e Azcui citou Aponte).
        Não sei por que muitos acreanos (até professores) hoje têm uma visão distorcida do comportamento do Coronel Plácido, porém, as causas disso tudo citarei no ultimo capítulo deste Documentário, denominado "Os Alexandrinistas".

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

A BOCA DO VARADOURO - Nazareno lima


               P O E S I A S   

                       Nazareno Lima

                   - I –

                        

Entreguei-me de vez as fantasias
E as utopias todas desprezei:
Realidades ... O que desejei ...
Hoje mudei tais Filosofias!

Deixei de amar ... Se é que amei
E me dediquei a outras manias:
Viajo hoje pelas poesias,
Que dia a dia, já me apaixonei!


Amante sendo da Literatura:
Criei na vida, nova conjuntura,
Para viver o pouco que me resta...

E assim sendo, a Felicidade,
Que até então era raridade,
Chegou de vez me fazendo festa!


⦁    II –

Misturei-me hoje a Ciência,
Tal no além mistura-se Céu e Terra!
Como a violência se mistura à guerra
E o leigo mistura-se à incompetência!

Misturei-me a eficiência,
Como as rochas se misturam a serra:
Tal a morte que a vida encerra
E Gandhi misturou-se a clemência!

Tal Cristo misturou-se a verdade,
E a Filosofia a realidade,
Eu vivo essa mistura exagerada...

Assim... O bem se mistura ao bem.
O mal, ao mal mistura-se também,
Para a Natureza ser equilibrada!!!
             
                ---  III  ---

Será lícito que toda a vida
De um homem, seja só de sofrimentos          
E que seja tão raro os bons momentos,
Que sua mente passará despercebida?

Será lícito que toda a vida
De un homem seja de confinamento,
E que nem mesmo os desenvolvimentos,
Seja algo à vida dele atribuida1

Condenado a viver pelas tabelas,
O Poeta vive entre paralelas :
Descrevendo pois, sua vil razia...

E é lícito que ele sofra mais ainda,
Numa vida atormentada que não finda,
Pois somente assim haverá poesia!!!

        --- IV ---

A poesia é uma flor
Que nasce nas lamas
Nasce da dor do amor...
Da fome ... das camas...

A poesia vem do desamor...
Das injustiças... das tramas...
Das pressões... das más famas...
Do silêncio de horror!

E o poeta, com um desabafo breve,
No silêncio, encarcerado escreve
Sua vingança da forma que o convém...

E o homem comum jamais aceita,
Que essa vingança depois de feita,
É a essência do mal transformada em bem!
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MAIOS - 20-05-2002 - Nazareno Lima

      


 MAIOS – 20/05/2002

                       Nazareno Lima
                          -I-  
Maio de flores... de tantas lembranças,
De esperanças... e poucos amores:
Entre crianças... entre mil horrores,
As minhas dores me atiram lanças!

Quando se fores entre mil nuanças,
Tais quais as danças de dez mil atores,
Estas pujanças finarão os olores
E as minhas dores farão alianças!

Maio de Deus... de Maria e Cristo!
À cada um que ainda assisto...
Vem-me à lembrança a interrogação:

Ano que vem, tem um outro à vir;
Será que ainda estarei vivo aqui,
Para sofrer nova punição ?

   -II-
O tempo passa lento e uniforme
E com um enorme poder de mudanças
Porém, não dormem as desesperanças
As quais me avançam vis e multiformes!

Desfaz o tempo, a tudo o que é enorme
Mas não desfaz a estas fortes tranças
Que a Natureza sobre mil lambanças
Permite à vida que pra mim se forme!

São estas tranças que tal mil chocalhos,
Me trazem à vida os mil atrapalhos
Que sofro e sofro e sofro sem parar...

E é nesses Maios que tal qual crianças
Ainda sinto algumas esperanças
Dessas horríveis tranças me livrar!


                    - III -
A minha vida é uma longa estrada...
Minha morada é o Universo!
Este excesso de descrença dada
É a caminhada do viver perverso!

No caos imersa e desacreditada
Pela empreitada do povo adverso,
Hoje confesso; minha vida atada
E desviada do socio-progresso!

Sou como um astro que caminha só...
Sou como um rastro que ficou no pó...
À esperar um reconhecimento!

Se ainda luto contra a obscuridade...
Parte de Deus esta caridade...
Pois, reconhece este meu talento!


                 -IV -
Na caminhada deste meu destino,
Só tenho Deus como companheiro
E há muito tempo desde eu menino,
A rejeição  foi meu mal primeiro!

Tendo o infortúnio como espreiteiro...
O conhecimento como um ser divino...
Tornei-me assim... um aventureiro
Contra este mundo que me fez mofino!

Tal o seguidor que jamais recua:
Enfrento a sorte, seja ela crua,
Na ansiedade de ver o amanhã...

E à esperar este amanhã, prossigo
Ora pôr esforço... ora pôr castigo...
Eu continuo nessa espera vã!


                 - V -
Tal sobrevivo do viver espesso...
Vindo do berço das explorações:
Eu reconheço em muitos milhões
Os meus grilhões com o mesmo apreço!

Eu ofereço estas expressões...
Às intenções postas ao avesso:
As ilusões custam alto preço
E é o começo das desilusões!

O homem luta pelo que ele pensa...
Mas há de vir algo que lhe vença,
Neste sistema, sobre o qual, presumo...

Quanto mais luta nesta intenção,
Mais contribui para a exploração
Pois, tudo aqui segue o mesmo rumo!


-VI -
Esta pobreza que nos desatina...
Nesta oficina da desigualdade
É a caridade da missão divina
Para quem domina a sociedade!

Que seja fina a vil ansiedade,
Dessa verdade de quem trouxe a sina:
A equidade da função ferina
Que contamina nossa honestidade!

Esta pobreza que nos conceitua,
Que há tantos tempos sobre nós atua,
Alimentando a poderosa usura...

É inconformável pois, se conformar,
Mas, essas coisas há nos explorar,
É a Dialética da nossa cultura!


                - VII-                        
Quem conviveu na maldita escória
E nessa mesma escória nasceu:
Trouxe consigo o gene de plebeu
E esse gene sempre na memória!

Seja ele crente pois, seja ele ateu,
Pagará a conta natural compulsória:
Será essa conta sua longa história
E essa história o esforço seu!

Carregará a máscara da complacência,
O disfarce e o viver de aparência
São os recursos que à ele encobre...

À luz de tudo que exemplifico:
Não existe pobre que se torne rico
E nem existe rico que se torne pobre!
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sábado, 21 de dezembro de 2013

"A BOCA DO VARADOURO" - Nazareno Lima - 2008




           05 DE SETEMBRO DE 2005

                                                  Nazareno Lima

Sinto tristezas... Sinto ódio... E amar
É algo bom que já não sinto aqui
Pois, na Amazônia e neste Aquiry
A humanidade resolveu queimar!

E a Natureza sem atrapalhar,
Mandou uma sêca tal no Cariri:
Morreram árvores por demais, eu vi
E até mesmo o rio resolveu secar ...

Por que será que os homens reprimidos,
Não possuem tatos, olhos e e sentidos,
Para sentirem estas calamidades?

Eu só lamento perante a Ciência:
Quando estes seres criarem consciência,
A Amazônia já será saudades!

A BOCA DO VARADOURO - 2008 - Nazareno Lima




          ESPAÇO  -  26/05/2002
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                                                  Nazareno Lima

Como é bonito este celeste Espaço,
Seja ele à noite ou ao meio-dia:
O que é feio mesmo é esta mais-valia,
Que nos persegue, atacando à laço !

Ele é Pureza ... Não é fantasia,
Tanto alivia nosso vil cansaço:
É o equilíbrio do mental compasso
Do ser humano que faz poesia !

A tua vasta e grande imensidão
É a energia que faz-me aqui no chão,
Correr atrás de tudo o que é melhora ...

Este contraste que entre nós existe,
É a resultante que me faz ser triste
E excomungar a tudo quanto explora !
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sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

V - VISÃO - RESUMO - 17-02-2004 - Nazareno Lima



V - VISÃO
RESUMO - 17/02/2004
                   Nazareno Lima
 
             - I -
Vi coisas neste país
Que deixou-me estarrecido ...
Tornei-me compadecido ...
Horas julguei-me infeliz
Pela miséria do povo.
Pedindo algo de novo
Para a esperança voltar
E, então eu poder votar
Sem ter que me arrepender
E que o leitor possa me ler
E então depois pedir bis!

Alguém disse no Mercado,
Lendo a minha poesia,
Que só escrevo arizia,
De pensar ultrapassado ...
Mas ... Como posso falar
De algo doce e decente?
Se a pobre da minha gente,
Vive no mundo à chorar ?
O poeta representa
Sua classe social:
Ele fala o que é real:
A verdade, não inventa!


           - II -

Eu vi ...
Um homem politiqueiro!
Um Fernando entregador!
O Apagão apagador,
Um país ameaçado ...
Um Governo disfarçado ...
Julgando-se verdadeiro ...
A fome multiplicada,
Criança sendo explorada
No Cerrado brasileiro!


Eu vi ...
Aquilo que não se faz;
Onde o poder do Serjão
Compreva a reeleição
Por 200 mil Reais ...
Era grande a ambição...
Muitos foram com o Chicão...
Até o meu amigo João
Entrou nesta embarcação
Por julga-la ser de paz !

Eu vi ...
Um político gira-mundo,
Chamando de vagabundo
Quem estava aposentado ...
Banqueiro desconfiado,
Vendo a crise ameaçando ...
O Dólar ir disparando
E o país recorre ao Fundo !

             - III -
Eu vi ...
O logro do Presidente,
A fome matando gente
Em São José da Tapera !
Rugindo como uma fera,
ACM - disse eu pesso,
"Mudem o painel do Congresso
Pra eu ver quem votou em mim !"
Três homens num botequim
Na orla de Diadema,
Tramavam um bom esquema
Para matarem um Prefeito
Que tornou-se incoerente !

Eu vi ...
É pensar pra conferir:
Algo que não sei dizer...
Vi o Governo à vender
O que o país possuía ...
A entrega prosseguia
Sem embaraço e preguiça,
Com o aval da Justiça
E do Congresso espreiteiro.
O Capital estrangeiro
Vinha aqui fazer a festa ...
Onde a Cultura modesta ...
Dava motivos pra rir !

Eu vi ...
Antes que alguém me visse
"Esqueçam tudo que eu disse!"
Declarava o Presidente,
Justificando um presente
Que o seu passado acusava ...
Na verdade, ele estava
À fugir da exigência
Que os opostos lhe faziam ...
Outros então prometiam,
Em consolar a pobreza,
Foi uma bela esperteza,
Pra que o Poder resistisse.

Eu vi ...
Com a maior comoção ...
A feroz espoliação
Do poder do Capital:
O Grande Plano Real
Qual aos outros semelhante!
O que o tornou brilhante
Foi a Globalização!
O Congresso demagogo
Criou um imenso jogo
Junto à Ciência espreiteira,
Falaram de tal maneira,
Burlando a população...
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TANTAS E POUCAS - 08-06-2000 - Nazareno Lima e Evandro Teixeira


    TANTAS  E  POUCAS  -  08/06/2000

              Nazareno Lima e Evandro Teixeira             

Tanta gente que lutou ...
Tanta gente que morreu ...
Tanta gente que perdeu ...
Pouca gente que ganhou ...

Pouca gente que fingiu ...
Tanta gente que chorou ...
Tanta gente que ficou ...
Tanta gente que partiu !

Quanta gente se empenhou
Para mudar os sistemas ...
Lutas que causaram penas
E de nada adiantou!

Nas Américas, nas Europas ...
Vi surgir tantos fracassos ...
Vi o som de tantos passos ...
Vi o fel de tantas copas!

Vi o som de tantos tiros ...
O gemer de tantas bocas ...
Vi cabeças quase loucas
E o ar de tantos suspiros !

Vi mulheres entre gritos ...
Crianças desesperadas ...
Vi famílias separadas
Ao som de altos apitos !

Allende, Fidel e Che;
Força mansa e força bruta.
Adiantou tanta luta?
Hoje resta ainda o quê ?

Lênin, Stalin e Trotsky;
Que luta vocês fizeram?
O tempo as desfizeram...
Nada mais existe ali!

Zapata, cadê você ?
Huerta e Pancho Villa?
O México virou tequilla!
Tanta luta para quê ?

Hitler e Mussolini,
Para quê tanto Nazismo?
Foi um desidealismo
Que o mundo não define!

Franco, porquê razão?
Que pensavas, que dizias?
Pôr tantas vis utopias
Baldaste a revolução!

Sandino, qual teu destino?
Que pôr meras cargas d’água,
Inflamou a Nicarágua
E nosso Zé Genoíno!

A mim também inflamastes,
Neste Estado pequenino:
Chico, Eu e Osmarino
Fazendo alguns empates!

Este filme que assisto ...
Estas causas me acende!
Porquê Isabel Allende,
Me fez lembrar tudo isto?
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

MAUS LAMENTOS DE 91 - Nazareno Lima - 1991

     
            - XXVII -
Eu durmo por sob uma grande pilha
De problemas demasiados e absurdos:
Sou tal no Iraque, os povos Curdos,
Que para o mundo inteiro se humilha!
Quero esconder-me: não acho um quiosque,
Sou tal um coelho dentro de um bosque
Sendo perseguido por uma matilha!
Enquanto a traidora morte não vier,
Sinto a revolta que sentiu Voltaire,
Quando estava preso na Bastilha!


     - XXVIII -
Mãe, os meus Irmãos me tiraram fora
Da grande luta em teu benefício;
Talvez porque o meu pobre ofício,
Para cumpri-lo, eu esperava a hora!
Parado, estava pois, me preparando,
Para retornar e continuar lutando:
Exigindo da técnica uma melhora!
Sou tratado hoje como dissidente
E só posso provar que sou consciente,
Citando estes versos para a senhora!

    - XXIX -
Mãe porque o meu Irmão não aprende
Que sou teu verdadeiro defensor?
Trata-me como se eu fosse teu opressor
E meus ideais ele não entende!
Minha composição física é igual
Porém a minha Filosofia principal,
Nenhuma classe compreende!
É isso que hoje a minha mente estuda:
Vejo-me igual a Pablo Neruda
Após a morte de Salvador Allende!

SOLILÓQUIO À MINHA MÃE - Nazareno Lima e Chico Mendes-1982




⦁    IV –

Juntando-se pureza e contaminação,
Estrangula-se a retina dos meus olhos.
Estas coisas juntas são meus antolhos;
A cor verde-escuro com a cor do carvão!

Verde – Ó meu verde-escuro !
Não se acabe ... não vá embora!
Lutarei pôr ti até a última hora
Pois tu és a razão do nosso futuro!

Verde abençoado, da minha Mãe a cor
Que desafia o espaço buscando a luz...
Hoje ameaçado pelo ferro duma cruz
E pela mão humana que não tem amor!

Verde – de onde viestes tu ? Assim ...
Tão bom tal qual meus pais!
Queria eu não saber para onde tu vais
Porém, vejo o começo de teu fim!

Ó mãos humanas – Tentáculos de pedras
Que apertam a aceleração dos motores:
Matando vidas vegetais aos horrores
E não se cansam de ouvirem as quedas!

As vozes tristes ... As que ordenam
A ação de destruir de formas pretextas.
A bulimia maldita de todas as bestas
Pairam nestes seres que o natural condenam!

Queria, com meu pobre raciocínio ...
Que, de olhar, meu ego se consome:
Saber a vil razão desta atra fome
Destes ambiciosos do extermínio!

Responde-me ó Deus, porque tanto come
Esta sociedade devastadeira?
Ainda que destruas a floresta inteira,
A floresta inteira não lhes mata a fome!

Ruirás também tu, ó homem que devasta.
Um dia ... quando deixares de comer,
Aí então ó homem, poderás entender,
O erro humano desta tua fome nefasta!
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quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

IV VISÃO - 2003 - Nazareno Lima





    05 de Setembro de 2003
    ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Grande tristeza me chegou agora
Pois, a melhora foi pura ilusão ...
A euforia do meu coração,
Foi utopia e já não mais vigora !

Tanta fumaça da floresta à fora ...
Fosse mentira pois, será traição ?
Ou talvez, quem sabe? Foi desatenção
Dos companheiros por multi-labora !

Tal a paisagem dos anos 80,
A minha classe deve estar atenta:
Eu só espero que ela então não finjas ...

Devo voltar aos meus antigos brados:
O genocídio dos anos passados
Ressuscitou de suas próprias cinzas !!!
          ************


     Os Anos Passados  -  25/11/2003
      ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Que me desculpem os anos passados
Que me ajudaram tanto a aprender...
Obrigando-me pois, a entender ...
As clarividências dos desesperados!

Que me desculpem os anos passados
Pela triste literatura do maldizer:
Quando só a injustiça vinha atender
A necessidade de nós, explorados!

Que me desculpem os anos passados
Por serem tanto bem interpretados
Por todas as bocas que mentiram ...

Mesmo ofuscado pelas minhas dores ...
Não consegui observar as flores
Que estes anos todos produziram !
          **********

         Oblação à 2003  -  31/12/2003
          ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
2003, velho companheiro ...
Aventureiro, que me trouxe fé.
Fostes até, o bom pioneiro
Do paradeiro que me deu Axé !

O Carpinteiro Jesus de Nazareth,
E seu oboé de brado tão ordeiro ...
De som obreiro talvez mais que Sumé,
Te mandou dar ré no tempo trapaceiro!

Talvez mais agressivos que é Ogum,
Foram estes anos, desde 91 ...
Pondo fim nas minhas pobres energias ...

E tu, mais santo que João Paulo II,
Vieste me alegrar neste sub-mundo,
Quando restava-me as últimas agonias!
                   ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

SAUDAÇÃO A 2004 - 29/01/2004

2004, fizeste bem em vir ...
Que sejas justo, produtivo e santo !
Que me permitas todo este encanto
Que é a minha mente poder produzir !

Até agora, tal quanto um faquir,
Vivi à experimentar, portanto
A triste vida dos que sofrem tanto
Transformando-a nesta arte aqui !

Mas, a tristeza me atacou de novo
Pois, se não fosse este triste povo ...
Talvez quem sabe? Eu fizesse nada !...

Será possível que um pensador,
Tem que viver à perseguir a dor
Para viver da profissão alada ?
..................................................

TUDO DE MIM - 2000 - Nazareno Lima






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       TUDO  DE  MIM - 2000   

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                            Nazareno Lima 

       ECUMENISMO  IDEOLÓGICO  -  1998

Eu durmo cedo para acordar tarde
Porque me arde um tal sincretismo:
O Socialismo no Capitalismo,
É um cinismo que me causa alarde!

Como é covarde esse Sectarismo,
Cujo niilismo faz Proselitista,
A sociedade que é Continuísta
E ativista do Paternalismo!

O crescimento da anti-mais-valia.
Que à Burguesia fortalece ainda:
E a Plutocracia que jamais se finda,
Perfeita e linda fica à cada dia !!!

Assim é que se forma uma sub raça.
Que tem a graça da idiossincrasia.
Que avalia e também calunia
A prole fria que fica devassa!
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
          
05    DE SETEMBRO  DE 99

Fim do milênio com pouca fumaça:
Coisa que antes não se imaginava
Pois, ano a ano se multiplicava
Essa terrível e abrasal desgraça!

E nesse 05 de Setembro estava
Uma forjada e social trapaça,
Pois de tristezas se vivia a graça
Do desespero de quem se queimava!

Mas, a vitória dos trabalhadores
Que a tantas mentes provocou horrores,
Trouxe o alívio desses vitimados...

Que d’oravante vá diminuindo
O genocídio que foi sucumbindo
Esse ambiente nos anos passados!
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
          
    FLOR  DE  LIS   -   28/09/99

Me apareceste como a flor de lis,
Que orvalhada enfeita e perfuma:
Rara beleza que sempre acostuma,
Ao homem pobre que quer ser feliz!

Sensível e leve igual a espuma,
Foi esta pluma que eu sempre quis:
De professor tornei-me aprendiz,
Da tua força que ao espírito exuma!

Eu te agradeço pôr me aparecer:
Mesmo que um dia me faças sofrer,
Nestes caminhos de uma só descida...

Futuramente, quando eu for passado,
Lembrai ao menos de ter me ajudado,
A escrever esta pré despedida!!!
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

     REALIDADES   -    01/10/99

Talvez, quem sabe? A felicidade,
Que eu admito nunca ter sentido:
O que acontece, na realidade,
É que estou passando pôr despercebido!

Hoje a saúde e a faculdade
Do Conhecimento que tem me assistido...
Fez a tristeza me deixar saudade
E a exploração ser algo perdido!

Talvez não tenha dentre a humanidade,
Um momento de mais felicidade
E um prazer pôr demais profundo:

Ter resistência de poder andar
E consciência para analisar
A Natureza que criou o mundo!!!
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

FATALIDADES - 2009 - Nazareno Lima








SEM AMOR – 15/12/2009

                     Nazareno Lima

Sou feliz sem ter amor:
Dou graças a Deus por isso!
Evitando um compromisso
E fugindo dessa dor!

Alguém me jurou amor:
Era mentira o feitiço,
Procurei esquecer isso:
Esse engano, esse louvor!

Sentei-me em muitos bares...
Olhei em muitos olhares...
Alguns deles a chorar...

Até hoje caminhando...
Mulheres me confessando...
Mas ninguém tentou me amar!
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

A IGNORÂNCIA – 16/12/2009
               Nazareno Lima

Tal como é feia a ganância
Voraz do Capitalismo:
É tristíssimo o Comodismo
E do povo a Ignorância!

Desta dor, a militância
Que me manda a um abismo:
Transpõe o meu pacifismo
E me leva à relevância!

Lutei com fé... Com paixão,
Contra a grande multidão
Portadora deste mal...

Mas foi inútil, porém
A cultura que ela tem
É viver nesta penal!
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨


quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

FATALIDADES - 2009 - Nazareno Lima

       AMORES – 23/08/2009

                                           Nazareno Lima

O que restou dos amores que passaram?
Após abalarem mentes poderosas...
Compararam-se a orquídeas e rosas
E em lembranças todos acabaram!

O que restou das paixões que provocaram
Transformações em almas amorosas?
Fundamentaram expressões saudosas
E em mágoas, em fim se transformaram!

Paixões e amores são momentâneos:
Especialmente instantâneos,
Qual a tudo que a Natureza cria...

E assim como as paixões e os amores,
Eu, juntamente as minhas dores,
Também terei que me acabar um dia!





TRISTEZAS... – I – 30/10/2009
                Nazareno Lima

Aprofundado em pensamentos vagos,
Nestes espaços de indecisões;
Raciocinando falsas emoções...
Igual a música de nome “Mil Tragos”!

Talvez marcado pelos desagrados
De vários seres de pensar malsão
E anos seguidos sofrendo traição...
Resulta-me hoje em tantos estragos!

O vazio que hoje invade o meu ser...
E a forma dificultosa de vencer...
Atordoa-me encontrar a saída...

Mas, a tristeza que me oprime tanto,
Ainda produz este pobre encanto,
Que é estes versos que diverte a vida!
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

FATALIDADES - 2009 - Nazareno Lima



          VOCÊ - 10/07/2009
                  Nazareno Lima    
           
                        
Eu amo tanto te encontrar feliz,
Neste espaço de tantas maldades...
O teu sorriso de felicidades
Faz-me lembrar aquela Flor de Liz!

Mesmo falando de problemas vis                  
Ou de um passado que deixou saudades...
São populares suas idoneidades
Que alguém critica sem saber o que diz!

A raridade desse teu olhar
E a meiguice desse teu falar...
Traz-me a mente um pensar profundo...

Quando passares por tristes momentos,
Lembre diante destes sofrimentos
Que fez um homem ser feliz no mundo!
            ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨





        
     AMIGO RAIMUNDO – 24/07/2009
                      Nazareno Lima


Meu companheiro faça o que fizeres:
A exploração capitalista é o nosso fim!
A descriminação acontece assim...
Não como eu quero e nem como tu queres!

Este vil sentimento que hoje te feres,
É aquele mesmo que também fere a mim:
O peso da idade, que é por demais ruim
E a injusta exploração das mulheres!

E assim... Passando dias ociosos,
Caminham lentamente os idosos
Incomodando aqueles incomodados...

E... Contando a cada dia suas histórias,
Revive suas conquistadas vitórias,
Relembrando os bons momentos passados!

FATALIDADES - 2009 - Nazareno Lima





       

           SURPRESA

                            12 de Junho de 2009 
                          Nazareno Lima

Surpreendido, pela madrugada...
Ruas desertas... Caindo neblina...
À passos lentos ... Como quem ensina...
Eu caminhava num sonho de fada!

O vento frio, à cada lufada ...
Desaquecia-me em vez repentina:
Me acompanhava uma pobre menina,
Me disfarçando da vida passada !

Entre conversas... a menina Gil,
Lembrava-me os 10 bilhões do Brasil,
Enquanto esquecia-me de lhe amar...

Tal qual o sonho de uma criança...
Guardo essa cena na minha lembrança
Que se passou em Senador Guiomard!
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

DECLÍNIO - 17-08-2001 - Nazareno Lima


      D E C L Í N I O  - 17/08/2001

                                            Nazareno Lima


                    - I -
Tal como d’antes, em 70, eu via ...
Minha ruína em um sol morrendo:
Sinto a velhice, hoje me abatendo,
Na mais completa e pura covardia!

Sinto a memória ir... enfraquecendo,
A versatilidade aos poucos se esvazia,
Já não possuo a mesma energia
Que me ajudou a viver aprendendo!

Nada me anima mesmo que me esforce,
Pois, isto tudo me chegou precoce,
Para extinguir o meu objetivo ...

Não é a Fome e nem a Depressão:
O que acaba a minha vibração
É o Contraste Social que vivo !!!

                   -II-
                         
É de chorar ... É de fugir da raia ...
É de cegar ... É de perder a calma.
É de odiar ... É de morrer de trauma ...
Compartilhar dessa eterna laia!

O erudito, que daqui não saia ...
Onde o grosseiro é que recebe palma!
Somente o rico pode aqui,  ter alma
E a justiça ao justo pobre vaia!

Ninguém aprende, ninguém quer ensinar...
Ninguém produz e só pensam em ganhar...
E forma um povo pôr demais teimoso ...

O fanatismo voraz da ganância ...
A hereditariedade da ignorância ...
Formam assim o círculo vicioso !

⦁    III –

Mas isso tudo que ainda ufano,
Progride dentre esses apedeutistas
É uma herança dos Capitalistas,
Os quais agora chamam de engano!

Somado a vida de extrativistas,
Mais os costumes Aruaque e Pano,
Fez esse povo vir à cada ano,
Ser mais adepto dos Paternalistas!

Daí a fome de receber feito ...
Alguém terá que sempre dar um jeito ...
Em resolver sua situação ...

Pergunto agora  sem descriminar:
Quando esse povo vai se libertar
E competir na Globalização ?

              - IV -

De tudo isto que tenho falado,
Sinto tristezas... Sinto pena... Enfim,
Eu não queria falar disto assim ...
Com esse termo vil e debochado!

Eu preferia até ficar calado ...
Do que falar de quem assiste a mim.
À produzir este vil boletim,
Era melhor eu não ter poetado!

Foi assim que acostumei demais:
A só ver erros que o outro faz
E agir contra o que eu acho errado ...

Mas, quem sabe, um dia quando o inverso vir,
Não tendo história do que houve aqui ...
Meus versos falem sobre o mal passado ?

⦁    V –

Se perguntarem pôr que não parei ...
Digam que o tino não me fez parar:
Nasci de forma rude e elementar
E frente ao erro, eu calar não sei !

É esta a Cruz que sempre carreguei :
Gritar contra aquele que vive a errar!
É assim que tento na vida acertar,
Apesar de dizerem que eu sempre errei !

O erro de poucos, faz muitos sofrer ...
E muitos que sofrem, sofrem sem saber
Que esse fenômeno faz o mundo pior ...

Pôr isso é que o tino não me faz parar :
Se o homem procurasse sempre acertar,
Teríamos um mundo cada vez melhor !
    ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨