quarta-feira, 25 de junho de 2014

AVENTUREIROS - Agnaldo Timóteo



AVENTUREIROS - Agnaldo Timóteo


Existem milhões de aventureiros

Que não se identificam com ninguém

Que buscam aventuras pasageiras

Na esperança de encontrar alguém.

Pagando o amor a qualquer preço

Pagando para se sentir feliz

Mas guardando sempre a esperança

De não viver a vida inteira assim.

Esses milhões de aventureiros sabem

Que todos esses romances são falsos

Que após momentos de felicidades

A frustação volta a ser realidade

E a tortura infinita recomeça

Correndo atrás de uma nova ilusão

Aventureiros como eu são tantos

Todos marcados pela dor da solidão!

terça-feira, 24 de junho de 2014

EU e Outras Poesias - Augusto dos Anjos - 1912

A ÚLTIMA VISIO  -  Augusto dos Anjos


Quando o homem resgatado da cegueira

Vir Deus num simples grão de argila errante,

Terá nascido nesse mesmo instante

A Mineralogia derradeira!

A Impérvia escuridão obnubilante

Há de cessar! Em sua glória inteira

Deus resplandecerá dentro da poeira

Como um gasofiláceo de diamante!

Nessa última visão já subterrânea,

Um movimento universal de insânia,

Arrancará da insciência o homem precito...

A Verdade virá das pedras mortas

E o homem compreenderá todas as portas

Que ele ainda tem de abrir para o infinito!

domingo, 22 de junho de 2014

Do Livro "A BOCA DO VARADOURO"-2008 - Prof. Nazareno Lima



V A Z I O S - 23/04/2000

Estes vazios que me desconcertam,

Neste ambiente de desigualdades,

São tais pobrezas e incapacidades,

Que dia-a-dia mais e mais se acertam!

Estes vazios que tanto me apertam,

E me privaran das felicidades,

São tais as fomes nas grandes cidades,

Que diminuem, mas não se concertam!

Estes vazios que me esvaziaram,

Lutaram muito porém, não secaram

A minha fonte de sabedoria...

Igual Van Gogh pintou pra o futuro:

Escrevo hoje este verso obscuro,

Para estes vagos se encherem um dia!

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

sábado, 21 de junho de 2014

RESGATE - Abril de 2014 - Nazareno Lima

Resgate - Abril de 2014

Depois de tempos desesperadores

Onde mil flores murcharam pra mim;

Quando eu pensava que era a vez do fim,

Arrebatou-me a lei dos amores!

Aquelas cores, sem brilhar pra mim,

E o ar assim... reproduzindo dores,

Tantos olores, sem olor, emfim...

Até choravam meus computadores!

E a Razão de tudo quanto pensa,

Com uma força por demais imensa

Me redimiu das transgressões mundanas.

E aqueles todos que me persaguiam

E aquelas todas que só me traíam,

Fizeram vir-me o maior dos nirvanas!

terça-feira, 10 de junho de 2014



O Acre Estado - Prof. Nazareno Lima

No dia 15 de Junho de 1962, o Território Federal do Acre passa a ser Estado e o mais novo da Republica Brasileira.

Esse Projeto, que começou em 1910, durou 52 anos para ser concluído e que teve como responsavel, segundo os modernos Historiadores e Politicos do Acre, o Major José Guiomard dos Santos.

Mas hoje se sabe que não foi bem assim, existe algo bem mais forte e significativo por trás, da elevação do Acre a Estado.

Depois do assassinato covarde do Coronel Plácido de Castro em Agosto de 1908 no Seringal Bemfica pela Falange Alexandrinista, o Acre Federal como era conhecido, passou a ser controlado e dominado por esta maldita Falange, a qual gerou-se em consequencia da usura e ambição nas indenizações que os governos brasileiro e boliviano se prontificaram a pagar àqueles que sofreram prejuizos com a Revolução Acreana, mas que dela não fizeram parte.

Essa Falange que tornou-se gigantesca e cujos primeiros chefes eram:

Dr. Gentil Tristão Norberto, Cel. Simplício Costa, Cel. Alexandrino José da Silva, Cel. Antonio Antunes de Allencar, Dr. Emílio Falcão, Dr. Carlos Vasconcellos, Newtel Maia, Major João Câncio Fernandes, além de muitos outros, isto até 1932.

Durante a Ditadura Vargas, o Alexandrinismo tornou-se um tanto

oculto porém, não deixou de existir.

Com o fim da Ditadura Vargas em 1945, o Alexandrinismo muito pouco se mexia pois, o gaucho Getulio havia mandado para o Acre um outro gaucho que era contra o coronelismo da Falange Alexandrinista: esse gaucho chamava-se Oscar Passos.

Com a eleição de Jânio Quadros no dia 03 de Outubro de 1960 e depois com a renuncia deste, subiu ao poder no dia 7 de Setembro de 1961, o Socialista assumido do PTB e Vice de Jânio, João Goulart e muito amigo do Prof. Historiador e Geógrafo José Augusto de Araújo que era Deputado Federal do PTB e futuro candidato a Governador do Território Federal do Acre.

Em 1962, o Dep. Federal José Augusto de Araújo pediu ao Presidente Jango para apoiá-lo no Projeto da elevação do Território do Acre a Estado e este o indagou se havia algum projeto a este respeito na Camara ou no Senado. José Augusto respondeu que havia o Projeto do Senador José Guiomard dos Santos, no Senado Federal. O Presidente Jango então marcou para o dia 15 de Junho, justamente de 1962 e sancionou a Lei 4070, que levaria o Teritório do Acre a Estado, acabando assim com 52 anos de luta sem sucesso.

João Belchior Marques Goulart - o Jango - nasceu em S.Borja RS em 1919, filho do rico estanceiro gaucho Vicente Goulart, amigo intimo de Getulio Vargas. Jango ainda jovem fez o curso de Direito em P. Alegre, quando o pai faleceu em 1943, Jango como o filho mais velho herdou a fortuna do pai e também a amizade com Getúlio que o chamou para o PTB, onde Jango logo chegou a Presidencia Estadual e em seguida Nacional. Com a eleição de Getúlio em 1950 para a Presidencia da Republica, Jango ternou-se Ministro do Trabalho de Vargas e com isso ternou-se um dos políticos mais populares do pais, tanto é que tirou mais votos que o Presidente JK na eleição de 1956 e em 1960 derrotou o vice de Janio Quadros.

José Augusto de Araújo, era um intelectual nascido em Feijó-AC em 1º de Janeiro de 1930, ainda na década de 1940 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde cursou Geografia e História na antiga Universidade do Estado da Guanabara. Na luta estudantil da Universidade adquiriu a simpatia dos socialistas e comunistas do Rio inclusive do Vice-Presidente Jango que era Comunista Assumido assim como também o Prof. José Augusto.

Em 1958, José Augusto foi eleito Suplente de Dep. Federal do PTB pelo Território do Acre com 1.524 votos e nas eleições de 1960 assumiu a cadeira.

Em outras palavras, o verdadeiro responsável pela eleveção do Território do Acre a Estado não foi o grande Major José Guiomard dos Santos e nem tampouco os Projetos que duramte anos se amarelavam nas gavetas do Senado Federal desde o Rio de Janeiro até Brasília. O verdadeiro responsável pela elevação do Acre a Estado foi uma amizade sincera entre dois Comunistas: o gaucho Jango e o Prof. Zé Augusto do Acre.



Gov. José Augusto de Araújo

em 1º de Março de 1963

 





Pres. Jango em 1963

 

 

 

 



 

 

 

 

 

quinta-feira, 22 de maio de 2014

TRISTEZAS... – I – 30/10/2009
Nazareno Lima

Aprofundado em pensamentos vagos,
Nestes espaços de indecisões;
Raciocinando falsas emoções...
Igual a música de nome "Mil Tragos"!

Talvez marcado pelos desagrados
De vários seres de pensar malsão
E anos seguidos sofrendo traição...
Resulta-me hoje em tantos estragos!

O vazio que hoje invade o meu ser...
E a forma dificultosa de vencer...
Atordoa-me encontrar a saída...

Mas, a tristeza que me oprime tanto,
Ainda produz este pobre encanto,
Que é estes versos que diverte a vida!
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

quarta-feira, 21 de maio de 2014

A IGNORANCIA - 16-12-2009 - Nazareno Lima

A IGNORÂNCIA – 16/12/2009
Nazareno Lima
Tal como é feia a ganância
Voraz do Capitalismo:
É tristíssimo o Comodismo
E do povo a Ignorância!
Desta dor, a militância
Que me manda a um abismo:
Transpõe o meu pacifismo
E me leva à relevância!
Lutei com fé... Com paixão,
Contra a grande multidão
Portadora deste mal...
Mas foi inútil, porém
A cultura que ela tem
É viver nesta penal!
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
 
 
 

domingo, 18 de maio de 2014

BIOGRAFIA DO PROF. NAZARENO LIMA

BIOGRAFIA DO PROF. NAZARENO LIMA    

Prof. Nazareno Lima em 5-7-2015.


NAZARENO DE OLIVEIRA LIMA, nasceu em 25 de Novembro de 1955
no seringal Guanabara, antiga Villa Avelino Chaves, no alto rio Yáco, município
de Sena Madureira, Território Federal do Acre. Aprendeu as primeiras letras com
a mãe Maria José Lopes, que havia feito a 2ª Série primária em Mecejana, no Estado
do Ceará onde nasceu e foi criada. Começou o trabalho no corte da seringa em 1965,
então com nove anos de idade ajudando o pai. Em 1972 foi para Rio Branco-Acre
com fins de estudar. Fez o MOBRAL em 1973 e em 1974 o Projeto Minerva que
equivalia na época, ao Ensino Fundamental.
Em 1975 voltou ao seringal para o trabalho no corte da seringa pois, era difícil
emprego em Rio Branco.  Em 1976 voltou a Rio Branco, onde fez o 1º Ano
Básico no Colégio CESEME. Em 1977 voltou novamente ao seringal para o
trabalho de seringueiro e em 1978 volta à Rio Branco para fazer o Supletivo do
2º Grau. No dia 8 de Janeiro de 1979 é aprovado no Vestibular de Geografia da
Fundação Universidade Federal do Acre, obtendo o 28º lugar. Em Julho de 1979,
abandona o curso de Geografia e entra para o Seminário da OSM
(Ordem dos Servos de Maria)da Igreja Católica, onde estudou com vários
Teólogos da Igreja, entre eles Clodovis, Leonardo e Lina Boff; Frei Betto,
Bispo D. Moacyr Grecchi, Frei Tomás Trombetti, além de Edilson Martins,
José de Souza Martins, Pedro Martinello e tantos outros. Nessa época conheceu
Chico Mendes e muitos dos sindicalistas que lutavam contra as derrubadas das
florestas do Acre pelos fazendeiros. Engajou-se nas Comunidades Eclesiais de
Base e trabalhava na orientação dos trabalhadores contra as explorações. Largou
o Seminário em 1981 e voltou novamente ao seringal onde produziu 1 tonelada de
borracha para ajudar sua mãe comprar uma casa em Xapuri. Em 1982 voltou a
Rio Branco onde dividia uma casa no Bairro Bahia com Chico Mendes, Lazinho
e Aníbal Diniz, André e Osmarino Amâncio. Em seguida passou a dividir uma casa
com Chico Mendes apenas, no Bairro Preventório e foi nessa época que começou a
escrever com Chico Mendes, "Solilóquio à Minha Mãe", uma das maiores
expressões poéticas de cunho crítico e que jamais foi publicada no Acre.
Fez novamente o Vestibular para o Curso de Geografia da Universidade Federal do Acre
em 1987 com fins de tornar Científica a luta de Chico Mendes, pois segundo o professor,
Chico Mendes e os Trabalhadores do Acre não venciam essa justa batalha por conta do
grande empirismo que havia nos seus ideais. Obteve neste Vestibular de 1987 o 8º lugar,
porém houve uma grande frustração no professor: em 1988, na metade do curso, Chico
Mendes morreu. Segundo ele "Chico Mendes morreu de graça". Morrer de graça, na
linguagem dos seringueiros é não preservar a vida, é não se defender o suficiente,
é se descuidar da vida, é facilitar. Segundo ele, Chico tinha muitas responsabilidades a
cumprir, como esta que tinha com ele, era um projeto que não podia dar errado.
Terminou o Curso de Geografia em 1990, graças a um apoio que recebeu do Prefeito
Adalberto Aragão Silva, o qual era seu amigo particular e também do Prefeito Jorge
Kalume. O Prof. Nazareno sempre dizia nos corredores da UFAC em 1992/93, fazendo
Pós-Graduação em Meio Ambiente que depois da morte do Chico, ele tinha ficado como
que meio atordoado, mas apesar de tudo estava tocando a vida. Foi nesta época que
escreveu "Maus Lamentos de 91" em 1991; "Ecos Amazônicos" em 1992 e "Aqui”,
em 1993. Em 1994, foi aprovado no Concurso Público para o Cargo de Professor Efetivo
de Geografia da Secretaria de Educação do Estado do Acre pois, antes era um simples
funcionário da Prefeitura Municipal de Rio Branco. Em 1995 vendo a dificuldade que os
alunos das Escolas de Rio Branco tinham para absorver os conteúdos da Ciência
Geográfica principalmente a Cartografia, elaborou um projeto de pesquisa sobre as origens
da educação no Acre e a Educação do Seringueiro. Esse trabalho de pesquisa baseado na
Psicologia e Genética que estudou com o Ph e D italiano Tomás Trombetti, depois de
concluído chamou-se: A HEREDITARIEDADE DOS INSTINTOS e foi muito criticado
pelos Professores do Acre. Com isso o Prof. Nazareno deixou de pesquisar sobre Educação,
passando a pesquisar sobre a Geofísica. Ainda em 1995 elaborou o Projeto de Pesquisa
sobre a situação do Rio Acre a qual quando concluída em 1998 afirmava que o mesmo
secaria antes de 2010: em 2005 ele entrou em estado de alerta. Ainda em 1995 elaborou
o Projeto de Pesquisa sobre o Crescimento Vegetativo da Floresta Amazônica.
Esse projeto não foi concluído por falta de recursos, uma vez que dividia-se em várias
etapas, porém a parte relativa a bacia do Rio Acre foi concluída e o Professor com isso,
descobriu o "Dissecamento"(perca de umidade generalizada do solo dentro da floresta
densa). Esse fator segundo ele levaria ao risco de um grande incêndio na floresta do
Acre, o que aconteceu também em 2005. Esse trabalho foi publicado no Jornal O Estado
de São Paulo. No ano 2000 escreveu "TUDO DE MIM-2000", um texto também ligado a
Poesia Crítica. Em 2003, tenha talvez escrito o seu mais alto poema crítico:
"IV VISÃO-2003", o qual chamou a atenção de muitos críticos de Rio Branco.
A partir de 2004 ficou afastado da sala de aula por problemas de saúde e graças a um apoio
do Prof. Sérgio Roberto da UFAC. A partir daí envolveu-se em um projeto, para
recompensar, segundo ele o salário que recebia fora de sala-de-aula: elaborou a
TTT - Teoria da Termodinâmica da Terra -essa teoria tem por fins explicar causas e
formas de vários fenômenos físicos da Terra, como por exemplo os Terremotos que
segundo o Prof. Nazareno, a terra não treme e nem tampouco sofre nenhum abalo
sísmico, o que ocorre é uma negatividade momentânea  do equilíbrio gravitacional.
Ainda segundo o Prof. o Sol não é quente o que é quente é a Terra e o Raio do
relâmpago não desce da Atmosfera e sim sobe da Terra para esta. Essa maluca teoria
como os acreanos consideraram, ainda afirma que o Homem não veio à Terra por
Criação como cita os Evangelhos e nem tampouco por evolução como citou Charles
Darwin, o homem veio à Terra por Meiose ou seja, foi com as condições do meio que
o homem apareceu e em vários lugares da Terra em épocas diferentes porém próximas.
Ainda cita esta Teoria, um meteorito que caiu nos EUA à 65 milhões de anos e que foi
este fato que deu condições à Terra para a existência dos mamíferos, inclusive o Homem.
Com o descrédito dado pelo povo acreano a esta teoria, o Professor abandonou a pesquisa
sobre Geofísica e dedicou-se a partir daí a pesquisar somente sobre a História.
Em 2008, escreveu "ACRE-A HISTÓRIA DA HISTÓRIA-2008",de 350 páginas para
comemorar os 100 anos da morte do Cel. Plácido de Castro e também para que não morra
a História do Seringueiro. Em 2009, juntamente ao Prof. Isaac Ronaltti do TJ-AC
que tornou-se seu amigo e parceiro da Historiografia Acreana montaram o livro "A Boca Do Varadouro", uma coletânea de vários poemas críticos inclusive o "Solilóquio à Minha Mãe",
porém não foi publicado por falta de recursos. Em 2010 começou a escrever "A ÚLTIMA
REVOLUÇÃO DO ACRE" e chegou a 100 páginas, porém foi aconselhado por alguns amigos
seus inclusive o Prof. Isaac Ronaltti do TJ-AC, que os casos são muito recentes e por isso
precisa-se dar mais tempo ao tempo, assim o projeto está em evidencias.
Em 2012, elaborou outro projeto (o último); escrever o livro "NOVOS TEMPOS" em
homenagem a extinta classe dos Seringueiros, principalmente do Acre. A simpatia pela
Historiografia Acreana começou em 1972, quando chegou em Rio Branco-Acre pela
primeira vez e foi habitar na Rua Gabino Besouro, no Bairro Volta Seca. Lá conheceu o
"Seu Vicente Ferreira", grande entusiasta da Revolução Acreana e conheceu
também o "Velho João Roxinho", que tinha trabalhado com o Dr.Genesco de Castro.
Atualmente o Prof. Nazareno tem 58 anos, mora e trabalha no município de Senador
Guiomard, vizinho a Rio Branco no Estado do Acre.
Esta Biografia do Prof. Nazareno se faz presente neste Documentário por conta de ser a
página mais visitada no Site Nazá.Com.br/nazarenolima nos EUA,
Alemanha Malásia e Federação Russa.



quinta-feira, 3 de abril de 2014

A Enchente do Rio Madeira e o Isolamento do Acre - Nazareno Lima - 03-04-2014

O isolamento do Estado do Acre causado pelo alagamento do Rio Madeira e que causou o fechamento temporário da BR-364, é algo muito sério e que traz ao povo e também aos intelectuais acreanos um momento de poderosa reflexão.
Esse fenômeno, que até então todas as bocas disseram ser natural, ele é puramente administrativo.
Esse fenômeno, que envolve mais uma vez o maldito/centenário Rio Madeira, aquele que causou a morte de milhares de nordestinos, caboclos e índios na construção da E.F. M. M. em 1910 e que antes já havia causado inúmeros vexames dos exploradores amazônicos do século XIX, desde Willian Chandless em 1859, Urbano da Encarnação em 1861, A. D. Paiper em 1873 até Pereira Labre em 1888, além de tantos outros, à procura de uma ligação da Amazônia brasileira com a Bolívia evitando assim as cachoeiras do maldito Rio Madeira.
Quando o Presidente Lula projetou a construção das barragens que levaria a instalação das Usinas Hidrelétricas no maldito Rio Madeira no Estado de Rondônia, alertou aos Governos dos Estados do Acre, Amazonas e também de Rondônia, a construção das Hidrovias no próprio Rio Madeira e também no Rio Purus. O Presidente, talvez por ter grande conhecimento da problemática do Acre e seus vizinhos já imaginava que a construção daquelas barragens poderia causar transtornos e esses povos.
Acontece que os governos do Acre, Rondônia e Amazonas, não acreditaram na possibilidade desses transtornos e não se interessaram pelo projeto da construção das hidrovias.
Hoje, com o isolamento do Estado do Acre, a única saída é o transporte fluvial e sem um porto se quer no Rio Purus, no Rio Acre e no Rio Madeira para atracar as poderosas balsas que se arriscam em trazer os suprimentos para os povos do Acre que antes das estradas de rodagens, foi abastecido pelos vapores, tanto na importação de mercadorias como na exportação da borracha por mais de 90 anos.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

NOVO TEMPO - 2014 - Nazareno Lima




   ANDANÇAS – 19/02/2014
              Nazareno Lima


Andei por muitos lugares;
Olhei em muitos olhares,
Vi algo que não se diz ...
É a Razão que me faz crer;
Vi prazeres... Vi sofrer,
Mas não me senti feliz!

Fui descendo... Fui subindo ...
Vi mulheres que, fingindo
Enganavam multidões ...
Pela Fé que me guiava,
Em reflexos, eu me alertava
Pra fugir destes quinhões!

Vi mulheres revoltadas
Por amar sem ser amadas.
Vi Crianças à chorar...
Vi casais desentendidos,
Vi homens sendo traídos
Por não ter amor pra dar!

Vi idosos como Eu,
Lutando mais que Orfeu
Por uma esmola de amor...
Mas nas lutas só perdiam
E a traição que recebiam
Aumentava a sua dor!

Vi crianças rejeitadas,
Suas mães desesperadas,
Na idade prematura ...
Por não ter algo de novo,
A revolta desse povo
Já virando uma cultura!

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

AQUI - 1993 - Nazareno Lima

                 - II -
Herdei-te pois, esta triste cinda:
Meu fraco corpo sob ti, habita
Mas, minha alma tristemente aflita
S'tá na floresta habitando ainda !

Este teu castigo, enquanto não abranda
E nem o meu nome a tua boca chama:
Meu magro corpo por justiças clama
E minh'alma triste entre vales anda!

Enquanto errada, contra mim se vingas:
Meu corpo frágil por tuas praças vaga
E minh'alma alva enquanto não se apaga
Vive nas matas à cortar seringas !

Enquanto trair-me-á por anos vindouros,
Meu corpo trilha por teus sujos becos
E minh'alma odiando estes matos secos,
Anda tristonha pelos varadouros !

Enquanto me exploras à cada vez mais,
Com tamanha mágoa, a qual me consome:
Meu pobre corpo vive à passar fome
E minh'alma vaga pelos tabocais !

Enquanto negares os direitos meus
Com estas tuas leis ultra-corrompidas:
Meu corpo anda à mendigar comidas
E minh'alma vive à se lembrar de Deus !


segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

MAIOS - 20-05-2002 - Nazareno Lima


-VI -
Esta pobreza que nos desatina...
Nesta oficina da desigualdade
É a caridade da missão divina
Para quem domina a sociedade!

Que seja fina a vil ansiedade,
Dessa verdade de quem trouxe a sina:
A equidade da função ferina
Que contamina nossa honestidade!

Esta pobreza que nos conceitua,
Que há tantos tempos sobre nós atua,
Alimentando a poderosa usura...

É inconformável pois, se conformar,
Mas, essas cousas há nos explorar,
É a Dialética da nossa cultura!

A BOCA DO VARADOURO -2008 - Nazareno Lima - Org. Prof. Isaac Ronaltti





    05 de Setembro de 2003
    ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Grande tristeza me chegou agora
Pois, a melhora foi pura ilusão ...
A euforia do meu coração,
Foi utopia e já não mais vigora !

Tanta fumaça da floresta à fora ...
Fosse mentira pois, será traição ?
Ou talvez, quem sabe? Foi desatenção
Dos companheiros por multi - labora !

Tal a paisagem dos anos 80,
A minha classe deve estar atenta:
Eu só espero que ela então não finjas ...

Devo voltar aos meus antigos brados:
O genocídio dos anos passados
Ressuscitou de suas próprias cinzas !!!
          ************


     Os Anos Passados  -  25/11/2003
      ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Que me desculpem os anos passados
Que me ajudaram tanto a aprender...
Obrigando-me pois, a entender ...
As clarividências dos desesperados!

Que me desculpem os anos passados
Pela triste literatura do maldizer:
Quando só a injustiça vinha atender
A necessidade de nós, explorados!

Que me desculpem os anos passados
Por serem tanto bem interpretados
Por todas as bocas que mentiram ...

Mesmo ofuscado pelas minhas dores ...
Não consegui observar as flores
Que estes anos todos produziram !
          **********

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

NOVO TEMPO - Nazareno Lima - 2014


         A Sombra - 18/01/2014
         Para Franciete V. Silva
                 Nazareno Lima

Como uma Sombra eu te conhecia
Não percebia e nem podia crer
Que um certo dia, sem eu perceber
Me dominasse, por Telepatia!

Meu ser inerme, não se defendia
Só atraía um vil padecer:
Meu magro corpo a se estremecer
Convalescia da Hipotermia!

Mas essa Sombra que fingia Mau
Criava um efeito colateral,
Preparando minhas idoneidades ...

Amando enfim a essa Sombra-mulher,
Ganhei forças, coragem, paz e fé
E a mais completa das felicidades!
      ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

SOLILÓQUIO Á MINHA MÃE - Nazareno Lima e Chico Mendes - 1982









⦁    VI –

Ao ver a orfandade futura, meu tino
Sofre um terrível susto ...
Tal aquele que sofreu Augusto
Quando escrevia “As Cismas do Destino”.

Tua derrota, ó Mãe, é tudo aquilo...
Onde não há forças que à abrande...
Te vejo como Alexandre, o grande
Tentando descobrir as nascentes do Nilo!

O seringueiro entrou em extinção ...
A seringueira também entrou:
Foi o capitalismo quem obrigou,
Esta destruição de irmão sobre irmão!

Tal o seringueiro amava o látex forte,
O sulista no Acre ama a grilagem
E tal qual a hévea odeia a friagem;
Tu foges sem poder, do poder da morte!

Quando as chuvas de Janeiro te encharcam,
Do teu duvidoso futuro não me lembro
E as flores das héveas no mes de Setembro,
São as poucas cousas que ainda me marcam!

Ó Mãe! Tal qual causa pena um aborto,
O teu genocídio causa pena ...
Essa gente te olha tal como a hiena,
Ao aproximar-se de um animal morto!

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014


        REI DO DESCONFORTO      
                             Nazareno Lima
Há  algo no mundo que não acredito:
É na grande miséria que estou passando!            
Pôr isso mesmo eu vivo estudando,
Este mau tempo, pôr demais desdito!

Enquanto eu vivo, pôr demais aflito
E os homens me vão multidescriminando,
A Natureza vai fenomenalizando,
A minha alma para ser um mito!

E nesta luta de injustiça e guerra,
Sou desvalido nesta tosca terra
E o que ainda peço é que ela me perdoe...

Mas... Ainda serei Rei neste desconforto,
Mesmo que seja depois de morto,
Tal Inês de Castro depois de morta, foi!
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

                    VISÃO  -  II
                                      Nazareno Lima
Trocando olhares com a Natureza
E, vendo a beleza que ao homem fez:
Eu percebia a minha mesquinhez,
Diante daquela divinal grandeza!

Eu perguntei com grande estranheza,
A todas as energias que Deus perfez:
Pôr que o homem com sua hediondez,
Ataca aquela que lhe deu firmeza?

Eu vi, exatamente nesta ocasião,
A humanidade indo para a extinção
E dizendo-se a espécie que não erra...

E foi nesta infeliz introspecção
Que descobri a precoce finalização,
Da Espécie Humana pela própria Terra!
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

             IDEALIZAÇÕES
                             Nazareno Lima
Pôr um desespero hediondo, perseguido ...
Pôr um descrédito social, crucificado ...
De uma luta sem resultado, cansado:
Vivo um momento sem ter sentido!

Para tudo isto pois, não fui nascido:
Eu tenho um ideal obcecado ...
Pôr que o mundo me considera errado,
Se é do mundo o que tenho aprendido?

Sei que não nasci para tudo isso:
Eu tenho neste mundo um compromisso
E está claro na minha raridade!

Hoje sem ter qualquer espaço aberto
Vejo que o próprio mundo me faz incerto,
Causando ao homem a inutilidade!
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quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

SONHOS - 01-2001 - Nazareno Lima




S O N H O S  -  01/2001

              Nazareno Lima


Pôr minha pobre cabeça,
Passaram muitas ideias,       
Passaram muitos projetos...
Mas estes tristes aspectos,
Se fizeram cefaleias !

Pelos meus pobres juízos,
Passaram tantos estados...
Jamais foram registrados,
Se fizeram em prejuízos!

Pôr meus tristes sentimentos,
Já rolaram absurdos,
Que ficaram vãos e mudos,
Pairando no esquecimento!

Em tais imaginações...
Viajei pôr mil caminhos...
Tive sonhos tão mesquinhos
Que nem causou-me emoções!

Sonhei... Sonhei! Só mentiras.
Tantas que... Nem mesmo falo!
Pôr isto mesmo me calo,
Quando escrevo as minhas liras!

Já pensei em ter infarte ...
Até no Nobel, pensei,
Com a Ciência sonhei,
Desejando fazer arte!

Sonhei que era escritor ...
Pensei que era poeta ...
Já pensei em ser asceta,
Para a Deus fazer louvor!

Já pensei em ser mendigo,
Talvez é isto que eu seja!
Pensei viver numa igreja,
Para acabar meu castigo!

Pensei em morar sozinho,
Pra nem ouvir nem dizer,
Pensei em voltar a ser,
Um seringueiro mesquinho!

Mas, seringueiro inexiste,
Nesta  zona tropical.
Parar de receber mau,
É um sonho... Não existe!

Pensei fazer palhaçadas,
Pra divertir os tristonhos:
Dei graças a Deus ser sonhos,
Pra não fingir com piadas!

Pensei em amar alguém,
Casar e ser pai um dia;
Talvez me desse alegria,
Foi outro sonho também!

Pensei em viver folgado,
Quando a velhice chegasse!
Foi engano esse impasse,
Não tem folga o explorado!

Um filósofo, pensei ser,
Para saber a razão!
Pensei na religião,
Que faz deixar de sofrer!

Pensei em ser Comunista,
Pra combater a pobreza!
Pra ajudar a Natureza,
Quis ser ambientalista!

Pensei em ser professor,
Pra ensinar quem não sabia
Mas vi que a maioria
Prefere ser estupor!

Pensei em ser viajante,
Para não ter endereço,
Nem pagar o alto preço,
Pela vida de infante!

Pensei em ser pobretão,
Mas pobretão, eu já sou!
Sem saber para onde vou,
De onde vim penso então!

Assim eu vivo vivendo,
De mesquinhas ilusões ...
Sem delas ter atenções ...
A esperança vou perdendo!!!
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O MUNDO - 19-05-2000 - Nazareno Lima



  

   O MUNDO   -   19/05/2000

É triste demais este observatório,
Onde tem apenas um observador,
Donde eu piso, ao infinito criador:
Visualizo um grande purgatório!

Caço com a vista, um acessório
Que seja, neste espaço, construtor:
Minha mente com ar desesperador,
Ver apenas um conjunto moratório!

Habitando um espaço de miasmas,
Vejo a vagar um ror de fantasmas,
Esperando um futuro que é tão pouco...

Desesperado de achar o que almejo,
Nem posso mostrar aquilo que vejo,
Pois, todos acreditam que sou louco!
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AFLIÇÃO -01-05-2000 - Nazareno Lima



    



         A F L I Ç Ã O   -   01/05/2000


É muito triste caminhar sozinho,
Neste caminho da dificuldade.
A sociedade do saber mesquinho ...
Causa definho e intransmissibilidade!

É muito triste caminhar sozinho,
Se até o vizinho prega a improbidade
E a cara-metade se é de ser alinho,
Torna-se espinho pôr tenacidade!

Esta estrutura da sociedade ...
E do ensino a inviabilidade ...
Fizeram de mim um triste refém ...

Rogo que a santa Globalização,
Que é o fiscal do saber malsão,
Logo me ajude a ensinar alguém!
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UM ESTOICISTA - 08-12-2000 - Nazareno Lima




⦁    III –

Há muitos que amam ...
Outros são amados!
Há muitos que tramam...
Outros são tramados!

Há gentes que trai ...
Há gentes que é traída!
Há gentes que sai...
Há gentes que é a saída!

Há muitos que roubam...
Outros são roubados!
Há uns que esnobam...
Há outros esnobados!

Há uns que pensam...
Outros são pensados!
Há uns que avançam,
Outros avançados!

Há gente sofredora...
Outras são sofridas!
Há gente exploradora...
Outras oprimidas!

Há muitos que passam...
Outros são passados!
Há muitos que amam
E nunca foram amados!!!
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TUDO DE MIM - 2000 - Nazareno Lima











        O  CHORO   -   05/12/2000

                    Para Jane Rafaella Pinto

Como é difícil ver alguém chorando,
Se lastimando de tantos fracassos,
Não aceitando seus poucos espaços
E o que eu faço é ficar olhando ...

Quem estará pois, lhe encurralando
Neste comando de ocultos passos?
Fico pensando nos seus pobres braços
Que só abraça quem vai lhe explorando!

Mulher! Porquê será que te perseguem tanto?
E tua defesa é este forte pranto,
Que me comove sem que eu possa agir ...

Mas, o meu consolo é que futuramente,
Tu hás de vencer toda esta gente,
Pela humildade que herdaste aqui !
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quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

MAUS LAMENTOS DE 91 - 1991 - Nazareno Lima


              -XLIV -

Mãe, minha vida hoje é uma insônia,
Ante as injustiças e violências!
De tanto implorar por meras clemências
Vivo padecendo de grande afonia!
Talvez quem sabe, Por eu ser do Acre...
Depois destes 20 anos de massacre,
Minha vida é uma vil acrimônia:
O meu viver já é tão obsceno
Que nem sei porque me chamam Nazareno
E nem porque te chamam de Amazônia!
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    - LVI -
Deste meu triste eco, o impulso,
Vem do desespero das Classes Dominadas;
Pelo insano Capital, violentadas
E trazem consigo o ideal convulso!
Esse infeliz grito atabalhoado
É a vil saída do homem explorado
E que traz na alma o pensamento avulso:
E é esse maldito eco desordenado...
A herança da exploração do passado...
O lamento do seringueiro expulso!
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CONCEITUAÇÕES ESPACIAIS - 2005 - Nazareno Lima






           05 DE SETEMBRO DE 2005


Sinto tristezas... Sinto ódio... E amar
É algo bom que já não sinto aqui
Pois, na Amazônia e neste Aquiry
A humanidade resolveu queimar!

E a Natureza sem atrapalhar,
Mandou uma seca tal no Cariri:
Morreram árvores por demais, eu vi
E até mesmo o rio resolveu secar ...

Por que será que os homens reprimidos,
Não possuem tatos, olhos e e sentidos,
Para sentirem estas calamidades?

Eu só lamento perante a Ciência:
Quando estes seres criarem consciência,
A Amazônia já será saudades!

IV VISÃO - 2003 - Nazareno Lima




SAUDAÇÃO A 2004 - 29/01/2004





2004, fizeste bem em vir ...
Que sejas justo, produtivo e santo !
Que me permitas todo este encanto
Que é a minha mente poder produzir !

Até agora, tal quanto um faquir,
Vivi à experimentar, portanto
A triste vida dos que sofrem tanto
Transformando-a nesta arte aqui !

Mas, a tristeza me atacou de novo
Pois, se não fosse este triste povo ...
Talvez quem sabe? Eu fizesse nada !...

Será possível que um pensador,
Tem que viver à perseguir a dor
Para viver da profissão alada ?
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IV VISÃO - 2003 - Nazareno Lima












    05 de Setembro de 2003
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Grande tristeza me chegou agora
Pois, a melhora foi pura ilusão ...
A euforia do meu coração,
Foi utopia e já não mais vigora !

Tanta fumaça da floresta à fora ...
Fosse mentira pois, será traição ?
Ou talvez, quem sabe? Foi desatenção
Dos companheiros por multi-labora !

Tal a paisagem dos anos 80,
A minha classe deve estar atenta:
Eu só espero que ela então não finjas ...

Devo voltar aos meus antigos brados:
O genocídio dos anos passados
Ressuscitou de suas próprias cinzas !!!
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TUDO DE MIM - 2000 - Nazareno Lima

    



  TEMPOS  MAUS    -    10/10/2000

Depois de tempos desesperadores
Que ao ser humano tanto impressiona,
A minha mente quase desmorona,
Com a opressão de poderosas dores!

No meu espaço não existem flores:
A deslealdade é que funciona.
A desconfiança já botou à tona,
Meus pequeninos e pobres amores!

Diante disso, atordoado, creio
Que estou vivendo em um mundo alheio
Onde é difícil se sentir feliz ...

Mas, não havendo aqui outra saída:
Resta-me então aceitar esta vida,
Talvez pra pagar algo mau que fiz!!!
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FATALIDADES - 2009 - Nazareno Lima





 A DONA DA RUA - 04-2009

     Parte - III

O teu sumiço até me impressiona...
O teu silêncio à todos atormenta ...
Teu ciúme é algo que à todos atenta
E aos mais estudiosos questiona!

Vejo teu vulto antes de deitar-me,
Revendo a imagem do teu corpo triste...
A minha mente em lembrar-te, insiste...
Como um fantasma a acompanhar-me!

Faço ao deitar-me, minha longa prece...
Para livrar-me deste vil castigo
Mas, somente o sono é meu grande amigo,
Já que em sonhos tu não me aparece!
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