segunda-feira, 21 de dezembro de 2015



INTERROGAÇÕES - 1992
Nazareno Lima

Pôr que este castigo multiforme?
Qual é a causa desta grande maldição?
Pôr mais que solicitemos na oração,
Nosso maldito perseguidor não dorme?

Pôr que ó Deus, sofremos tal exploração,
Se temos uma pobreza uniforme ?
Qual é a culpa deste padecer enorme,
Se jamais exploramos sequer um cão?

Ó Deus, após 30 anos de pedido,
Só ganhamos o pobre tempo vivido
E um imenso castigo estrangulador ...

Esperamos estar-nos enganando
E que seja falso o que estamos pensando:
Que até tu nos seja também explorador!

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

INQUIETUDE - 1992
Nazareno Lima

Na depressão emocional mutante
Que, periodicamente, variável, carrego ...
Na indiferença estúpida de um cego,
Aceito, inerme, como hospedeiro errante!

Falta Deus, Natureza, Energia e avante
Eu sigo. E só sigo, não me entrego
Pois, não há para quem. Com quem me apego,
É em vão. Não há resultado transfigurante !

Como precisam os Capitalistas, dos capitais:
Eu preciso de realidades materiais
Para içar minhas esperanças mortas ...

Eu preciso de positivas energias,
Para esquentar minhas idéias frias,
Que já cansaram de bater-me às portas !

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

domingo, 20 de dezembro de 2015

O AMOR E A ARTE - 13-02-2013
Nazareno Lima

Na vida nem tudo é fel;
Há também paz no caminho.
Se registram esse alinho,
É a paz do menestrel!
E assim segue o tropel,
Publicando o "pergaminho":
Os Parabéns do Martinho
E V da Vila Isabel!
E enfim o amor do amante
Chega a forma mais brilhante
Que a alma pode aceitar...
E livre de qualquer crença
Tem o ser a recompensa
Das agruras de lutar!

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
SAUDAÇÃO A 2004 - 29/01/2004
Nazareno Lima

2004, fizeste bem em vir ...
Que sejas justo, produtivo e santo !
Que me permitas todo este encanto
Que é a minha mente poder produzir !

Até agora, tal quanto um faquir,
Vivi à experimentar, portanto
A triste vida dos que sofrem tanto
Transformando-a nesta arte aqui !

Mas, a tristeza me atacou de novo
Pois, se não fosse este triste povo ...
Talvez quem sabe? Eu fizesse nada !...

Será possível que um pensador,
Tem que viver à perseguir a dor
Para viver da profissão alada ?
..................................................


sábado, 19 de dezembro de 2015

Hino da Luta dos
Seringueiros - 1982
  
 Nazareno Lima e Chico Mendes

Sem saber lutar, lutamos,
Sem saber pedir, pedimos,
Sem saber exigir, exigimos,
Sem poder ficar ficamos!

Sem poder morrer, morremos,
Sem saber falar, falamos,
Sem poder ganhar, ganhamos,
Sem poder viver, vivemos!

Sem poder empatar, empatamos,
Sem saber fingir, fingimos,
Sem poder reunir, reunimos,
Sem poder gritar, gritamos!

Sem saber fazer, faremos,
Sem poder odiar, odiamos,
Sem poder amar, amamos,
Sem poder saber, sabemos!
............................................

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

V  VISÃO - 2004
Nazereno Lima

- III -

Eu vi ...
O logro do Presidente,
A fome matando gente
Em São José da Tapera !
Rugindo como uma fera,
ACM - disse eu peço,
"Mudem o painel do Congresso
Pra eu ver quem votou em mim !"
Três homens num botequim
Na orla de Diadema,
Tramavam um bom esquema
Para matarem um Prefeito
Que tornou-se incoerente !

Eu vi ...
É pensar pra conferir:
Algo que não sei dizer...
Vi o Governo à vender
O que o país possuía ...
A entrega prosseguia
Sem embaraço e preguiça,
Com o aval da Justiça
E do Congresso espreiteiro.
O Capital estrangeiro
Vinha aqui fazer a festa ...
Onde a Cultura modesta ...
Dava motivos pra rir !

Eu vi ...
Antes que alguém me visse
"Esqueçam tudo que eu disse!"
Declarava o Presidente,
Justificando um presente
Que o seu passado acusava ...
Na verdade, ele estava
À fugir da exigência
Que os opostos lhe faziam ...
Outros então prometiam,
Em consolar a pobreza,
Foi uma bela esperteza,
Pra que o Poder resistisse.

Eu vi ...
Com a maior comoção ...
A feroz espoliação
Do poder do Capital:
O Grande Plano Real
Qual aos outros semelhante!
O que o tornou brilhante
Foi a Globalização!
O Congresso demagogo
Criou um imenso jogo
Junto à Ciência espreiteira,
Falaram de tal maneira,
Burlando a população...

.........................................

.........................................

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

V  VISÃO - 2004
 Nazareno Lima

- II -

Eu vi ...
Um homem politiqueiro!
Um Fernando entregador!
O Apagão apagador,
Um país ameaçado ...
Um Governo disfarçado ...
Julgando-se verdadeiro ...
A fome multiplicada,
Criança sendo explorada
No Cerrado brasileiro!


Eu vi ...
Aquilo que não se faz;
Onde o poder do Serjão
Comprava a reeleição
Por 200 mil Reais ...
Era grande a ambição...
Muitos foram com o Chicão...
Até o meu amigo João
Entrou nesta embarcação
Por julga-la ser de paz !


Eu vi ...
Um político gira-mundo,
Chamando de vagabundo
Quem estava aposentado ...
Banqueiro desconfiado,
Vendo a crise ameaçando ...
O Dólar ir disparando
E o país recorre ao Fundo !
SOBREVIVÊNCIA - 17-12-2015
         Nazareno Lima
Sobrevivi à Paralisia
E à razia do Impalludismo,
Às arrogâncias do Capitalismo
E aos perigos das más companhias!
Ao Desemprego, que no dia-a-dia
Tira a alegria do nosso civismo.
Sobrevivi ao Analfabetismo
E a Fé em Deus, que é minha alegria!
Sobrevivi à Tuberculose
E as bebidas que em altas doses
Eleva o homem a ficar no chão...
Venci de tudo que se possa crer,
Mas uma fera não pude vencer:
É a maldita dor da Solidão!
*****************************

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

V - VISÃO - 2004
RESUMO - 17/02/2004
       Nazareno Lima

         - I -
Vi coisas neste país
Que deixou-me estarrecido ...
Tornei-me compadecido ...
Horas julguei-me infeliz
Pela miséria do povo.
Pedindo algo de novo
Para a esperança voltar
E, então eu poder votar
Sem ter que me arrepender
E que o leitor possa me ler
E então depois pedir bis!

Alguém disse no Mercado,
Lendo a minha poesia,
Que só escrevo heresia,
De pensar ultrapassado ...
Mas ... Como posso falar
De algo doce e decente?
Se a pobre da minha gente,
Vive no mundo à chorar ?
O poeta representa
Sua classe social:
Ele fala o que é real:
A verdade, não inventa!

********************

terça-feira, 15 de dezembro de 2015


OS ANOS PASSADOS  - 25/11/2003
                                   Nazareno Lima
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Que me desculpem os anos passados
Que me ajudaram tanto a aprender...
Obrigando-me pois, a entender ...
As clarividências dos desesperados!

Que me desculpem os anos passados
Pela triste literatura do maldizer:
Quando só a injustiça vinha atender
A necessidade de nós, explorados!

Que me desculpem os anos passados
Por serem tanto bem interpretados
Por todas as bocas que mentiram ...

Mesmo ofuscado pelas minhas dores ...
Não consegui observar as flores
Que estes anos todos produziram !

**********

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015


 
 
  POESIAS - II -
                  Nazareno Lima

              
Misturei-me hoje a Ciência,
Tal no além mistura-se Céu e Terra!
Como a violência se mistura à guerra
E o leigo mistura-se à incompetência!

Misturei-me a eficiência,
Como as rochas se misturam a serra:
Tal a morte que a vida encerra
E Gandhi misturou-se a clemência!

Tal Cristo misturou-se a verdade,
E a Filosofia a realidade,
Eu vivo essa mistura exagerada...

Assim... O bem se mistura ao bem.
O mal, ao mal mistura-se também,
Para a Natureza ser equilibrada!!!


domingo, 13 de dezembro de 2015

REALIDADES - 01/10/99
                Nazareno Lima

Talvez, quem sabe? A felicidade,
Que eu admito nunca ter sentido:
O que acontece, na realidade,
É que estou passando pôr despercebido!

Hoje a saúde e a faculdade
Do Conhecimento que tem me assistido...
Fez a tristeza me deixar saudade
E a exploração ser algo perdido!

Talvez não tenha dentre a humanidade,
Um momento de mais felicidade
E um prazer pôr demais profundo:

Ter resistência de poder andar
E consciência para analisar
A Natureza que criou o mundo!!!

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨



05 DE SETEMBRO DE 99
                  Nazareno Lima

Fim do milênio com pouca fumaça:
Coisa que antes não se imaginava
Pois, ano a ano se multiplicava
Essa terrível e abrasal desgraça!

E nesse 05 de Setembro estava
Uma forjada e social trapaça,
Pois de tristezas se vivia a graça
Do desespero de quem se queimava!

Mas, a vitória dos trabalhadores
Que a tantas mentes provocou horrores,
Trouxe o alívio desses vitimados...

Que d’oravante vá diminuindo
O genocídio que foi sucumbindo
Esse ambiente nos anos passados!

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨



FLOR DE LIS - 28/09/99...
                    Nazareno Lima

Me apareceste como a flor de lis,
Que orvalhada enfeita e perfuma:
Rara beleza que sempre acostuma,
Ao homem pobre que quer ser feliz!

Sensível e leve igual a espuma,
Foi esta pluma que eu sempre quis:
De professor tornei-me aprendiz,
Da tua força que ao espírito exuma!

Eu te agradeço pôr me aparecer:
Mesmo que um dia me faças sofrer,
Nestes caminhos de uma só descida...

Futuramente, quando eu for passado,
Lembrai ao menos de ter me ajudado,
A escrever esta pré despedida!!!
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

terça-feira, 8 de dezembro de 2015


REFLEXÃO - 02/12/2015
                  Nazareno Lima

Agradecido por tantas bondades
Que a Providência nos proporciona
À cada dia nessa imensa zona,
Aonde reina o terror das maldades!

À liberdade que se questiona
E do amor, as complexidades,
São os segredos das Felicidades
Que a muitos seres, os decepciona!

Entre vitórias e derrocamentos,
Entre prazeres e sofrimentos,
Entre humildades e arrogâncias...

A forma mais simplificada  de vencer
Evitando o castigo de sofrer
É manter a ação de tolerâncias!