segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

ANDANÇAS - VI - 19-02-2014


            Nazareno Lima

Vi políticos se benzendo
E ao povo prometendo
O impossível de fazer...
E a plebe sem entender...
Era o jeito acreditar!
Vi Professor ensinar,
Da forma mais transgredida,
Mas a Razão sucedida,
Era o Livro feito errado,
E o Poder do Estado,
Dizia que estava certo
E eu, olhando de perto,
Pensava no meu passado...
Como pode eu ter logrado
A toda esta hipocrisia?

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Aquilo tudo que eu via,
Não tinha transformação,
Pois a Constituição,
Apoiava essa razia!
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ANDANÇAS - V - 19-02-2014

              Nazareno Lima

Notei que o pobre homem,
Que de tudo ele tem fome,
Sem ter oportunidade...
No campo ou na cidade,
Seu futuro é sempre incerto...
A Injustiça por perto,
Atada aos seus destinos...
Mulheres, homens, meninos;
Numa exploração eterna,
Naquela imensa Caverna,
Que Platão conceituou! ...
Aos que Marx retratou
Na complexa Mais-valia...
Que não sei como viviam
Naquele Inferno de Dante!

******
Tal qual um ignorante,
Quis da Ciência, ter uso,
Mas aquele povo infuso,
De seu meio era amante!
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ANDANÇAS - IV - 19-02-2014

             Nazareno Lima

Às vezes me dava pena
Daquela terrível cena
Mas, o que fazer, não tinha...
Gente que ia e vinha,
Da mais diferente escória:
Cada um com sua história,
Que ouvi sem entender! ...
Enorme o vosso sofrer,
Das mais diferentes formas,
Todas, às margens das normas,
Que regem qualquer Estado.
Somente ser explorados,
Era o direito que tinham,
E no rumo em que caminham,
Nem a fé, consegui ver!

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Com calma, tentei dizer,
A causa daquilo tudo...
Quando falei de estudo,
Saíram quase à correr!
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ANDANÇAS - III - 19-02-2014

          Nazareno Lima

       - III -

Por todos estes lugares
Em que vi muitos olhares
Os quais me diziam tanto...
Em qualquer que fosse o canto...
Em grande ou pequeno espaço...
Era enorme o meu cansaço
De ouvir os maldizentes:
Uma espécie de indigentes
Que a ciência consagrava...
Na órbita em que eu estava
Vi tantas opiniões...
Mas eram vans as razões
E também as qualidades...
E as tais felicidades
Não consegui ver chegar!
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Ainda quis ajudar,
Mas nem me quiseram ouvir,
E a razão que percebi,
Foi deixar continuar!
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ANDANÇAS - 19-02-2014


            Nazareno Lima
  - II -

Vi idosos como Eu,
Lutando mais que Orfeu
Por uma esmola de amor...
Mas nas lutas só perdiam
E a traição que recebiam
Aumentava a sua dor!

Vi crianças rejeitadas,
Suas mães desesperadas,
Na idade prematura...
Por não ter algo de novo,
A revolta desse povo
Já virando uma cultura!

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ANDANÇAS – 19/02/2014

 
             Nazareno Lima

         - I -

Andei por muitos lugares;
Olhei em muitos olhares,
Vi algo que não se diz...
É a Razão que me faz crer;
Vi prazeres... Vi sofrer,
Mas não me senti feliz!

Fui descendo... Fui subindo...
Vi mulheres que, fingindo,
Enganavam multidões...
Pela Fé que me guiava,
Em reflexos, eu me alertava,
Pra fugir dessas traições!

Vi mulheres revoltadas
Por amar sem ser amadas.
Vi crianças a chorar...
Vi casais desentendidos,
Vi homens sendo traídos
Por não ter amor pra dar!

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domingo, 28 de fevereiro de 2016

MAIOS - II - 11-05-2015

                    Nazareno Lima
     - X -
                        
Se tristeza fosse numerário
E se saudade fosse economia,
Se melancolia fosse mais valia...
Hoje eu seria um milionário!

Do Capitalismo, eu um sectário
Ou um templário da Maçonaria:
Hoje Bill Gates, nada me diria,
Porque seria um minoritário!

Contrária ao que o destino insiste,
Minha brava alma rica de ser triste,
No ocaso inda conforta o coração...

Nos palcos fechados e sem plateia,
Vai descrevendo sua odisseia,
Entendendo da Natureza a Razão!
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TUA LEMBRANÇA - Fev - 2016


                     Nazareno Lima

Que seja viva a tua lembrança,
Na esperança desses meus sentidos...
Anos vividos de perseverança,
Como a bonança aos bem sucedidos!

Compreensiva e sem querer vingança
E nem entrança, se não for cumpridos
Esses pedidos, minha alma mansa
Certa, se lança aos agradecidos!

E essa lembrança, como remissão,
Serás presença na minha oração
Que dia a dia faz o meu viver...

Como a herança mais radicalista,
É a riqueza de um pobre artista
Que tal batalha não pode vencer!
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RAZÕES - Fev - 2016


                                  Nazareno Lima

Todas as Flores que me desfeitearam,
Pelos meus rumos da Capilogência.
Que condenaram a minha ciência
E nos meus feitos, não acreditaram!

Aquelas Flores que tanto falaram
E me tentaram com tal dissidência:
Desci aos vales da Abstinência
Mas, as Razões me ressuscitaram!

Acostumado, já desde a infância:
Braços gigantes da Ignorância ...
Me arrastavam para aquele abismo

Mas, a minha Fé, a persistência,
A Metafísica e a Paciência ...
Me arrebataram desse empirismo!
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A SOMBRA - 18/01/2014

        
                                Nazareno Lima

Como uma Sombra eu te conhecia,
Não percebia e nem podia crer
Que um certo dia, sem eu perceber,
Me dominasse, por Telepatia!

Meu ser inerme não se defendia,
Só atraía um vil padecer:
Meu magro corpo a se estremecer,
Convalescia da Hipotermia!

Mas essa Sombra que fingia Mau,
Criava um efeito colateral,
Preparando as minhas idoneidades ...

Amando enfim a essa Sombra-mulher,
Ganhei forças, coragem, paz e fé
E a mais completa das felicidades!
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sábado, 27 de fevereiro de 2016

LAMENTO AMAZÔNICO - Fev - 2016


                       Nazareno Lima

Por muitas vezes me desesperei,
Quando estudava os comportamentos;
Os sofrimentos que presenciei,
Na Amazônia de grandes tormentos!

Por tantas vezes não acreditei
Que nesse Acre de aviamentos;
Houvessem fatos que até chorei,
Por isso escrevo entes meus lamentos!

Na liberdade da Floresta imensa,
Aconteceu a escrevidão mais densa
Que um ser humano posa imaginar ...

Na tentação de pragas e doenças,
O seringueiro se iludia às crenças,
Só tendo alguém para o explorar!
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V - VISÃO - 2004 - Resumo - 17-02-2004


Nazareno Lima

        - I -

Vi coisas neste país
Que deixou-me estarrecido ...
Tornei-me compadecido ...
Horas julguei-me infeliz,
Pela miséria do povo.
Pedindo algo de novo
Para a esperança voltar
E, então eu poder votar
Sem ter que me arrepender
E que o leitor possa me ler
E então depois pedir bis!

Alguém disse no Mercado,
Lendo a minha poesia,
Que só escrevo heresia,
De pensar ultrapassado ...
Mas ... Como posso falar
De algo doce e decente?
Se a pobre da minha gente,
Vive no mundo à chorar ?
O poeta representa
Sua classe social:
Ele fala o que é real:
A verdade, não inventa!
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ESPAÇO - 26/05/2002


                  Nazareno Lima
 
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Como é bonito este celeste Espaço,
Seja ele à noite ou ao meio-dia:
O que é feio mesmo é esta mais-valia,
Que nos persegue, atacando à laço !

Ele é Pureza ... Não é fantasia,
Tanto alivia nosso vil cansaço:
É o equilíbrio do mental compasso
Do ser humano que faz poesia !

A tua vasta e grande imensidão
É a energia que faz-me aqui no chão,
Correr atrás de tudo o que é melhora ...

Este contraste que entre nós existe,
É a resultante que me faz ser triste
E excomungar a tudo quanto explora !
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SÍNTESE - II - 01-10-1999

             
                Nazareno Lima

Imaginai essa pobre plebe,
Que não percebe a Globalização:
Com profissão... Com qualificação
E ao estudo se tornando entregue?

Imaginai esses proletários
Com bons salários e produtividade,
Tendo como símbolo a pontualidade
E abdicando de ser perdulários !

Como se pode educar esse povo,
Se quem ensina não sabe que não sabe;
E quando sabe que sabe, não cabe
Seus ideais nesse regime estorvo?

Como esse povo amará as ciências
Se de aparências, vive disfarçado?
Comprometido com o abastado
Que sobrevive de más evidências!
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REALIDADES - 01/10/99



 

                           Nazareno Lima

Talvez, quem sabe? A felicidade,
Que eu admito nunca ter sentido:
O que acontece, na realidade,
É que estou passando pôr despercebido!

Hoje a saúde e a faculdade
Do Conhecimento que tem me assistido...
Fez a tristeza me deixar saudade
E a exploração ser algo perdido!

Talvez não tenha dentre a humanidade,
Um momento de mais felicidade
E um prazer pôr demais profundo:

Ter resistência de poder andar
E consciência para analisar
A Natureza que criou o mundo!!!
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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

PARABÉNS - V - 08-02-2004



          Nazareno Lima

     - V -
Desculpas por tudo isso ...
Por tudo quanto eu pensei
E pelo o qual não falei ...
Mas, ainda sou submisso !

Talvez, quem sabe? Por isso
Que jamais acreditei
Neste sistema, e cismei
Hoje então pesso permisso !

Lhe agradeço a atenção
Mas, esta minha expressão
Faz no Acre eu estar só ...

Se alguém me ignorar
Mande tentar me ajudar
Escrevendo algo melhor !
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PARABÉNS - IV - 08-02-2004



              Nazareno Lima
 
             - IV -
Se falei contra o Capitalismo,
Improdutividade e Corrupção ...
Se ataquei demais a Exploração,
Foi por conta do meu idealismo !

Se critiquei o Paternalismo,
A Fome, a Miséria e a Repressão ...
Foi por conta da Grande Expulsão
Que o Acre sofreu do Colonialismo !

- Mestre ! Desculpas se não pude parar
Pois, do contrário outro iria trilhar
Este caminho penoso tal o anum ...

Perdoe-me as expressões demagógicas
E também pela "Crise Ideológica"
De 13 de Dezembro de 2001 !
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PARABÉNS - III - 08-02-2004



 

                       Nazareno Lima
       - III -

- Mestre ! Desculpas pelo tratamento:
Não é sensatez de minha parte
Pois, se não fosse o leitor, a Arte
Morreria de vez no esquecimento !

A teoria do meu conhecimento
É lógica, não há pois quem afaste,
Apesar deste monstro contraste:
A Ignorância e o Desenvolvimento !

Um dos calos nestas minhas dores
É, criar mais para os meus admiradores
Apesar do grande atraso do Brasil ...

As vezes até esqueço os afrontos
Desculpas também pelos "Desencontros"
Do dia 13 de Novembro de 2000 !
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PARABÉNS - II - 08-02-2004

                          Nazareno Lima
               - II -

A simplicidade é minha meta !
- Mestre, eu sou tal como falo.
Nasci como o PT, de um resvalo
Da opressão de tudo que se veta !

Se na vida, me trataram como zeta ...
Continuo a falar e não me calo !
Tal como um Astro, sigo o meu embalo,
Que é o meu único jeito de ser poeta !

Mestre - não soube viver de aparências
Mas, persegui demais as competências,
Para ultrapassar as perseguições ...

Sem querer ser como Midas,
Descobri que a mais nobre das vidas
É aceitar sem se calar, as opressões !
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PARABÉNS - I - 08/02/2004


                     Nazareno Lima

               - I -
Parabéns, parabéns à você ...
Que suportou minhas tristes queixas,
Admirando estas pobres reixas ...
Imaginando como eu posso ser !

A sutileza de me compreender
É a meta para seguir minhas deixas ...
Tal o "Amigo Pedro" de Raul Seixas
É a super impaciência de me ler !

Se Erasmo de Rotterdã me achasse louco,
Ainda teimaria em não fazer pouco,
Nesta situação de baixo muro ...

Mesmo quando a fraqueza me estafa,
Sou como o Gênio da garrafa,
Ninguém saberá o meu futuro !

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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

SURPRESA - 12 de Junho de 2009

                    Nazareno Lima

Surpreendido, pela madrugada...
Ruas desertas... Caindo neblina...
À passos lentos ... Como quem ensina...
Eu caminhava num sonho de fada!

O vento frio, à cada lufada ...
Desaquecia-me em vez repentina:
Me acompanhava uma pobre menina,
Me disfarçando da vida passada!

Entre conversas... a menina Gil,
Lembrava-me os 10 bilhões do Brasil,
Enquanto esquecia-me de lhe amar...

Tal qual o sonho de uma criança...
Guardo essa cena na minha lembrança
Que se passou em Senador Guiomard!
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TANTAS E POUCAS - 08/06/2000

Nazareno Lima e Evandro Teixeira

Tanta gente que lutou ...
Tanta gente que morreu ...
Tanta gente que perdeu ...
Pouca gente que ganhou ...

Pouca gente que fingiu ...
Tanta gente que chorou ...
Tanta gente que ficou ...
Tanta gente que partiu !

Quanta gente se empenhou
Para mudar os sistemas ...
Lutas que causaram penas
E de nada adiantou!

Nas Américas, nas Europas ...
Vi surgir tantos fracassos ...
Vi o som de tantos passos ...
Vi o fel de tantas copas!

Vi o som de tantos tiros ...
O gemer de tantas bocas ...
Vi cabeças quase loucas
E o ar de tantos suspiros !

Vi mulheres entre gritos ...
Crianças desesperadas ...
Vi famílias separadas
Ao som de altos apitos !

Allende, Fidel e Che;
Força mansa e força bruta.
Adiantou tanta luta?
Hoje resta ainda o quê ?

Lênin, Stalin e Trotsky;
Que luta vocês fizeram?
O tempo as desfizeram...
Nada mais existe ali!

Zapata, cadê você ?
Huerta e Pancho Villa?
O México virou tequilla!
Tanta luta para quê ?

Hitler e Mussolini,
Para quê tanto Nazismo?
Foi um não idealismo
Que o mundo não define!

Franco, porquê razão?
Que pensavas, que dizias?
Pôr tantas vis utopias
Baldaste a revolução!

Sandino, qual teu destino?
Que pôr meras cargas d’água,
Inflamou a Nicarágua
E nosso Zé Genoíno!

A mim também inflamastes,
Neste Estado pequenino:
Chico, Eu e Osmarino
Fazendo alguns empates!

Este filme que assisto ...
Estas causas me acende!
Porquê Isabel Allende,
Me fez lembrar tudo isto?
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COMPENSAÇÃO - 04/2000


                              Nazareno Lima

Há muitas flores nesta Estado pobre,
O que encobre a violência densa ...
E a inocência daquele que não pensa
Faz mais imensa a humildade nobre!

Há muitas flores neste Estado pobre:
Eu rogo que sobre esperança e crença!
Apesar da vida espoliada e tensa ...
Rarefaz-se o ódio e a desavença!

Quanta Floresta produzindo flores!
Quantas mulheres produzindo amores!
Quanta esperança que ainda resta ...

Enquanto muitos, assim não pensam;
Deus e Ciência, vos rogo que vençam
A estes empíricos que a razão detesta!
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Amor Cigano

(de Michael Sullivan         
             e Paulo Massadas)
Fafá de Belém

 
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Como vou dizer que não te amei
Se eu ainda penso em você
Se eu ainda tenho a ilusão
De encontrar para nós a solução

Como vou dizer que te esqueci
Se eu não aprendi a te esquecer
Se eu não consigo mais dormir
Sonho acordada com você

Mesmo sem querer eu vou lembrar
Coisas impossíveis de apagar
É pra mim difícil entender
A vida sem você
Dói se você diz que não me quer
Mas eu não consigo te deixar
Faço tudo que esse amor quiser
Pra você ficar

Vida, minha vida, minha
Meu amor cigano
Como posso me enganar
Fingir que não te amo
Vida, minha vida, minha
Não me deixe agora
Logo quando eu mais
Preciso de você
Diz pra mim que não deixou de
me querer

TRIBUTO A 2001 - 01/01/2001



                            Nazareno Lima

Os anos passam ... Chega a velhice:
A esquisitice que assusta a vida!
Meta cumprida, algo que é tolice,
Pois ninguém disse que a luta é vencida!

Os tempos passam ... Vem a despedida ...
A causa perdida torna-se mesmice,
A velha meiguice fica esquecida
E a compadecida é a esquizofrenice!

Ai do presente desorganizado ...
Ai do passado desestruturado ...
Ai do futuro que é saudades ...

A vida é assim ... Tal uma viagem:
Quem não planta, fica sem passagem,
À alimentar suas mediocridades!
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terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

A N O I T E - 31-05-2000

Nazareno Lima

- II –
Porque será que eu amo tanto a noite,
Seja ela alegre, seja ela triste?
Talvez pôr que somente ela assiste,
Aos meus momentos de tenção... de açoite!

Ainda que minha mente se afoite
E para o rol dos sonhos, se aliste;
Quererá resistir porém, não resiste
E velará a insônia sem qualquer amoite!

A madrugada silenciosa e fria,
Ouve melancolicamente minha agonia,
Já que não a ouve a humanidade ...

E assim, noites e noites me aclaram
E eu pensando nos que me desprezaram;
Vou denunciando a infelicidade!

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V A Z I O S - 23/04/2000

                         Nazareno Lima

Estes vazios que me desconcertam,
Neste ambiente de desigualdades,
São tais pobrezas e incapacidades,
Que dia-a-dia mais e mais se acertam!

Estes vazios que tanto me apertam,
E me privaram das felicidades,
São tais as fomes nas grandes cidades,
Que diminuem, mas não se concertam!

Estes vazios que me esvaziaram,
Lutaram muito porém, não secaram
A minha fonte de sabedoria...

Igual Van Gogh pintou pra o futuro:
Escrevo hoje este verso obscuro,
Para estes vagos se encherem um dia!
*******************************      

P O E S I A S - I –


                    Nazareno Lima

Entreguei-me de vez as fantasias
E as utopias todas desprezei:
Realidades ... O que desejei ...
Hoje mudei tais Filosofias!

Deixei de amar ... Se é que amei
E me dediquei a outras manias:
Viajo hoje pelas poesias,
Que dia-a-dia, já me apaixonei!

Amante sendo da Literatura:
Criei na vida, nova conjuntura,
Para viver o pouco que me resta...

E assim sendo, a Felicidade,
Que até então era raridade,
Chegou de vez me fazendo festa!
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A BOCA DO VARADOURO - 2008



 

 

LOUVOR À TARDE  - 1986
                       Nazareno Lima

Ó Deus, Natureza... Ou energia que cria tudo,
Obrigado pelo espaço de tempo pôr mim vivido;
Ser o mais pobre dos pobres, é o que tenho admitido,
Neste conhecimento racional adquirido no estudo!

Obrigado pelo que sou e pelo que tenho sentido ...
De tantas explorações, eu já tornei-me mudo!
Violências e opressões é meu sentimento agudo
E o meu lado grande continua escondido !

Obrigado pelo que conheço e desconheço:
Sei que só recebo o que mereço,
Segundo a Lógica Transcendental...

Perdão, se na vida cometi alguma ofensa ...
Apesar da ciência, não perdi a crença ...
E sou ideologicamente um ser imortal!!!
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SOLILÓQUIO À MINHA MÃE - 1982

Nazareno Lima e Chico Mendes

Hino da  Luta

Sem saber lutar, lutamos,
Sem saber pedir, pedimos,
Sem saber exigir, exigimos,
Sem poder ficar ficamos!

Sem poder morrer, morremos,
Sem saber falar, falamos,
Sem poder ganhar, ganhamos,
Sem poder viver, vivemos!


Sem poder empatar, empatamos,
Sem saber fingir, fingimos,
Sem poder reunir, reunimos,
Sem poder gritar, gritamos!

Sem saber fazer, faremos,
Sem poder odiar, odiamos,
Sem poder amar, amamos,
Sem poder saber, sabemos!
............................................

INQUIETUDE - 1992


                                 Nazareno Lima
          

Na depressão emocional mutante
Que, periodicamente, variável, carrego ...
Na indiferença estúpida de um cego,
Aceito, inerme, como hospedeiro errante!

Falta Deus, Natureza, Energia e avante
Eu sigo. E só sigo, não me entrego
Pois, não há para quem. Com quem me apego,
É em vão. Não há resultado transfigurante !

Como precisam os Capitalistas, dos capitais:
Eu preciso de realidades materiais
Para içar minhas esperanças mortas ...

Eu preciso de positivas energias,
Para esquentar minhas ideias frias,
Que já cansaram de bater-me às portas !
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MAUS LAMENTOS DE 91 - 1992


                             Nazareno Lima

- XXXIII -

O mundo para mim é uma grande cela:
Sem amigos parentes ou companheiros!
Me admiram pois, os homens primeiros
Mas nenhum me abre, se quer uma janela!
Nada tenho pois, contra a Natureza
Porém, pelo homem e sua avareza,
Vivo o desespero da cor amarela!
Depois de padecer por tantas maldades,
Confesso que já senti muitas vontades
De andar bêbado tal Fagundes Varela!

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MAUS LAMENTOS DE 91 - 1992



 
                             Nazareno Lima

- XXXV -

Eu encontro meus Irmãos aos esbarros
Ó Mãe, e quase sem tempo para conversas:
Vezes, acompanhados de gente perversa,
Nessas ruas sujas, cheias de esparros!
Apesar de não haver entre nós desavenças
Porém, sou tratado com indiferença
E os quais para mim, se tornaram zarros!
Nada fazem para prolongar seus dias...
enquanto vivo de tirar fotografias:
Revejo-os nas esquinas comprando carros!

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MAUS LAMENTOS DE 91 - 1992


                                  Nazareno Lima
- XXXIV -

Mãe, já faz muitos anos que eu não falo
E o mesmo tanto que parei de ouvir:
O som que a minha língua vem a emitir
Ninguém entende e por isso eu me calo!
As vozes que ouço para mim são ruídos,
Que fazem tanto mal aos meus ouvidos
Que eu preferia até não escutá-los...
Ao meu Irmão, que eu lhe tento escutar
Sua expressão não lhe posso respostar,
Por isso resolvi hipacusia-lo!

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domingo, 21 de fevereiro de 2016

REI DO DESCONFORTO - 1993

                               Nazareno Lima

Há algo no mundo que não acredito:
É na grande crise que estou passando!            
Pôr isso mesmo eu vivo estudando,
Este mau tempo, pôr demais desdito!

Enquanto eu vivo, pôr demais aflito
E os homens me vão multi descriminando,
A Natureza vai fenomenizando,
A minha alma para ser um mito!

E nesta luta de injustiça e guerra,
Sou desvalido nesta tosca terra
E o que ainda peço é que ela me perdoe...

Mas... Ainda serei Rei neste desconforto,
Mesmo que seja depois de morto,
Tal Inês de Castro depois de morta foi!
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INTERROGAÇÕES - 92



                          Nazareno Lima

Pôr que este castigo multiforme?
Qual é a causa desta grande maldição?
Pôr mais que solicitemos na oração,
Nosso maldito perseguidor não dorme?

Pôr que ó Deus, sofremos tal exploração,
Se temos uma pobreza uniforme ?
Qual é a culpa deste padecer enorme,
Se jamais exploramos sequer um cão?

Ó Deus, após 30 anos de pedido,
Só ganhamos o pobre tempo vivido
E um imenso castigo estrangulador ...

Esperamos estar-nos enganando
E que seja falso o que estamos pensando:
Que até tu nos seja também explorador!
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RESISTÊNCIA – 03/07/92



                    Nazareno Lima

 Mãe, continuamos ainda a esperar,
Que nossa terrível situação mude!
Atingir nosso objetivo, é rude
E  vivemos lutando para lutar!

Inertes e mudos, vemos o tempo passar ...
Sem haver aqui alguém que nos ajude!
Ainda lutamos para que alguém estude
E para isto, ninguém a nos ajudar !

Mãe ... Estamos nas últimas ilusões ...
Tentando vencer as grandes tentações
Que o Acre nos fez através de um motim!

Resistimos pôr milagre, aos incoerentes ...
Onde nos esqueceram todos os viventes:
Será que até Cristo esqueceu-nos assim ?
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sábado, 20 de fevereiro de 2016

S Í N T E S E - 09/10/99

                            Nazareno Lima
          
             - I -
Como esses filhos de extrativistas
(Que extrativistas continuam sendo),
Podem não ver o que estou vendo,
Se o que vejo está nas suas vistas?

Observando esses desatentos
Que os opulentos estupefaziam...
Pôr uns instantes eles se extasiam,
Pela utopia dos comportamentos!

A mesma ‘sombra’que avisou Augusto ,
Para criar seu ‘monólogo sublime’:
Me disse que, quem a este povo oprime,
É ele mesmo pôr seu desajusto!

Como essa gente terá soluções,
Se as oposições são inconsequentes ;
As situações são incompetentes
E o Continuísmo são suas razões?
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AQUI - 10-12-1993



                 Nazareno Lima

                 - II -

Herdei-te pois, esta triste cinda:
Meu fraco corpo sob ti, habita
Mas, minha alma tristemente aflita
Está na floresta habitando ainda !

Este teu castigo, enquanto não abranda
E nem o meu nome a tua boca chama:
Meu magro corpo por justiças clama
E minha alma triste entre vales anda!

Enquanto errada, contra mim se vingas:
Meu corpo frágil por tuas praças vaga
E minha alma alva enquanto não se apaga
Vive nas matas à cortar seringas !

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ECOS AMAZÔNICOS – 05/09/92

                            Nazareno Lima

O bramir das onças me assombrava ...
O pio da ‘peitica’ me assustava ...
Uma cobra que chiando, coleava ...
Previam que tua morte já chegava!

A paisagem do tempo frio, era feia ...
Tal o som dos meus passos de covarde,
A noite chegava as 4:00h da tarde
E eu sem pensar em quem hoje te ateia!

O barulho dos ventos das friagens,
O ranger dos cipós nas árvores tortas
E um grilo à cantar nas folhas mortas
Preconizavam a maior das bandidagens!

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MAUS LAMENTOS DE 91 - 1992


                     Nazareno Lima
 

- XLI -

A ideologia do "puxa-saquismo",
Ó Mãe, meus pobres Irmãos aderiram!
De pobres como eu, eles fugiram
E estão obedecendo ao intreguismo!
Eu, tal qual muitos, o que fazer não sei,
Já nem sei para que tanto estudei,
Se recebo ordens do analfabetismo!
Isso é uma Lei Paleozoica:
Me destruíram, como a Perestroika,
Destruiu na Rússia, o Socialismo!

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MAUS LAMENTOS DE 91 - 1992

                             Nazareno Lima

- XLVIII -

Mãe, apesar de que estou desprezado
E mais maluco do que Nietzsche foi!
Apesar da Floresta dar lugar ao boi,
Tornando o meu povo mais atrasado!
Apesar da doença que me atacou
E da depressão que me debilitou,
Não me arrependo de ter lutado:
É triste viver com tanta saúde,
Com a gigantesca força da juventude
E ao invés de consciente ser alienado!

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MAUS LAMENTOS DE 91 - 1992



 Nazareno Lima

- LVII -

Quando o homem cansar de explorar
A homens que nem eu sei a razão de ser:
Talvez assim então eu deixe de sofrer
Porém, vivo neste tempo não vou chegar!
É assim que vejo a minha condenação,
Enquanto a discórdia do meu irmão
Não sei se consigo ver se acabar!
Enquanto ó Mãe, disso tudo não fujo;
O meu poema é muito mais sujo
Que o "Poema Sujo" de Ferreira Gullar!
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MAUS LAMENTOS DE 91 - 1992



                     Nazareno Lima

- LVI -

Deste meu triste eco, o impulso,
Vem do desespero das Classes Dominadas;
Pelo insano Capital, violentadas
E trazem consigo o ideal convulso!
Esse infeliz grito atabalhoado
É a vil saida do homem explorado
E que traz na alma o pensamento avulso:
E é esse maldito eco desordenado...
A herança da exploração do passado...
O lamento do seringueiro expulso!

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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

MAUS LAMENTOS DE 91 - 1992



 Nazareno Lima

- XLIII -

Mãe, demente mesmo é quem não assimila
A grande injustiça que sobre mim, pesa:
Enquanto o meu pobre irmão me despreza,
A minha consciência está tranquila!
A minha escrita ao invés de lírica
É esta vil Literatura Satírica
Que, sinto até desgosto em exprimi-la!
Isso tudo que à minha existência, custa,
É bem pior que a emboscada injusta,
Que em 23 matou Pancho Villa!

-XLIV -

Mãe, minha vida hoje é uma insônia,
Ante as injustiças e violências!
De tanto implorar por meras clemências
Vivo padecendo de grande afonia!
Talvez quem sabe, Por eu ser do Acre...
Depois destes 20 anos de massacre,
Minha vida é uma vil acrimônia:
O meu viver já é tão obsceno
Que nem sei porque me chamam Nazareno
E nem porque te chamam de Amazônia!

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SOLILÓQUIO À MINHA MÃE - 1992


       Nazareno Lima e Chico Mendes

         Parte   - V -
Não deixai pois, acontecer
O que aqui continua acontecendo:
Não é justo matar quem está morrendo
Para dar mais vida a quem pode viver!

O que fazeis pois, ó Jus, para o futuro,
Esta classe da riqueza e da violência?
Lembrai a ela esta advertência,
Já que para ela sou muito obscuro!

Cega! Ó cega! Além de não ver estás muda?
Respondei ao meu grito de horrores!
Além de sermos legítimos sofredores...
Somos excluídos de tua ajuda?

Este meu grito não é de lamentos:
Este meu grito é de direitos!
Ainda venceremos todos preconceitos
Aumentando os nossos discernimentos!

Jus, a vitória de minha Mãe virá breve,
Apesar de inúmeros impecílios ...
Será conquistada pelos seus filhos
Que sentem a coragem de fazer a greve!

Aqui a violação dos direitos é feroz
E quem nos defende  são os atos divinos
E ninguém mais: Nem Afonso Arinos,
Faz uma lei que defenda a nós!

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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

SOLILÓQUIO À MINHA MÃE - 1982


Nazareno Lima e Chico Mendes
 

                    Parte - IX -

Ó Mãe, o passado as vezes me comove...
E antes desses maus tempos vindouros;
No vale do Xapuri, pelos varadouros,
Feliz eu andava em 69!

Ah! Antes de nos fazerem esse ateio...
Éramos algo que não seremos amanhã...
Enquanto massacravam My Lay, no Vietnã,
Rindo eu cortava a "estrada do meio"!

Em 70, livre de porongas e de fachos ...
Ainda longe do exótico imundo;
Brasil & Uruguai, na Copa do Mundo
E eu, cortando a "estrada dos baixos"!

Nas boas épocas passadas
Uma grande exploração me comovia
Porém, não tinha a fome como endemia
E nem sofria violências danadas!!!

Penso, com o vil aspecto de quem chorou
No triste presente, de passadas alegrias:
Quando penso nosso futuro; só energias,
Amaldiçoo a evolução que nos criou!

Pôr essa irrupção que hoje nos ataca,
Sentimos pavor do fazendeiro sulista,
Tal sente o seringueiro quando avista
A onça pintada ou a pico-de-jaca!
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SOLILÓQUIO À MINHA MÃE - 1982

         Nazareno Lima e Chico Mendes
                       Parte VI

Mãe, estão destruindo tudo o que é seu
E planejam destruir-lhe o que resta:
Esta ação é bem mais funesta
Que foi a Noite de São Bartolomeu!

Ao ver suas partes devastadas,
O terror sobre mim, se expande;
Pior que Godse quando assassinou Ghandi
E o Rio na noite das garrafadas!

A violência desse povo insano,
É triste ó Mãe, junto a tua sina;
Tal "As veias abertas da América Latina"
Do grande escritor Eduardo Galeano!

A tua sorte ó Mãe, só Deus atalha
E sinto na minha alma esse ataque!
Quando ouço dessa gente, o sotaque,
Lembra-me o canto da "rasga-mortalha".

Esta revolta da minha mente não sai
E após minha morte ficará no Acre!
Isto aqui é pior que o massacre
Da Tríplice Aliança sobre o Paraguai.

Pôr que se aprofundar nos estudos?
Só para ver estas calamidades ...
Tua chacina é igual as barbaridades,
Que fizeram no Arraial de Canudos!

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A DONA DA RUA - IV - 04-2009

                                          Nazareno Lima
                    - III -
Sumistes por fim, do meu olhar...
Talvez pela vil contrariedade...
Causada pela diferença de idade,
Escapando do direito de lhe amar!

Caçando o sono que pouco me vem,
Julgo ouvir  pela madrugada:
Teus passos e meu coração em disparada
Cisma, que a morte a levou também! ...

O teu sumiço até me impressiona...
O teu silêncio à todos atormenta ...
Teu ciúme é algo que  atenta
E aos mais estudiosos questiona!

Vejo teu vulto antes de deitar-me,
Revendo a imagem do teu corpo triste...
A minha mente em lembrar-te, insiste...
Como um fantasma a acompanhar-me!

Faço ao deitar-me, minha longa prece...
Para livrar-me deste vil castigo
Mas, somente o sono é meu grande amigo,
Já que em sonhos tu não me aparece!
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A VIAGEM DO PRES. OBAMA A CUBA

                             Nazareno Lima

Se o Presidente dos EUA, Barack Obama
realmente for a Republica de Cuba,
como foi prometido recentemente, será
uma das maiores lições de Democracia
do povo americano em toda a história.
Essa ação não diz respeito somente a
Democracia da América e do Mundo, ela
também será uma prova para todas as
sociedades do Planeta sobre a
competência da classe negra. O Presidente
Obama, desde que foi eleito Presidente
dos EUA, tem dado uma prova da competência
dos negros, tanto para os EUA como para
todo o Mundo.

A DONA DA RUA - III - 04 - 2009



          
                       Nazareno Lima
               - II -
E assim brilhava a Dona da Rua,
Nos ônibus... Nas praças e no Mercado...
Prosseguindo com o seu trabalho errado,
Dificultando à cada vez a vida sua!

O ruído de tua voz um tanto rouca...
Mil ouvidos sentem falta de ouvir!
Preparando uma roupa de dormir,
Muitas bocas ainda lembram tua boca!

Hoje as ruas desertas de seu vulto...
Dá saudades o som da tua voz...
Um olhar te procura tão veloz
E sem achar, tua falta causa insulto!
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A DONA DA RUA - II - 04/2009

                                 Nazareno Lima

A falsa performance prostituta...
A vergonha de amar de madrugada...
A revolta por ser muito mal amada...
São conceitos dessa sua grande luta!

A grande pobreza reclamada...
O abandono que os parentes lhe faziam,
Os seus poucos amigos que fugiam,
A tornava cada vez mais recalcada!

A ausência dos filhos lhe causava
A revolta que Lutero não falou...
Maldizendo o marido que à deixou,
Provocava desagrado a quem lhe amava!

A forma traiçoeira de amar...
A pressa na conversa e nos assuntos...
A vergonha de andar com alguém, juntos,
Denunciava a sua vida irregular!
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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

A DONA DA RUA - 04/2009


                       Nazareno Lima
          - I -
Grandiosa rainha da rua:
Tristezas, sombras e dificuldades...
Inimiga das Razões e das Verdades...
Traumatizada pela infância sua.

Amando o luxo, o belo, a televisão...
Sonhando com o sucesso e com a fama...
Acompanhando alguns vazios, na cama...
Contradiz a sua feliz emoção!

Chora, e ao chorar comove tanto...
Àqueles que, como eu, tem sensatez
E que indagam a Deus o que ela fez,
Para sofrer este castigo sacrossanto!

Enganada por tantos oportunistas,
Que por recompensa pouco dão:
Oferece em resposta, um amor malsão,
Formando a sociedade dos sofistas!

A sede... a vontade de ser santa...
Contradiz a lascívia... A aventura...
Que jurando falso amor... Falsa ternura,
Abate aquele que por ti se encanta!
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CONTINUISMO - V - 24-01-2000

               Nazareno Lima

O Brasil nunca mudou,
Continua o mesmo mal:
É o Coronel Capital
Demostrando o seu mural !

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Como podem esses Políticos,
Combaterem a violência,
Se agem com inocência
Perante a legislação?
Só exigem da Polícia
A Segurança em excesso,
Mas a culpa é do Congresso
Que não cobra o Cidadão!
O Estado é como um pai
Que não pode ter defeitos;
Mas o filho andar direito,
Ele não pode cobrar!
Hoje em nossas escolas ,
Quem gosta de estudar?
A Ciência é como esmolas;
São poucos a aceitar!
É isto que nos contundem,
E ajuda aos atrevidos:
Um país onde os bandidos
E os intelectuais se confundem!

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Hoje aqui nada mudou,
Continua o mesmo mal:
É o Coronel Capital,
Empunhando seu punhal !
******************
******************

CONTINUISMO - IV - 24-01-2000


Isto aqui nunca mudou,
Continua o mesmo mal:
É o Coronel Capital
Esticando o seu varal !

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Inerte Democracia,
Que eu chamo de Demência:
É a mesma violência,
Que vivemos hoje em dia!
Com tanta veracidade,
Ofuscas a realidade ...
O contraste que encaro:
Pagamos um preço caro
Pela tua existência ...
Daí ficaremos tristes
Na verdade não existes;
Temos inda que lutar,
Pra poder te conquistar!
Pôr isso somos roubados
E há muitos anos passados!
Mas ainda há resistência,
Para barrar a traição ...
Aprendamos a lição ...
Do fundo do coração ...
Pois, o tempo não parou!!!
********************

CONTINUISMO - III - 24=01=2000

             Nazareno Lima

Isto aqui nunca mudou,
Continua o mesmo mal:
É o Coronel Capital
Demarcando o seu local!

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Josimo se foi um dia
E ninguém soube porque.
"Ele procurou morrer !"
Disse um Major da Polícia!
Foi um caso tão maldoso
Que o triste criminoso,
Só agora apareceu.
Perguntaram como foi,
Respondeu "Deus me perdoe
Mas isso faz tanto tempo
Que nem eu me lembro mais!"
Eldorado do Carajás,
Galdino José dos Santos,
Ainda houve outros tantos,
Que é difícil até contar,
Quando eu conto me confundo,
Até mesmo em Novo Mundo,
Também foram assassinar
E dessa armação vulgar ...
Nem a mulher escapou !

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

CONTINUISMO - II - 24-01-2000

             Nazareno Lima

O Brasil nunca mudou,
Continua o mesmo mal:
É o Coronel Capital,
Demarcando seu quintal!

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Capitalista não morre ...
Só morrem trabalhadores,
São horrores mais horrores,
A isto ninguém socorre !
O pobre só faz perder
E assim vai continuar ...
Quando está para ganhar
Corre o risco de morrer !
As manobras são intensas ...
Nem a Globalização
Que luta também neste chão,
Mas as chances são pro pensas!
As Raízes Capitais,
Já viraram uma cultura ...
Esta monstra estrutura
Inda aumenta mais e mais !
A cabeça pensativa
De mim e de outros mais
Não entendem o que faz
A Ciência Positiva !
***************

C O N T I N U Í S M O - I - 24/01/2000

            Nazareno Lima

Isto aqui nunca mudou,
Continua o mesmo mal:
É o Coronel Capital,
Ampliando o seu canal!

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Inerte Democracia ...
Que eu chamo de demência:
É a mesma violência,
Que vivemos hoje em dia ...
Wilson, Jesus e Chico,
Calado e João Eduardo ...
Sempre um é emboscado,
Eu só não fui porque fico
Amoitado e refletindo ...
Vendo a multidão passar,
O grande a explorar
E tudo se repetindo ...
Atentados ... Atentados ...
Sem sabermos donde vem!
Quem são a favor do bem,
São sempre violentados:
Assim se foi o Toninho,
Depois Celso Daniel,
Zé Rainha, de chapéu
Só não foi pôr um pouquinho!
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RESGATE - Abril de 2014


                        Nazareno Lima

Depois de tempos desesperadores,
Onde mil flores murcharam pra mim;
Quando eu pensava que era a vez do fim,
Arrebatou-me a lei dos amores!

Aquelas cores, sem brilhar pra mim,
E o ar assim ... Reproduzindo dores,
Tantos olores, sem olor, enfim...
Até choravam meus computadores!

E a Razão de tudo quanto pensa,
Com uma força por demais imensa
Me redimiu das transgressões mundanas.

E aqueles todos que me perseguiam
E aquelas todas que só me traíam,
Fizeram vir-me o maior dos Nirvanas!
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ROTINA - Abril de 2014

                       Nazareno Lima
 Hoje distante de todos os casos
Que por acaso me apareceram;
Por gratidões me entorpeceram
E me testaram nestes meus ocasos!

É lamentável que eu tenha perdido:
Mas um pedido ainda a Deus eu faço:
Inerme eu fique neste embaraço,
Que é o espaço do compadecido!

Eu sei que a luta que travei é brava,
Pois eu estava a suspirar nos ermos:
Pobres, doentes e também enfermos,
Rogavam-me um conselho e eu dava!

Mas essa luta, tal uma diversão,
De supetão, me desmoronou:
Não sei se Deus já me perdoou,
Mais vou pedir de todo o coração!

Ainda luto e lutarei enfim,
Neste motim de tantas ofensas...
Fé e Moral foram tão propensas
E todas as crenças se negaram a mim!

Mas minha luta continua forte,
E a cada dia muito mais ainda:
Se perguntarem quando a luta finda,
Talvez nem mesmo quando vir a morte!

Esta é a luta da pessoa honesta,
Que faz o bem sem querer retorno,
Mas, o que recebe é aquele adorno,
De declararem que você não presta!
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terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

ANDANÇAS – 19/02/2014

   Nazareno Lima

            - I -
Andei por muitos lugares;
Olhei em muitos olhares,
Vi algo que não se diz...
A Razão que me faz crer;
Vi prazeres... Vi sofrer,
Mas não me senti feliz!

Fui descendo... Fui subindo...
Vi mulheres que, fingindo,
Enganavam multidões...
Pela Fé que me guiava,
Em reflexos, eu me alertava,
Pra fugir dessas traições!

Vi mulheres revoltadas
Por amar sem ser amadas,
Vi crianças a chorar...
Vi casais desentendidos,
Vi homens sendo traídos
Por não ter amor pra dar!

Vi idosos como Eu,
Lutando mais que Orfeu
Por uma esmola de amor...
Mas nas lutas só perdiam
E a traição que recebiam
Aumentava a sua dor!

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A SOMBRA - 18/01/2014

                           Nazareno Lima

Como uma Sombra eu te conhecia:
Não percebia e nem podia crer
Que um certo dia, sem eu perceber
Me dominasse, por Telepatia!


Meu ser inerme, não se defendia
Só atraía um vil padecer:
Meu magro corpo a se estremecer
Convalescia da Hipotermia!

Mas, essa Sombra que fingia mau,
Criava-me um efeito colateral,
Preparando minhas idoneidades ...

Amando enfim a essa Sombra-mulher,
Ganhei forças, coragem, paz e fé
E a mais completa das felicidades!
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IMORTALIDADE - 25-12-2013

                           Nazareno Lima

Lute!
Lute constantemente pela vida:
Seja na elite... ou na escória!
Entre para a Classe da Memória
E aproveite a oportunidade oferecida!

Fuja!
Fuja dessa Classe Ilusória:
Milite numa Classe esclarecida!
Não há vida aqui, estabelecida
E o mundo mais real é o da História!
 

Não importa o poder dos sofrimentos:
Adote os bons ensinamentos
E entregue-se intimamente aos estudos...

Um dia, sejais fraco ou sejais forte:
Serás arrebatado pela morte
E sem a História, enfim se acaba tudo!
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NOVO TEMPO - 2013

POEMA TRISTE - 05 /09/2012
                   Nazareno Lima
Por seis meses viajando,
Chegavam ao barracão,
Devendo muito ao patrão,
Tinham que economizar,
Por isso pouco comprar,
Era a meta a ter um saldo,
Mas a dívida por respaldo
Teimava em lhe acompanhar:
E o momento de voltar
Ia-se então adiando!


A goma subiu de preço
Em 910...
Pra 17 mil Réis...
Mas não chegava a 1/3
Para os pobres seringueiros.
Coronéis e estrangeiros,
Faziam um jogo de encarte
Na luta destes "guerreiros".
Manobras pra não dar certo
Enganava o mais esperto
Naquele gigante cerco!

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NOVO TEMPO - 2013 –

 POEMA TRISTE - 05 /09/2012
                          Nazareno Lima
 


Surgiu nos anos oitenta,
Lá no Século XIX,
Porém não há quem comprove
Os primeiros Seringueiros,
Estes pobres brasileiros,
Quase todos nordestinos...
Entre velhos e meninos,
Em tudo, lutaram forte:
Não temeram nem a morte
Naquela Guerra Sangrenta!

Deixavam o velho torrão,
Oras da seca fugindo...
Já outros iam saindo
Para escapar do Cangaço!
Milhares, pelo cansaço
De viver na Injustiça:
Sem oração e sem missa
Seguiam para os embarques,
Onde nem García Marquez
Conheceu mais solidão!

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NOVO TEMPO - 2013 – Nazareno Lima

 POEMA TRISTE - 05 /09/2012
                               Nazareno Lima
Descendo do povo triste
Que entristeceu a Floresta!
Hoje enfim nada mais resta
Desse povo entristecido...
Pelo Brasil, esquecido...
Sem história e sem lembranças,
Que viveu só de esperanças,
Apoiado em suas crenças,
Lutando contra as doenças
Sem um Governo que o assiste!

Povo pobre e desprezado,
Imigrante do sertão ...
Seguidor da devoção ...
Pela seca, castigado:
Talvez o mais explorado
Que a América já viu,
Foi quem mais contribuiu
Pra enriquecer o País...
Mas a História não quis
Registrar esse passado!

Povo pobre e solitário
Extrator da Goma Elástica,
Viveu a vida mais drástica
Que o Brasil imputou:
Pois em tudo lhes faltou
Exceto a esperança,
Onde a luta não lhe cansa,
Porém, não tornou-lhe ilustre,
Aonde a Febre Palustre
Foi o grande adversário!

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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

ETERNA TRISTEZA – 13/12/2009



                           Nazareno Lima

Acho que já  perdi a esperança,
Pela imposição própria do destino:
A opressão natural desde menino
Atribuiu-me à vida esta entrança!

Essa grande tristeza não descansa,
Seja à noite ou mesmo ao sol a pino!
Não houve oração e nem ensino
Que me fizesse esta espoliação mansa!

Tal Lula no Brasil, venceu a fome:
Essa infeliz tristeza me consome,
Com um poder absoluto de Zeus...

A enorme chuva deste triste dia,
Talvez seja de Deus uma energia
Para lavar todos os sofrimentos meus!
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨








SEM AMOR – 15/12/2009

  Nazareno LimaSou feliz sem ter amor:
Dou graças a Deus por isso!
Evitando um compromisso
E fugindo dessa dor!

Alguém me jurou amor:
Era mentira o feitiço,
Procurei esquecer isso:
Esse engano, esse louvor!

Sentei-me em muitos bares...
Olhei em muitos olhares...
Alguns deles a chorar...

Até hoje caminhando...
Mulheres me confessando...
Mas ninguém tentou me amar!
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

ESTOU AQUI – 17/12/2009

 
                         Nazareno Lima

Estou aqui!
Longe do amor e longe do sonho:
Aplaudindo aqueles que felizes são:
Esta é a minha verdadeira emoção,
Conceituadora de um ser tristonho!

Aqui estou!
Certo que se conformou:
Feliz por ver outros felizes...
Felicitado com as minhas crises:
Sem elas eu não seria o que sou!

Estou aqui!
Descrevendo os movimentos...
Alegria ou sofrimentos...
Verdades ou utopias!

Suportando sofrimentos...
Mas, não faltando argumentos...
Sou feliz todos os dias!
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

VOCÊ - 10/07/2009


                        Nazareno Lima

Eu amo tanto te encontrar feliz,
Nestes espaços de tantas maldades...
O teu sorriso de felicidades,
Me faz lembrar daquela Flor de Liz!

Mesmo falando de problemas vis
Ou de um passado que deixou saudades...
São populares, suas idoneidades
Que alguém crítica, sem saber o que diz!

A raridade desse teu olhar
E a meiguice desse teu falar...
Me traz a mente um pensar profundo...

Quando passares por tristes momentos,
Lembrai diante destes sofrimentos
Que fez um homem ser feliz no mundo!
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AMBIENTE HOSTIL - II - 31-12-2001

                 Nazareno Lima

                - II -

É lamentável tanto desrespeito
A quem tem feito tanto pela vida!
Quase perdida contra o preconceito,
A luta feita está dissolvida!

É lamentável tanta investida,
Meta cumprida e divinal conceito,
Desse sujeito que sem despedida,
Prefere a lida de qualquer um jeito!

É... Mas, esse caso quando acontece,
A nossa força quase desfalece,
Tendo dois rumos para caminhar ...

Ou reagimos de cabeça erguida
Ou nos conformamos com a descida ...
Depende da força que o mundo nos dar!
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AMBIENTE HOSTIL - 31/12/2001

 Nazareno Lima

                 - I -

Neste ambiente de verdes paisagens,
Onde as vantagens nos desprezam tanto...
O nosso santo só produz miragens
E nas socio-margens estamos num canto!

O acalanto, nestas estalagens,
São de passagens... Não produz encanto
E o grande espanto dessas malandragens
Não dá coragem: multiplica o pranto!

Até parece filme de arquivo,
Nosso viver neste espaço vivo...
Traz a revolta dos predestinados...

E para findar esse duro enduro:
É estudo e fé, para que no futuro,
Haja mais respeito a nós, explorados!
*******************************

CRISE IDEOLÓGICA - II - 13-12-2001

   Nazareno Lima

- II -

Aonde irá esse povo amargo ...
Que passa ao largo de tantas doçuras?
São criaturas que só visam o cargo,
Tal qual o espargo nas horticulturas!

Serão loucuras, mas um grande embargo;
Eu peço largo, a essas estruturas,
Dessas culturas desse clã letargo
Que vive à cargo dessas desventuras!

Essa preguiça... Essa displicência
Pelo estudo ... Pela competência ...
Fará esse gente ficar na berlinda!

Mas, quando virem que a miséria arde,
Espero então que já não seja tarde ...
E haja tempos de voltarem ainda!!!
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