quinta-feira, 30 de junho de 2016

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2014

AGOSTOS - 30-08-2014

- VI -


Entre Agostos e desgostos, vejo
Malabarismos de mil saltimbancos,
Barbaridades de cem mil arrancos
Contra as verdades que eu sempre almejo.
 
 
Na qualidade do sabor do beijo,
Quero pensar como os heróis brancos,
Impulsionado por mil solavancos,
Buscarei aquilo  que eu sempre almejo!

E quando o último Jornal dos Oprimidos
Listar a relação dos esquecidos...
E nesse Rol figurar meu pobre nome...
 
Sairei da insciência então proscrito
E soltarei na Floresta um grande grito:
Que o valor que recebi não há quem tome!

***********************************

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2009

AMORES – 23/08/2009
Nazareno Lima
 
O que restou dos amores que passaram?
Após abalarem mentes poderosas...
Compararam-se a orquídeas e rosas
E em lembranças todos acabaram!
 
O que restou das paixões que provocaram
Transformações em almas amorosas?
Fundamentaram expressões saudosas
E em mágoas, em fim se transformaram!
 
Paixões e amores são momentâneos:
Especialmente instantâneos,
Qual a tudo que a Natureza cria...
 
E assim como as paixões e os amores,
Eu, juntamente as minhas dores,
Também terei que me acabar um dia!
*********************** 

POESIAS ACREANAS - Pedro Leite e Henry Frossard - 1930


quarta-feira, 29 de junho de 2016

POESIAS ACREANAS - Areal Souto - 1915


POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2012


POEMA TRISTE - 05 /09/2012
                              Nazareno Lima
Descendo do povo triste
Que entristeceu a Floresta,
Hoje enfim nada mais resta
Deste povo entristecido...
Pelo Brasil, esquecido...
Sem história e sem lembranças,
Que viveu só de esperanças,
Apoiado em suas crenças,
Lutando contra as doenças
Sem Governo que o assiste!
 

Povo pobre e renegado,
Imigrante do sertão,
Seguidor da devoção,
Pela seca, castigado:
Talvez o mais explorado
Que a América já viu,
Foi quem mais contribuiu
Para enricar o País...
Mas a História não quis
Registrar esse passado!

 

Povo pobre e solitário
Extrator da Goma Elástica,
Viveu a vida mais drástica
Que o Brasil já imputou:
Pois em tudo lhes faltou
Exceto a esperança,
Onde a luta não lhe cansa,
Porém não lhe torna ilustre
Aonde a Febre Palustre
Foi o grande adversário!

*****************

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2014

RESGATE - Abril de 2014
               
                     Nazareno Lima
 
Depois de tempos desesperadores
Onde mil flores murcharam pra mim;
Quando eu pensava que era a vez do fim,
Arrebatou-me a lei dos amores!
 
Aquelas cores, sem brilhar para mim,
E o ar assim... Reproduzindo dores,
Tantos olores, sem olor, enfim...
Até choravam os meus computadores!


E a Razão de tudo quanto pensa,
Com uma força por demais imensa
Me redimiu das transgressões mundanas.
 
E aqueles todos que me perseguiam
E aquelas todas que só me traíam,
Fizeram vir-me o maior dos nirvanas!

*****************************

terça-feira, 28 de junho de 2016

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2014

        
A Sombra - 18/01/2014
                           Nazareno Lima

Como uma Sombra eu te conhecia
Não percebia e nem podia crer
Que um certo dia, sem eu perceber
Me dominasse, por Telepatia!
Meu ser inerme, não se defendia
Só atraía um vil padecer:
Meu magro corpo a se estremecer
Convalescia da Hipotermia!
Mas essa Sombra que fingia Mau
Criava um efeito colateral,
Preparando as minhas idoneidades ...
Amando enfim a essa Sombra-mulher,
Ganhei forças, coragem, paz e fé
E a mais completa das felicidades!

****************************

POESIAS ACREANAS - Juvenal Antunes - 1912


POESIAS ACREANAS - Nelson Noronha - 1910


domingo, 26 de junho de 2016

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 1999



FLOR DE LIS - 28/09/99
                          Nazareno Lima
 
Me apareceste como a flor de lis,
Que orvalhada enfeita e perfuma:
Rara beleza que sempre acostuma,
Ao homem pobre que quer ser feliz! 

Sensível e leve igual a espuma,
Foi esta pluma que eu sempre quis:
De professor tornei-me aprendiz,
Da tua força que ao espírito exuma!

Eu te agradeço pôr me aparecer:
Mesmo que um dia me faças sofrer,
Nestes caminhos de uma só descida...

Futuramente, quando eu for passado,
Lembrai ao menos de ter me ajudado,
A escrever esta pré despedida!!!
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
 


POESIAS ACREANAS - Dr. Paulino de Brito - 1929


quinta-feira, 23 de junho de 2016

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2009


VOCÊ - 10/07/2009
                  Nazareno Lima               
                        
Eu amo tanto te encontrar feliz,
Neste espaço de tantas maldades...
O teu sorriso de felicidades
Me faz lembrar aquela Flor de Lis!

Mesmo falando de problemas vis                  
Ou de um passado que deixou saudades...
São populares suas idoneidades
Que alguém crítica sem saber o que diz!

A raridade desse teu olhar
E a meiguice desse teu falar...
Me traz a mente um pensar profundo...

Quando passares por tristes momentos,
Lembre diante destes sofrimentos
Que fez um homem ser feliz no mundo!

            ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2009

SURPRESA
               12 de Junho de 2009  

Surpreendido, pela madrugada...
Ruas desertas... Caindo neblina...
À passos lentos ... Como quem ensina...
Eu caminhava num sonho de fada!

O vento frio, à cada lufada ...
Desaquecia-me em vez repentina:
Me acompanhava uma pobre menina,
Me disfarçando da vida passada!

Entre conversas... a menina Gil,
Lembrava-me os 10 bilhões do Brasil,
Enquanto esquecia-me de lhe amar...

Tal qual o sonho de uma criança...
Guardo essa cena na minha lembrança
Que se passou em Senador Guiomard!

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

POESIAS ACREANAS - João Paulo Norberto - 1912


quarta-feira, 15 de junho de 2016

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2001

     D E C L Í N I O  - 17/08/2001
                           Nazareno Lima

                    - I -
Tal como d’antes, em 70, eu via ...
Minha ruína em um sol morrendo:
Sinto a velhice, hoje me abatendo,
Na mais completa e pura covardia!

Sinto a memória ir... enfraquecendo,
A versatilidade aos poucos se esvazia,
Já não possuo a mesma energia
Que me ajudou a viver aprendendo!

Nada me anima mesmo que me esforce,
Pois, isto tudo me chegou precoce,
Para extinguir o meu objetivo ...

Não é a Fome e nem a Depressão:
O que acaba a minha vibração
É o Contraste Social que vivo !!!

POESIAS ACREANAS - Juvenal Antunes - 1935


domingo, 12 de junho de 2016

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - Maus Lamentos de 91 - 1991





- LVI -

Deste meu triste eco, o impulso,

Vem do desespero das Classes Dominadas;

Pelo insano Capital, violentadas

E trazem consigo o ideal convulso!

Esse infeliz grito atabalhoado

É a vil saída do homem explorado

E que traz na alma o pensamento avulso:

E é esse maldito eco desordenado...

A herança da exploração do passado...

O lamento do seringueiro expulso!

POESIAS ACREANAS - A Canção do Seringueiro - Passos Galvão - 1915


quarta-feira, 8 de junho de 2016

POESIAS ACREANAS - Juvenal Antunes - 1922



À LAURA! - I

Laura! Não digas mais que és desgraçada,
Porque, se és desgraçada a culpa é minha!
És tão pura como a madrugada,
Tão inocente como uma andorinha!


Hoje, se por alguém és reprovada,
Se alguma criatura te amesquinha,
Continua serena em tua estrada,
E ninguém neste mundo te amesquinha!


Como arrojado cavaleiro andante,
Percorrerei até todo o universo,
Montado num moderno rocinante!


E a quem não te adorar nem fizer verso
Darei rápida morte fulminante,
Se houver alguém na terra tão perverso!

      JUVENAL ANTUNES -  Acre - 1922

POESIAS ACREANAS - Juvenal Antunes - 1929



SONETO

Cumpro a promessa que lhe fiz... Vencendo
A indolência fatal que me consome,
Vou estes feios versos escrevendo,
Assim com cara de quem está com fome...


Porque não deixo, aqui, só o meu nome?
Nesta segunda quadra me metendo,
Antes que tinta novamente tome,
Com o diabo da preguiça estou me vendo!


Eis-me, enfim, no começo dos tercetos...
Se eu, um dia, encontrar esse malvado
Que inventou essa droga de sonetos,


Que D. Branca me consagre burro
Se eu não assassinar esse danado
Com uma facada, um ponta-pé, um murro!

 
       JUVENAL ANTUNES - Acre, 1929

POESIAS ACREANAS - Juvenal Antunes 1917

AOS 32 ANOS


Entre as do mundo fúteis criaturas,
Já vivi muito mais de onze mil dias;
E, contando alegrias e amarguras,
Tive mais amarguras, que alegrias.

Engolfei em cismares e poesias,
Cantei, como poeta, as coisas puras,
Sem saber, coração, que recolhias
Desilusões passadas e futuras.

Hoje, cético estou. Bem tarde embora,
Vejo só ter razão quem geme e chora,
E quanta ideia vã nos enfeitiça...

De orgulhos e vaidades me desprendo;
E, como um simples verme, vou vivendo
Na calma, na indolência, na preguiça!

Juvenal Antunes - 1917

terça-feira, 7 de junho de 2016

POESIAS ACREANAS - Juvenal Antunes - 1922



LÓGICA

Se amar é ser escravo e não altivo,
Alienar a vontade e o movimento,
Ter em céus e infernos, como vivo;

Se amar é bem mal tão exaustivo,

Que embora, fecha, cega o entendimento,
Se amar é padecer tal sofrimento,
Sem um remédio, sem um lenitivo,

Se amar é ver fugirem calma e sono,

Não saber explicar o que a alma sente,
Ambicionar aquilo que ambiciono,

Ter sempre alguém no coração presente,

Sentindo solidão, vácuo, abandono,
Então já sei que te amo ardentemente!

  
                     Juvenal Antunes - 1922

POESIAS ACREANAS - Juvenal Antunes - 1922



VULCÃO

Quem te conhece assim, simples, modesta,
De olhos baixos, discreta e recolhida,
Com esse Cândido porte, que te empresta
Um ar de melancolia compungida,


E ouve-te a voz tão sussurrante e mesta,
Como uma doce nota sustenida,
Fica a pensar que alguma dor te infesta,
Que alguma mágoa te consome a vida.


Toda a gente, entretanto, anda enganada;
És, entre as mil mulheres que eu conheço,
A mais ardente, a mais apaixonada...


Semelhas o vulcão, perfeitamente:
Por fora - pedra, argila, areia, gesso;
Por dentro - fogo, lava incandescente!

  

            Juvenal Antunes - 1922

segunda-feira, 6 de junho de 2016

POESIAS ACREANAS - Dr. Juvenal Antunes - 1922


CONTRVÉRSIA

Sim! O primeiro amor, dizia Alfredo
É cego, é louco, é virginal e casto
Chega-nos muito tarde, ou muito cedo,
E enche, sozinho, o coração mais vasto.


Povoa-nos o peito insonte ou gasto,
Entra-nos a alma docemente, a medo,
Sendo em geral, um crime tão nefasto
Que se confessa assim como um segredo...


Mas Laura, que cismática e calada,
Ainda nada dissera, interpelada
Sobre o magno assunto transcendente,


Respondeu com um sorriso feiticeiro:
Para mim todo amor é o amor primeiro,
Porque o primeiro amor é o amor presente!

 
                         Juvenal Antunes

POESIAS ACREANAS - Dr. Juvenal Antunes - 1913


DEFESA

O amor que se agasalha em peito feminino
Tem o poder da fé e a força do destino.

Negar-se que a mulher seja terna e constante,
É cometer-se enorme injustiça flagrante.

As Francesca e as Beatriz, As Virgínia e as Julieta,
Não são simples ficções de cérebro de poeta.

Da mulher se conquista o firme coração
A golpes de carinho e de dedicação.

O amor atrai o amor, o desprezo desdém,
Como, de modo igual, o bem atrai o bem.

Saio em defesa, pois, da mulher indefesa,
Da mulher que é o primor de toda a Natureza!

                         Juvenal Antunes

Sena Madureira, 17– IX– 1913.