quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Casa de Seringueiro - Parque Chico Mendes - Rio Branco - Acre

As casas dos seringueiros acreanos do primeiro Ciclo da borracha (1900-1930, não eram dessa forma, essa forma foi exclusivamente do segundo Ciclo (1940-1970.

sábado, 8 de outubro de 2016

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 1993



   AQUI  - 10 - 12 -0 1993
                Nazareno Lima

              - II -
Herdei-te pois, esta triste cinda:
Meu fraco corpo sob ti, habita
Mas, minha alma tristemente aflita
Está na floresta habitando ainda !

Este teu castigo, enquanto não abranda
E nem o meu nome a tua boca chama:
Meu magro corpo por justiças clama
E minha alma triste entre vales anda!

Enquanto errada, contra mim se vingas:
Meu corpo frágil por tuas praças vaga
E minha alma alva enquanto não se apaga
Vive nas florestas à cortar seringas !

Enquanto trair-me-á por anos vindouros,
Meu corpo trilha por teus sujos becos
E minha alma odiando estes matos secos,
Anda tristonha pelos varadouros !

Enquanto me exploras à cada vez mais,
Com tamanha mágoa, a qual me consome:
Meu pobre corpo vive à passar fome
E minha alma vaga pelos tabocais !

Enquanto negares os direitos meus
Com estas tuas leis ultra corrompidas:
Meu corpo anda à mendigar comidas
E minha alma vive à se lembrar de Deus !
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 * Esse poema foi escrito pelo Prof. 
Nazareno Lima em 1993, representando 
um seringueiro expulso da floresta pelos 
fazendeiros que invadiram as florestas do 
Acre na década de 1980. Na cidade de Rio 
Branco, sem emprego, uma vez que não 
tinham profissão, esses trabalhadores 
passaram as maiores dificuldades das 
suas vidas. O seringueiro vivia na cidade 
mas, somente pensava na floresta.