sábado, 30 de setembro de 2017

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2000



        A F L I Ç Ã O   -   01/05/2000
                               Nazareno Lima

É muito triste caminhar sozinho,
Neste caminho da dificuldade.
A sociedade do saber mesquinho ...
Causa definho e intransmissibilidade!

É muito triste caminhar sozinho,
Se até o vizinho prega a improbidade
E a cara-metade se é de ser alinho,
Torna-se espinho pôr tenacidade!

Esta estrutura da sociedade ...
E do ensino a inviabilidade ...
Fizeram de mim um triste refém ...

Rogo que a santa Globalização,
Que é o fiscal do saber malsão,
Logo me ajude a ensinar alguém!
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
* O poeta aqui fala da dificuldade causada 
pela separação que aconteceu a sociedade 
seringueira ao chegar à cidade, onde aqueles 
companheiros de luta nas matas, se separaram 
e dificilmente se encontravam.

POESIAS ACREANAS - Ferreira Sobrinho - 1937


POESIAS ACREANAS - Mario de Oliveira - 1943


sexta-feira, 29 de setembro de 2017

POESIAS ACREANAS - Dr Mário de Oliveira - Jardim Fechado - 1943



PANORAMA
Mário de Oliveira

Por sobre a mata verde, que se estende
Qual um tapete gigantesco, imenso,
O pássaro metálico distende
As asas brancas, como um pando lenço.

Em baixo, o oceano florestal resplende
Em pujante beleza, que até penso
Pairar sobre um mar, de onde rescende
Um odor estranho, inebriante e denso.

Além, flocos de nuvens, como ovelhas
De um rebanho celeste, de que Eólo
É o pastor sideral, correm parelhas...

E o Acre, silencioso, serpenteia
Em baixo, em mil volteios, sobre o solo,
Qual anaconda imensa, que coleia...

O Acre, 12 de setembro de 1943, Ano XIV, N.711

POESIAS ACREANAS - Dr Mário de Oliveira - Jardim Fechado - 1943



SIMILITUDES
Mário de Oliveira

Quanto tempo a dormir, ó pobre coração!
Qual, da lenda vetusta, o castelo encantado
Da “Bela Adormecida”, assim, também, coitado,
Vives, há muito tempo, em longa hibernação...

Reza a lenda que, um dia, o “Príncipe Esperado”,
Cumprindo do Destino antiga predição,
Penetrou os umbrais da silente mansão,
Despertando a “Princesa”, e livrando-a do fado...

Semelhas, coração, à princesa lendária:
– Teu destino, também, é voltar para a vida;
Mas a ventura é curta e a tua sorte é vária...

Quanta vez redivive o teu sonho esplendente,
Despertado em contato a outra alma querida,
E volves, a seguir, ao castelo silente!...

O Acre, 7 de setembro de 1943, Ano XIV, N.710