segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - Feliz Ano Novo

Para todos os meus leitores no Acre, no Brasil e no Mundo, um Feliz 2019. Que a Paz, a Esperança e a Fé estejam com todos vocês! 
                                                           Senador Guiomard-Acre, Brasil - 22:05h
Nazareno Lima.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2017


POVOS DA AMAZÔNIA – 05-09-2017

                Nazareno Lima

Que triste sina da grande Amazônia,
Que supriu tantos povos milenares...
Movimentou gerações complementares
E aos modernos ativistas traz insônia!

Por contas de gestores rudimentares,
Poderás ser a nova Babilônia
Ou ainda a equatorial Patagônia...
Ou outros desmoronamentos similares!

Omáguas... Caribes... Marajoaras...
Cannamarys... Guarayos... Pakawaras...
Quem passou por aqui deixou o seu relato,

Mas os Seringueiros, solitários e fortes
Com guerras, doenças, revoluções e mortes...
Preferiram então... o anonimato!


quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2014


 
AGOSTOS - 2014
  
   - V -

Eu quero forças pra seguir sozinho
Pois meu caminho é triste e espinhoso,
Falo a verdade, não sou rancoroso:
Na minha trilha só existe espinho.

Quero energias pra andar sozinho,
As companhias são algo insidioso;
Andar comigo é algo inditoso,
Pois ninguém quer provar desse vinho!

No meu trajeto de 40 anos
De inseguranças... e de desenganos
Cruzei a morte por vezes diversas...

Hoje com a alma, tão estremecida;
O que me resta é somente a vida
E a fé em Deus nas horas reversas!

      - VI -

Entre Agostos e desgostos, vejo
Malabarismos de mil saltimbancos,
Barbaridades de cem mil arrancos,
Contra as verdades que eu sempre almejo.

Na qualidade do sabor do beijo,
Quero pensar como os heróis brancos,
Impulsionado por mil solavancos,
Curar Minhalma desse grande aleijo!

E quando o último Jornal dos Oprimidos,
Listar a relação dos esquecidos
E nesse Rol figurar meu pobre nome...

Sairei do anonimato então proscrito
E soltarei na Floresta um grande grito:
Que um homem no Brasil venceu a fome!

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2018


NATAL BRASILEIRO – 2018

Que seja vida esse Natal que se aproxima
E que esperança e compleição nos venha dar...
Melhore a arte brasileira de julgar,
Que aquele triste e pobre homem se anima!


Que seja Luz esse Natal que está no ar...
Para trazer-nos união e muita estima.
Que seja mais animador que a minha rima
E nos ensine a melhor forma de amar!


Que seja claro esse Natal sem haver medos,
Realista, verdadeiro e sem segredos,
Para que o nosso povo volte a acreditar....

Nós precisamos de um Natal de harmonia,
Onde o perdão substitua a ironia,
Para que volte Deus a nós abençoar!


quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2017

EXPECTATIVAS - 2017
Nazareno Lima

Se descobrissem a vitória dessa mata,
Contra a Pecuária fugaz e intromissiva ...
Apareceria enfim a alternativa
Descompostora, dessa gente da bravata!

Tantos valores hão na expectativa
Da Economia silvestre e substracta,
Das Ciências, oculta e ainda intacta ...
Sem da Pesquisa qualquer iniciativa!

Se sonhasse a Medicina, em suas crenças
Com As plantas, substancias e essências,
Que ainda jazem nesse espaço ignorado...

Mas, quando talvez isso venha acontecer,
Nada mais terá o Conhecimento a fazer...
Pois, o bioma estará todo exterminado!

             



quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2018


A MINHA GENTE 
                            Nazareno Lima
           II
Que onda é essa, ó Deus, que aflige a nós?
Causa vertigem e até nos tira o sono...
Nosso futuro, talvez seja o abandono
E o Estado, não mais ouça a nossa voz!

Que onda é essa ó Senhor, que vem após
Tempos tão fartos e amenos tal um outono?
Hoje não quero te pedir...  Tal disse Bono,
Mas, que observe a nossa causa em tempo atroz!

Talvez o erro de alguns, nos custe caro...
A Democracia, vezes vira um desamparo...
Que a Razão e a Dialética não citaram...

E a saída é resistir sem objeções,
Mesmo diante de reais explorações...
E de medidas sociais que injustiçaram!

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POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2015


ÚLTIMA MÁGOA - 20-11-2015

                         Nazareno Lima



Persuadido por questões profundas

Que os tropeços da vida me impuseram,

Em mágoas estranguladoras se fizeram

De tão pesadas emoções infundas!



O sofrimento forte que afundas,

Sem ter, pois, melhoras que esperam

Ao meu ser o que sempre deram,

Certas pessoas do mal, oriundas!



E foram esses os meus pequenos dotes,

Que me fizeram ser um "Sem Culotes",

Da revolução sentimental da vida ...



Mas essa mágoa que me faz sofrer

Ensinou-me a Deus agradecer

E não dizer que a luta é perdida!

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segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2016

VOCÊ - II - 01 - 03 - 2016
                           Nazareno Lima
Você que fica feliz quando me ver
E que aplaudes de pé, minhas vitórias...
Que me desejas conquistar mil glórias
Neste caminho de amar e crer!

Você que ama minhas razões de ser
Nessa planície de raras memórias...
Aonde eu vivo a vasculhar histórias
Para ensinar aos que querem aprender!

Talvez não saibas, mas, você é quem
Me incentivas nesse espaço além,
Para que eu viva ressurgindo isto...

Além da luta e do sofrimento,,,
Quero levar-lhe o reconhecimento,
Que é a minha recompensa enquanto existo!

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2013

O RIO E O HOMEM - 08-02-2013
                  Nazareno Lima
A vida dar muitas voltas,
Tal na Floresta o rio corre:
Por falta das voltas o rio morre
E sem as curvas, acaba a vida!

As curvas da vida são reviravoltas;
Hábito que a Física nos socorre,
Lutemos para que não borre
A Moral da Ética adquirida!

E tal deve o rio nas curvas não toldar
A água, o homem social deve moldar
Suas curvas sem ódio e sem mágoas...

E limpos na Natureza, indo...
O rio descendo, o homem subindo
E ambos sendo quimicamente, águas!
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quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2014

RESGATE - Abril de 2014
                       Nazareno Lima

Depois de tempos desesperadores
Onde mil flores murcharam pra mim;
Quando eu pensava que era a vez do fim,
Arrebatou-me a lei dos amores!

Aquelas cores, sem brilhar pra mim,
E o ar assim ... Reproduzindo dores,
Tantos olores, sem olor, enfim...
Até choravam meus computadores!

E a Razão de tudo quanto pensa,
Com uma força por demais imensa
Me redimiu das transgressões mundanas.

E aqueles todos que me perseguiam
E aquelas todas que só me traíam,
Fizeram vir-me o maior dos Nirvanas!

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2018


A MINHA GENTE – 11- 2018

               Nazareno Lima

Ah! Se o meu povo possuísse o meu pensar...
E de estudar, contemplasse como eu.
Nós estaríamos mais heroicos que Orfeu,
Quando usava a sua harpa e seu cantar!

Se a minha gente copiasse o meu olhar...
E a astúcia e o som de Prometeu,
Não se iludissem tanto assim como Aristeu 
E não cedessem a leveza do enganar!

Se a minha gente se lembrasse do passado
Naquele tempo sem razão do explorado...
Que até vergonha de falar cheguei a ter...

Mas, quem sabe agora rejeitemos esse ardil
Que tomou contas da pobreza do Brasil,
Na mais completa estratégia do sofrer!

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2018

A ONDA – 11- 2018

                Nazareno Lima

Quando passar esta Onda do Atraso...
Que por acaso, caiu em nosso espaço;
Tal qual um laço, seu fim não vai ter prazo,
Mas seu arraso, se vence no compasso!

Quando passar o calor desse mormaço...
Tal como aço, feriu-nos sem comprazo,
O seu efeito chegou-nos por acaso, 
Mas venceremos em paz seu embaraço!

Essa elitista onda e obtusa...
Que nos chegou à força e como intrusa,
É resultante dos piores dos enganos....

Rezaremos como todas as igrejas
Para que esta Onda maldita não sejas
Como as outras que duraram 20 anos!

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2003


    05 de Setembro de 2003

Grande tristeza me chegou agora
Pois, a melhora foi pura ilusão ...
A euforia do meu coração,
Foi utopia e já não mais vigora !

Tanta fumaça da floresta à fora ...
Fosse mentira pois, será traição ?
Ou talvez, quem sabe? Foi desatenção
Dos companheiros, por multi-labora !

Tal a paisagem dos anos 80,
A minha classe deve estar atenta:
Eu só espero que ela então não finjas ...

Devo voltar aos meus antigos brados:
O genocídio dos anos passados
Ressuscitou de suas próprias cinzas !!!

                                         Nazareno Lima

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sexta-feira, 23 de novembro de 2018

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2016

TUA LEMBRANÇA - Fev - 2016
                   Nazareno Lima

Que seja viva a tua lembrança,
Na esperança desses meus sentidos...
Anos vividos de perseverança,
Como a bonança aos bem-sucedidos!

Compreensiva e sem querer vingança
E nem entrança, se não for cumpridos
Esses pedidos, minha alma mansa
Certa, se lança aos agradecidos!

E essa lembrança, como remissão,
Serás presença na minha oração
Que dia a dia faz o meu viver...

Como a herança mais proselitista
É a riqueza de um pobre artista
Que tal batalha não pode vencer!
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terça-feira, 20 de novembro de 2018

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2018


A ÚLTIMA ROSA - 2018
                                 Nazareno Lima
Onde será que anda aquela rosa
Que nem de prosa quer me procurar...
Em outros tempos vivia a me chamar...
Educadíssima, romântica e piedosa!

Onde andarás a tão meticulosa...
E amorosa flor do meu pensar...
Que nem por mim, se quer, deve rezar,
Para que eu vença a luta desditosa!

Aquela rosa que foi pra não voltar...
E sua ausência rendeu o meu penar...
Nessas estradas e ruas perigosas...

Com a volta do arrocho ao explorado
E com a crise danificando ao Estado ...
Sumiu-se tudo do espaço... até as rosas!

sábado, 17 de novembro de 2018

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2018

               TRAIÇÃO -  II -
                  Nazareno Lima

Porque trair a si mesmo... por querer...
Na eminência de sofrer retaliações...
Se entregando totalmente à explorações,
Se arriscando a vários anos de sofrer?

O que levou um ser humano a resolver...
Se revoltando contra as suas construções,
Suas ideias, seus direitos e Razões
E entregar-se a outras Classes de poder?

Como se explica a tudo isso que se passa...
Tal uma grande Tsunami, a mais devassa...
Destruidora dos produtos da Razão ...

A explicação de tudo isso é a certeira
Situação de quem quer voltar à cegueira
Perpetuada pela luz da escuridão!

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2018

TRAIÇÃO - I
          Nazareno Lima - 2018

Ah! Se essa dor que desbancou a minha mente...
Fosse de amor, ou de paixão, ou coisa assim,
De desemprego, moradia, ou mais ruim...
Conceituava como tal... inconsequente!

Se essa dor que me ataca de repente...
E que atingisse de verdade só a mim...
Seria ermo, como o pão de um botequim
E eu não seria outra vez um maldizente!

Mas, essa dor que me traga as faculdades...
É a traição do meu povo as estabilidades ...
Que foi o golpe mais tristonho e suicida ...

E vamos nós pelos anos, lamentando ...
Essa tormenta que nos passou derrubando
Grandes conquistas e tantas lutas pela vida!
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domingo, 4 de novembro de 2018

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima 2018


FANTASMAS...
                  Nazareno Lima - 2018


Hoje nos bate à porta os horrores do passado,
Que exploraram e pilharam a nossa gente,
Empobreciam a todos nós, covardemente...
Nas expressões enganadoras do Estado...


Esses Fantasmas, tal um monstro hibernado,
Nos parecia exterminado e... de repente,
Reaparece como herói intermitente,
Morto de fome de explorar ao explorado!


A minha gente, esquecida e mal lembrada.
Pelo Fantasma Fake News estimulada...
Fez retornar aqueles males de 90...


Noites e dias vou rezando por aqui...
Para não vir o Fantasma FMI...
Pois, se vier a nossa gente não aguenta!

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POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2009


AMORES – 23/08/2009
            Nazareno Lima

O que restou dos amores que passaram?
Após abalarem mentes poderosas...
Compararam-se a orquídeas e rosas
E em lembranças todos acabaram!

O que restou das paixões que provocaram
Transformações em almas amorosas?
Fundamentaram expressões saudosas
E em mágoas, em fim se transformaram!

Paixões e amores são momentâneos:
Especialmente instantâneos,
Qual a tudo que a Natureza cria...

E assim como as paixões e os amores,
Eu, juntamente as minhas dores,
Também terei que me acabar um dia!

sábado, 3 de novembro de 2018

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 1987

OBLAÇÃO À MEIA-NOITE
            Nazareno Lima - 1987

Sexta-feira, dia 13, meia-noite...
1987, mês de fevereiro.
Sobreolho do alto, este interior brasileiro,
Rogando que a violência aqui não se amoite!

A oração do pobre seringueiro
É pedir que sobre os galhos, o vento açoite...
E que nenhum jagunço se amoite
Neste lugar onde eu cheguei primeiro!

Meia-noite outra vez, ao invés do relógio, olho a lua,
A chuva não veio, o verão continua...
Tal a Devastação, cada vez mais forte...

Já que nos dias normais não consigo,
Livrar minha Mãe desse cruel castigo...
Venho pedir nesse poderoso dia de má sorte!
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terça-feira, 23 de outubro de 2018

COMO SÃO AS COISAS - Nazareno Lima - 2018

                                           Lula e Manoela d'Ávila em 6 de agosto de 2018

COMO SÃO AS COISAS....
Interessante... recentemente a Justiça Brasileira acusou, julgou, condenou e prendeu Lula, numa demonstração de certeza, realidade, heroísmo e coragem.
Mas, mal sabia a Justiça Brasileira que Lula era a única saída para sua manutenção de Heroísmo e Paz. Acontece que Lula era o único entrave no largo caminho de Jair Bolsonaro que, à lá Donald Trump, tornou-se um ditador mesmo antes de ganhar a eleição no Brasil.
Depois de recebida uma série de ameaças por seus seguidores, o STF já não há mais o que fazer, uma vez que lhe falta o recurso principal – o tempo. O STF, que era Supremo de fato e de direito... além do sustentáculo que é num Estado Democrático de Direito... e além ainda de não ter o costume de ser importunado, uma vez que a educação principal dos Políticos Brasileiros sempre foi respeitá-lo até mesmo em suas duvidosas decisões... vê-se hoje importunado por uma equipe que tem dias contados para assumir a Presidência da República.
O STF, que usava de uma Lei das maiores em seu favor chamada Obstrução de Justiça, agora vê-se preocupada, aquela instituição diante de futuros comandantes do País... Talvez o Supremo não saiba, mas... se ele tivesse aqueles 40 pontos populares que tinha Lula... numa confusão dessas, Bolsonaro já teria perdido mais de 10 PP.
Mas.... as coisas são assim... um dia é da caça, outro é do caçador!

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 1990


            A   VOLTA   -  1990
Olá minha Mãe, olá! Não  morri pois, ainda me movo;
Sumi, depois de tantas desilusões e desenganos!
Depois de calado, observar tudo durante dois anos,
Estou aqui para escrever de novo!!!

Olá minha Mãe! Neste mau tempo eu vi muitos danos;
Vi o grande e triste massacre do chefe do teu povo,
Vi a derrota da classe trabalhadora que tal um ovo,
Foi comprada pelos capitais insanos!!!

Eu vi nestes dois anos o que não somou-se em vinte:
Teu povo precisa preparar-se para o tempo seguinte,
Para não enfrentar de vez, a morte ...

Eu resisti até os últimos momentos
Porém, não havendo a quem expor tantos lamentos:
Voltei a escrever para reclamar da sorte !!!
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sábado, 20 de outubro de 2018

POESIAS ACREANAS - J. G. de Araújo Jorge - 1934

Canteiro de Opalas
J. G. de Araújo Jorge - 1934

Céu azul… céu lilás… Noite azul, tropical
que através da janela eu fito deslumbrado,
como o sapo infeliz, de olhar quieto e parado
que mora sem ninguém no fundo do quintal…
Abóbada que encima a imensa catedral
do Universo, onde o poeta, um Deus por Deus deixado
na terra, vai abrir seus olhos, consolado
na extática visão de uma obra magistral…
Quando o vejo a pulsar numa noite bonita,
Parece, nem sei bem – um “canteiro” de opalas
cujo pólen é a luz que nos astros palpita…
Opalas que eu adoro! Em vão tento colhê-las!
– Quisera na minha alma azul também plantá-las
para ter no meu peito um punhado de estrelas!…

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

POESIAS ACREANAS - J. G. de Araújo Jorge - 1937

As Estações do Amor…
                                J. G. de Araújo Jorge

Eu tinha para mim que eras pura e sincera,
e por isso, talvez acreditei em ti…
Nesse tempo, em meu ser, fazia a primavera
e as flores do meu sonho em minha alma colhi…
Depois… Foi de repente… Ao passar da estação,
tornou-se o meu amor maior… e mais ardente…
Havia no meu peito o calor do verão,
– e julguei que eras minha, minha inteiramente…
E o tempo foi passando… E tudo, pouco a pouco
mudou – e me senti num completo abandono…
Caíram para sempre as ilusões – e eu, louco,
as vi secar no chão como folhas de outono…
E um dia… Veio o inverno insípido e tristonho,
– fazia muito frio… e em minha alma nevou…
E a neve foi caindo, e sepultou meu sonho
…………………………………………
As estações do tempo… As estações do amor…
Parecem muito iguais… e diferem no entanto,
– naquelas há o voltar da alegria e da côr
ao de novo surgir, da primavera , o encanto…
Mas nas outras, depois do inverno, nada existe…
Tudo é branco… tristonho… frio e desolado,
– recorda-se a chorar – e vê-se o como é triste
lembrar a primavera antiga do passado !…

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

POESIAS ACREANAS - Dr Mário de Oliveira - 1971

VIDA PARTIDA
            Mário de Oliveira

Na tristeza dorida da saudade,
Que o coração me traz envenenando,
O desalento vem, de quando a quando,
Aumentar a agonia, que o invade.

Horas e horas, fico em ti pensando,
Em como hei-de passar, e como há-de
Ser minha vida, sem felicidade,
Sem teu carinho as dores me adoçando.

Como a vida é ingrata! Na subida
Do passo mais difícil, quase ao cimo,
Não nos podemos ter, em mútuo arrimo.

Tu vais sozinha, e eu tão sozinho vou...
Nenhum de nós jamais imaginou
- Que nossa vida, assim, fosse partida!

Do Livro "Jardim Fechado" 1971





quinta-feira, 11 de outubro de 2018

POESIAS ACREANAS - Mário de OLiveira - 1943


PANORAMA = Dr. Mário de Oliveira

Por sobre a mata verde, que se estende 
Qual um tapete gigantesco, imenso, 
O pássaro metálico distende 
As asas brancas, como um pando lenço.

Em baixo, o oceano florestal resplende 
Em pujante beleza, que até penso 
Pairar sobre um mar, de onde rescende 
Um odor estranho, inebriante e denso.

Além, flocos de nuvens, como ovelhas 
De um rebanho celeste, de que Eólo 
É o pastor sideral, correm parelhas... 

E o Acre, silencioso, serpenteia 
Em baixo, em mil volteios, sobre o solo,
Qual anaconda imensa, que coleia...

"O Acre", 12 de setembro de 1943, Ano XIV, Nº 711

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

A AULA DE LULA - Nazareno Lima - 2018

                   

Antes de Lula se entregar as autoridades do Brasil em São Paulo, ele disse uma frase que ficará na História daqueles brasileiros que pensam: “Eu não sou um ser humano, eu sou uma ideia e não adianta lutar contra uma ideia”. Essa frase somente é dita por pessoas de alto poder de Conhecimento e consciência, não se limitando a representar apenas um povo e sim o Universo.
Quando Lula se elegeu Presidente da República Federativa do Brasil pela primeira vez e quando recebia a faixa presidencial, fez chorando uma afirmação: “O único diploma que ele tinha recebido foi o de Presidente do Brasil”. Lula falava como se fosse ele o maior dos inconscientes..., mas Lula à lá Platão, estava disfarçando... Os grandes não se engrandecem, eles preferem que os outros o façam.

O povo brasileiro, principalmente aquela parte consciente, sabe que Haddad é um emissário e mais que ninguém o próprio emissário reconhece isso. Sem Lula, Haddad não teria aqueles 29 pontos que o fez disputar o segundo turno das Eleições Presidenciais do Brasil em 2018.
Lula deu uma aula de liderança e de reconhecimento de valores as pobres autoridades brasileiras que ainda estão no Terceiro Pecado da Platão..., mas, como é que Lula nunca recebeu um diploma e dar aulas para as Autoridades do Brasil? É porque as nossas Autoridades ainda não estão na dimensão de Lula... parece até mentira essa expressão..., mas é a pura verdade. Se as nossas Autoridades estivessem na dimensão em que está Lula, essas Autoridades teriam de 40 a 50 pontos de aprovação do povo brasileiro.

O Conhecimento é algo por demais difícil de entende-lo, somente entende o Conhecimento quem o tem e a falta de conhecimento não atinge no Brasil somente aos pobres, a falta de Conhecimento atinge todas as classes sociais... o Brasil é o único país da Terra que tem Médicos que não sabem consultar; tem advogados que não sabem advogar; tem professores que não sabem ensinar; tem juízes que não sabem julgar; tem políticos que não sabem legislar; entre muitos outros... tem no Brasil, uma grande parcela de doutores e profissionais liberais que têm o diploma de Curso Superior porém lhes faltam o nível. Quem leu o “Ensaio sobre a Cegueira” de José Saramago, entende isso.
Lula fez sua parte com relação a liderança de um povo no Estado Democrático de Direitos... agora o que nos resta é entender isso para que depois não seja tarde para que reconheçamos.

                                             Lula e Manoela d'Ávila em agosto de 2018



domingo, 7 de outubro de 2018

POESIAS ACREANOS - J. G. de Araújo Jorge - 1937

As Estações do Amor…

Eu tinha para mim que eras pura e sincera,
e por isso, talvez acreditei em ti…
Nesse tempo, em meu ser, fazia a primavera
e as flores do meu sonho em minha alma colhi…

Depois… Foi de repente… Ao passar da estação,
tornou-se o meu amor maior… e mais ardente…
Havia no meu peito o calor do verão,
– e julguei que eras minha, minha inteiramente…

E o tempo foi passando… E tudo, pouco a pouco
mudou – e me senti num completo abandono…
Caíram para sempre as ilusões – e eu, louco,
as vi secar no chão como folhas de outono…

E um dia… Veio o inverno insípido e tristonho,
– fazia muito frio… e em minha alma nevou…
E a neve foi caindo, e sepultou meu sonho
………………………………………

As estações do tempo… As estações do amor…
Parecem muito iguais… e diferem no entanto,
– naquelas há o voltar da alegria e da côr
ao de novo surgir, da primavera , o encanto…

Mas nas outras, depois do inverno, nada existe…
Tudo é branco… tristonho… frio e desolado,
– recorda-se a chorar – e vê-se o como é triste
lembrar a primavera antiga do passado !…
                       
                                J. G. de Araújo Jorge - 1937

sábado, 6 de outubro de 2018

POESIAS ACREANAS - J. G. de Araújo Jorge - 1937

Adormecer…

Muita vez, no silêncio, enquanto a noite desce
e pousa sobre a terra o seu manto dourado
de estrelas, no meu quarto, a sós, abandonado,
não tenho pelo mundo o mínimo interesse…

Mas, não sei bem dizer… dentro em meu peito cresce
um sonho, e, de repente, eu sinto, consolado
que alguém vem para mim, que alguém vem ao meu lado,
e me diz bem baixinho alguma estranha prece…

Então, tomo da pena, e espero calmamente…
Uma noite, porém, me lembro, adormeci
sentindo esse esplendor de um céu que está contente,

e não pus no papel mais que um nome sequer…
E só quando acordei, na folha branca, eu vi
que apenas tinha escrito um nome de mulher…
                               
                                         J. G. de Araújo Jorge - 1937

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

POESIAS ACREANAS - J. G. de Araújo Jorge - 1937

A Vida Que Eu Sonhei…

Eu sonhei para mim, uma vida discreta
num lugar bem distante, a sós, tendo-te ao lado
– num castelo que fiz lá num reino encantado,
nesse reino que eu chamo o coração de um poeta…

Sonhei… Vi-me feliz na solidão de asceta,
bem longe deste mundo, a rir, despreocupado…
– acordando a escutar no arvoredo o trinado
das aves, e a dormir fitando a lua inquieta…

Vivia na ilusão daquele que ainda crê,
na vida, e o meu amor, eu o tinha idealizado
no romance de um lar coberto de sapê…

– Mentiras que eu sonhei!… No entanto hoje me ponho
muita vez a pensar no tal reino encantado
e sinto uma saudade imensa do meu sonho!…

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2018


ARREPENDIMENTO TARDE – 01-2018

                           Nazareno Lima

Talvez, quem sabe? Um dia eu me arrependa...
De tantas noites em desespero... Escritas.
Desagradáveis, porém talvez benditas
E que talvez somente a minha alma entenda!

A Subjetividade incompreensível e horrenda
Das minhas classes, por demais desditas...
Levou-me a tantas expressões proscritas...
Que pareço hoje a uma exterminável lenda!

E ronda sobre as minhas longas cavernas cerebrais...
As mais diversas críticas radicais...
As minhas gerações passadas, presentes e futuras...

Violando ao Estado Democrático de Direitos,
Revivem ao Coronelismo dos defeitos...
Na mais ampla e poderosa das usuras!
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terça-feira, 2 de outubro de 2018

POESIAS ACREANAS - J. G. de Araújo Jorge - 1950

A ÚLTIMA ESTRELA

Voltaste as folhas, uma a uma, e agora
vais fechar este livro: a noite é finda...
O "meu céu interior..." já se descora
à luz de um dia que não vive ainda...

Não sei se achaste a minha noite linda,
se sentiste, como eu, o vir da aurora...
Vai a luz aumentando... a noite é finda
"O meu céu interior..." já se descora!...

Cada folha voltada, foi assim
como um raio de luz, a mais, brilhando...
- como uma estrela que encontrou seu fim...

Esta folha - é da noite, o última véu...
E este verso que lês, e vai findando,
a última estrela a se apagar no céu!...
                                     
                               J. G. de Araújo Jorge - 1950







sábado, 29 de setembro de 2018

POESIAS ACREANAS - J. G. de Araújo Jorge - 1952

A Ilusão de Ser Feliz

Silêncio... A noite pesa sobre tudo,
e eu, quedo, triste, retraído e mudo
vou traduzindo a dor que me consola...

Deixo falar meu coração tristonho,
e assim, vou despertando um pobre sonho
que alguém me deu por derradeira esmola...

Relembro o doce amor que tanto adoro
e sinto que ao lembra-lo, quase choro
talvez porque não sei me compreender...

Partiste... e nem se quer adeus te disse
só por temer que desse adeus surgisse
a triste confissão de meu sofrer.

Prefiro esse meu sonho por ventura
uma vaga esperança por tortura
e um porvir de quiméricas visões...

Feliz, eu me contento com a incerteza,
sentindo a vida, embora com tristeza,
uma linda cadeia de ilusões,,,

E é tudo que me resta. O coração
ainda tenho a pulsar, nesta visão
que, por que tive medo, não desfiz...
                                                                  J. G. de Araújo Jorge - 1952


segunda-feira, 24 de setembro de 2018

POESIAS ACREANAS - J G de Araújo Jorge - 1952

A Cruz de Ninguém 

Era uma cruz... pequena... de madeira... 
em meio as outras cruzes, desprezada, 
sobre um monte de terra, abandonada, 
sem uma flor sequer por companheira...

Pendendo sobre o chão, tosca, bem feia,
cobria o corpo de um, que foi fadado 
a ser talvez, na vida, um desgraçado, 
hoje feliz sob um montão de areia...

Vendo-a tão só, nublou-se o meu olhar,
e orei por esse irmão que ali dormia... 
pois morto eu fosse, e a minha cruz seria
tal como aquela, ao tempo, a se inclinar...
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Ao partir... junto à cruz triste e sozinha
escrevi sobre a terra uma inscrição 
que é bem possível que ainda seja a minha:
"Aqui se encontra alguém desconhecido, 
um que nasceu talvez por irrisão
e que morreu, sem nunca ter nascido..."
                                       J. G. de Araújo Jorge - 1952















sábado, 22 de setembro de 2018

POESIAS ACREANAS - J. G. de Araújo Jorge - 1947


A Casa Abandonada

Abro a janela da minha alma e espio;
- tudo é negro... é completa a escuridão...
Nesse estranho lugar, triste e vazio,
hoje habita somente a solidão.
                                       Há teias de saudade em cada canto
                                       e a poeira deum amor cobre o seu chão...
                                       São sombrias as salas, - velho encanto,
                                       há nesse feio e escuro casarão.
Uma ruína em meu peito, abandonada,
com muros desbotados... cheios de hera...
- como um túmulo à beira de uma estrada,
que nada mais dessa existência espera...

                                        O tempo, pouco a pouco, já a consome,
                                        - outrora, por exemplo - havia um nome
                                        de mulher, no portal, mas se apagou...

Quantos homens como eu, na alma fechada,
vão levando uma casa abandonada
de onde alguém que partiu não mais voltou!...

                                     

J. G. de Araújo Jorge - 1947

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Dr. Francisco de Oliveira Conde - Biografia - Nazareno Lima - 2012


                                                         Dr. Francisco Conde em 1950.



Capitão do Exército Acreano, Tenente-Coronel da Guarda Nacional desde 1911, nasceu em Maranguape-Ceará no dia 23 de dezembro de 1880.

Chegou a região de Xapuri no Alto Acre em 1895, nessa época vieram muitos nordestinos, principalmente cearenses e maranhenses para o trabalho da extração da borracha, uma vez que os seringais daquela região do altíssimo Acre estavam sendo abertos e os jovens Joaquim e Francisco Conde vieram com a Família Mavignier, que eram também de Maranguape, principalmente o guarda-livros Gastão Mavignier e juntos trabalharam alguns anos com o coronel Antônio Vieira de Sousa no seringal Porvir. Quando surgiu a Revolução Acreana, serviram na retaguarda revolucionária do Alto Acre comandada pelo cel. José Galdino, cujos combates foram os piores e mais terríveis de toda a Revolução. O Dr Conde relata isso a sua filha Hélade numa carta que a escreveu em 1955.

Depois da Revolução, apoiado pelo irmão Joaquim Conde e pela Família Mavignier (principalmente Gastão, José e Antônio Mavignier de Castro) o jovem Francisco Conde foi estudar em Fortaleza, chegando a concluir o Curso de Direito em 1910, nessa época, casa-se com Maria Mavignier Conde e volta a Xapuri no início de 1911, ali viveu como bom advogado, procurador e juiz de órfãos e ausentes, além de Redator-Chefe de vários jornais, entre os quais:" O Acre"; "O Acreano"; "Gazeta do Acre" em 1920; além de colaborador de outros.

Em junho de 1921 foi nomeado Secretário Geral do Governo, pelo então Governador Epaminondas Jácome, diante disso tiveras então que mudar-se de Xapuri para Rio Branco. Desde 1921 até 1955 ocupou aquele doutor os mais altos cargos no Governo do Território do Acre, entre estes, três vezes Governador, várias vezes Secretário Geral, várias vezes Chefe de Polícia, entre outros.

Mas o Dr. Conde, como era mais conhecido em Xapuri no início do Século XX, tinha um problema social muito grande, assim como quase todos os Coronéis do Acre, exceto Avelino Chaves: era muito fechado socialmente, isso foi relatado pelo grande Historicista Acreano Agnaldo Moreno e também por uma sua neta de nome Shirley que morou em Rio Branco em 1999, apesar de ser um intelectual e grande jornalista-redator, o Dr. Conde não simpatizava com notícias de sua família em Jornais. A Primeira esposa do Dr. Conde, Maria Mavignier Conde fora noticiada apenas uma vez no jornal “Commercio do Acre” de Xapuri por conta de sua data natalícia em 05 de agosto de 1915 e uma outra vez pelo “Commercio do Amazonas” de Manaus por contas do falecimento de uma sua irmã de nome Marcellina Nogueira Mavignier, em setembro de 1912. A partir de 1936 a esposa do Dr. Conde foi Maria Antoniêtta Linhares Conde e que também somente fora noticiada duas vezes pelo jornal “O Acre” – órgão principal de comunicação do Governo do Território. O Dr. Francisco de Oliveira Conde por contas destas e de outras atitudes, foi um dos mais difíceis personagens da Administração direta do Governo do Acre a se fazer uma Biografia... Veja uma citação do Prof. Nazareno Lima quando fez a biografia do Dr. José Ferreira Sobrinho em 2010...

Em 1920, junto à Theodoro d'Albuquerque; Amanajós de Araujo; Affonso Cunha; Vicente Avelino; Juvenal Antunes; Ganot Chateaubriand; Francisco Conde; Rezende Costa; José Maia; A. Ferreira Brazil; Coronel Victor Porto e o comandante Sansão Valle, fundam a Sociedade Acreana de Lettras.”.

Quando o Dr. Francisco de Oliveira Conde faleceu, no dia 11 de setembro de 1962, o jornal “O Acre”, que na época publicava apenas duas edições por mês, dedicou uma página quase completa a esse acontecimento, porém o jornalista que redigiu a matéria não disse o local de seu falecimento, se foi em Rio Branco ou no Rio de Janeiro, não disse a causa mortis, não citou nenhum membro de sua família... foi uma comunicação muito pobre para referir-se a um dos maiores intelectuais de toda a História Acreana. O Dr. Conde ... para completar o seu mal agradecimento da Política Acreana, foi homenageado com o nome de um presídio em Rio Branco... Sendo o intelectual que foi ... quando detinha as Cadeiras de Latim, Inglês. Estenografia e Contabilidade  no Instituto Barão do Rio Branco e Colégio Acreano de Rio Branco - Acre, desde 1933 até se aposentar em 1956... Não havia outro logradouro público para homenageá-lo?

sábado, 15 de setembro de 2018

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2018

INCERTEZAS - jan 2018
                          Nazareno Lima

Ó Deus, o que direi agora a minha gente,
Sobre a premícia de tanta incompreesão,
Porque tombou no caos toda a Nação
A eminência prematura de descrente?

O que direi ó Deus, a minha gente...
Que combateu sem cessar, a recessão...
Por meio século lutou com a inflação...
E chega hoje a questão de indigente?

O que levou acabarem com o Paíz?
Danou-se tudo... enfim, quem foi que quis?
Mas uma coisa me disperta o improviso...

Faltou amor, faltou verdade e compromisso...
Pelo dinheiro desprezaram tudo isso...
E do Conhecimento não tiveram nem aviso!

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2013


O BONDE DO MUNDO - 25-12-2013
                                     Nazareno Lima

Por entre flores e dificuldades
Caminho... na busca de um futuro,
O pior de tudo aquilo que aturo
São as primícias das mediocridades!

Seja no campo, seja nas cidades,
Em momentos de paz ou de apuro,
O meu maior desespero, juro:
É a indiferença das felicidades!

E na vida um sobe, outros descem,
Um ri e muitos padecem...
E.. O Bonde do Mundo vai passando:

Vários que vão, nem sabem para onde
E aqueles que sabem, perderam o Bonde
E pela não oportunidade vão ficando!

domingo, 2 de setembro de 2018

POESIA ACREANA - Jacó Cesar Piccoli - 1986



POESIA ACREANA
feita de vida
feita de amor
Protesto, diante da miséria...
Pranto, diante das derrubadas...
Gritos de dor, diante da expulsão dos filhos da terra:
Índios, Seringueiros, Castanheiros. Ribeirinhos...

POESIA ACREANA
palpitante, selvagem, popular.
Que evita os discursos demagógicos
e a ironia dos homens que exploram o HOMEM.

POESIA ACREANA
versos que seduzem, versos que desejam!
Versos que teimam em construir,
nestes tempos de desunião.
Versos de certeza! Versos de esperança!
versos de liberdade! Versos de Paz!
Versos da Amazônia dos homens...
Da Amazônia-natureza,
virgem fértil e bela, com que todos sonhamos!

POESIA ACREANA
feita na Amazônia,
feita de vida,
feita de amor!

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

O Dilema da Eleição Presidencial no Brasil.- Nazareno Lima

Está mais que provado que as Elites brasileiras continuan tão inimigas do povo, quanto foram em 1888 na Abolição da Escravatura, em 1954 no suicídio de Getúlio e em 1964 na Revolução de 31 de Março. O apoio das elites a Abolição da Escravatura foram falsos, uma vez que apoiaram a República. O apoio das Elites a Getúlio foram também falsos pois, somente  viram aplaudi-lo em seu funeral. O apoio das Elites a Jango foi o silêncio... e somento o lembraram com o AI-5 em 1968.
Getúlio e Lula talvez tenham os mesmos fins: Getúlio no Estado Autoritário e Lula no Estado Democrático de Direitos. Getúlio e Lula foram indiscutivelmente os únicos amigos do povo brasileiro nos últimos 100 anos e se nota isso com a clara inimizade que as instituições e a imprensa lhes proporcionam. Certa vez Cazuza disse: "A Burguesia fede!" .... Falcão também numa de suas músicas disse: "A Burguesia fede mas, tem dinheiro pra comprar perfume!" Mas o perigo é que esse exemplo de Getúlio e Lula... e que 60 anos lhes separam... não sirva de exemplo negativo para que outros desistam... como a música de Raul Seixas - "Cawboy fora da Lei".
A Burguesia que é na verdade as Elites do país em suas diferentes modalidades e que todas são puramentes inimigas do povo, apesar de sobreviverem às custas deste, é uma cultura muito antiga e não é um pobre Estado Democrático de Direitos que venha a mudar esse paradigma mas, o tempo obriga as mudanças para quem pensa em melhorar! Mas, diante disso tudo, há um consolo ao pobre, ao poeta e também a todos aqueles que pensam... As Elites brasileiras nas suas caminhadas impensadas entraram num beco sem saída: ou Lula ou Bolsonaro... não há outro meio... elitistamente falando são os candidatos mais desagradantes... mas, o tempo está curto...

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Biografia do General Gomes de Castro - Nazareno Lima 2010




                                                     Major Gomes de Castro em 1905
Agostinho Raymundo Gomes de Castro, nasceu na cidade de Viana no Estado do Maranhão em 02 de Março de 1864. Fez o curso preparatório em São Luiz e assentou praça em 1882, transferindo-se para a Escola Militar da Praia Vermelha em 1883. Em Dezembro de 1888 saía Alferes-aluno, nessa época aderiu aos pensamentos Republicanos, tornando-se um admirador de Benjamim Costant e Floriano Peixoto... assim torna-se um divulgador e propagandista ideológico da República. Em 1891 era 1º Tenente. Em 1895 era Capitão e torna-se, por indicação de Benjamim Constant, Professor da Escola Superior de Guerra. Em 1900 passa a Major. Em agosto de 1901 parte do Rio de Janeiro para o Pará com ordem do Comando Militar para sondar o Estreito de Óbidos, com objetivo da construção de um Forte Militar naquele estreito fluvial, ainda no Pará o Major Gomes de Castro recebe ordem do Alto Comando Militar do Rio de Janeiro para chefiar junto ao Alferes Azevedo Costa, uma missão com 30 praças do Exército Brasileiro no Acre em litígio com a Bolívia e no dia 04 de março de 1903 partiram de Manaus no vapor "Cidade de Manaus". No Acre em litígio, o major Gomes de Castro escolheu o lugar onde iria ser o acampamento geral das forças e o local escolhido foi o hoje, Bairro do 15 no seringal Forte Veneza - Volta da Empreza - Alto Acre. chegando as Forças Militares ao Acre, foi o major uma espécie de linha de frente do General Olímpio da Silveira e para todas as missões perigosas dentro da grande Floresta Equatorial Acreana fronteirça à República de Bolívia, como:  a sondagem no seringal "Gavião" em 17 de abril de 1903;  constante observações da movimentação de piquetes e espiões bolivianos que semanalmente apareciam nos varadouros e caminhos dentro das florestas nos seringais "Capatará",  "Gavião", "Campo Central", "Campo Esperança", "Missão" e "Tambaquy". Nesses trabalhos de levantamentos de movimentação inimiga nas fronteiras do Acre em litígio, o engenheiro e major Gomes de Castro fez uma das maiores bravuras de sua vida e de todo o Acre e quase que a história lhe passava por desapercebida se não fosse o próprio Plácido lhe relatar em seus apontamentos: no dia 14 de maio de 1903, Plácido com 300 homens (franco-atiradores) cercando o grande General Juan Manuel Pando em Porto Rico - Thauamano - Bolívia e este que dispunha de 500 homens bem armados...  faltando apenas 3 horas para o início do combate ...  quando aparece então o Major do Exército Brasileiro, Gomes de Castro  no acampamento de Plácido com o aviso do acordo do Brasil com a Bolívia de 21 de março de 1903... evitando assim o maior combate de guerra da Amazonia em todos os tempos ... e é talvez por isso que... se faz presente a biografia deste grande militar... na literatura acreana... fechando uma lacuna injusta nos últimos 100 anos de História do Acre. O major Gomes de Castro volta ao Rio em Janeiro de 1904, depois de cumprir sua missão nas terras acreanas. Ao retornar ao Rio de Janeiro passa a integrar a Comissão Glorificadora Marechal Floriano Peixoto e ao Club Militar onde era Secretário antes de seguir para as missões na Amazônia, - é bom explicar que o Exército Brasileiro após a proclamação da República adquiriu um valor muito grande no país e criou uma propaganda republicana imensa encima da figura dos Marechais Floriano, Deodoro, Lauro Sodré, Serzedelo Corrêa e outros chegando a cultua-los depois de mortos - além de suas constantes conferências sobre vários temas científicos, políticos, filosóficos e até religiosos. Acontece que o major Gomes de Castro era formado em Engenharia pela Escola Militar da Praia Vermelha mas, jamais construiu alguma obra, ele era mesmo especializado na Oratória, no Diálogo e na Filosofia Positivista de August Comte, era mais um Filósofo que um construtor, admirado e respeitado por todos os intelectuais do Rio de Janeiro e de 1900 a 1923 pouquíssimos intelectuais se assemelhavam a ele na arte de discursar em público no Brasil. Em 1908 passa a Tenente-Coronel e em 1911 foi reformado como General-de-Brigada. Em 1922 escreveu " A Pátria Brasileira - 1822 - 1922", um Documentário sobre a História do povo brasileiro com objetivos de comemorar o centenário da Independência do Brasil. O General Gomes de Castro faleceu no Hospital Militar no Rio de Janeiro na madrugada de 02 de Julho de 1927.

sábado, 18 de agosto de 2018

Dr. Inojosa Varejão e sua luta no Acre - Nazareno Lima - 2010

                                           Dr. Inojosa Varejão em 1922 em Rio Branco - Acre

Dr. José de Inojosa Varejão, perseguido pelo Cangaço em Monteiro na Parahyba onde era Promotor em 1911, veio para Senna Madureira em 1913, ajudar ao Dr. Alberto Diniz no Tribuanal de Apellação. Desentendeu-se com os Coronéis do Purús ( Principalmente o coronel Agostinho Meirelles) por conta dos desmandos que estes cometiam à sombra da Justiça por falta de mecanismos desta para detê-los. Foi transferido para a Villa Rio Branco e daí lutou na montagem da implantação da Justiça no Rio Abunã, onde era o maior esconderijo de bandidos, capangas e assassinos de todo o Acre. Em um primeiro momento montou a Comarca do Abunã no seringal Orion, aí então começaram as perseguições dos chamados "Alexandrinistas" e por conta disso o Tribunal de Apellação de Senna Madureira o transferiu para a Villa Plácido de Castro na confluência do Igarapé Rapirrã, onde o Dr. Varejão com muitas dificuldades conseguiu remontar aquela comarca debaixo das maiores críticas dos jornais da época. Depois de montada a comarca da Villa Plácido de Castro foi aquele doutor mais uma vez transferido, desta vez para montar a Comarca de Brasiléa que naquela ocasião era um distrito de Xapury, debaixo das maiores críticas, tanto do Jornal "Folha do Acre" de Rio Branco, comandado pelo Dr. Gentil Norberto, como também pelo Jornal "Correio de Acre" do Xapury comandado pelo Coronel Simplício Costa e Rodrigo de Carvalho. Não tendo o Dr. Varejão, condições de montar a Comarca de Brasiléa e por motivo de afastamento do Juiz de Xapury, o Dr. Varejão assumiu a Comarca de Xapury. Não suportando mais as críticas que recebia as quais já se transformava em ataques particulares a sua pessoa, teve uma ideia: montou o Club Parahybano em Xapury, participando desse Club vários Coronéis da Borracha, entre eles Childerico Ribeiro Maciel, que era proprietário do seringal Velho Porvir. Com a fundação desse Club Parahybano, que inclusive fazia parte também o Presidente da República Epitácio Pessoa, cessaram as perseguições Alexandrinistas. Em agosto de 1927 foi o Dr. Varejão transferido da Comarca de Brasiléa para a Comarca de Feijó. Em março de 1928, ainda era Juiz em Feijó. Não se tem notícias de quais as causas que o fizeram sair de Feijó e ir para o Rio de Janeiro e lá conseguiu um emprego de Delegado Regional na cidade de Jacarezinho no interior do Paraná onde um comerciante o assassinou covardemente no dia 3 de junho de 1930.
Sua esposa, D. Clotilde mais 4 crianças menores que se encontrava em Belém, tiveras que pedir ao Governador do Para uma passagem para o Rio, com fins de encontrar sua família.
O Dr. José de Inojosa Varejão descendia de duas famílias de intelectuais e militares da Paraíba, era filho do Dr. Maximiano José de Inojosa Varejão, advogado e lente de Português do Liceu Paraibano e de D. Anastácia de Inojosa Varejão, irmã do Desembargador Federal Geminiano Monteiro da Franca e do General de Divisão Octaviano Monteiro da Franca. Formado pela Faculdade de Direito do Recife em 1909 o Dr. José de Inojosa Varejão teve como companheiros de formatura: Aprígio dos Anjos e Alfredo dos Anjos(irmãos do grande poeta paraibano Augusto dos Anjos); João Suassuna (pai do grande escritor e dramaturgo brasileiro Ariano Suassuna); João Agripino Maia, futuro Governador da Paraíba) e mais 25 concludentes. Nasceu em João Pessoa ou Cidade da Paraíba (antes de 1930 a Capital chamava-se Cidade da Paraíba), no dia 28 de março de 1886.

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Biografia do Cel José Plácido de Castro - Nazareno Lima - 2010




Esta imagem do Cel. Plácido de Castro foi a mais divulgada no Acre depois de sua morte, ela foi impressa na Itália em 1911 e foi publicada em vários jornais do Acre durante toda a década de 1910, além de ser disposta à venda ao público nas oficinas de vários jornais entre eles "Folha do Acre" de Rio Branco e "Commercio do Acre" de Xapury pela quantia de 20 mil Réis cada unidade medindo 60cm x 40cm. Esta foto foi retirada de um exemplar do jornal "Commercio do Acre" de Xapuri do dia 06 de agosto de 1916. (Nazareno Lima)
"José Plácido de Castro era o primogênito do segundo matrimonio do Capitão Prudente da Fonseca Castro, com Dona Zeferina de Oliveira Castro. Tinha o nome de seu avô paterno, o Major José Plácido de Castro, covardemente assassinado em 1830.
Nasceu a 12 de Dezembro de 1873 na cidade de São Gabriel, no Estado do Rio Grande do Sul.
Aos 9 anos de idade começa a trabalhar no comércio em São Gabriel, aos 11 fica órfão de pai e continua no trabalho no comércio, em seguida aprende o ofício de relojoeiro, atividade que desenvolve vez por outra.
Em 1890 assentou praça no 1º Regimento de Artilharia de Campanha, como 2º cadete. Mezes depois, matriculou-se na “Escola Tactica do Rio Pardo”, cursando-a com o maximo aproveitamento. Voltou ao seu regimento, onde serviu por algum tempo como 2º sargento. Ao rebentar a Revolução de 1893, era alumno da “Escola Militar de Porto Alegre” e figurava entre os primeiros da sua classe.
Já como official participou do cerco de Bagé, onde a haste da bandeira que plantou junto a trincheira principal das forças sitiadas foi cortada por um projectil. Serviu á Revolução com extremo devotamento. Partilhou de muitos combates. Quando o Rio Grande do Sul foi pacificado, era major e tinha dirigido temerarias arremetidas no Caverá e na varzea do Vacacahy, em disputados combates. "Genesco de Castro in Estado Independente do Acre e J. Plácido de Castro - Excerptos Históricos - 1930".
Terminada a revolução Federalista de 1893, os revolucionários foram anistiados por uma Lei do Congresso Nacional de 1895, depois disso Plácido segue para o Rio de Janeiro onde passa a trabalhar como Inspetor de Alunos da Escola Militar (set de 1997 a abril de 1998).
Em agosto de 1998 passa a trabalhar nas DOCAS de Santos em S. Paulo no serviço de processos quantitativos de importações de alimentos. nesse trabalho, Plácido recebe vários elogios, mesmo depois de haver saído em 1899.
O Curso de Agrimensor: Plácido adquiriu os seus conhecimentos em Topografia na Escola Militar de Porto Alegre no Estado do Rio Grande do Sul que possuía um dos melhores cursos de Agrimensura de todo o país, existindo desde 1884 e organizado desde 1888, oferecido na época a militares e civis - Plácido fez esse Curso de 1891 a 1893.
Plácido de Castro no Amazonas e no Acre:
A maioria dos Historiadores Modernos do Acre, dizem que o Cel. Plácido de Castro foi um oportunista e veio para o Acre com fins de comprar terras e ganhar muito dinheiro com a produção extrativista da borracha, porém esta é uma ideia puramente Alexandrinista.  Estes nossos historiadores, estão confundindo o Cel. Plácido com um "Paulista" dos anos 70.
Plácido chegou ao Acre em 1899, por puro acaso. Estava ele em 1899, trabalhando no porto de Santos na Companhia Docas, quando recebeu uma visita de um seu conterrâneo, o Engenheiro Gentil Tristão Norberto, que trabalhava para o Governador do Amazonas e tinha negócios no Acre. O Dr. Gentil vinha do Rio Grande do Sul e parou em Santos para visitar Plácido, com objetivo de trazê-lo para a Região Amazônica por puro interesse econômico: é que o Dr. Gentil tinha uma empresa de Agrimensura com sede em Manaus e queria trazer Plácido para trabalhar na execução dos serviços desta empresa, uma vez que Plácido era muito trabalhador, honesto e cumpridor dos seus compromissos. Gentil conhecia Plácido muito bem e sabia que seria muito rentável para ele Gentil, trabalhar com um agrimensor daquela qualidade, tanto é que Gentil bancou toda a despesa de viagem de Plácido até Manaus e ainda lhe comprou alguns equipamentos necessários. Gentil Norberto prometera a Plácido que em pouco tempo ele ganharia cinco contos de Réis nos serviços de Agrimensura na Região. Acontece que chegando a Manaus, Plácido fora trabalhar nos serviços repassados a ele por Gentil, ou seja, o Dr. Gentil contratava os serviços e repassava estes para Plácido com um valor inferior. Em outras palavras: Plácido era uma espécie de empreiteiro do Dr. Gentil Norberto e para piorar ainda mais a situação, os serviços oferecidos a Plácido estavam nos lugares mais difíceis: no alto rio Purus, no rio Pauini, no Yáco e rio Antimary, este último era um dos rios mais doentios de toda a Região Amazônica, tanto é, que Plácido logo adoeceu de impaludismo e beribéri e os pouco mais de três contos de Réis que conseguiu ganhar nestes serviços gastou todo com tratamento de saúde em Manaus. Isto durou aproximadamente até o final de 1900, quando Plácido, doente, chegou à Manaus, vindo do Pauini e do Antimary de carona no Vapor Solimões da Expedição dos Poetas e sem dinheiro para se tratar e o Dr. Gentil dizendo não ter, uma vez, segundo ele, não tinha recebido o dinheiro do Governo do Amazonas.  Acontece que o Dr. Gentil ficou insatisfeito com Plácido, por este ter deixado o serviço por concluir, no Rio Pauini, à procura de saúde em Manaus. Depois disso Plácido larga os trabalhos com Gentil e passa a trabalhar por conta própria apoiado pelo engenheiro Orlando Correia Lopes, que se tornara seu amigo além do Cel. José Galdino, Cap. Macário Miquelino da Cunha. Cel. Manoel Felício Maciel, além de outros. Quando enfim, Plácido resolve lutar no Acre contra os bolivianos, em julho de 1902, estava ele demarcando o seringal Victória do Cel. José Galdino no Alto Acre, acima de Xapury.
Na Revolução Acreana: participou Plácido de 7 dos 16 combates da Revolta, entre eles o segundo Combate da Volta da Empreza (11 dias de fogo) e o Combate de Porto Acre (9 dias de fogo). Com o Acre liberto do domínio boliviano, Plácido foi aclamado Governador do Território no dia 26 de janeiro de 1903. Com a chegada do Exército Brasileiro para fazer a segurança do terrotório litigioso, Plácido mudou seu governo para a cidade de Xapury (capital do Acre Meridional) e deixou que o General Olímpio da Silveira administrasse o Acre Setentrional com sede na capital Porto Acre. Quando desentendeu-se Plácido com as tropas do Exército Brasileiro e principalmente o próprio Gen. Olímpio da Silveira, Plácido dissolveu o Exército Acreano e voltou para o Rio de Janeiro - Essa atitude de Plácido foi o ponto fundamental de seu prestígio perante o Barão do Rio Branco e as autoridades brasileiras, isso levou ao Barão do Rio Branco e o Governo Brasileiro a reorganizar o Exército Acreano e entregá-lo a Plácido em Xapuri. Com a assinatura do Tratado de Petrópolis em novembro de 1903, a transformação do Acre em Território Federal e a continuação da administração do Cel. Cunha Mattos, Plácido então resolve então liquidar seus negócio no Acre e voltar para o Sul do Brasil, nesse caso aparece o Cel. Pedro Braga, filho do Cel. Souza Braga e cunhado do major Rôla, propondo a Plácido uma sociedade na compra do grande seringal "Capatará" por 120 Contos de Réis. (Plácido entrava na sociedade apenas com seu trabalho administrativo). Surge aí o grande administrador Plácido, quando faleceu em 1908, seu capital estava em torno de 1.300 Contos de Réis.
A morte de Plácido: muitos são os historiadores modernos do Acre e da Amazônia que hoje criticam o Cel. Plácido de Castro, mas nenhum deles tiveram a coragem e a ousadia de dizer porque o assassinaram... A principal causa da morte de Plácido foi a grande cobiça nas indenizações que o Barão do Rio Branco dizia ter aquelas pessoas ou empresas que tiveram prejuízos com a dita Revolta sem se envolverem na mesma. Os companheiros de luta de Plácido não entenderam essa Lei e posição do Barão, achavam os companheiros de Plácido que direito a indenização deveriam ter aqueles que lutaram e não aqueles que fugiram como Neutel maia, major Anselmo Melgaço, Cel. Silva Paula e outros... Então... Gentil Norberto, Simplício Costa, Antunes de Alencar, Alexandrino e outros, queriam que Plácido invertesse frente ao Barão esse acordo. Plácido foi emboscado na foz do igarapé "Distração", próximo do Barracão de Benfica, na manhã de domingo 09-08-1908 e faleceu no dia 11-08-1908 as 16:00h no Barracão de Benfica.
O Heroísmo de Plácido - Tem hoje muitos historiadores que condenam o heroísmo do Cel. José Plácido de Castro, não se sabendo por qual a razão - Plácido em vida não pediu para ser herói, pelo menos jornal nenhum afirma isso. O heroísmo de Plácido foi aprovado pelo Congresso Nacional Brasileiro em 2004.  Leonel Brizzola é herói nacional; Getúlio Vargas é herói nacional, Euclides da Cunha é herói nacional; Santos Dumont e tantos outros... Mas porque só criticam Plácido de Castro e Chico Mendes? será que é porque são heróis lutando pelo Acre. Será que o Acre é tão pobre que não tenha direito a um ou dois heróis.... ? Nazareno Lima in Acre - A História da História - 2010.