sábado, 5 de março de 2016

UM ESTOICISTA - 08/12/2000

Nazareno Lima

- II -

Você que sofre, porquê sofre?
Você que sofre porquê ama;
Seja indiferente como um cofre,
Seja como um sino que reclama!

Você que ler esta estrofe,
Valorize seu destino e sua fama;
No mundo tudo passa, é como enxofre
Que é limpo como ouro e vira lama!

Não sofra pôr nada, pôr favor...
A luta não compensa a sua dor...
Você pagará um preço em vão!

Tu, para ser livres é preciso,
Evitar da moral, o prejuízo,
Pra não ser seguidor da exploração!!!

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TEMPOS MAUS - 10/10/2000

                           Nazareno Lima

Depois de tempos desesperadores
Que ao ser humano tanto impressiona,
A minha mente quase desmorona,
Com a opressão de poderosas dores!

No meu espaço não existem flores:
A deslealdade é que funciona.
A desconfiança já botou à tona,
Meus pequeninos e pobres amores!

Diante disso, atordoado, creio
Que estou vivendo em um mundo alheio
Onde é difícil se sentir feliz ...

Mas, não havendo aqui outra saída:
Resta-me então aceitar esta vida,
Para pagar talvez, algo mau que fiz!!!
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DESENCONTROS - 13/11/2000

Nazareno Lima

- III –

Tenho certeza do que vou falar
E é real o que  eu vou dizer:
Se não fosse esse meu sofrer,
Eu não teria como poetar!

A razão real do meu conhecer
E a força estridente do meu gritar,
É a reação a quem quer me explorar,
Quando faço a vingança ao escrever!

Uma introspecção nesse momento:
Eu sobrevivo deste sofrimento.
Que é um parasita que me alimenta...

Tal como Gandhi viveu da paciência
E John Locke, viveu da experiência,
Eu uso isso tudo como ferramenta!!!
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DESENCONTROS - 13/11/2000

Nazareno Lima

- II –

O meu exemplo que seja seguido,
Pôr quem tem lido minhas elegias:
Tanta energia e ideias frias,
É a supremacia de um perseguido!

Estes meus dias que sejam vividos,
Pelo atrevido que nas minhas vias,
Despercebido, trilhar sem manias
E de alegrias faz o mal servido !

Estes poemas de 2000 lamentos,
Faz eu amar os meus sofrimentos,
Na mais narcisa das ansiedades ...

E o legado que então me ler,
Tome a minha cruz, depois que eu morrer
Para que eu mesmo não vire saudades !!!

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ECOS AMAZÔNICOS - 1992


                       Nazareno Lima


Em Agosto o som das trovoadas,
O penoso cantar de um cigarrão
E o grito alarmista de um cancão
Profetizavam as futuras derrubadas!

Do tempo seco, a triste paisagem...
Dos arbustos fracos, a murchidão
E o repetitivo pio do anum chorão
Adivinhavam esta maldita pilhagem!

O grasnar repetido de um jacu ...
O barulho explosivo das tabocas
Juntos ao cantar de um papa-taocas
Preconizavam essa guerra vir do sul!

Os Quatis à procura de comida ...
Provocavam burburinhos esquisitos
E a revoada dum bando de periquitos
Prediziam tua breve despedida!

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MAUS LAMENTOS DE 91 - 1992

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                           Nazareno Lima

- XV -

Foi esta opressão que me fez um vate...
E nunca me arrependo de ter lutado;
Apesar de ser um ser comparado
A um mísero cão sem dono quando late!
Comoveu-me pois, a grande opressão
Que o vil exótico fez ao meu irmão
E este, defendia-se com o "empate"!
Eu lutava apenas com uma caneta,
Escrevendo palavras numa caderneta,
Sem poder lutar pois, noutro combate!

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- XVII -

Talvez as minhas ideias socialistas
Me levaram a tal confinação social.
Sou, por não ser amigo do capital,
Marginalizado pelos capitalistas!
Porém, se eu fosse amigo do capital,
Seria um particular pensador do mal
Como são os meus amigos sofistas.
Não tinha tempos para a Filosofia;
Pensaria somente na mais-valia
E denunciava os Ambientalistas!

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MAUS LAMENTOS DE 91 - 1992


            Nazareno Lima
 
            - VI -

Mãe, eu estudei para ler tua vida
E analisar a tua existência:
Fazer contigo uma experiência,
Pra ver a força que te foi perdida;
Roubada pelo exótico rude,
O qual quer que isso ajude
A ele, que já tem pré-estabelecida,
Sua parte na elite econômica!
Nós, ante essa razia assômica,
Temos a resistência destruída!

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