segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

POESIAS ACREANAS - Claudemir Mesquita - 2008

QUANDO NASCI!!!
Claudemir Mesquita
Quando nasci nesta terra
Rios eram vestidos de florestas
A água seguia suavemente
A alternância das chuvas:
Ora baixa, ora alta pêndulo do luar.
Quando nasci nesta terra
Onde havia um rio
Havia um rio de fartura
Água liminocrena da floresta jorrar.
Abrolhar do horizonte inexplicavelmente a vida
O rio era o responsável pela vida
Formação da nossa identidade
Construiu hábitos, costumes,
Ritos e arte
Rio, sol do planeta
Vidas crescentes de águas correntes
Seres
O rio é alguém dotado de limo e lama
Onde o rio está é lá que estarei.

POESIAS ACREANAS - Claudemir Mesquita - 2008

O RIO...*
Claudemir Mesquita
O rio é escultor
Memorável
Sua pureza flutua emoção
Em todo ser
Nasceu e se fez grande
Antes mesmo dos homens
Das aves e dos animais
Tão logo habitamos suas margens
Fomos acolhidos e amados
Mas por tola ganância
Teimamos em não respeitar
A obra de vossas mãos
Ecoou então um grito de dor
Quando a floresta o homem
Derrubou
O rio é frágil, finito e dependente
Da cultura e da sensibilidade
De cada homem

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2016


AQUELA ROSA - 05-03-2016

                Nazareno Lima

Aquela rosa que eu tanto amei
E a implorei por tempos diversos ...
Olhos imersos de tanto que chorei
Por este amor que já fiz mil versos!

Aquela flor de olhos perversos
Que sem sucessos, tanto lhe adorei ...
Me apaixonei, sem razões, sem nexos
De cem processos, não lhe condenei!

Aquela pétala de amor amado ...
Que carregava o maior pecado ...
Que uma mulher pede carregar ...

Esse pecado de não me amar,
Fez minha alma se reencontrar
E minha vingança foi lhe perdoar!

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

POESIAS ACREANAS - Fernando de Castela - 2006

LAMENTAÇÃO
Fernando de Castela
Ás vítimas silenciosas do vandalismo das derrubadas
Vivia nós, no meio da mata
quebrando castanha,
cortando seringa,
na luta da coleta,
na luta da apanha,
nas festa da caça,
nas festa da pesca,
nos forró de lá...
Matando a saudade
da terra queimada,
seca e inscranzinada
do meu Ceará.
Íamos, nós aos magotes
lá no barracão
deixar as castanhas,
vender as borrachas,
beber a cachaça,
comprar provisão.
Pisava com força
na terra bendita
que foi conquistada
por nossos irmãos.
Terra brasileira,
terra hospitaleira,
agora sofrendo
traiçoeira invasão.
Irmãos lá do Sul
derrubando as matas,
tirando o sossego
e acomodação.
Cada castanheira,
cada seringueira
tombadas no chão
é um golpe certeiro
doendo e ferindo
nosso coração.
Agora para quê?
Imagine você!
Criar boi berreiro,
vender para estrangeiro,
deixar pelos campos...
Ali, foi não foi,
para nós, seringueiros,
para nós castanheiros
só bosta de boi. p.91-92

domingo, 11 de fevereiro de 2018

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2013

A VIDA - 25-12-2013

          Nazareno Lima

Por entre flores e dificuldades
Caminho em busca de um bom futuro,
O pior de tudo aquilo que aturo
São as primícias das mediocridades!

Seja no campo, seja nas cidades,
Em momentos de paz ou de apuro,
O meu maior desespero, juro:
É a indiferença das felicidades!

E na vida um sobe, outros descem,
Um ri e muitos padecem...
E.. O Bonde do Mundo vai passando:

Vários que vão, nem sabem para onde
E aqueles que sabem, perderam o Bonde
E pela não oportunidade vão ficando!