terça-feira, 23 de outubro de 2018

COMO SÃO AS COISAS - Nazareno Lima - 2018

                                           Lula e Manoela d'Ávila em 6 de agosto de 2018

COMO SÃO AS COISAS....
Interessante... recentemente a Justiça Brasileira acusou, julgou, condenou e prendeu Lula, numa demonstração de certeza, realidade, heroísmo e coragem.
Mas, mal sabia a Justiça Brasileira que Lula era a única saída para sua manutenção de Heroísmo e Paz. Acontece que Lula era o único entrave no largo caminho de Jair Bolsonaro que, à lá Donald Trump, tornou-se um ditador mesmo antes de ganhar a eleição no Brasil.
Depois de recebida uma série de ameaças por seus seguidores, o STF já não há mais o que fazer, uma vez que lhe falta o recurso principal – o tempo. O STF, que era Supremo de fato e de direito... além do sustentáculo que é num Estado Democrático de Direito... e além ainda de não ter o costume de ser importunado, uma vez que a educação principal dos Políticos Brasileiros sempre foi respeitá-lo até mesmo em suas duvidosas decisões... vê-se hoje importunado por uma equipe que tem dias contados para assumir a Presidência da República.
O STF, que usava de uma Lei das maiores em seu favor chamada Obstrução de Justiça, agora vê-se preocupada, aquela instituição diante de futuros comandantes do País... Talvez o Supremo não saiba, mas... se ele tivesse aqueles 40 pontos populares que tinha Lula... numa confusão dessas, Bolsonaro já teria perdido mais de 10 PP.
Mas.... as coisas são assim... um dia é da caça, outro é do caçador!

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 1990


            A   VOLTA   -  1990
Olá minha Mãe, olá! Não  morri pois, ainda me movo;
Sumi, depois de tantas desilusões e desenganos!
Depois de calado, observar tudo durante dois anos,
Estou aqui para escrever de novo!!!

Olá minha Mãe! Neste mau tempo eu vi muitos danos;
Vi o grande e triste massacre do chefe do teu povo,
Vi a derrota da classe trabalhadora que tal um ovo,
Foi comprada pelos capitais insanos!!!

Eu vi nestes dois anos o que não somou-se em vinte:
Teu povo precisa preparar-se para o tempo seguinte,
Para não enfrentar de vez, a morte ...

Eu resisti até os últimos momentos
Porém, não havendo a quem expor tantos lamentos:
Voltei a escrever para reclamar da sorte !!!
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sábado, 20 de outubro de 2018

POESIAS ACREANAS - J. G. de Araújo Jorge - 1934

Canteiro de Opalas
J. G. de Araújo Jorge - 1934

Céu azul… céu lilás… Noite azul, tropical
que através da janela eu fito deslumbrado,
como o sapo infeliz, de olhar quieto e parado
que mora sem ninguém no fundo do quintal…
Abóbada que encima a imensa catedral
do Universo, onde o poeta, um Deus por Deus deixado
na terra, vai abrir seus olhos, consolado
na extática visão de uma obra magistral…
Quando o vejo a pulsar numa noite bonita,
Parece, nem sei bem – um “canteiro” de opalas
cujo pólen é a luz que nos astros palpita…
Opalas que eu adoro! Em vão tento colhê-las!
– Quisera na minha alma azul também plantá-las
para ter no meu peito um punhado de estrelas!…

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

POESIAS ACREANAS - J. G. de Araújo Jorge - 1937

As Estações do Amor…
                                J. G. de Araújo Jorge

Eu tinha para mim que eras pura e sincera,
e por isso, talvez acreditei em ti…
Nesse tempo, em meu ser, fazia a primavera
e as flores do meu sonho em minha alma colhi…
Depois… Foi de repente… Ao passar da estação,
tornou-se o meu amor maior… e mais ardente…
Havia no meu peito o calor do verão,
– e julguei que eras minha, minha inteiramente…
E o tempo foi passando… E tudo, pouco a pouco
mudou – e me senti num completo abandono…
Caíram para sempre as ilusões – e eu, louco,
as vi secar no chão como folhas de outono…
E um dia… Veio o inverno insípido e tristonho,
– fazia muito frio… e em minha alma nevou…
E a neve foi caindo, e sepultou meu sonho
…………………………………………
As estações do tempo… As estações do amor…
Parecem muito iguais… e diferem no entanto,
– naquelas há o voltar da alegria e da côr
ao de novo surgir, da primavera , o encanto…
Mas nas outras, depois do inverno, nada existe…
Tudo é branco… tristonho… frio e desolado,
– recorda-se a chorar – e vê-se o como é triste
lembrar a primavera antiga do passado !…

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

POESIAS ACREANAS - Dr Mário de Oliveira - 1971

VIDA PARTIDA
            Mário de Oliveira

Na tristeza dorida da saudade,
Que o coração me traz envenenando,
O desalento vem, de quando a quando,
Aumentar a agonia, que o invade.

Horas e horas, fico em ti pensando,
Em como hei-de passar, e como há-de
Ser minha vida, sem felicidade,
Sem teu carinho as dores me adoçando.

Como a vida é ingrata! Na subida
Do passo mais difícil, quase ao cimo,
Não nos podemos ter, em mútuo arrimo.

Tu vais sozinha, e eu tão sozinho vou...
Nenhum de nós jamais imaginou
- Que nossa vida, assim, fosse partida!

Do Livro "Jardim Fechado" 1971





quinta-feira, 11 de outubro de 2018

POESIAS ACREANAS - Mário de OLiveira - 1943


PANORAMA = Dr. Mário de Oliveira

Por sobre a mata verde, que se estende 
Qual um tapete gigantesco, imenso, 
O pássaro metálico distende 
As asas brancas, como um pando lenço.

Em baixo, o oceano florestal resplende 
Em pujante beleza, que até penso 
Pairar sobre um mar, de onde rescende 
Um odor estranho, inebriante e denso.

Além, flocos de nuvens, como ovelhas 
De um rebanho celeste, de que Eólo 
É o pastor sideral, correm parelhas... 

E o Acre, silencioso, serpenteia 
Em baixo, em mil volteios, sobre o solo,
Qual anaconda imensa, que coleia...

"O Acre", 12 de setembro de 1943, Ano XIV, Nº 711

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

A AULA DE LULA - Nazareno Lima - 2018

                   

Antes de Lula se entregar as autoridades do Brasil em São Paulo, ele disse uma frase que ficará na História daqueles brasileiros que pensam: “Eu não sou um ser humano, eu sou uma ideia e não adianta lutar contra uma ideia”. Essa frase somente é dita por pessoas de alto poder de Conhecimento e consciência, não se limitando a representar apenas um povo e sim o Universo.
Quando Lula se elegeu Presidente da República Federativa do Brasil pela primeira vez e quando recebia a faixa presidencial, fez chorando uma afirmação: “O único diploma que ele tinha recebido foi o de Presidente do Brasil”. Lula falava como se fosse ele o maior dos inconscientes..., mas Lula à lá Platão, estava disfarçando... Os grandes não se engrandecem, eles preferem que os outros o façam.

O povo brasileiro, principalmente aquela parte consciente, sabe que Haddad é um emissário e mais que ninguém o próprio emissário reconhece isso. Sem Lula, Haddad não teria aqueles 29 pontos que o fez disputar o segundo turno das Eleições Presidenciais do Brasil em 2018.
Lula deu uma aula de liderança e de reconhecimento de valores as pobres autoridades brasileiras que ainda estão no Terceiro Pecado da Platão..., mas, como é que Lula nunca recebeu um diploma e dar aulas para as Autoridades do Brasil? É porque as nossas Autoridades ainda não estão na dimensão de Lula... parece até mentira essa expressão..., mas é a pura verdade. Se as nossas Autoridades estivessem na dimensão em que está Lula, essas Autoridades teriam de 40 a 50 pontos de aprovação do povo brasileiro.

O Conhecimento é algo por demais difícil de entende-lo, somente entende o Conhecimento quem o tem e a falta de conhecimento não atinge no Brasil somente aos pobres, a falta de Conhecimento atinge todas as classes sociais... o Brasil é o único país da Terra que tem Médicos que não sabem consultar; tem advogados que não sabem advogar; tem professores que não sabem ensinar; tem juízes que não sabem julgar; tem políticos que não sabem legislar; entre muitos outros... tem no Brasil, uma grande parcela de doutores e profissionais liberais que têm o diploma de Curso Superior porém lhes faltam o nível. Quem leu o “Ensaio sobre a Cegueira” de José Saramago, entende isso.
Lula fez sua parte com relação a liderança de um povo no Estado Democrático de Direitos... agora o que nos resta é entender isso para que depois não seja tarde para que reconheçamos.

                                             Lula e Manoela d'Ávila em agosto de 2018



domingo, 7 de outubro de 2018

POESIAS ACREANOS - J. G. de Araújo Jorge - 1937

As Estações do Amor…

Eu tinha para mim que eras pura e sincera,
e por isso, talvez acreditei em ti…
Nesse tempo, em meu ser, fazia a primavera
e as flores do meu sonho em minha alma colhi…

Depois… Foi de repente… Ao passar da estação,
tornou-se o meu amor maior… e mais ardente…
Havia no meu peito o calor do verão,
– e julguei que eras minha, minha inteiramente…

E o tempo foi passando… E tudo, pouco a pouco
mudou – e me senti num completo abandono…
Caíram para sempre as ilusões – e eu, louco,
as vi secar no chão como folhas de outono…

E um dia… Veio o inverno insípido e tristonho,
– fazia muito frio… e em minha alma nevou…
E a neve foi caindo, e sepultou meu sonho
………………………………………

As estações do tempo… As estações do amor…
Parecem muito iguais… e diferem no entanto,
– naquelas há o voltar da alegria e da côr
ao de novo surgir, da primavera , o encanto…

Mas nas outras, depois do inverno, nada existe…
Tudo é branco… tristonho… frio e desolado,
– recorda-se a chorar – e vê-se o como é triste
lembrar a primavera antiga do passado !…
                       
                                J. G. de Araújo Jorge - 1937

sábado, 6 de outubro de 2018

POESIAS ACREANAS - J. G. de Araújo Jorge - 1937

Adormecer…

Muita vez, no silêncio, enquanto a noite desce
e pousa sobre a terra o seu manto dourado
de estrelas, no meu quarto, a sós, abandonado,
não tenho pelo mundo o mínimo interesse…

Mas, não sei bem dizer… dentro em meu peito cresce
um sonho, e, de repente, eu sinto, consolado
que alguém vem para mim, que alguém vem ao meu lado,
e me diz bem baixinho alguma estranha prece…

Então, tomo da pena, e espero calmamente…
Uma noite, porém, me lembro, adormeci
sentindo esse esplendor de um céu que está contente,

e não pus no papel mais que um nome sequer…
E só quando acordei, na folha branca, eu vi
que apenas tinha escrito um nome de mulher…
                               
                                         J. G. de Araújo Jorge - 1937

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

POESIAS ACREANAS - J. G. de Araújo Jorge - 1937

A Vida Que Eu Sonhei…

Eu sonhei para mim, uma vida discreta
num lugar bem distante, a sós, tendo-te ao lado
– num castelo que fiz lá num reino encantado,
nesse reino que eu chamo o coração de um poeta…

Sonhei… Vi-me feliz na solidão de asceta,
bem longe deste mundo, a rir, despreocupado…
– acordando a escutar no arvoredo o trinado
das aves, e a dormir fitando a lua inquieta…

Vivia na ilusão daquele que ainda crê,
na vida, e o meu amor, eu o tinha idealizado
no romance de um lar coberto de sapê…

– Mentiras que eu sonhei!… No entanto hoje me ponho
muita vez a pensar no tal reino encantado
e sinto uma saudade imensa do meu sonho!…

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2018


ARREPENDIMENTO TARDE – 01-2018

                           Nazareno Lima

Talvez, quem sabe? Um dia eu me arrependa...
De tantas noites em desespero... Escritas.
Desagradáveis, porém talvez benditas
E que talvez somente a minha alma entenda!

A Subjetividade incompreensível e horrenda
Das minhas classes, por demais desditas...
Levou-me a tantas expressões proscritas...
Que pareço hoje a uma exterminável lenda!

E ronda sobre as minhas longas cavernas cerebrais...
As mais diversas críticas radicais...
As minhas gerações passadas, presentes e futuras...

Violando ao Estado Democrático de Direitos,
Revivem ao Coronelismo dos defeitos...
Na mais ampla e poderosa das usuras!
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terça-feira, 2 de outubro de 2018

POESIAS ACREANAS - J. G. de Araújo Jorge - 1950

A ÚLTIMA ESTRELA

Voltaste as folhas, uma a uma, e agora
vais fechar este livro: a noite é finda...
O "meu céu interior..." já se descora
à luz de um dia que não vive ainda...

Não sei se achaste a minha noite linda,
se sentiste, como eu, o vir da aurora...
Vai a luz aumentando... a noite é finda
"O meu céu interior..." já se descora!...

Cada folha voltada, foi assim
como um raio de luz, a mais, brilhando...
- como uma estrela que encontrou seu fim...

Esta folha - é da noite, o última véu...
E este verso que lês, e vai findando,
a última estrela a se apagar no céu!...
                                     
                               J. G. de Araújo Jorge - 1950