Dr.
Francisco Conde em 1950.
Capitão
do Exército Acreano, Tenente-Coronel da Guarda Nacional desde 1911, nasceu em
Maranguape-Ceará no dia 23 de dezembro de 1880.
Chegou a
região de Xapuri no Alto Acre em 1895, nessa época vieram muitos nordestinos,
principalmente cearenses e maranhenses para o trabalho da extração da borracha,
uma vez que os seringais daquela região do altíssimo Acre estavam sendo abertos
e os jovens Joaquim e Francisco Conde vieram com a Família Mavignier, que eram
também de Maranguape, principalmente o guarda-livros Gastão Mavignier e juntos
trabalharam alguns anos com o coronel Antônio Vieira de Sousa no seringal
Porvir. Quando surgiu a Revolução Acreana, serviram na retaguarda
revolucionária do Alto Acre comandada pelo cel. José Galdino, cujos combates
foram os piores e mais terríveis de toda a Revolução. O Dr Conde relata isso a
sua filha Hélade numa carta que a escreveu em 1955.
Depois
da Revolução, apoiado pelo irmão Joaquim Conde e pela Família Mavignier
(principalmente Gastão, José e Antônio Mavignier de Castro) o jovem Francisco
Conde foi estudar em Fortaleza, chegando a concluir o Curso de Direito em 1910,
nessa época, casa-se com Maria Mavignier Conde e volta a Xapuri no início de
1911, ali viveu como bom advogado, procurador e juiz de órfãos e ausentes, além
de Redator-Chefe de vários jornais, entre os quais:" O Acre"; "O
Acreano"; "Gazeta do Acre" em 1920; além de colaborador de
outros.
Em junho
de 1921 foi nomeado Secretário Geral do Governo, pelo então Governador
Epaminondas Jácome, diante disso tiveras então que mudar-se de Xapuri para Rio
Branco. Desde 1921 até 1955 ocupou aquele doutor os mais altos cargos no
Governo do Território do Acre, entre estes, três vezes Governador, várias vezes
Secretário Geral, várias vezes Chefe de Polícia, entre outros.
Mas o Dr.
Conde, como era mais conhecido em Xapuri no início do Século XX, tinha um
problema social muito grande, assim como quase todos os Coronéis do Acre,
exceto Avelino Chaves: era muito fechado socialmente, isso foi relatado pelo
grande Historicista Acreano Agnaldo Moreno e também por uma sua neta de nome
Shirley que morou em Rio Branco em 1999, apesar de ser um intelectual e grande
jornalista-redator, o Dr. Conde não simpatizava com notícias de sua família em
Jornais. A Primeira esposa do Dr. Conde, Maria Mavignier Conde fora noticiada
apenas uma vez no jornal “Commercio do Acre” de Xapuri por conta de sua data natalícia em 05 de agosto de 1915 e uma outra vez pelo “Commercio
do Amazonas” de Manaus por contas do falecimento de uma sua irmã de nome
Marcellina Nogueira Mavignier, em setembro de 1912. A partir de 1936 a esposa
do Dr. Conde foi Maria Antoniêtta Linhares Conde e que também somente fora
noticiada duas vezes pelo jornal “O Acre” – órgão principal de comunicação do
Governo do Território. O Dr. Francisco de Oliveira Conde por contas destas e de outras atitudes, foi um dos mais
difíceis personagens da Administração direta do Governo do Acre a se fazer uma
Biografia... Veja uma citação do Prof. Nazareno Lima quando fez a biografia do
Dr. José Ferreira Sobrinho em 2010...
” Em 1920,
junto à Theodoro d'Albuquerque; Amanajós de Araujo; Affonso Cunha; Vicente
Avelino; Juvenal Antunes; Ganot Chateaubriand; Francisco Conde; Rezende Costa;
José Maia; A. Ferreira Brazil; Coronel Victor Porto e o comandante Sansão
Valle, fundam a Sociedade Acreana de Lettras.”.
Quando o Dr. Francisco de Oliveira Conde faleceu, no
dia 11 de setembro de 1962, o jornal “O Acre”, que na época publicava apenas
duas edições por mês, dedicou uma página quase completa a esse acontecimento,
porém o jornalista que redigiu a matéria não disse o local de seu falecimento,
se foi em Rio Branco ou no Rio de Janeiro, não disse a causa mortis, não citou
nenhum membro de sua família... foi uma comunicação muito pobre para referir-se
a um dos maiores intelectuais de toda a História Acreana. O Dr. Conde ... para
completar o seu mal agradecimento da Política Acreana, foi homenageado com o
nome de um presídio em Rio Branco... Sendo o intelectual que foi ... quando
detinha as Cadeiras de Latim, Inglês. Estenografia e Contabilidade no Instituto Barão do Rio Branco e Colégio Acreano de Rio Branco - Acre, desde 1933 até se
aposentar em 1956... Não havia outro logradouro público para homenageá-lo?