quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

POESIAS ACREANAS - Nazareno LIma - 1992


ECOS  AMAZÔNICOS – 05/09/92
                                            Nazareno Lima
     
Mãe, pelas ruas hoje amargurado ...
Lembro claramente a voz dos ‘necros’:
Ainda soam em minh’alma, teus ecos,
Ao ver só de mortes, o meu passado!

Os teus mansos barulhos, me diziam,
Que teu fim brevemente chegaria:
Eu ouvindo tudo aquilo e não sabia
Das verdades que os mesmos escondiam!

“Os estalos que eu ouvia em Janeiro,
Produzidos pelas frutas das seringas
E o vespertino grasnar das jacutingas,
Avisavam teu suspiro derradeiro!

O barulho das chuvas duradouras,
O manso roncar das enxurradas
E os sapos, nas várzeas alagadas
Enunciavam tuas crises vindouras!

O ronco dos trovões tremia a terra...
Sobre um galho arrulhando um japiim
E o pio estremecedor de um jacamim,
Alertava-me sobre o som da motosserra!
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(in "Ecos Amazônicos" - Nazareno Lima - 1992)

quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima e Chico Mendes - 1982

Cismando de ver à margem, as vidas ...
Tento fugir das periferias das cidades:
Sendo obrigado a ver, pôr infelicidades,
As ramagens aduncas ressequidas!

Piso levemente a terra adusta;
Transformada em hulha, vejo a albugem.
A cor da folhagem lembra-me a ferrugem,
Fruto de uma causa que não acho justa!

Enquanto paulatinamente fenecem rios ...
Tento esquecê-los, pesquisando um pobre léxico:
Aqui é mais triste que os sismos do México
E pior que o gás que escapou do Nios!

Mesmo David, em suas passagens aziagas,
Que em 68, cinco cidades varreu ...
E Nevado Del Ruiz, quando gemeu ...
Foram mais pacíficos que estas pragas !!!

Aqui não se fala mais de flores ...
Os caules mortos enchem os talvegues:
Há uma força destruidora que persegues,
Mortificando a força dos trabalhadores!

(in "SOLILÓQUIO À MINHA MÃE" Nazareno Lima e Chico Mendes - 1982)

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 1979


Hino da Luta dos Seringueiros
Nazareno Lima e Chico Mendes - 
Xapuri - 1979

Sem saber lutar, lutamos,
Sem saber pedir, pedimos,
Sem saber exigir, exigimos,
Sem poder ficar ficamos!

Sem poder morrer, morremos,
Sem saber falar, falamos,
Sem poder ganhar, ganhamos,
Sem poder viver, vivemos!

Sem poder empatar, empatamos,
Sem saber fingir, fingimos,
Sem poder reunir, reunimos,
Sem poder gritar, gritamos!

Sem saber fazer, faremos,
Sem poder odiar, odiamos,
Sem poder amar, amamos,
Sem poder saber, sabemos!
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POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2015


NOVO TEMPO – Agosto – 2015
             Nazareno Lima

Tal a exploração se expande
E prossegue a ignorância:
Eu sigo com a militância,
Sem urgir que alguém me mande!

Antes que a vida desande
E por fim chegue a demência,
Luto enfim nesta ciência ...
Pois meu compromisso é grande!

Tal o maior dos brasileiros,
Sinto então dos Seringueiros,
O desejo de vitória ...

Hoje nada o que eu fazer:
Para não deixar morrer ...
Resgato-os com a História!
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domingo, 27 de janeiro de 2019

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2017

RECONHECIMENTO - 2017
Nazareno Lima

É agradável que eu não desagrade
A quem não gosta da nossa expressão,
Mas, quem desconhece a nossa razão,
De tantas tristezas a minha alma invade!

É lamentável que a mediocridade,
Não me acompanhe na lamentação,
Pois minha Classe na expropriação,
Caminha lenta para a eternidade!

Não nos procedem mais as recompensas,
Já que as mil desilusões imensas,
Permanecerão em nossa memória...

O reconhecimento do mundo é o que nos resta,
Assim... nós, homens da Floresta,
Poderemos um dia viver na História!






sábado, 26 de janeiro de 2019

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2019

SE... 2019
                Nazareno Lima
Se a Minha Gente não ousasse aquele engano
E mantivesse a paciência de então,
Sobre aguardando a hora certa da ação
De utilisar o contra-pé americano!

Se a minha Classe entendesse o melhor plano
Que traz a nós, a melhor forma e condição...
Para viver com a menor exploração
E aumentar  o IDH a cada ano!

A Natureza nos deu sorte até demais,
Porém às vezes não se pensa no que faz,
Sem o análise do que possa acontecer...

E como a sorte vai e vem no decorrer...
À classe pobre só lhe resta o sofrer...
Isso é uma prova que é difícil se viver!

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2019


IMPOSSIBILIDADE - 2019
                    Nazareno Lima
A minha gente a me pedir diariamente
Vive, para que eu creia na melhora do país:
Conhecedor, tal como sou, da diretriz...
É duvidar da compleição do inteligente!
Como é que pode?  Um poeta e aprendiz
Da Razão Pura, do Diálogo e do discente
Contrariar a direção de sua mente,
Algo absurdo que na vida eu nunca fiz!
Eu não suplico que o país todo se quebre,
Mas, o eleitor foi quem comprou gato por lebre,
Porém o tempo não deu tempo de provar...
Longe estarei de lhe imputar qualquer problema,
Mas, vejo clara lhe rondando uma panema
Tal qual a tantas que já as vi governar!

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2019

SAUDAÇÃO A 2019...
                 Nazareno Lima

Antes que a minha gente desaprove,
Pela repetidora ação do desengano,
Quero cumprimentar a esse novo ano,
Que a fenomenologia sideral promove!

Bendito seja 2019
Com seu grupo administrador puritano..
Que continue forte, honesto, militar ou paisano
E que conquiste todo o país dizendo love!

Que traga a nós fé e coragem,
Que tenhas uma magnífica passagem
Nessa imensidão de matas e concretos...

E nos teus dias e noites aclaradas
Prepararemos nós para essas jornadas
Onde o ataque ao pobre nem carece de decretos!


sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2018

2018...
                                 Nazareno Lima

2018 vai deixar saudades...
Por mais um ano de nossa existência
Por trazer a nós, mais experiência
E não ser culpado das atrocidades!

2018... apenas uma sequência
Dos disparates das mediocridades...
A continuação das infidelidades
E a multiplicidade da ineficiência!

Nesse nosso ambiente de burlêta,
Passas tu, na semelhança de um cometa
Na tua bela trajetória confirmando...

E tantos quão malfazejamente aqui,
Ao invés de tu, deveriam ir...
Mas, lamentavelmente vão ficando!