quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

POESIAS ACREANAS - Nazareno LIma - 1992


ECOS  AMAZÔNICOS – 05/09/92
                                            Nazareno Lima
     
Mãe, pelas ruas hoje amargurado ...
Lembro claramente a voz dos ‘necros’:
Ainda soam em minh’alma, teus ecos,
Ao ver só de mortes, o meu passado!

Os teus mansos barulhos, me diziam,
Que teu fim brevemente chegaria:
Eu ouvindo tudo aquilo e não sabia
Das verdades que os mesmos escondiam!

“Os estalos que eu ouvia em Janeiro,
Produzidos pelas frutas das seringas
E o vespertino grasnar das jacutingas,
Avisavam teu suspiro derradeiro!

O barulho das chuvas duradouras,
O manso roncar das enxurradas
E os sapos, nas várzeas alagadas
Enunciavam tuas crises vindouras!

O ronco dos trovões tremia a terra...
Sobre um galho arrulhando um japiim
E o pio estremecedor de um jacamim,
Alertava-me sobre o som da motosserra!
...............................................
(in "Ecos Amazônicos" - Nazareno Lima - 1992)

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