ECOS
AMAZÔNICOS – 05/09/92
Nazareno Lima
Mãe,
pelas ruas hoje amargurado ...
Lembro
claramente a voz dos ‘necros’:
Ainda
soam em minh’alma, teus ecos,
Ao
ver só de mortes, o meu passado!
Os
teus mansos barulhos, me diziam,
Que
teu fim brevemente chegaria:
Eu
ouvindo tudo aquilo e não sabia
Das
verdades que os mesmos escondiam!
“Os
estalos que eu ouvia em Janeiro,
Produzidos
pelas frutas das seringas
E
o vespertino grasnar das jacutingas,
Avisavam
teu suspiro derradeiro!
O
barulho das chuvas duradouras,
O
manso roncar das enxurradas
E
os sapos, nas várzeas alagadas
Enunciavam
tuas crises vindouras!
O
ronco dos trovões tremia a terra...
Sobre
um galho arrulhando um japiim
E
o pio estremecedor de um jacamim,
Alertava-me sobre o som da motosserra!
...............................................
(in "Ecos Amazônicos" - Nazareno Lima - 1992)
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