terça-feira, 10 de junho de 2014



O Acre Estado - Prof. Nazareno Lima

No dia 15 de Junho de 1962, o Território Federal do Acre passa a ser Estado e o mais novo da Republica Brasileira.

Esse Projeto, que começou em 1910, durou 52 anos para ser concluído e que teve como responsavel, segundo os modernos Historiadores e Politicos do Acre, o Major José Guiomard dos Santos.

Mas hoje se sabe que não foi bem assim, existe algo bem mais forte e significativo por trás, da elevação do Acre a Estado.

Depois do assassinato covarde do Coronel Plácido de Castro em Agosto de 1908 no Seringal Bemfica pela Falange Alexandrinista, o Acre Federal como era conhecido, passou a ser controlado e dominado por esta maldita Falange, a qual gerou-se em consequencia da usura e ambição nas indenizações que os governos brasileiro e boliviano se prontificaram a pagar àqueles que sofreram prejuizos com a Revolução Acreana, mas que dela não fizeram parte.

Essa Falange que tornou-se gigantesca e cujos primeiros chefes eram:

Dr. Gentil Tristão Norberto, Cel. Simplício Costa, Cel. Alexandrino José da Silva, Cel. Antonio Antunes de Allencar, Dr. Emílio Falcão, Dr. Carlos Vasconcellos, Newtel Maia, Major João Câncio Fernandes, além de muitos outros, isto até 1932.

Durante a Ditadura Vargas, o Alexandrinismo tornou-se um tanto

oculto porém, não deixou de existir.

Com o fim da Ditadura Vargas em 1945, o Alexandrinismo muito pouco se mexia pois, o gaucho Getulio havia mandado para o Acre um outro gaucho que era contra o coronelismo da Falange Alexandrinista: esse gaucho chamava-se Oscar Passos.

Com a eleição de Jânio Quadros no dia 03 de Outubro de 1960 e depois com a renuncia deste, subiu ao poder no dia 7 de Setembro de 1961, o Socialista assumido do PTB e Vice de Jânio, João Goulart e muito amigo do Prof. Historiador e Geógrafo José Augusto de Araújo que era Deputado Federal do PTB e futuro candidato a Governador do Território Federal do Acre.

Em 1962, o Dep. Federal José Augusto de Araújo pediu ao Presidente Jango para apoiá-lo no Projeto da elevação do Território do Acre a Estado e este o indagou se havia algum projeto a este respeito na Camara ou no Senado. José Augusto respondeu que havia o Projeto do Senador José Guiomard dos Santos, no Senado Federal. O Presidente Jango então marcou para o dia 15 de Junho, justamente de 1962 e sancionou a Lei 4070, que levaria o Teritório do Acre a Estado, acabando assim com 52 anos de luta sem sucesso.

João Belchior Marques Goulart - o Jango - nasceu em S.Borja RS em 1919, filho do rico estanceiro gaucho Vicente Goulart, amigo intimo de Getulio Vargas. Jango ainda jovem fez o curso de Direito em P. Alegre, quando o pai faleceu em 1943, Jango como o filho mais velho herdou a fortuna do pai e também a amizade com Getúlio que o chamou para o PTB, onde Jango logo chegou a Presidencia Estadual e em seguida Nacional. Com a eleição de Getúlio em 1950 para a Presidencia da Republica, Jango ternou-se Ministro do Trabalho de Vargas e com isso ternou-se um dos políticos mais populares do pais, tanto é que tirou mais votos que o Presidente JK na eleição de 1956 e em 1960 derrotou o vice de Janio Quadros.

José Augusto de Araújo, era um intelectual nascido em Feijó-AC em 1º de Janeiro de 1930, ainda na década de 1940 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde cursou Geografia e História na antiga Universidade do Estado da Guanabara. Na luta estudantil da Universidade adquiriu a simpatia dos socialistas e comunistas do Rio inclusive do Vice-Presidente Jango que era Comunista Assumido assim como também o Prof. José Augusto.

Em 1958, José Augusto foi eleito Suplente de Dep. Federal do PTB pelo Território do Acre com 1.524 votos e nas eleições de 1960 assumiu a cadeira.

Em outras palavras, o verdadeiro responsável pela eleveção do Território do Acre a Estado não foi o grande Major José Guiomard dos Santos e nem tampouco os Projetos que duramte anos se amarelavam nas gavetas do Senado Federal desde o Rio de Janeiro até Brasília. O verdadeiro responsável pela elevação do Acre a Estado foi uma amizade sincera entre dois Comunistas: o gaucho Jango e o Prof. Zé Augusto do Acre.



Gov. José Augusto de Araújo

em 1º de Março de 1963

 





Pres. Jango em 1963

 

 

 

 



 

 

 

 

 

2 comentários:

  1. Até hoje ainda não fora explicado pela Historiografia Acreana, qual a causa de tantos feitos dos Gaúchos pelo Acre, como por exemplo:
    Por sorte ou ironia do destino, Plácido chegou aqui em 1899 para tornar o Acre brasileiro através de uma Revolta em 1903.
    Em 1930, Genesco de Oliveira Castro também gaúcho e irmão de Plácido, publicou um livro que contou a historia da Revolta de Plácido e como se desenrolou a administração do Território e também os culpados pelo assassinato covarde do grande revolucionário, interessante é que todos os livros de história do Acre se baseiam no livro do Dr. Genesco.
    Em 1941, Getúlio Vargas que era gaúcho, manda para o Acre, como Governador o também gaúcho Oscar Passos, que pagou quase mil contos de Réis pelo Seringal Empresa a Joaquim Janú Parente, desapropriando assim as terras da cidade e Capital do Território.
    Em 1962, Jango, também gaúcho, eleva o Território do Acre a Estado, através do projeto do Senador José Guiomard dos Santos, mas para atender a um pedido de um dos seus melhores amigos, o Dep. Fed. do PTB José Augusto de Araújo.
    Agora o interessante é que estes personagens gaúchos que tanto fizeram pelo Acre, muito pouco foram lembrados pelos políticos Alexandrinistas daqui.
    Não existe uma rua se quer ou uma escola ou até uma praça em nome do Presidente Jango e o grande Senador Oscar Passos, muito pouco se falou dele no Acre até hoje.

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  2. Interessante é que muitos Historiadores e Políticos Alexandrinistas criticam a Historiografia Acreana do Prof. Nazareno Lima, negando por sua vez, a existência da cultura Alexandrinista no Acre. Mas a Psico - História deixa isto muito claro:
    A negação de grandes atitudes de Políticos e intelectuais ao Estado do Acre e também a negação da História destes vultos deixa isto muito claro para aqueles que pensam.
    Os atuais Alexandrinistas do Acre negam a Cultura Alexandrinista pelo fato de eles nem se dar contas de onde veio seus pensamentos, seus comportamentos, enfim os seus modos de agir.
    Pensando bem, a maioria dos Políticos e Pensadores do Acre de hoje, tem a mesma ideia e filosofia do Dr. Gentil Tristão Norberto, seus irmãos e seus amigos, que em 1910 fundaram o Jornal FOLHA DO ACRE, na Villa Rio Branco.
    Em 1919, quando o Dr. Gentil foi administrar o grande presidio da Clevelândia no Território do Amapá, ficaram aqui no Acre seus irmãos, amigos e seguidores para dar continuidade aos seus ideais.
    O Dr. Gentil Tristão Norberto se identifica com o Alexandrinismo a qualquer pessoa que busque como funcionou o Grande Presídio de Clevelândia no Oiapoque no governo do Pres. Arthur Bernardes.

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