I
Na quebrada do Yuro eram 13,30 horas
(em São Paulo
era mais tarde; em Paris anoitecera;
na Ásia o sono era seda)
Na quebrada do rio Yuro
a claridade da hora
mostrava seu fundo escuro:
as águas limpas batiam
sem passado e sem futuro.
Estalo de mato, pio de ave, brisa nas folhas
era silêncio o barulho
a paisagem (que se move)
está imóvel, se move
dentro de si
(igual que uma máquina de lavar
lavando sob o céu boliviano, a paisagem
com suas polias e correntes de ar)
Na quebrada do Yuro não era hora nenhuma
só pedras e águas...
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Foi-se ontem a maior envergadura
da crítica literária brasileira,
aquele que, de tão crítico recusara a
uma cadeira da Academia Brasileira de Letras,
dizendo não se dar bem com a burocracia
e luxo daquela instituição.
Foi-se Ferreira Gullar...
somente resta aos críticos que ficaram,
uma simples pergunta:
Quando aparecerá outro?
Será que será necessário uma outra Ditadura Militar?
A Alegria que nos dar em falar de pessoas como
Ferreira Gullar é que sempre existiram grandes
homens no Brasil, o que faltou foi divulgar seus valores.
Boa Tarde!
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