sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 1999


     REALIDADES   -    01/10/99
                               Nazareno Lima



Talvez, quem sabe? A felicidade,

Que eu admito nunca ter sentido:

O que acontece, na realidade,

É que estou passando pôr despercebido!



Hoje a saúde e a faculdade

Do Conhecimento que tem me assistido...

Fez a tristeza me deixar saudade

E a exploração ser algo perdido!



Talvez não tenha dentre a humanidade,

Um momento de mais felicidade

E um prazer pôr demais profundo:



Ter resistência de poder andar

E consciência para analisar

A Natureza que criou o mundo!!!

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* O poeta seringueiro Nazareno Lima, analisando
a vida urbana depois de tantas lutas chega a uma
conclusão que a felicidade que lhe resta, assim
como também a todos os seringueiros que ainda
restam é a vida ou seja é ainda estarem vivos
para contar a história.

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 1999


FLOR  DE  LIS   -   28/09/99
                       Nazareno Lima



Me apareceste como a flor de lis,

Que orvalhada enfeita e perfuma:

Rara beleza que sempre acostuma,

Ao homem pobre que quer ser feliz!



Sensível e leve igual a espuma,

Foi esta pluma que eu sempre quis:

De professor tornei-me aprendiz,

Da tua força que ao espírito exuma!



Eu te agradeço pôr me aparecer:

Mesmo que um dia me faças sofrer,

Nestes caminhos de uma só descida...



Futuramente, quando eu for passado,

Lembrai ao menos de ter me ajudado,

A escrever esta pré despedida!!!

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domingo, 3 de dezembro de 2017

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima 1992



RESISTÊNCIA – 03/07/92
                              Nazareno Lima

Mãe, continuamos ainda a esperar,
Que nossa terrível situação mude!
Atingir ao nosso objetivo, não pude
E ainda vivo lutando para lutar!

Inertes e mudos, vemos o tempo passar ...
Sem haver aqui alguém que nos ajude!
Ainda lutamos para que alguém estude
E para isto, ninguém a nos ajudar !

Mãe ... Estamos nas últimas ilusões ...
Tentando vencer as grandes tentações
Que o Acre nos fez através de um porta-voz!

Resistimos pôr milagre, aos incoerentes ...
Onde nos esqueceram todos os viventes:
Talvez até Cristo esqueceu de nós !
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*O poeta em 1992, na maior das desilusões que 
tiveras a classe seringueira no Acre... 
Escreveu esse soneto como desabafo. 
A Mãe a que ele se refere é a floresta amazônica.

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2017

AO NEGRO BRASILEIRO- 20-11-2017
                                      Nazareno Lima
Que seja vivo o Negro brasileiro
Que do terreiro além, contribuinte
Desse Estado, enfim por conseguinte
Mais que demonstra um povo altaneiro!

Salve Zumbi, na luta, o primeiro...
Que preferiu morrer que ser acinte,
Que não esqueçamos esse novembro dia 20
Para salvar o imortal guerreiro!

Que seja vivo o modismo... a negritude...
Que arrasta a massa, por prazer e não ilude...
Esse fenômeno é a razão das consciências!

E foi assim que conquistou o seu espaço,
Mostrando a força criativa do seu braço

Na mais feliz e reais das competências

domingo, 19 de novembro de 2017

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima 1991



 MAUS LAMENTOS DE 91
                     Nazareno Lima


   - XXXVIII -
Ó Mãe! Depois da imensa tragédia
Que nossos Irmãos fizeram contra nós,
Vivemos desta vida a parte mais feroz
Enquanto eles estão de caras nédias!
Sem termos pois, cometido delitos:
Somos considerados uns prosélitos
E nos veem de aparências rédias!
Assim, não sei como iremos avante:
Vivemos a perseguição que viveu Dante
Quando escrevia a sua Comédia!


  - XXXIX -
Somos os infelizes que o mundo criou
Ó Mãe, e qualquer praga hoje nos ataca:
De tanto abatida eu te vejo fraca
E de tão perseguido revoltado sou!
Nossos próprios Irmãos quando nos trai...
A nossa própria mãe nos matando, vai...
Somos aqueles que Cristo amaldiçoou:
"Aqueles que mais tem, mais lhes será dado."
"Quem não tem, até o que pensa, será tirado."
Talvez por isso muitos nos roubou!

* Uma das maiores críticas do Poeta em 1991, 
quando muitos dos seringueiros acreanos passaram 
a trabalhar para os fazendeiros e receberem apoio 
destes. Assim o poeta os considerava como traidores 
da floresta a qual ele a chamava de mãe