P O E S I A S - I – Fev. 2000
Nazareno Lima
Entreguei-me de vez as fantasias
E as utopias todas desprezei:
Realidades ... O que desejei ...
Hoje mudei tais Filosofias!
Deixei de amar ... Se é que amei
E me dediquei a outras manias:
Viajo hoje pelas poesias,
Que dia a dia, já me apaixonei!
Amante sendo da Literatura:
Criei na vida, nova conjuntura,
Para viver o pouco que me resta...
E assim sendo, a Felicidade,
Que até então era raridade,
Chegou de vez me fazendo festa!
·
II –
Misturei-me hoje a Ciência,
Tal no além mistura-se Céu e Terra!
Como a violência se mistura à guerra
E o leigo mistura-se à incompetência!
Misturei-me a eficiência,
Como as rochas se misturam a serra:
Tal a morte que a vida encerra
E Gandhi misturou-se a clemência!
Tal Cristo misturou-se a verdade,
E a Filosofia a realidade,
Eu vivo essa mistura exagerada...
Assim... O bem se mistura ao bem.
O mal, ao mal mistura-se também,
Para a Natureza ser equilibrada!!!
--- III
---
Será lícito que toda a vida
De um homem, seja só de sofrimentos
E
que seja tão raro os bons momentos,
Que
sua mente passará despercebida?
Será
lícito que toda a vida
De
un homem seja de confinamento,
E
que nem mesmo os desenvolvimentos,
Seja
algo à vida dele atribuida1
Condenado
a viver pelas tabelas,
O
Poeta vive entre paralelas :
Descrevendo
pois, sua vil razia...
E
é lícito que ele sofra mais ainda,
Numa
vida atormentada que não finda,
Pois
somente assim haverá poesia!!!
--- IV ---
A
poesia é uma flor
Que
nasce nas lamas
Nasce
da dor do amor...
Da
fome ... das camas...
A
poesia vem do desamor...
Das
injustiças... das tramas...
Das
pressões... das más famas...
Do
silêncio de horror!
E
o poeta, com um desabafo breve,
No
silêncio, encarcerado escreve
Sua
vingança da forma que o convém...
E
o homem comum jamais aceita,
Que
essa vingança depois de feita,
É
a essência do mal transformada em bem!
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Nazareno Lima em 02 de junho de 2017
em Rio Branco - Acre
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