domingo, 7 de maio de 2017

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2016

SAUDOSISMO - 12-01-2016
                       Nazareno Lima

- II - 

Lembrando as curvas que me guiavam
Por grandes sombras e alguns clarões...
Por centenárias árvores que estavam
Sobre planícies... várzeas e depressões!

Elas plantadas ali... me observavam...
Sem maldades, ódios ou repressões ...
A rapidez com que os meus pés andavam,
Para suprir as explorações!

E aqueles riscos que eu ia fazendo ...
E aquele látex branco escorrendo ...
Sem a paisagem ter tempos de olhar ...

Hoje distante por anos à fio,
Nada mais resta daquele sombrio ...
Somente a terra que vivem a queimar!

* O Poeta fala do saudosismo que ainda
sentem os velhos seringueiros vendo que
aonde eles trabalhavam acabaram com a
floresta inteira.

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2016


AQUELA ROSA - 05-03-2016
                          Nazareno Lima

Aquela rosa que tanto eu amei
E a implorei por tempos tão diversos ...
Olhos imersos do quanto que chorei
Por este amor que já fiz tantos versos!

Aquela flor de olhos tão perversos
Que sem sucessos, tanto lhe adorei ...
Me apaixonei, sem razões, sem nexos
De cem processos, não lhe condenei!

Aquela pétala de amor amado ...
Que carregava o maior pecado ...
Que uma mulher pede carregar ...

Esse pecado de não me amar,
Fez minha alma se reencontrar
E minha vingança foi lhe perdoar!
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sexta-feira, 5 de maio de 2017

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2014

   



AGOSTOS - 30-08-2014
               Nazareno Lima

 - III -
Atribulado por estes meus meios
Que hoje creio, ser o meu pecado,
Articulado por poucos anseios...
Eu lembro enfim, meu pobre passado!

Impulsionado por mil devaneios...
Por entre veios... Desarticulado...
Uma estrutura que faltam os esteios
Que está no meio do povo explorado!

Seguindo assim nesse vil ditame,
Longe de ter alguém que me ame
E que defenda minha utopia…

Mas nesse vil descontentamento,
Vivo na paz de um confinamento,
Articulando a minha Poesia!

* O Poeta fala das raízes do seringueiro
que mesmo fazendo as mais altas produções,
não são bem vistas pelos povos modernos
das cidades acreanas, amazônicas e brasileiras.





quarta-feira, 3 de maio de 2017

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2017

EXPECTATIVAS - 2017
                Nazareno Lima

Se descobrissem a vitória dessa mata,
Contra a Pecuária fugaz e intromissiva...
Apareceria enfim a alternativa
Descompostora dessa gente da bravata!

Tantos valores hão na expectativa
Da Economia silvestre e substracta,
Das Ciências oculta e ainda intacta...
Sem da pesquisa qualquer iniciativa!

Se sonhasse a Medicina, em suas crenças
Com as plantas, substâncias e essências
Que ainda jazem nesse espaço ignorado...

Mas... Talvez quando isto acontecer,
Nada mais terá o Conhecimento à fazer
Pois, o bioma estará todo exterminado!
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POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2014



 ANDANÇAS - 19 - 02 - 2014
                       Nazareno Lima
          III
Às vezes me dava pena
Daquela terrível cena...
Mas o que fazer, não tinha...
Gente que ia e vinha,
Da mais diferente escória:
Cada um com sua história,
Que ouvi sem entender! ...
Enorme o vosso sofrer,
Das mais diferentes formas,
Todas, às margens das normas,
Que regem qualquer Estado.
Somente ser explorados,
Era o direito que tinham,
E no rumo que caminham,
Nem a fé, consegui ver!
     ******
Com calma, tentei dizer,
A causa daquilo tudo...
Quando falei de estudo,
Saíram quase à correr!
     *******

Notei que o pobre homem,
Que de tudo ele tem fome,
Sem ter oportunidade...
No campo ou na cidade,
Seu futuro é sempre incerto...
A Injustiça por perto,
Atada aos seus destinos...
Mulheres, homens, meninos;
Numa exploração eterna,
Naquela imensa Caverna,
Que Platão conceituou! ...
Aos que Marx retratou
Na complexa Mais-valia...
Que não sei como viviam
Naquele Inferno de Dante!
     ******
Tal qual um ignorante,
Quis da Ciência, ter uso,
Mas esse povo connfuso,   
Era Naturalizante!
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* Aqui o Poeta fala dos
ex seringueiros vivendo nas
periferias das cidades acreanas.

segunda-feira, 1 de maio de 2017

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2016



CONTRADIÇÕES - II - 11-01-2016
                                Nazareno Lima

Eu me perdi no tempo e no espaço
E o que faço aqui é só errada
E quase nada além do que eu faço
É o que penso ... que também é nada!

Estou cansado de tanto embaraço
Nesse compasso dessa caminhada:
Nessa estrada, se apresso o paço,
Puxa-me um braço, para a derrocada!

E sem Razões, na vida, vivo eu
Na universalidade do homem plebeu
Que tornou corporativa a Razão ...

E mergulhado na caverna, eu ando:
O que penso, falo, digo; é só desmando...
Porque a luz aqui é escuridão!
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O Poeta Nazareno Lima fala da situação
social dos ex-seringueiros hoje, até mesmo
 com formação superior ainda são
considerados inferiores no Acre.