segunda-feira, 24 de agosto de 2015




A ÚLTIMA REVOLUÇÃO ACREANA

Nazareno Lima
 

 



Capítulo1. O Declínio da Produção da Borracha.
 


O declínio da produção da borracha no Acre teve início a partir de 1949, principalmente por conta do fim dos contratos econômicos internacionais relativos ao abastecimento da II Guerra Mundial.

Acontece que alguns desses contratos de abastecimentos teriam terminados no ano de 1945, outros teriam terminado em 1946, alguns em 1947, outros ainda em 1948, pouquíssimos terminaram em 1949. Em 1950 não havia mais contratos de abastecimento de borracha relativos à II Guerra Mundial.

Se alguém perguntasse: a II Guerra Mundial terminou em Agosto de 1945 e por que em 1949 ainda tinha contratos de abastecimento da Guerra?

Ora, a Guerra deixa muitos prejuízos e destruição, então esses contratos eram para repor a economia industrial abatida ao longo de seis anos de guerra. Os seringais de cultivo da Malásia e do Ceilão foram todos destruídos pelos japoneses e isso também foi uma grande perca não só para a Inglaterra, que era a financiadora destas áreas produtoras, mas também para os EUA, que era um dos maiores importadores desta matéria-prima.

Mas esse declínio da produção da borracha no Acre, não estava relacionado somente ao fato acima citado, ele implicava também na questão ambiental, pois o trabalho do corte das seringueiras matava muitas árvores e daí a produção geral diminuía, uma vez que a reposição natural era menor que a quantidade de árvores exterminadas com o trabalho.

Durante a década de 50 vieram os últimos "brabos" do Nordeste para trabalhar na produção do látex no Acre, e isso sem o auxílio do Governo.

Um outro fator que também enfraqueceu por demais a produção de borracha no Acre foi a agricultura de subsistência que o seringueiro começou a praticar a partir do início da década de 1950. Com essa atividade, ele perdia muito tempo principalmente na época da "broca" e "derruba" do roçado que era feita durante os meses de junho ou julho, época mais propícia para o corte das seringueiras. Nessa época, os patrões, que já não tinham o poder e o recurso dos coronéis, não proibiam ou não podiam proibir a atividade agrícola dos seringueiros do Acre, uma vez que estes não dispunham de mercadorias suficientemente para abastecer os seringueiros durante o ano todo. Diante disso, os patrões não podiam exigir que o seringueiro não plantasse o seu roçado

Um comentário:

  1. Este texto é partes do primeiro de um total de 07 Capítulos do livro "A ÚLTIMA REVOLUÇÃO ACREANA", escrito pelo Prof. Nazareno Lima. Este livro que já fora retomado por três vezes a sua continuidade literária se faz por contas de problemáticas históricas por seus acontecimentos ser muito recentes. Mas por problemas de saúde de seu autor foi retomado novamente.

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