POEMA
TRISTE - 05 /09/2012
Nazareno Lima
Descendo
do povo triste
Que
entristeceu a Floresta,
Hoje
enfim nada mais resta
Deste
povo entristecido...
Pelo
Brasil, esquecido...
Sem
história e sem lembranças,
Que
viveu só de esperanças,
Apoiado
em suas crenças,
Lutando
contra as doenças
Sem
Governo que o assiste!
Povo
pobre desgraçado,
Imigrante
do sertão,
Seguidor
da devoção,
Pela
seca, castigado:
Talvez
o mais explorado
Que
a América já viu,
Foi
quem mais contribuiu
Para
enricar o País...
Mas
a História não quis
Registrar
esse passado!
Povo
pobre e solitário
Extrator
da Goma Elástica,
Viveu
a vida mais drástica
Que
o Brasil imputou:
Pois
em tudo lhes faltou
Exceto
a esperança,
Onde
a luta não lhe cansa,
Porém
não lhe torna ilustre
Aonde
a Febre Palustre
Foi
o grande adversário!
Surgiu
nos anos oitenta,
Lá
no Século XIX,
Porém
não há quem comprove
Os
primeiros Seringueiros,
Estes
pobres brasileiros,
Quase
todos nordestinos...
Entre
velhos e meninos,
Em
tudo, lutaram forte:
Não
temeram nem a morte
Naquela
Guerra Sangrenta!
Deixavam
o velho torrão,
Oras
da seca fugindo...
Já
outros iam saindo
Para
escapar do Cangaço!
Milhares,
pelo cansaço
De
viver na Injustiça:
Sem
oração e sem missa
Seguiam
para os embarques,
Onde
nem García Marquez
Conheceu
mais solidão!
Por
seis meses viajando,
Chegavam
ao barracão,
Devendo
muito ao patrão,
Tinham
que economizar,
Por
isso pouco comprar,
Era
a meta a ter um saldo,
Mas
a dívida por respaldo
Teimava
em lhe acompanhar:
E
o momento de voltar
Ia-se
então adiando!
A
goma subiu de preço
Em
910...
Pra
17 mil Réis...
Mas
não chegava a 1/3
Para
os pobres seringueiros.
Coronéis
e estrangeiros,
Faziam
um jogo de encarte
Na
luta destes “guerreiros”.
Manobras
pra não dar certo
Enganava
o mais esperto
Naquele
gigante cerco!
Esse poema faz parte do livro "Novo Tempo" que retrata um pouco da vido do Seringueiro que habitou as florestas do Acre e da Amazônia de 1882 a 1988. Hoje portanto não há mais esse tipico habitante nas florestas nem do Acre e nem tampouco da Amazônia. O livro tem por fim resgatar um pouco da memória dessa população.
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