sábado, 23 de junho de 2018

Biografia do Dr. Pereira Labre - Nazareno Lima - 2010


Dr. Antônio Rodrigues Pereira Labre, não se sabe a data certa em que ele nasceu no Maranhão, 1825-1830. (segundo o Professor Hélio Rocha in “Coronel Labre”, 1ª Ed. Scienza, São Carlos, 2016”, ele nasceu em 1827).

Em 1856/1858, trabalhava como Delegado de Polícia na villa de Passagem Franca, na então Província do Maranhão.

Em 1859 passou a Delegado da Instrução Pública, também na Villa de Passagem Franca.

Em 1864 era Capitão do 29º Batalhão de Infantaria da Guarda Nacional, porém continuava com o cargo de Delegado da Instrução Publica.

Em 1865 era 1º Vereador da Villa de Passagem Franca. Ainda neste ano passou ele a Major interino do 29º Batalhão de Infantaria da Guarda Nacional e associa-se à sua mãe na criação de gado em Passagem Franca.

Em 1866, além dos cargos que já assumia passou também a advogar em Passagem Franca, Pastos Bons e Barra do Corda na Província do Maranhão. Também neste ano passa a Major.

Em 1867, o Dr. Labre passa a morar em São Luiz, capital da Província do Maranhão pois, tinha ele sido eleito Deputado Provincial.

Em 24 de novembro de 1869, o Jornal "Diário de Belém" dá notícias do Dr. Labre em terras paraenses inclusive com um seu escravo de nome Samuel.

Dr. Labre, como era mais conhecido entre os poucos amigos que tinha no Purus, era advogado e antes de vir para a Amazônia conheceu a Europa onde estudou Ciências Humanas e Naturais.

Chegou em Manaus possivelmente em 28 de dezembro de 1870, uma vez que seu nome consta na lista de passageiros do vapor 'Belém' nesse dia.

Entre 1870 e 1871 conviveu com Manuel Urbano da Encarnação e seus filhos na propriedade deste próximo de Manacapuru no Baixo-Purus. Com certeza deve ter aprendido muito sobre a Amazônia com aquele explorador e Director Geral dos Índios do rio Purus.

Antes de fixar residência em Hyutanaham, no rio Purus o Dr. Labre residia entre Belém e a propriedade de Manuel Urbano, uma vez que o Jornal 'Diário de Belém' lhe procurou no dia 03 de janeiro de 1871, para receber 06 cartas que lhe eram destinadas.  

Em 1871 adquiriu uma área de terra bem próxima a foz do rio Ituxi, no rio Purus de nome Floresta de Maciary, um pouco abaixo do lugar Hyutanaham, onde abriu um campo agropecuário além de um seringal de extração de borracha.

Acontece que sendo o Dr. Labre um Naturalista e também humanista em potencial, utilizou partes dos campos naturais da região do Ituxi, onde segundo ele próprio cita no Livro "O Rio Purus" de 1872 em que esses campos que se localizavam (o maior deles) à 3 léguas ao sul de Lábrea, indo do Ituxi ao Madeira com um comprimento de 100 milhas. Labre utiliza parte desse campo para montar sua criação de gado e outros animais.

Em 1872 publica no Maranhão o Livro "Rio Purus", um relatório de 50 páginas sobre a fauna, a flora, as riquezas naturais e a sociedade indígena do rio Purus.

Em 1873 o Dr. Labre escreveu um Relatório de 16 páginas denominado "A Seringueira: Extractos de Uma Monographia Publicada pelo Coronel A R P Labre" que foi publicada pelo Jornal “Commercio do Amazonas” em 1880.

Em 1874 começou então o Dr. Labre suas expedições começando pelo Ituxi e os campos naturais que alcançavam o rio Madeira e o rio Mucuyn.

Em 1875 fez expedição no Madeira, principalmente com relação ao solo daquele rio e a causa das suas poderosas cachoeiras.

Em 1876/1877/1878, trabalhou na função de Subdelegado de Polícia no Distrito de São Luiz do Ituxí. Esse distrito da povoação de São Luiz do Ituxi seria a futura Villa de Lábrea.

A partir de 1878 o Dr. Labre passa a integrar o Partido Liberal que era a oposição ao Governo e assim o desprezo por parte do governo que já era visível tornou-se maior.

Em 1880 elegeu-se Deputado Provincial, pelo Partido Liberal

No dia 7 de março de 1886, (segundo o Jornal "Correio do Purus" de Lábrea do dia 09 de março de 1909) o Dr. Labre juntamente ao Cel. Luiz da Silva Gomes, Monsenhor Leite Barboza e um obscuro patriota Cap. Manoel Alves, fundaram a cidade de Lábrea. Mas, segundo o Dr. Labre, na Página 47 do Livro "Rio Purus" a povoação de Lábrea foi fundada em 1871. Cita ele ainda que em 1872, quando ele escreveu o livro "Rio Purus", habitava em Lábrea somente maranhenses e alguns estrangeiros. Talvez estas notícias se façam por conta de o Jornal "O Paiz" do Rio de Janeiro publicar no dia 19 de abril de 1886, a posse do Dr. Labre como Presidente da Câmara Municipal da nova Villa de Lábrea e o vice-presidente, o Comendador João Gabriel de Carvalho e Mello.

Executou várias Expedições nos rios; Purus, Ituxi e Madeira. Também fez Expedições nos rios Madre de Deus, Orthon e seus afluentes em Bolívia. Foi em 22 de julho de 1886 que o Dr. Labre, Alexandre Haag e outros desbravadores e Expedicionistas do Pará e Amazonas promoveram uma Conferência Pública no Salão da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro, com fins de mudar a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré para Orthon-A’quiry, nessa Conferência estava presente o Imperador D. Pedro II.

Essa ideia do Dr. Labre, que não era aceita por muitas autoridades da Amazônia e também do Rio de Janeiro o tornou um tanto desprezado do Brasil e da Amazônia. O interessante é que foi a partir disso que começou a rebeldia do Acre e seu povo e foi um dos motivos das invasões à Bolívia e depois as Revoltas que houveram e pôr fim a Guerra dos Coronéis capitaneados por Plácido.

Assim, o Dr. Labre foi indiretamente um dos precursores da rápida ocupação das terras do A'quiry em 1889 e também das revoltas acontecidas na região do Acre. Acontece que com essas ideias do Dr. Labre de construir uma ferrovia Orthon-A'quiry ao invés da Madeira-Mamoré, despertou o interesse da Bolívia por tal projeto e essa ideia chegou à Europa, então alguns capitalistas europeus organizaram um sindicato Franco-belga e esta organização encarregou um senhor de nome Emilio Rens em 1889 de fazer um levantamento da área a ser melhorado os transportes e em novembro de 1890, estavam prontos para começar os trabalhos.

Em agosto de 1888, o Dr. Labre executou a grande e perigosa expedição Orthon-A'quiry, onde caminhou à pés pelas trilhas dos índios por 20 dias consecutivos, onde conheceu as Nações Indígenas; Araúna, Pakawara, Guaraya e Cannamarys - os habitantes do Acre Pré-Histórico.

O Naturalista Pereira Labre faleceu na cidade de Caxias no Estado do Maranhão no dia 22 de fevereiro de 1899 e os Jornais de Manaus e Belém, assim como também o Jornal “O Paiz” do Rio de Janeiro nem se quer noticiaram a sua morte. A imagem do Dr. Pereira Labre se faz presente neste Documentário por ter sido ele o maior conhecedor do Acre Pré-histórico. "ACRE - A História da História - 2008" Nazareno Lima, rio Branco Acre - 2010".

4 comentários:

  1. Para conhecimento de todos, ele era meu tio avô. Meu nome é José Valdemar Labre de Lemos Filho. Nascido em Caxias ( Maranhão ). Sou filho de José Valdemar Labre de Lemos, também nascido em Caxias(MA)(já falecido). Atualmente resido na cidade do Rio de Janeiro (RJ).

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    1. Olá Sr. José Valdemar, que interessante saber da sua ancestralidade, tenho pesquisado bastante o sul-amazonense e seu tio avó tem imperiosa participação naquela região. Sou aluna de mestrado na UFRGS e gostaria de saber se poderíamos trocar e-mail para resgatar informações e conhecer mais da trajetoria de A.R.P. Labre?

      Eu sou Fernanda Leite, também nasci em Caxias-MA e atualmente resido no Rio de Janeiro de onde escrevo minha dissertação de mestrado.

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  2. Sugiro a leitura do conto (In)visibilidade, incluso no livro GAIVOTAS;

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  3. A data de seu nascimento está registra em sua lápide, no Cemitério dos Remédios, em Caxias. No livro CORONEL LABRE, há uma fotografia dessa lápida, que foi um presente de seus sobrinhos; (conforme a lápida);

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