sábado, 28 de outubro de 2017

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 1992



           INQUIETUDE - 1992 
                                       Nazareno Lima

Na depressão emocional mutante
Que, periodicamente, variável, carrego ...
Na indiferença estúpida de um cego,
Aceito, inerme, como hospedeiro errante!

Falta Deus, Natureza, Energia e avante
Eu sigo. E só sigo, não me entrego
Pois, não há para quem. Com quem me apego,
É em vão. Não há resultado interessante!

Como precisam os Capitalistas, dos capitais:
Eu preciso de realidades materiais
Para içar minhas esperanças mortas ...

Eu preciso de positivas energias,
Para esquentar minhas ideias frias,
Que já cansaram de bater-me às portas!
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

* O poeta fala nesse soneto das crises e 
desespero na luta pela preservação da 
Floresta a qual naquele tempo já se 
sentia a utopia que hoje existe.

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2014



     AGOSTOS  - IV 
                       Nazareno Lima

Na solidão do mundo em que me encontro,
Neste oceano de desilusões....
Vejo um palco de mil frustrações
Que a Natureza me impôs nesse afronto...

Depois deste terrível desencontro
De mim com as felicitações,
Restou-me enfim as explorações
Que do pobre é o saldo que vem pronto!

Depois de 50 anos de lutas
Nas planícies, nos vales e nas grutas,
Cansado... resta-me então rezar...

E a lembrança das lutas me acende
E a resistência enfim me surpreende:
Ainda sentindo vontade de lutar! 

* O poeta fala da luta pela preservação 
das Florestas do Acre, onde muitos ativistas já 
julgam como uma utopia.

sábado, 7 de outubro de 2017

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2017

                                         Temporal em Rio Branco - Acre com 110 acidentes
a domicílios e veículos porém sem vítimas e ventos de 100 km/h - 06-10-2017.


LAMENTOS – 05-09-2017
            Nazareno Lima

De que valeu derrubarem as nossas matas
Que abrigavam e empregavam tanta gente?
A economia que era ao meio, independente,
Tornou-se hoje desse meio, substrata!

De que valeu nossa terra tão barata,
Distribuída em geral ao insurgente...
E o seringueiro tal e qual um indigente
Abnegado pelo boi e sua pata!

E brevemente restará nem o passado,
O que havia em nosso meio antes do gado
Nem a História nossos povos sorverão...

É a Verdade todavia e não afronta...
Naturalmente nos sobrou a grande conta
Que injustamente as crianças pagarão!
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

* O poeta fala cientificamente dos contrastes 
econômicos que modificaram a Amazônia e 
especialmente o Acre e as transformações 
ambientais causados por essas transformações 
as quais ele chama de 'conta natural'.