sexta-feira, 6 de setembro de 2019
Casa de Seringueiro do Acre
Casa do seringueiro do Acre durante o primeiro ciclo da borracha - 1888 - 1920. Era construída com soalho a 2 metros ou mais do solo, para evitar o ataque de animais noturnos. Não existe mais esse tipo de construções nas florestas acreanas.
segunda-feira, 29 de abril de 2019
Coronel Fontenele de Castro - Nazareno Lima - 2018
FONTENELE DE CASTRO - BIOGRAFIA
Manoel Fontenele de Castro quando foi nomeado Governador do Território do Acre em 1958.
Desde 2009, que se fazia necessitar a Historiografia
Acreana a produção de uma biografia do Coronel Fontenele de Castro, isso por
contas do serviço prestado por aquele político e servidor público ao Território
do Acre por mais de 40 anos.
Mas, o coronel Fontenele, por incrível que pareça, foi
o mais simples dos Governadores do Território do Acre, porém o melhor
biografado. Fontenele foi biografado pelos seus materno-descendentes da família
Fontenelle de Viçosa no Ceará e.... posteriormente, por ironia do destino...
pelo grande Garibaldi Brasil. Diante disso.... o professor Nazareno se apequenou,
como disse o STF brasileiro nos seus momentos de dificuldades... se
resguardando apenas a preparação de uma fotografia. Mas ... por coincidência ou
não... a pena de Garibaldi e os intelectuais Bezerril e Benicio Fontenelle de Viçosa,
não estavam sozinhos no espaço brasileiro... haviam as boas línguas da Historiografia
Acreana, na voz de Agnaldo Moreno e Raimundo Lopes de Melo – “o Raimundo Cabeludo” da UFAC, que
segundo comentários... sabiam de tudo e
mais um pouco. Raimundo Cabeludo
dizia nos corredores da UFAC em 1989 que o Gari (Garibaldi Carneiro Brasil)
tinha feito uma biografia do Coronel Fontenele para puxar-lhe o saco, pois ele
(Fontenelle), jamais foi soldado da Guarda Territorial, uma vez que o Dr.
Epaminondas Jacome o admitiu na Guarda como Sargento em 1922, com fins de que o
Sargento Fontenelle fosse ajudante do major-comandante Duarte de Menezes na fiscalização do Quartel, uma vez que a guarda,
com o atraso dos soldos, sempre estava articulando desentendimentos e ameaças
de revoltas, como foi o caso da Revolta Castro Pinto em agosto de 1919, tendo
em vista Fontenelle ser de boa família e tinha feito o Liceu em 1917... analfabetos eram quem entravam como soldados.
Ainda segundo o Prof. Raimundo, o sargento Fontenele no quartel, em constante
observação, pisava tão macio, que por mais que a soldadesca se esforçasse, não
ouviam o som de seu coturno no piso... pisava macio igual a um gato... daí o
cognome... “Gato”, citado por Garibaldi.
Já Agnaldo dizia em1994/95/96, que Fontenelle jamais foi
seringueiro, foi trazido de Sobral - Ceará pelos coronéis Carneiro de França e Frota
Portela para trabalhar na escrita do seringal Japão, no rio Envira em Feijó,
depois da morte de Frota Portela e com a crise do preço da borracha de 1920 em diante,
ele resolveu largar o extrativismo, acrescentava ainda aquele historicista acreano, horas no "Senadinho", horas na "Esquina da Alegria" em frente ao Palácio Rio Branco, que alguns biógrafos do coronel Fontenele afirmam que o mesmo veio do Ceará fugindo da seca mas, esquecem estes informantes que na Serra Grande não existe seca: Inhuçu, São Benedito. Ibiapina, Ubajara, Tianguá, Viçosa, Manhoso além de outras... todas na Serra Grande, não há seca.
Governador Manoel Fontenele de Castro em 1959.
“O JORNAL” – 18 a 24 – 02 – 1980 –
Rio Branco – Acre – “PANORÂMICA” – José Chalub Leite.
segunda-feira, 22 de abril de 2019
Biografia de Agnaldo Moreno - 2019
Pequena
Biografia de AGNALDO MORENO DA SILVA
A partir de 1998
foi considerado pela Historiografia Acreana como um dos maiores Historiadores
da História Oral do Acre em todos os tempos. Isso depois de ajudar a construir
vários volumes sobre a História do Acre e a injustiça que lhe chega é não haver
uma biografia... uma fotografia... sequer feita por aqueles historiadores por
ele ajudado.
Agnaldo Moreno da Silva quando foi
empossado na presidência do SSR no Rio de Janeiro em 1959.
Mas se
alguém perguntasse como é que Agnaldo Moreno, nascido no Altíssimo rio Yáco, 23
anos depois da Revolução Acreana e 18 anos depois da morte de Plácido, veio a
saber tantas informações sobre a grande Epopeia Acreana e seus heróis? Acontece
que em 1946, depois que havia terminada a Segunda Guerra Mundial, Agnaldo
acertou os negócios que tinha com A. Vieira Lima do seringal Guanabara, onde
trabalhara de enfermeiro em serviço forçado em prol da alta produção extrativa
da borracha para abastecer a Grande Guerra, desceu o rio Yáco para Sena
Madureira e daí para Rio Branco, chegando ele à capital do Território e munido
de uma bela Carta de Recomendação, algo comum àqueles bons trabalhadores dos
seringais acreanos e apresentando esta carta ao Major José Guiomard dos Santos,
este logo interessou-se para coloca-lo como administrador das terras do antigo
Seringal Empresa, terras essas que pertencia à União, uma vez que o ex
Governador Oscar Passos em 1942 havia pago a indenização a Família Parente. O
Técnico Agrícola Agnaldo Moreno estaria na sua principal área de atuação e
nessas terras trabalhavam muitas pessoas que tinham lutado na Revolução
Acreana, tinham conhecido pessoalmente o Coronel Plácido de Castro e
testemunhado o seu covarde assassinato. Assim iria se tornar o jovem Agnaldo um
dos maiores gigantes da História Oral Acreana. Tinha alguns velhos moradores do
seringal Empreza em 1946 que tinham trabalhado com Neutel Maia antes deste
vender o seringal para J Parente &Cia em 1898. Assim Agnaldo entrou para o
quadro de funcionários do Departamento de Produção Agrícola e futuramente seria
um dos maiores incentivadores da produção agrícola, das Associações e do
Cooperativismo no Acre Federal.
Agnaldo
Moreno nasceu no dia 24 de maio de 1926 no Seringal Guanabara, era filho de
Arthur Moreno da Silva e Maria Moreno da Silva. *(Arthur Moreno da Silva que
chegou ao Purus por volta de 1912, trabalhando como sócio de alguns Coronéis do
Purus e do Yáco, trabalhava também de guarda-livros, uma vez que era hábil na
escrita, não era militar e nem tinha patente na Guarda Nacional porém, era
muito afeito as Armas, uma vez que era sócio majoritário do Club de Tiro de
Sena Madureira, em 1926, quando nasceu Agnaldo, Arthur estava no seringal
Guanabara trabalhando como Guarda-livros Geral dos seringais Guanabara, Icuriã,
Petrópolis e Brasil, propriedades dos herdeiros do Dr. Avelino Chaves, quando
faleceu em 1937, Arthur Moreno era Adjunto de Procurador da República em Sena
Madureira no Acre Federal).
Muito cedo
Agnaldo começou a estudar em Sena Madureira e quando ficou órfão de pai em
1937, já estava bem adiantado nos estudos.
Em 1940,
cursou a Escola Técnica Agrícola de Rio Branco - Acre, onde foi companheiro do
Dr. Alberto Barbosa da Costa, Ruy Lima Brasil, Valter José Nolasco, entre outros.
Em 1943
volta ao Seringal Guanabara, convidado e contratado como enfermeiro pelo
Coronel Alfredo Vieira Lima para tratar de 200 seringueiros que se encontravam
atacados de Impalludismo, Leshmaniose e Gripe. Esses trabalhadores do Coronel
Alfredo tinham chegado recentemente do Nordeste para o serviço forçado de
extração da borracha para abastecimento da Segunda Guerra Mundial.
Em 1951 casou-se
com a jovem Renilda dos Santos Duarte.
Em 1952 cria
a Cooperativa de Consumo dos Funcionários do Departamento de Produção do
Território do Acre, uma das primeiras cooperativas do Acre Federal.
Em 1954 era
o 1º Secretário do PSD.
Em 1957 por
determinação do Gov. Valério Caldas Magalhães, Agnaldo foi para Sena Madureira
organizar a Associação Rural daquele Município. Ainda em 1957 participa da V
Conferência Rural Brasileira realizada em Belém-Para, compondo a Delegação que
representava o Território do Acre. Foi ainda neste ano que Agnaldo lutou na
implantação da Colônia Aquyles Peret nas terras do seringal Empreza,
distribuindo e licenciando 55 lotes.
Em 1958 é
nomeado Chefe da Secção de Imigração e Colonização pelo Governador do
Território.
Em 1959,
junto ao Dr. Carlos Alves das Neves, organiza o primeiro senso agrícola do
Território, com fins de reivindicar mais investimentos do Governo Federal no
setor produtivo agrícola, também neste ano é nomeado no Rio de Janeiro
Presidente do Serviço Social Rural do Território do Acre, apoiado pelo cearense
Napoleão Fontenele da Silveira que era Deputado Federal do PSD do Espírito Santo.
(para quem não sabe, esse Serviço Social Rural foi o órgão que se transformou
no INCRA, por voltas de 1970)
Foi eleito
Deputado Estadual na eleição de 1966, obtendo mais de 600 votos cuja maioria de
seus eleitores eram colonos, ribeirinhos e os estivadores do porto de Rio
Branco e seus familiares. O Governo Jorge Kalme o chamou para a Secretaria de
Agricultura e conduziu aquela pasta com muitos elogios, inclusive da comunidade
de Cruzeiro do Sul que era grande produtora de cana de açúcar e arroz. Ficou na
Secretaria de Agricultura até 1970, quando decepcionado com os rumos da
Agricultura e do serviço rural no Acre com a Administração Wanderley Dantas não
se candidatou mais a nada e seus brios foram ofuscados com aquela administração
acreana e nem só os seus mais os brios até de Guiomard dos Santos, Geraldo Pereira
Maia além de outros.
Com o fim da
Ditadura, o grande líder da Agricultura acreana passou a contribuir com
informações orais para os historiadores acreanos, afirmava em 1990 o Prof.
Raimundo Lopes de Melo – o Raimundo Cabeludo da UFAC – que Agnaldo Moreno
chegava a ter contribuído mais que J. Ferreira Sobrinho para a História do
Acre. Em 1998 o Prof. Carlos Alberto Alves de Souza afirmava que pouquíssimos
acreanos ao longo dos últimos 100 anos, tiveram o nível de informações
históricas que tinha Agnaldo Moreno. O Prof. Pereira da UFAC, afirmava em 2000,
que Agnaldo era uma lenda viva da Historiografia Acreana.
Uma pessoa
para ter a capacidade informativa de história a qual tinha Agnaldo Moreno,
carece de ter conversado com muitas pessoas sobre o assunto e possuir uma
memória muito aguçada.
Quando
faleceu o grande Historicista Acreano Agnaldo Moreno da Silva em março de 2006,
algumas autoridades do Acre, tentando elogiar os feitos daquele grande
cooperativista, líder de Associações Rurais e do Serviço Social Rural do
Território do Acre, o conceituaram como “Líder Autonomista” ....
quinta-feira, 7 de março de 2019
POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2015
MAIOS - II - 2015
-III-
O que na vida faz um homem só?
Se há ninguém por
ele há não ser Deus!
A insegurança
cresce nos passos seus,
E ninguém enfim
dele tem dó!
O homem e a
Natureza: esse nó
O qual vem bem
antes dos Caldeus...
Ligado à solidão e
até Zeus
Provou-a antes de
volver ao pó!
A solidão à vida
humana faz jus,
Dela provou até
mesmo Jesus
Quando se retirou
para orar...
E vem triste o
homem desde as cavernas,
Depressivo nas
solidões eternas...
Que somente a morte
um dia o livrará!
terça-feira, 5 de março de 2019
POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2015
MAIOS - II - 11-05-2015
- V -
Pedi a sorte que me
visitasse
E que me tirasse
dessa dissidência.
Pedi com fé e forte
clemência,
Para não mais viver
nesse impasse!
Para safar-me dessa
abstinência...
Pedi também que me
reparasse
Todo esse tempo
que, fora da classe,
Fui mal vivido
nessa experiência!
Pedi a sorte para
me ajudar,
Para não mais me
descriminar,
Mas meu pedido foi
algo baldado...
E a sorte disse o
que Jesus falou:
Aquele que mais
tem, mais eu lhe dou
E quem não tem,
nada lhe será dado!
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019
POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2014
AGOSTOS
- III -
Atribulado por
estes meus meios
Que hoje creio, ser
o meu pecado,
Articulado por
poucos anseios...
Eu lembro enfim do
meu pobre passado!
Impulsionado por
mil devaneios...
Por entre veios...
Desarticulado...
Uma estrutura que
faltam os esteios
Que está no meio do povo explorado!
Seguindo assim
nesse vil ditame,
Longe de ter alguém que me ame
E que defenda minha
utopia…
Mas nesse vil
descontentamento,
Vivo na paz de um
confinamento,
Na articulação da minha Poesia!
- IV -
Na solidão do mundo em que me encontro,
Vejo um oceano de
desilusões
E neste palco de
mil frustrações
A Natureza me impôs esse afronto...
Depois deste terrível desencontro
De mim com as
felicitações,
Restou-me enfim as
explorações
Que do pobre, é o saldo que vem pronto!
Depois de 50 anos
de lutas
Nas planícies, nos vales e nas grutas,
Cansado... resta-me
então rezar...
E a lembrança das lutas me acende
E a resistência enfim surpreende:
A este ser que
faltou tempo para amar!
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019
POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2014
AGOSTOS – 30 - 08 - 2014 -
Nazareno Lima
- I -
Onde será que andam as minhas flores?
E os bons amores
onde se esconderam?
No passado, sempre
apareceram…
E hoje somente vejo
as minhas dores!
Nos meus perfumes não há mais olores
E minhas cores
amareleceram…
Os meus amigos se
entristeceram…
E em mambembes, os
meus bons atores!
Depois de tanto
escrever nas lousas
E lutar tanto
contra o fim das cousas...
Eu me tornei dos
homens, o mais triste:
Mas o consolo que
me ainda resta,
É ver na vida algo que ainda presta:
É poder sentir que a Poesia existe!
- II -
Sol amazônico, já nem o sinto mais...
E à noite, nem vejo a cor do seu luar;
Vozes não ouço: é inútil falar
E nem o orvalho,
emoção me traz!
O som das cigarras,
que me dava paz...
A música de um rádio, em algum lugar...
Nem mesmo a aurora,
é inútil raiar...
Nada mais hoje, me
alegre faz!
Mas tudo isto que
me faz ser santo...
E tudo o qual me
entristece tanto
Fazendo-me descer
esse vil declive...
Partindo dessa
ordem da Natureza,
Sinto hoje a maior
certeza
Que felizmente a
Poesia vive!
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