quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2014


 AGOSTOS
- III -

Atribulado por estes meus meios
Que hoje creio, ser o meu pecado,
Articulado por poucos anseios...
Eu lembro enfim do meu pobre passado!

Impulsionado por mil devaneios...
Por entre veios... Desarticulado...
Uma estrutura que faltam os esteios
Que está no meio do povo explorado!

Seguindo assim nesse vil ditame,
Longe de ter alguém que me ame
E que defenda minha utopia

Mas nesse vil descontentamento,
Vivo na paz de um confinamento,
Na articulação da minha Poesia!

      - IV -

Na solidão do mundo em que me encontro,
Vejo um oceano de desilusões
E neste palco de mil frustrações
A Natureza me impôs esse afronto...

Depois deste terrível desencontro
De mim com as felicitações,
Restou-me enfim as explorações
Que do pobre, é o saldo que vem pronto!

Depois de 50 anos de lutas
Nas planícies, nos vales e nas grutas,
Cansado... resta-me então rezar...

E a lembrança das lutas me acende
E a resistência enfim surpreende:
A este ser que faltou tempo para amar!

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