quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2014


AGOSTOS 30 - 08 - 2014 -

                         Nazareno Lima

       - I -

Onde será que andam as minhas flores?
E os bons amores onde se esconderam?
No passado, sempre apareceram
E hoje somente vejo as minhas dores!

Nos meus perfumes não há mais olores
E minhas cores amareleceram
Os meus amigos se entristeceram
E em mambembes, os meus bons atores!

Depois de tanto escrever nas lousas
E lutar tanto contra o fim das cousas...
Eu me tornei dos homens, o mais triste:

Mas o consolo que me ainda resta,
É ver na vida algo que ainda presta:
É poder sentir que a Poesia existe!

       - II -

Sol amazônico, já nem o sinto mais...
E à noite, nem vejo a cor do seu luar;
Vozes não ouço: é inútil falar
E nem o orvalho, emoção me traz!

O som das cigarras, que me dava paz...
A música de um rádio, em algum lugar...
Nem mesmo a aurora, é inútil raiar...
Nada mais hoje, me alegre faz!

Mas tudo isto que me faz ser santo...
E tudo o qual me entristece tanto
Fazendo-me descer esse vil declive...

Partindo dessa ordem da Natureza,
Sinto hoje a maior certeza
Que felizmente a Poesia vive!

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