segunda-feira, 11 de novembro de 2013

"A Boca do Varadouro" - prof. Nazareno Lima - Org. Prof. Isaac Ronaltti - TJ-Acre - 2008

CONCEITUAÇÕES  ESPACIAIS  -  2005
RESUMO
                                                             Nazareno Lima          
                     - I -

Essas ruas que vejo-as com afinco...
São as mesmas que em 75,
Aplaudiam o meu caos social !
30 anos se passaram ...
Elas todas se modificaram
Mas a minha situação é imparcial !

Antes, era a falta de dinheiro ...
A esperança ...  O estudo como companheiro
Acalmava o desvario desesperador !
Hoje, a descrença social demagógica
E a forte crise ideológica,
Conceituam esse continuísmo explorador !

Consultei Proudhon, Marx  e  Kant ...
Sobre a origem desse Continuísmo errante
E nenhuma resposta apareceu ...
Com relação a este viver atrófico:
Talvez não haja  um conceito filosófico
A justificar o que me aconteceu !
                          
                              - II -

Esses espaços que me foram caros
Em tempos raros de pouco prazer ...
Eles que viram todo o meu sofrer
E talvez riram dos meus  desamparos !!!

Essas Mangueiras do Tufic Assmar ...
O Rio Acre trespassando a Ponte,
O Sol vermelho se pondo no Horizonte
E um  fazendeiro pensando em queimar !

O Ponto de ônibus que cheirava mal ...
A Rua Acre de calçadas largas ...
Os Benjamins da Getúlio Vargas
E o Mauro Modesto no Bar Municipal !

Época de estiagem; há dias não chovia:
A população aumentava a rotina ...
Um cartaz na frente da loja Grãfina
Anunciava ao povo o Artigo do Dia !

Se fosse humilde ou mesmo bacana,
O mercado atraía qualquer cidadão,
Também um baixinho de nome João,
Caixeiro das lojas A Pernambucana !

O Chico Dantas com seu táxi parado !
Descontentado com o calor do dia,
Alcides falava com Dona Alegria
Sobre o preço do rolo de arame farpado !

Esse Palácio de nome Rio Branco...
Hoje tão branco, parecia cinza,
O som do motor parecendo “guinza”
E o Zé Paulino sentado num banco.

A velha praça sem se quer, uma fruta :
A Casa Zeque ... O Quartel da Guarda ...
Passava uma moça de nome Eduarda
Indo ao grupo Presidente Dutra !

O Hotel Rio Branco de 2º andar,
No térreo o Bar, os bancos redondos,
Os ônibus fazendo barulhos hediondos...
As garçonetes não paravam de falar !

Osmath Duck , vestido num fraque.
Enquanto Abdala me cumprimentava,
Waldick  Soriano bebia e fumava
Preparando-se pra um show no Cine Acre !

A LBA com a estrela na porta ...
A visão da ladeira da Maternidade ...
Os degraus da entrada da Universidade
E o barulho do Jeep do Raimundo da Horta !

Sem pensar na dificuldade futura
E talvez mais estóico que Epicteto,
Eu, via  Adauto Frota todo de preto,

Indo da Universidade para a Prefeitura !
             
              A Rural do Bruzugú pegando no tranco...
              O Pranchão chamando uma mulher de lerda...
              O Pedro fumando na frente do SERDA
              E o Gibiri saindo do Jornal "O Rio Branco"!
              

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Um comentário:

  1. Este poema retrata um Seringueiro amazonico andando nas ruas de Rio Branco capital do Estado do Acte em 1975.

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