CONCEITUAÇÕES ESPACIAIS - 2005
RESUMO
Nazareno Lima
- I -
Essas ruas que vejo-as com afinco...
São as mesmas que em 75,
Aplaudiam o meu caos social !
30 anos se passaram ...
Elas todas se modificaram
Mas a minha situação é imparcial !
Antes, era a falta de dinheiro ...
A esperança ... O estudo como companheiro
Acalmava o desvario desesperador !
Hoje, a descrença social demagógica
E a forte crise ideológica,
Conceituam esse continuísmo explorador !
Consultei Proudhon, Marx e Kant ...
Sobre a origem desse Continuísmo errante
E nenhuma resposta apareceu ...
Com relação a este viver atrófico:
Talvez não haja um conceito filosófico
A justificar o que me aconteceu !
- II -
Esses espaços que me foram caros
Em tempos raros de pouco prazer ...
Eles que viram todo o meu sofrer
E talvez riram dos meus desamparos !!!
Essas Mangueiras do Tufic Assmar ...
O Rio Acre trespassando a Ponte,
O Sol vermelho se pondo no Horizonte
E um fazendeiro pensando em queimar !
O Ponto de ônibus que cheirava mal ...
A Rua Acre de calçadas largas ...
Os Benjamins da Getúlio Vargas
E o Mauro Modesto no Bar Municipal !
Época de estiagem; há dias não chovia:
A população aumentava a rotina ...
Um cartaz na frente da loja Grãfina
Anunciava ao povo o Artigo do Dia !
Se fosse humilde ou mesmo bacana,
O mercado atraía qualquer cidadão,
Também um baixinho de nome João,
Caixeiro das lojas A Pernambucana !
O Chico Dantas com seu táxi parado !
Descontentado com o calor do dia,
Alcides falava com Dona Alegria
Sobre o preço do rolo de arame farpado !
Esse Palácio de nome Rio Branco...
Hoje tão branco, parecia cinza,
O som do motor parecendo “guinza”
E o Zé Paulino sentado num banco.
A velha praça sem se quer, uma fruta :
A Casa Zeque ... O Quartel da Guarda ...
Passava uma moça de nome Eduarda
Indo ao grupo Presidente Dutra !
O Hotel Rio Branco de 2º andar,
No térreo o Bar, os bancos redondos,
Os ônibus fazendo barulhos hediondos...
As garçonetes não paravam de falar !
Osmath Duck , vestido num fraque.
Enquanto Abdala me cumprimentava,
Waldick Soriano bebia e fumava
Preparando-se pra um show no Cine Acre !
A LBA com a estrela na porta ...
A visão da ladeira da Maternidade ...
Os degraus da entrada da Universidade
E o barulho do Jeep do Raimundo da Horta !
Sem pensar na dificuldade futura
E talvez mais estóico que Epicteto,
Eu, via Adauto Frota todo de preto,
Indo da Universidade para a Prefeitura !
A Rural do Bruzugú pegando no tranco...
O Pranchão chamando uma mulher de lerda...
O Pedro fumando na frente do SERDA
E o Gibiri saindo do Jornal "O Rio Branco"!
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Este poema retrata um Seringueiro amazonico andando nas ruas de Rio Branco capital do Estado do Acte em 1975.
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