terça-feira, 3 de outubro de 2017

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2000



OS  MUDOS   -   10/04/2000
                     Nazareno Lima

Eu tenho tanto à falar ao mundo,
Pena que ele não me dê ouvidos:
Sou dos anônimos que vivem escondidos,
A sustentar este pesar profundo!

Quantos tal eu estarão perdidos?
Vítimas do vil anonimato infundo,
Semelhante a um pobre vagabundo,
Na alheia dependência dos sentidos!

Talvez pior do que foi Canudos:
É triste esta multidão do mudos,
E não há quem conte este acervo...

E muitos morrerão emudecidos ...
E eu para não ser um dos vencidos ...
Já que não falo, ao menos escrevo!
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
* Continua o poeta a falar como um 
seringueiro expulso, onde na cidade 
nem sequer é ouvido pelas pessoas 
e isso por mais conscientes que sejam.

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