quinta-feira, 5 de abril de 2018

A CONDENAÇÃO DE LULA E A JUSTIÇA BRASILEIRA


A condenação do Ex-Presidente Lula nos trouxe uma grande instabilidade da atuação do Estado Democrático de Direitos no Brasil.
Além da falta de perspectivas desse Estado Democrático de Direitos, trouxe-nos também pouco crédito para as próximas eleições e para o futuro político, econômico e social do país.
A condenação de Lula da forma que foi feita, nos traz a mais completa insegurança do Estado Brasileiro, uma vez que a Justiça é o principal pilar desse Estado Democrático.
A Justiça Brasileira hoje se apresenta como a instituição menos democrática e mais coronelista que existe nesse país, até mais que foi a Ditadura Militar das décadas de 1960-70. O resultado dessa condenação as pressas, deixa para o futuro uma característica das mais negativas para a Justiça do Brasil e uma grande parte da população acredita que esta condenação foi uma questão política e não jurídica, isto é, algo proposital, por contas daquele ex-presidente ter entre 30 e 40 % do eleitorado brasileiro. 
Mas, era de se esperar algo dessa forma contra Lula, pois ele sempre foi amigo do Brasil e dos brasileiros, porém o Brasil nunca foi amigo de Lula, principalmente as autoridades. Lula foi eleito, depois de quatro tentativas, porém na mais triste situação do povo brasileiro e este o elegeu por contas de não ter outra opção competente. Nos dois mandatos de Lula, ele procurou fazer o máximo pelas sociedades menos favorecidas do país, construiu as obras que mais favorecesse as populações pobres, lutou no combate â fome que ainda assolava o Nordeste brasileiro e tirou o Brasil das mãos do FMI...  isso agradou muito as classes pobres, mas não as autoridades e oligarquias brasileiras. 
A Justiça Brasileira é uma Instituição poderosa, megalomaníaca e oligarquista, ela condenou Lula pela fama que tem o ex-presidente de não ser um intelectual, mas na História Crítica do Brasil somente tem dois Chefes de Estado com administrações racionalistas: D. Pedro II e Lula, o primeiro por ser um rei e estudou na Europa e o segundo por ser um mecena. A Justiça Brasileira negou-se a condenar Fernando Henrique Cardoso em 1997, pela compra de votos para aprovar a reeleição por contas daquele presidente ter sido Professor na Universidade de Sorbonne, além de ser um dos maiores sociólogos do país, junto a Caio Prado Jr., Florestan Fernandes e Gilberto Freyre.
A Justiça brasileira é uma instituição caracteristicamente repressiva e nunca preventiva, ela é similar a uma Polícia Judiciária, isso vai de encontro com as necessidades do Estado Democrático de Direitos, por outro lado tem ela algo que a faz errar constantemente: não tem uma Corregedoria competente e quando a tem não funciona. Isso leva a pouca qualificação produtiva daquela instituição. A arte de julgar é por demais inimiga do erro, uma vez que este desestabiliza o conceito jurídico.  No Estado Democrático de Direitos há um ponto por demais negativo em relação à Justiça: a confiança – Ordem Judicial não se discute, se cumpre! – Nesse caso a Justiça para o Estado é como se fosse um Deus. Isso leva a Justiça a uma megalomania absoluta, indo, portanto, de encontro a Dialética.
A Justiça brasileira deveria ter se organizado com mais afinco para lidar com esse Estado Democrático de Direitos, com essa organização alocaria mais recursos e daí uma maior estabilidade para produzir com mais qualidade. A Justiça brasileira não passou por nenhuma revolução filosófica, por nenhuma transformação científica, continuando com o mesmo padrão dos anos 90, apresentando-se para o Estado Democrático como paradigmática. Uma prova disso é o erro da Delação Premiada, que nada mais é que a falta de estruturas para uma investigação profunda sobre a culpa do investigado. Outro exemplo claro é a Obstrução de Justiça, em outras palavras é uma declaração da apequenação da própria Justiça: uma Justiça poderosa não se apequena com um delinquente qualquer. É um absurdo, um Magistrado e intelectual antes de assumir uma cadeira no STF ser sabatinado pelo Congresso Nacional... isso deveria não mais existir.... o Poder Judiciário, no entanto, jamais lutou contra isso....
Mas... ainda teremos que esperar mais algumas décadas para que a nossa Justiça, sustente de fato e com competência o Estado Democrático de Direitos... se até lá ele ainda existir.

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