segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Biografia do General Gomes de Castro - Nazareno Lima 2010




                                                     Major Gomes de Castro em 1905
Agostinho Raymundo Gomes de Castro, nasceu na cidade de Viana no Estado do Maranhão em 02 de Março de 1864. Fez o curso preparatório em São Luiz e assentou praça em 1882, transferindo-se para a Escola Militar da Praia Vermelha em 1883. Em Dezembro de 1888 saía Alferes-aluno, nessa época aderiu aos pensamentos Republicanos, tornando-se um admirador de Benjamim Costant e Floriano Peixoto... assim torna-se um divulgador e propagandista ideológico da República. Em 1891 era 1º Tenente. Em 1895 era Capitão e torna-se, por indicação de Benjamim Constant, Professor da Escola Superior de Guerra. Em 1900 passa a Major. Em agosto de 1901 parte do Rio de Janeiro para o Pará com ordem do Comando Militar para sondar o Estreito de Óbidos, com objetivo da construção de um Forte Militar naquele estreito fluvial, ainda no Pará o Major Gomes de Castro recebe ordem do Alto Comando Militar do Rio de Janeiro para chefiar junto ao Alferes Azevedo Costa, uma missão com 30 praças do Exército Brasileiro no Acre em litígio com a Bolívia e no dia 04 de março de 1903 partiram de Manaus no vapor "Cidade de Manaus". No Acre em litígio, o major Gomes de Castro escolheu o lugar onde iria ser o acampamento geral das forças e o local escolhido foi o hoje, Bairro do 15 no seringal Forte Veneza - Volta da Empreza - Alto Acre. chegando as Forças Militares ao Acre, foi o major uma espécie de linha de frente do General Olímpio da Silveira e para todas as missões perigosas dentro da grande Floresta Equatorial Acreana fronteirça à República de Bolívia, como:  a sondagem no seringal "Gavião" em 17 de abril de 1903;  constante observações da movimentação de piquetes e espiões bolivianos que semanalmente apareciam nos varadouros e caminhos dentro das florestas nos seringais "Capatará",  "Gavião", "Campo Central", "Campo Esperança", "Missão" e "Tambaquy". Nesses trabalhos de levantamentos de movimentação inimiga nas fronteiras do Acre em litígio, o engenheiro e major Gomes de Castro fez uma das maiores bravuras de sua vida e de todo o Acre e quase que a história lhe passava por desapercebida se não fosse o próprio Plácido lhe relatar em seus apontamentos: no dia 14 de maio de 1903, Plácido com 300 homens (franco-atiradores) cercando o grande General Juan Manuel Pando em Porto Rico - Thauamano - Bolívia e este que dispunha de 500 homens bem armados...  faltando apenas 3 horas para o início do combate ...  quando aparece então o Major do Exército Brasileiro, Gomes de Castro  no acampamento de Plácido com o aviso do acordo do Brasil com a Bolívia de 21 de março de 1903... evitando assim o maior combate de guerra da Amazonia em todos os tempos ... e é talvez por isso que... se faz presente a biografia deste grande militar... na literatura acreana... fechando uma lacuna injusta nos últimos 100 anos de História do Acre. O major Gomes de Castro volta ao Rio em Janeiro de 1904, depois de cumprir sua missão nas terras acreanas. Ao retornar ao Rio de Janeiro passa a integrar a Comissão Glorificadora Marechal Floriano Peixoto e ao Club Militar onde era Secretário antes de seguir para as missões na Amazônia, - é bom explicar que o Exército Brasileiro após a proclamação da República adquiriu um valor muito grande no país e criou uma propaganda republicana imensa encima da figura dos Marechais Floriano, Deodoro, Lauro Sodré, Serzedelo Corrêa e outros chegando a cultua-los depois de mortos - além de suas constantes conferências sobre vários temas científicos, políticos, filosóficos e até religiosos. Acontece que o major Gomes de Castro era formado em Engenharia pela Escola Militar da Praia Vermelha mas, jamais construiu alguma obra, ele era mesmo especializado na Oratória, no Diálogo e na Filosofia Positivista de August Comte, era mais um Filósofo que um construtor, admirado e respeitado por todos os intelectuais do Rio de Janeiro e de 1900 a 1923 pouquíssimos intelectuais se assemelhavam a ele na arte de discursar em público no Brasil. Em 1908 passa a Tenente-Coronel e em 1911 foi reformado como General-de-Brigada. Em 1922 escreveu " A Pátria Brasileira - 1822 - 1922", um Documentário sobre a História do povo brasileiro com objetivos de comemorar o centenário da Independência do Brasil. O General Gomes de Castro faleceu no Hospital Militar no Rio de Janeiro na madrugada de 02 de Julho de 1927.

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