sábado, 18 de agosto de 2018

Dr. Inojosa Varejão e sua luta no Acre - Nazareno Lima - 2010

                                           Dr. Inojosa Varejão em 1922 em Rio Branco - Acre

Dr. José de Inojosa Varejão, perseguido pelo Cangaço em Monteiro na Parahyba onde era Promotor em 1911, veio para Senna Madureira em 1913, ajudar ao Dr. Alberto Diniz no Tribuanal de Apellação. Desentendeu-se com os Coronéis do Purús ( Principalmente o coronel Agostinho Meirelles) por conta dos desmandos que estes cometiam à sombra da Justiça por falta de mecanismos desta para detê-los. Foi transferido para a Villa Rio Branco e daí lutou na montagem da implantação da Justiça no Rio Abunã, onde era o maior esconderijo de bandidos, capangas e assassinos de todo o Acre. Em um primeiro momento montou a Comarca do Abunã no seringal Orion, aí então começaram as perseguições dos chamados "Alexandrinistas" e por conta disso o Tribunal de Apellação de Senna Madureira o transferiu para a Villa Plácido de Castro na confluência do Igarapé Rapirrã, onde o Dr. Varejão com muitas dificuldades conseguiu remontar aquela comarca debaixo das maiores críticas dos jornais da época. Depois de montada a comarca da Villa Plácido de Castro foi aquele doutor mais uma vez transferido, desta vez para montar a Comarca de Brasiléa que naquela ocasião era um distrito de Xapury, debaixo das maiores críticas, tanto do Jornal "Folha do Acre" de Rio Branco, comandado pelo Dr. Gentil Norberto, como também pelo Jornal "Correio de Acre" do Xapury comandado pelo Coronel Simplício Costa e Rodrigo de Carvalho. Não tendo o Dr. Varejão, condições de montar a Comarca de Brasiléa e por motivo de afastamento do Juiz de Xapury, o Dr. Varejão assumiu a Comarca de Xapury. Não suportando mais as críticas que recebia as quais já se transformava em ataques particulares a sua pessoa, teve uma ideia: montou o Club Parahybano em Xapury, participando desse Club vários Coronéis da Borracha, entre eles Childerico Ribeiro Maciel, que era proprietário do seringal Velho Porvir. Com a fundação desse Club Parahybano, que inclusive fazia parte também o Presidente da República Epitácio Pessoa, cessaram as perseguições Alexandrinistas. Em agosto de 1927 foi o Dr. Varejão transferido da Comarca de Brasiléa para a Comarca de Feijó. Em março de 1928, ainda era Juiz em Feijó. Não se tem notícias de quais as causas que o fizeram sair de Feijó e ir para o Rio de Janeiro e lá conseguiu um emprego de Delegado Regional na cidade de Jacarezinho no interior do Paraná onde um comerciante o assassinou covardemente no dia 3 de junho de 1930.
Sua esposa, D. Clotilde mais 4 crianças menores que se encontrava em Belém, tiveras que pedir ao Governador do Para uma passagem para o Rio, com fins de encontrar sua família.
O Dr. José de Inojosa Varejão descendia de duas famílias de intelectuais e militares da Paraíba, era filho do Dr. Maximiano José de Inojosa Varejão, advogado e lente de Português do Liceu Paraibano e de D. Anastácia de Inojosa Varejão, irmã do Desembargador Federal Geminiano Monteiro da Franca e do General de Divisão Octaviano Monteiro da Franca. Formado pela Faculdade de Direito do Recife em 1909 o Dr. José de Inojosa Varejão teve como companheiros de formatura: Aprígio dos Anjos e Alfredo dos Anjos(irmãos do grande poeta paraibano Augusto dos Anjos); João Suassuna (pai do grande escritor e dramaturgo brasileiro Ariano Suassuna); João Agripino Maia, futuro Governador da Paraíba) e mais 25 concludentes. Nasceu em João Pessoa ou Cidade da Paraíba (antes de 1930 a Capital chamava-se Cidade da Paraíba), no dia 28 de março de 1886.

5 comentários:

  1. A imagem e a descrição de parte da vida do Dr. José de Inojosa Varejão se faz presente nesta página por contas da dificuldade em que viveu aquele magistrado no Acre e também por contas do descaso dos acadêmicos do Direito acreano com relação a história daquele construtor da Justiça no Acre coronelista pós Plácido de Castro.

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  2. Minha mãe Maria Graziela Varejão da Silva era uma das duas filhas do Dr. Inojosa Varejão. Super feliz por conhecer a história de meu avô. Gostaria de saber sobre parentes diretos do Dr.Inojosa Varejão.

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  3. José Inojosa Varejão era jornalista do Jornal A União no estado da Paraíba entre 1907 a 1909. Seu pai Maximiano, foi deputado Federal pelo estado e seu irmão Antônio Inojosa Varejão formou-se engenheiro pela Escola Politécnica da Bahia. Nessa época, cursou direito pela Faculdade do Recife-PE, se formando no final de 1909. Depois foi trabalhar como jornalista no Jornal O Norte antes de ir para o Acre. Também foi um dos homens de introduziram o futebol na capital paraibana. Orgulhe-se do seu avô, teve um papel significante aqui na Paraíba no início do século XX.

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