quinta-feira, 24 de outubro de 2013

CONTINUISMO - 24/01/2000 - Nazareno Lima



C O N T I N U Í S M O  -  24/01/2000
                                         Nazareno Lima
                                      
Isto aqui nunca mudou,
Continua o mesmo mal:
É o Coronel Capital,
Ampliando o seu canal!
        ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Inerte Democracia ...
Que eu chamo de demência:
É a mesma violência,
Que vivemos hoje em dia ...
Wilson, Jesus e Chico,
Calado e João Eduardo ...
Sempre um é emboscado,
Eu só não fui porque fico
Amoitado e refletindo ...
Vendo a multidão passar,
O grande a explorar
E tudo se repetindo ...
Atentados ... Atentados ...
Sem sabermos donde vem!
Quem são a favor do bem,
São sempre violentados:
Assim se foi o Toninho,
Depois Celso Daniel,
Zé Rainha, de chapéu
Só não foi pôr um pouquinho!
 ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
O Brasil nunca mudou,
Continua o mesmo mal:
É o Coronel Capital,
Demarcando seu quintal!
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Capitalista não morre ...
Só morrem trabalhadores,
São horrores mais horrores,
A isto ninguém socorre !
O pobre só faz perder
E assim vai continuar ...
Quando está para ganhar
Corre o risco de morrer !
As manobras são intensas ...
Nem a Globalização
Que luta também neste chão,
Mas as chances são pro-pensas!
As Raíses Capitais,
Já viraram uma cultura ...
Esta monstra estrutura
Inda aumenta mais e mais !
A cabeça pensativa
De mim e de outros mais
Não entendem o que faz
A Ciência Positiva !
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Isto aqui nunca mudou,
Continua o mesmo mal:
É o Coronel Capital
Demarcando o seu local!
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Josimo se foi um dia
E ninguém soube porque.
“Ele procurou morrer !"
Disse um Major da Polícia!
Foi um caso tão maldoso
Que o triste criminoso,
Só agora apareceu.
Perguntaram como foi,
Respondeu “Deus me perdoe
Mas isso faz tanto tempo
Que nem eu me lembro mais!”
Eldorado do Carajás,
Galdino José dos Santos,
Ainda houve outros tantos,
Que é difícil até contar,
Quando eu conto me confundo,
Até mesmo em Novo Mundo,
Também foram assassinar
E dessa armação vulgar ...
Nem a mulher escapou !
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Isto aqui nunca mudou,
Continua o mesmo mal:
É o Coronel Capital
Esticando o seu varal !
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Inerte Democracia,
Que eu chamo de Demência:
É a mesma violência,
Que vivemos hoje em dia!
Com tanta veracidade,
Ofuscas a realidade ...
O contraste que encaro:
Pagamos um preço caro
Pela tua existência ...
Daí ficaremos tristes
Pois, na verdade não existes;
Temos inda que lutar,
Pra poder te conquistar!
Pôr isso somos roubados
E há muitos anos passados!
Mas ainda há resistência,
Para barrar a traição ...
Aprendamos a lição ...
Do fundo do coração ...
Pois, o tempo não parou!!!
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
O Brasil nunca mudou,
Continua o mesmo mal:
É o Coronel Capital
Demostrando o seu mural !
                                                                                                                                        
Como podem esses Políticos,
Combaterem a violência,
Se agem com inocência
Perante a legislação?
Só exigem da Polícia
A Segurança em excesso,
Mas a culpa é do Congresso
Que não cobra o Cidadão!
O Estado é como um pai
Que não pode ter defeitos;
Mas o filho andar direito,
Ele não pode cobrar!
Hoje em nossas escolas ,
Quem gosta de estudar?
A Ciência é como esmolas;
São poucos a aceitar!
É isto que nos contundem,
E ajuda aos atrevidos:
Um país onde os bandidos
E os intelectuais se confundem!
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Hoje aqui nada mudou,
Continua o mesmo mal:
É o Coronel Capital,
Empunhando seu punhal !
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Um comentário:

  1. Este poema, escrito realmente em 24 de Janeiro de 2000, data em que o Acre comemora o fim da Revolução Acreana de 1903, porém nada tem a ver com essa comemoração. O poeta fala da violência que acontecia no Brasil naquela época e, justamente com a implantação da Democracia. O mais interessante é que o poeta fala numa linguagem totalmente revolucionista seringueira, essa linguagem aos poucos foi se acabando com o fim desta Revolução causada pelas derrubadas das florestas do Acre e aconteceu entre "paulistas e seringueiros' e teve como auge o período que vai de 1968 ate 1988.
    A literatura do Poeta Nazareno Lima tem essa característica literária em quase todos os seus escritos, isto foi uma causa que levou sua poesia a ser considerada feia, mal formada e empírica porem ele precisava escrever neste estilo, uma vez que é um divulgador e preservador da cultura seringueira.
    Este poema deixa muita dificuldade de entendimento por parte dos seus leitores, uma vez que é preciso conhecer a historia para ter uma maior facilidade de entendimento.

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