segunda-feira, 21 de outubro de 2013

 CRISE  IDEOLÓGICA  -  13/12/2001
                                      Nazareno Lima
                     - I -
Talvez a vida me seja um estrago
Pois, hoje trago tristezas imensas:
Nem a Ciência, nem todas as Crenças,
Hoje conseguem me trazer afago !

Qualquer espaço para mim é vago:
Me sinto um Mago em oblações intensas...
Idéias conservadoras já me são tão densas...
Pior que a Cavernocracia de Saramago !

A Crise Ideológica que hoje me ataca,
Ao tentar iluminar essa gente opaca,
Traz-me um desvario desesperador ...

Com os ouvidos cansados de ouvir urros:
Caminho entre enormes paredões de burros
Imprecando pelo fim deste horror!

   - II -       
Aonde irá esse povo amargo ...
Que passa ao largo de tantas douçuras?
São criaturas que só visam o cargo,
Tal qual o espargo nas horticulturas!

Serão loucuras, mas um grande embargo;
Eu quero largo, a todas estruturas,
Dessas culturas desse clã letargo
Que vive à cargo dessas aventuras!

Essa preguiça... Essa displicência
Pelo estudo ... Pela competência ...
Fará esse gente ficar na berlinda!

Mas, quando virem que a miséria arde,
Espero então que já não seja tarde ...
E haja tempos de voltarem ainda!!!


                - III -
Mas... tudo quanto a este povo encerra:
Ficando mudo e... Tão acovardado ...
Não foi o brado infeliz da guerra ...
Nem desta terra, o nome que foi dado!

Se ele é forjado a tudo quanto emperra...
Quando ele erra, chamam de atrasado...
Foi seu passado, que jamais se enterra...
Forçando a “guerra” contra o abastado!

Se esse povo hoje é alquebrado,
É pelo tempo que foi explorado,
Pelos patrões que o escravizou ...

Se no passado construiu riquezas,
Sei que um dia essas Naturezas,
Acenderão a luz que brilhou!
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Um comentário:

  1. Crise Ideológica, é um dos poemas mais críticos do Prof. Nazareno Lima, de cunho Cientificista este trecho literário, impõe radicalmente ao povo do Acre e da Amazônia brasileira uma busca pelo conhecimento e o poeta vai tão longe que chega até a descriminar o povo acreano por não se interessar por um conhecimento aprofundado. A força de expressão deste trecho literário foi tão forte que o poeta anos depois pediu desculpas por esta comunicação.

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