Capítulo 2 - A Falência dos Patrões
Nazareno Lima
A falência dos Patrões também está relacionada às causas do declínio da produção de borracha no Acre.
O principal motivo da falência desta classe social e econômica do Acre foi a inflação, já que sua produção era anual e assim suas compras eram também anuais. Geralmente quando ele vendia a sua produção, comprava uma quantidade de mercadorias menor que no ano anterior.
Acontece que o preço da mercadoria aumentava mais que o preço da borracha e assim a cada ano ia diminuindo o seu capital financeiro, neste caso faltava recursos para investir em atividades necessárias no seringal. Assim, após alguns anos, já pelo mês de setembro o patrão não tinha mais mercadorias de primeira necessidade no barracão.
Outro problema é que estes patrões tinham uma despesa enorme com a manutenção de varadouros, animais de carga para o escoamento da produção e contas atrasadas ou impagáveis de seringueiros. Assim os gastos dos patrões para manter o seringal funcionando eram muito grande: todos os anos tinham que limpar e desobstruir os varadouros, reformar ou colocar pontes ou pranchões sobre os igarapés, comprar novos animais para repor a frota dos comboios, limpar ou bater o campo e manter a agricultura de subsistência do barracão além do pagamento de empregados que trabalhavam nos serviços do seringal, como: comboieiros, noteiros, guarda-livros, etc.
Muitos patrões não suportando esta árdua responsabilidade e despesa absurda, arrendavam seus seringais e após poucos anos, estes arrendatários estavam também falidos. Na segunda metade da década de 1960 a maioria dos seringais do rio Acre, Yáco e Xapuri estavam arrendados ou partes deles.
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