terça-feira, 22 de março de 2016
CRISE IDEOLÓGICA - 13/12/2001
Nazareno Lima
- I -
Talvez a vida me seja um estrago
Pois, hoje trago tristezas imensas:
Nem a Ciência, nem todas as Crenças,
Hoje conseguem me trazer afago !
Qualquer espaço para mim é vago:
Me sinto um Mago em oblações intensas...
Ideias conservadoras já me são tão densas...
Pior que a Cavernocracia de Saramago !
A Crise Ideológica que hoje me ataca,
Ao tentar iluminar essa gente opaca,
Traz-me um desvario desesperador ...
Com os ouvidos cansados de ouvir urros:
Caminho entre enormes paredões de burros
Imprecando pelo fim deste horror!
- II -
Aonde irá esse povo amargo ...
Que passa ao largo de tantas doçuras?
São criaturas que só visam o cargo,
Tal qual o espargo nas horticulturas!
Serão loucuras, mas um grande embargo;
Eu quero largo, a todas estruturas,
Dessas culturas desse clã letargo
Que vive à cargo dessas aventuras!
Essa preguiça... Essa displicência
Pelo estudo ... Pela competência ...
Fará esse gente ficar na berlinda!
Mas, quando virem que a miséria arde,
Espero então que já não seja tarde ...
E haja tempos de voltarem ainda!!!
- III -
Mas... tudo quanto a este povo encerra:
Ficando mudo e... Tão acovardado ...
Não foi o brado infeliz da guerra ...
Nem desta terra, o nome que foi dado!
Se ele é forjado a tudo quanto emperra...
Quando ele erra, chamam de atrasado...
Foi seu passado, que jamais se enterra...
Forçando a "guerra" contra o abastado!
Se esse povo hoje é alquebrado,
É pelo tempo que foi explorado,
Pelos patrões que o escravizou ...
Se no passado construiu riquezas,
Sei que um dia essas Naturezas,
Acenderão a luz que brilhou!
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