quarta-feira, 2 de março de 2016
SOLILÓQUIO À MINHA MÃE - 1982
Nazareno Lima e Chico Mendes
- I -
Vejo hoje sob medidas ameaçadoras
Esta, que a tantos como eu, criou.
Com isto, dentro do meu ego ficou
O martírio das espécies sofredoras!
Cada tombo individual que acontece,
Do meu corpo parece, um pedaço tirar:
É mais uma batalha em que devemos lutar,
Enquanto aos poucos minha Mãe fenece!
A tua morte ó Mãe minha, dá a vida
A estes que, pelo dinheiro, lhe abate:
Cobrem nós com um manto escarlate
E a caminhada neste mundo é perdida!
Os irmãos que ajudam a exterminar-lhe,
É pela necessidade tão poderosa...
E os exóticos, de ideia impiedosa:
Ordenam como brutamente explorar lhe!
Sua dimensão que é ainda pomposa,
Ocultando a criação da desídia,
Perseguida pela horda da perfídia
Que julga-se entre nós, vitoriosa!¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
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