AGOSTOS – 30 - 08 - 2014
Nazareno Lima
- I -
Onde será que andam as minhas flores?
E os bons amores
onde se esconderam?
No passado, sempre
apareceram…
E hoje somente vejo
as minhas dores!
Nos meus perfumes não há mais olores
E minhas cores
amareleceram…
Os meus amigos se
entristeceram…
E em mambembes, os
meus bons atores!
Depois de tanto
escrever nas lousas
E lutar tanto
contra o fim das cousas...
Eu me tornei dos
homens, o mais triste:
Mas o consolo que
me ainda resta,
É ver na vida algo que ainda presta:
É poder sentir que a Poesia existe!
- II -
Sol amazônico, já nem sinto mais...
E à noite nem vejo a cor do seu luar;
Vozes não ouço: é inútil falar
E nem o orvalho,
emoção me traz!
O som das cigarras,
que me dava paz...
A música de um rádio, em algum lugar...
Nem mesmo a aurora,
é inútil raiar...
Nada mais hoje, me
alegre faz!
Mas tudo isto que
me faz ser santo...
E tudo o qual me
entristece tanto
Fazendo-me descer
esse vil declive...
Partindo dessa
ordem da Natureza,
Sinto hoje a maior
certeza
Que felizmente a
Poesia vive!
- III -
Atribulado por
estes meus meios
Que hoje creio, ser
o meu pecado,
Articulado por
poucos anseios...
Eu lembro enfim do
meu pobre passado!
Impulsionado por
mil devaneios...
Por entre veios...
Desarticulado...
Uma estrutura que
faltam os esteios
Que está no meio do povo explorado!
Seguindo assim
nesse vil ditame,
Longe de ter alguém que me ame
E que defenda minha
utopia…
Mas nesse vil
descontentamento,
Vivo na paz de um
confinamento,
Na articulação da minha Poesia!
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