segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - "Conceituações Espaciais" - 2005


                              - II -

Esses espaços que me foram caros
              Em tempos raros de pouco prazer ...
              Eles que viram todo o meu sofrer
              E talvez riram dos meus desamparos !!!

Essas Mangueiras do Tufic Assmar ...
              O Rio Acre trespassando a Ponte,
O Sol vermelho se pondo no Horizonte
E um fazendeiro pensando em queimar!

O Ponto de ônibus que cheirava mal ...
A Rua Acre de calçadas largas ...
Os Benjamins da Getúlio Vargas
E o Mauro Modesto no Bar Municipal!

As Casas Baptista de Jorge Lacocat...
A Praça dos Catraieiros... o Banco do Estado,
O Banco do Brasil em frente ao Mercado
E o “Raimundo do Correio” tirando o crachá!

O “Chefe” fechando seu loja pequena,
O Paulo falando do movimento fraco,
O João Germano cortando tabaco...
E o “Pastor” comprando gás no Milton Lucena!

O Cícero Moreira falando nas comadres...
O Jorge Cardoso com o cabelo comprido...
O Medeiro mostrando seu relógio Mido...
E a meninada saindo do Colégio dos Padres!

Época de estiagem; há dias não chovia:
A população aumentava a rotina ...
Um cartaz na frente da loja Grãfina
Anunciava ao povo o Artigo do Dia!

Se fosse humilde ou mesmo bacana,
O mercado atraía qualquer cidadão,
Também um baixinho de nome João,
Caixeiro das lojas A Pernambucana!

O Chico Dantas com seu táxi parado!
Descontentado com o calor do dia,
Alcides falava com Dona Alegria
Sobre o preço do rolo de arame farpado!

Defronte a praça o velho banco BASA
Vizinho do antigo D.O.V. finado,
Um seringueiro passando apressado
No pensamento de voltar para casa!

Esse Palácio de nome Rio Branco...
Hoje tão branco, parecia cinza,
O som do motor parecendo “guinza”
E o Zé Paulino sentado num banco.

A velha praça sem se quer, uma fruta:
A Casa Zeque ... O Quartel da Guarda ...
Passava uma moça de nome Eduarda
Indo ao grupo Presidente Dutra!

O Hotel Rio Branco de 2º andar,
No térreo o Bar, os bancos redondos,
Os ônibus fazendo barulhos hediondos...
As garçonetes não paravam de falar!

Osmath Duck , vestido num fraque.
Enquanto Abdala me cumprimentava,
Waldick Soriano bebia e fumava
Preparando-se pra um show no Cine Acre!

A LBA com a estrela na porta ...
A visão da ladeira da Maternidade ...
Os degraus da entrada da Universidade
E o barulho do Jeep do Raimundo da Horta!

Ao pensar nos problemas que alavanco,
Vejo a Prefeitura... O SBORBA... o Posto Sabbá..
O Meu Cantinho... o SERDA na Av. Ceará...
E um pouco adiante o Jornal O Rio Branco!

Sem pensar na dificuldade futura
E talvez mais estoico que Epiteto,
Eu, via Adauto Frota todo de preto,
              Indo da Universidade para a Prefeitura!

              A Rural do Bruzugú pegando no tranco...
              O Pranchão chamando uma mulher de lerda...
              O Pedro fumando na frente do SERDA
              E o Gibiri saindo do Jornal "O Rio Branco"!

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