terça-feira, 17 de dezembro de 2013

FATALIDADES - 2009 - Nazareno Lima



          VOCÊ - 10/07/2009
                  Nazareno Lima    
           
                        
Eu amo tanto te encontrar feliz,
Neste espaço de tantas maldades...
O teu sorriso de felicidades
Faz-me lembrar aquela Flor de Liz!

Mesmo falando de problemas vis                  
Ou de um passado que deixou saudades...
São populares suas idoneidades
Que alguém critica sem saber o que diz!

A raridade desse teu olhar
E a meiguice desse teu falar...
Traz-me a mente um pensar profundo...

Quando passares por tristes momentos,
Lembre diante destes sofrimentos
Que fez um homem ser feliz no mundo!
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     AMIGO RAIMUNDO – 24/07/2009
                      Nazareno Lima


Meu companheiro faça o que fizeres:
A exploração capitalista é o nosso fim!
A descriminação acontece assim...
Não como eu quero e nem como tu queres!

Este vil sentimento que hoje te feres,
É aquele mesmo que também fere a mim:
O peso da idade, que é por demais ruim
E a injusta exploração das mulheres!

E assim... Passando dias ociosos,
Caminham lentamente os idosos
Incomodando aqueles incomodados...

E... Contando a cada dia suas histórias,
Revive suas conquistadas vitórias,
Relembrando os bons momentos passados!

FATALIDADES - 2009 - Nazareno Lima





       

           SURPRESA

                            12 de Junho de 2009 
                          Nazareno Lima

Surpreendido, pela madrugada...
Ruas desertas... Caindo neblina...
À passos lentos ... Como quem ensina...
Eu caminhava num sonho de fada!

O vento frio, à cada lufada ...
Desaquecia-me em vez repentina:
Me acompanhava uma pobre menina,
Me disfarçando da vida passada !

Entre conversas... a menina Gil,
Lembrava-me os 10 bilhões do Brasil,
Enquanto esquecia-me de lhe amar...

Tal qual o sonho de uma criança...
Guardo essa cena na minha lembrança
Que se passou em Senador Guiomard!
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segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

DECLÍNIO - 17-08-2001 - Nazareno Lima


      D E C L Í N I O  - 17/08/2001

                                            Nazareno Lima


                    - I -
Tal como d’antes, em 70, eu via ...
Minha ruína em um sol morrendo:
Sinto a velhice, hoje me abatendo,
Na mais completa e pura covardia!

Sinto a memória ir... enfraquecendo,
A versatilidade aos poucos se esvazia,
Já não possuo a mesma energia
Que me ajudou a viver aprendendo!

Nada me anima mesmo que me esforce,
Pois, isto tudo me chegou precoce,
Para extinguir o meu objetivo ...

Não é a Fome e nem a Depressão:
O que acaba a minha vibração
É o Contraste Social que vivo !!!

                   -II-
                         
É de chorar ... É de fugir da raia ...
É de cegar ... É de perder a calma.
É de odiar ... É de morrer de trauma ...
Compartilhar dessa eterna laia!

O erudito, que daqui não saia ...
Onde o grosseiro é que recebe palma!
Somente o rico pode aqui,  ter alma
E a justiça ao justo pobre vaia!

Ninguém aprende, ninguém quer ensinar...
Ninguém produz e só pensam em ganhar...
E forma um povo pôr demais teimoso ...

O fanatismo voraz da ganância ...
A hereditariedade da ignorância ...
Formam assim o círculo vicioso !

⦁    III –

Mas isso tudo que ainda ufano,
Progride dentre esses apedeutistas
É uma herança dos Capitalistas,
Os quais agora chamam de engano!

Somado a vida de extrativistas,
Mais os costumes Aruaque e Pano,
Fez esse povo vir à cada ano,
Ser mais adepto dos Paternalistas!

Daí a fome de receber feito ...
Alguém terá que sempre dar um jeito ...
Em resolver sua situação ...

Pergunto agora  sem descriminar:
Quando esse povo vai se libertar
E competir na Globalização ?

              - IV -

De tudo isto que tenho falado,
Sinto tristezas... Sinto pena... Enfim,
Eu não queria falar disto assim ...
Com esse termo vil e debochado!

Eu preferia até ficar calado ...
Do que falar de quem assiste a mim.
À produzir este vil boletim,
Era melhor eu não ter poetado!

Foi assim que acostumei demais:
A só ver erros que o outro faz
E agir contra o que eu acho errado ...

Mas, quem sabe, um dia quando o inverso vir,
Não tendo história do que houve aqui ...
Meus versos falem sobre o mal passado ?

⦁    V –

Se perguntarem pôr que não parei ...
Digam que o tino não me fez parar:
Nasci de forma rude e elementar
E frente ao erro, eu calar não sei !

É esta a Cruz que sempre carreguei :
Gritar contra aquele que vive a errar!
É assim que tento na vida acertar,
Apesar de dizerem que eu sempre errei !

O erro de poucos, faz muitos sofrer ...
E muitos que sofrem, sofrem sem saber
Que esse fenômeno faz o mundo pior ...

Pôr isso é que o tino não me faz parar :
Se o homem procurasse sempre acertar,
Teríamos um mundo cada vez melhor !
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domingo, 15 de dezembro de 2013

AQUI - 10 -12 -1993 - Nazareno Lima



           AQUI  -  10/12/1993

                                 Nazareno Lima 

                 - I -

Tu és mais soberba do que foi Roma,
Ô terra natal dos oportunistas !
Enquanto abrigas vis capitalistas
És mais prostituta do que foi Sodoma !

Amante daqueles que dos pobres, toma:
Enquanto aplaudes os mais egoístas,
Despresas assim os grandes artistas
E ao violento à cada dia assoma !

Lembrai pois, dos imensos seringais
E Também dos gigantescos castanhais
Qua há muito tempo se fizeram lenha ...

E o Seringueiro tão humilde e forte:
Tu o chamaste para a própria morte
E por tudo isto tu jamais se empenha !
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Toca exploradora e explorada:
Esconrerijo de pobres gatunos,
Nos bons Palácios, os grandes tribunos
Protagonizam, discursando Nada !

Foi tu, ó carrasca vil, desvairada
( Cuja maldade me lembrou os hunos
E a rebeldia que tem os meus alunos
É a tua herança que a genética fada! )

Que na minha introspecção estatística
( É desconexa minha casuística
Que o pensamento não dialetiza ... )

Atraplhou-me para todo e sempre
Enfraquecendo-me precocemente
E me tirando a última camisa !!!

                 - II -
Herdeite pois, esta triste cinda:
Meu fraco corpo sob ti, habita
Mas, minha alma tristemente aflita
S'tá na floresta habitando ainda !

Este teu castigo, enquanto não abranda
E nem o meu nome a tua boca chama:
Meu magro corpo por justiças clama
E minh'alma triste entre vales anda!

Enquanto errada, contra mim se vingas:
Meu corpo frágil por tuas praças vaga
E minh'alma alva enquanto não se apaga
Vive nas matas à cortar seringas !

Enquanto trair-me-á por anos vindouros,
Meu corpo trilha por teus sujos becos
E minh'alma odiando estes matos secos,
Anda tristonha pelos varadouros !

Enquanto me exploras à cada vez mais,
Com tamanha mágoa, a qual me consome:
Meu pobre corpo vive à passar fome
E minh'alma vaga pelos tabocais !

Enquanto negares os direitos meus
Com estas tuas leis ultra-corrompidas:
Meu corpo anda à mendigar comidas
E minh'alma vive à se lembrar de Deus !
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sábado, 14 de dezembro de 2013

IV VISÂO - 2003 - Nazareno Lima


- II -
A Direita que brilhou,
Explorando explorados,
Projetando fracassados,
Comprazendo ilusões ...
Atirando seus bordões,
Para manter o poder,
Afirmava até morrer
Que aquele era o caminho!

Perseguia e repelia,
Proibia e expulsava,
Outra hora censurava
À quem dizia a verdade ...
Cerceando a Liberdade
Pregava falsa moral,
Crestava o ideal
De nova Democracia!

Com muita luta e sufoco,
A meia-esquerda chegou;
Mas tudo continuou,
Talvez até mais ainda ...
Quando então isso se finda?
 -  Perguntei a um Deputado.
Ele disse: "Está pautado:
Até Sartre apoiaria !"

A triste burocracia,
Teimou em continuar.
A técnica de explorar,
Sobrepôs o Impirismo ...
Um forte Paternalismo,
Tomou conta do País
E o Governo sempre quis
Condizer com o que havia!

20 anos se passaram,
Depois de tantos fracassos
Eu vi os primeiros passos
Do poder dos oprimidos ...
Foi esforços sem sentidos,
Foi pura ação demagógica
Pois, a crise ideológica
Atacou aos que pensaram!

Companheiros que lutaram
Viraram perseguidores ...
Já outros trabalhadores
Executam invasões ...
São várias as intenções;
Até pobre democrata,
Pensando ser burocrata
Faz greve pra não mudar!

Como pode melhorar
O caos que existe aqui?
Cada um luta por si
Com pura ação egoísta ...
O lado nacionalista,
Esqueceram que existe;
É raro que alguém conquiste
A melhora social !
       ********

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

ECOS AMAZÕNICOS - 1992 - Nazareno Lima





         ECOS  AMAZÔNICOS  -  1992
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                                                Nazareno Lima

        

      Recado à minha Mãe – 07/11/90

Mãe, eu não me calei pôr revolta ...
Eu sinto vontade de falar ainda!
Espero uma energia de ti vinda,
Pra içar o eco que o meu peito solta!

Ó Mãe, sejais pois, minha escolta ...
Não me atribuas esta enorme cinda!
Não posso ser agora algo que se finda
Pois, ainda tenho algo a fazer de volta!!!

Mãe, eu sinto a doença me alquebrando;
Apesar de tanto ar, o ar está me faltando
E tu, diante disso não me socorre ...

Minha vida é tão útil a sua vida:
Minha missão ainda não foi cumprida ...
Não posso morrer tal um inimigo morre!!!
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            A   VOLTA   - 

Olá minha Mãe, olá! Não  morri pois, ainda me movo;
Sumi, depois de tantas desilusões e desenganos!
Depois de calado, observar tudo durante dois anos,
Estou aqui para escrever de novo!!!

Olá minha Mãe! Neste mau tempo eu vi muitos danos;
Vi o grande e triste massacre do chefe do teu povo,
Vi a derrota da classe trabalhadora que tal um ovo,
Foi comprada pelos capitais insanos!!!

Eu vi nestes dois anos o que não somou-se em vinte:
Teu povo precisa preparar-se para o tempo seguinte,
Para não enfrentar de vez, a morte ...

Eu resisti até os últimos momentos
Porém, não havendo a quem expor tantos lamentos:
Voltei a escrever para reclamar da sorte !!!
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quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

SOLILÓQUIO À MINHA MÃE - Nazareno Lima e Chico Mendes - 1982









                   - X -

Nada neste mundo me acalma o tédio
Ao ver minha terra transformada em frágua;
Meus olhos secos se enchem de água
E para a minha angústia não há remédio!

Torna-se cansativo lutar sem vencer ...
Onde todas as lutas tornam-se ilegais...
O protesto à chacina dos vegetais,
Poucos são os que querem fazer!

Mãe! Tua existência provocas atraso;
Tu és uma causa do subdesenvolvimento,
Essa é a filosofia deste confinamento,
Que para tua extinção já marcou prazo!

Na caminhada de teu fim não há pausa,
Tal quem corre para imensos precipícios,
Nem as oposições políticas nos comícios,
Hoje ousam defender esta triste causa!

Talvez da vida, nos seja esta, a sorte
Que os grandes, guardaram o segredo,
Nem Teotônio e depois Tancredo,
Pra não defender-te preferiram a morte!

A técnica da farsa que hoje sujeita
Ao velho ficar novo com a mesma filosofia.
Queria ser adepto desta covardia
Porém, minha consciência não aceita!

A etognosia tocando nossos sentidos,
Vemos homens comprando a Democracia
E até este governo de ginecocracia,
Nega os direitos dos pobres sofridos!

Esta democracia que das matas veio ...
Dizendo ajudar a quem nas matas vive:
Foi a maior decepção que eu tive
Pois, é antagônica ao nosso meio!

Andando nas praças... olho para os lados
E sem querer ver, vejo atravessadores,
Comprando votos de outros eleitores,
Como se fossem mercadorias nos mercados!

Tal muitos eleitores são os eleitos
Comprados pela predominante plutocracia,
Para administrar uma mórbida burocracia,
Que contra a nossa causa não faz efeitos!

Mãe, aqui mudou tudo nos últimos anos...
Tal quando chega-se ao fim de repente:
A Natureza também ficou diferente,
Após a chegada destes seres humanos!

Estes exóticos que lhe oprime
Apoiados pelo poder do capitalismo;
Levados pela ambição e um fanatismo,
São frutos da conjuntura do atual regime!

Das épocas boas: somente há saudades
E dia após dia, tudo se dificulta.
Tal a injustiça quando nos insulta,
Na direção lógica das infelicidades!

Estes seres famintos de tal ferocidade...
Ao vê-los aqui, de ódio, estamos tontos.
Não sabemos pois, até quais pontos,
Existem a vossa humanalidade!

Mãe, para medir o mal não há medidas
E as medidas do bem são muito rasas:
Pôr que eles ainda queimam as nossas casas,
Como se nossas terras fossem pôr nós invadidas!

Esta terra nossa, que nossa já foi,
Conquistada pelo pobre nordestino!
Hoje o vil desenvolvimento sulino,
Considera um homem inferior a um boi!

Mãe, se a morte fosse salvação ...
Salvaria teus filhos, que aos poucos morrem:
Hoje, no caminho em que os mesmos correm
Amanhã estes matadores correrão?

Apavora-nos a palavra exportação!
Sobrevive dela, a economia brasileira:
Estão acabando a floresta inteira
E do imposto pago não há arrecadação!

Defender-lhe, para nós é a Carta Régia!
Pôr vossa defesa, soltamos esse berro!
Tristes pôr não empatar esta mão-de-ferro
Responsável pôr toda esta estratégia!

Chego a desejar que a ignorância
Caia de uma vez sobre mim ...
Para não poder ver estas causas assim
Pois, no meu ego não há concordância!

Pela funesta força medonha,
Eles vem politicamente representar
O povo pobre que vieram a expulsar
Da terra que cada um ainda sonha!

O valor do homem é a consciência:
Infeliz daquele que não acompanha
A modernização com sua artimanha
Pois, nossa luta já é vasta ciência!!!

Fazendo uma lógica assimilação,
Nossa está um tanto organizada!
Para os inimigos porém, somos nada
Pois, vossas farsas ultrapassou nossa ação!

Mãe, os tempos mudaram a Natureza:
Ficou pior o meio ambiente!
A malícia imposta pôr esta gente
Levou teus filhos além da pobreza!

Já sentimos as causas de tua ferida
A qual influenciou a luz solar!
Não pensamos na força que tinha o Dólar,
Que pudesse acabar com tua vida!

Não entendemos de onde veio tanto mal
Nesta violência que temos de sobra.
Do raciocínio humano, tal manobra
Repercutida de forma internacional!

Uns empatam... Uns falam... outros escrevem
A fins de ver seus lugares defendidos:
Ah, se pudéssemos ir aos Estados Unidos,
Para falar da culpa que eles também devem!

Hoje, para que o estranhe não nos mande,
Raciocinamos à nossa maneira,
Assim tanto como Fernando Gabeira,
Quando vivia nas prisões da Ilha Grande!

Mãe! O egoísmo faz dificultar a vida:
Para viver, cada homem é um guerreiro!
Vivo na cidade tal um exilado estrangeiro,
Condenado a nunca voltar a sua terra invadida!
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