domingo, 17 de julho de 2016
POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 1992
ECOS AMAZONICOS - 1992
Nazareno Lima
Em Outubro após a chuva, a cerração...
À tardinha, o grasnar das maritacas
E o silvo noturno das picos-de-jacas
Profetizavam esta funesta confusão!
A pedir chuvas, as rãs nos chavascais...
Um calango que passava na carreira
E um sabiá à cantar na cajazeira
Prediziam estas causas infernais!
O trincar duma mansa tucandeira
Assustada com o voo dum bate-bico
E o pio assustador do tico-tico
Preconizavam o teu fim desta maneira!
Um rouxinol que cantava num freijó,
Uma rã que fungava inchando o papo
E o cantar alegre da alma-de-gato
Prenunciavam a traição de causar dó!
O zunido do voar do beija-flor,
Cantando alegre um corrupião
E o chiado das formigas-correição
Prediziam este ataque brocador!
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