terça-feira, 12 de julho de 2016

POESIAS ACREANAS - Nazareno Lima - 2008


MAUS LAMENTOS DE 91
                         Nazareno Lima

   - LVIII -
Não espero ó Mãe, que a elite note
A bendita fome que tenho de escrever!
Essa fome é a forma de me defender
Tal qual a cobra quando arma o bote!
É através desta escrita horrenda
Que consigo vazar minha dor estupenda,
Já que não me ouve, um desse magote!
Sem poder combater o que me consome,
Aumenta à cada dia a minha fome,
Tal qual a fome que dominou Cazotte!

    - LIX -
Seria bem melhor eu não viver aqui;
Sob más rejeições e necessidades;
Sofrendo repressões das autoridades,
Sentindo na vida o que nunca senti!
Não vale a pena os meus conhecimentos
Faltando-me os principais instrumentos
Vivo tal a profissão de um faquir!
Seria melhor beber as águas turvas
E andar nas côncavas e convexas curvas
Das estradas de seringas do alto Xapuri!
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Obs. do Livro "A Boca do Varadouro" 
Nazareno Lima - 2008

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