terça-feira, 11 de julho de 2017

POESIAS ACREANAS - Dr Mário de Oliveira - 1943



MANHÃS DE BRUMA
Mário de Oliveira

Antemanhã de inverno. Apenas, no levante,
Surgem do dia, ao longe, os primeiros albores.
O sol, a espreguiçar-se, oculta-se distante,
No inconsútil lençol de brumas e vapores.

A úmida cortina estende-se triunfante
A mata, ao campo, ao rio, insinuando langores,
Até que o astro, desperto, afinal dominante,
O velário descerra, espargindo fulgores.

A resistir, entanto, à vitória da luz,
O pesado nevoeiro aos poucos se reduz,
Esgarçando se em véu de nitente neblina.

Por momentos, então, a cortina suspensa,
– O rio se transforma em nívea toalha imensa,
Toda argêntea, a brilhar, em líquida platina.

Rio Branco - Acre, 14 de Novembro de 1943.

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