MANHÃS DE
BRUMA
Mário de
Oliveira
Antemanhã
de inverno. Apenas, no levante,
Surgem do
dia, ao longe, os primeiros albores.
O sol, a
espreguiçar-se, oculta-se distante,
No
inconsútil lençol de brumas e vapores.
A úmida
cortina estende-se triunfante
A mata,
ao campo, ao rio, insinuando langores,
Até que o
astro, desperto, afinal dominante,
O velário
descerra, espargindo fulgores.
A
resistir, entanto, à vitória da luz,
O pesado
nevoeiro aos poucos se reduz,
Esgarçando
se em véu de nitente neblina.
Por
momentos, então, a cortina suspensa,
– O rio
se transforma em nívea toalha imensa,
Toda
argêntea, a brilhar, em líquida platina.
Rio Branco - Acre,
14 de Novembro de 1943.
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