PERFUME
Mário de Oliveira
Flutua,
no ar, nesta manhã de maio,
Um
perfume sutil, que me é tão caro...
Será,
talvez, um lânguido desmaio
Das
rosas, no jardim, ao desamparo...
Flutua,
no ar, flutua, suavemente,
Esse
raro perfume inconfundível...
Até
parece cada vez crescente
Como
se tu... Mas, isso é, impossível!
Flutua,
no ar, o teu perfume
—
Esse perfume, que é só teu, bem teu,
—
Esse perfume de que tenho ciúme,
—
Esse perfume, que eu quero só meu...
Flutua,
no ar, o teu perfume . . .. Importa
Saber
quem te roubou, desprevenida.
Busco-lhe
a causa... E, entanto, à minha porta,
És
tu mesma que surges, ó "Querida".
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