sábado, 15 de julho de 2017

POESIAS ACREANAS - Dr Mário de Oliveira - Jardim Fechado - 1971



PERFUME
                     Mário de Oliveira

Flutua, no ar, nesta manhã de maio,
Um perfume sutil, que me é tão caro...
Será, talvez, um lânguido desmaio
Das rosas, no jardim, ao desamparo...

Flutua, no ar, flutua, suavemente,
Esse raro perfume inconfundível...
Até parece cada vez crescente
Como se tu... Mas, isso é, impossível!

Flutua, no ar, o teu perfume
— Esse perfume, que é só teu, bem teu,
— Esse perfume de que tenho ciúme,
— Esse perfume, que eu quero só meu...

Flutua, no ar, o teu perfume . . .. Importa
Saber quem te roubou, desprevenida.
Busco-lhe a causa... E, entanto, à minha porta,
És tu mesma que surges, ó "Querida".

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