VIDA PARTIDA
Mário de Oliveira
Na tristeza dorida da saudade,
Que o coração me traz envenenando,
O desalento vem, de quando a quando,
Aumentar a agonia, que o invade.
Horas e horas fico em ti pensando,
Em como hei-de passar, e como há-de
Ser minha vida, sem felicidade,
Sem teu carinho as dores me adoçando.
Como a vida é ingrata! Na subida
Do passo mais difícil, quase ao cimo,
Não nos podemos ter, em mútuo arrimo.
Tu vais sozinha, e eu tão sozinho vou...
Nenhum de nós jamais imaginou
— Que nossa vida, assim, fosse partida!
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