quinta-feira, 13 de julho de 2017

POESIAS ACREANAS - Mário de Oliveira - 1971



 ÚLTIMO ENCONTRO
                            Mário de Oliveira

Talvez seja este encontro o derradeiro,
                    Que o destino nos dê.
Guarda a lembrança, como do primeiro
Afeto puro, e crê!

Crê na vida imortal do nosso amor,
                    Pleno de alternativas:
Ora, cheio de encanto; ora, de dor,
                    Unindo almas cativas...

Almas cativas! Mas, vedar quem pode
                    O coração de amar?;
Seria o mesmo, que a ninguém acode,
                    Que acorrentar o mar!

E o mar do nosso amor é tão violento,
                    Que esboroa os parcéis,
Que emergem, da desdita, ao léu do vento.
                    E restamos fiéis!

Fiéis, portanto, pela vida afora
                    Sejamos a este amor
Confiando no destino, muito embora
                    Se mescle de amargor.

Confia e espera, que, talvez, um dia,
                    Vença a perseverança.
E então a vida toda nos sorria,
                    Como um mar em bonança..

Rio Branco - Acre - Jardim Fechado - 1971

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