ÚLTIMO ENCONTRO
Mário de Oliveira
Talvez seja este encontro o derradeiro,
Que o destino nos dê.
Guarda a lembrança, como do primeiro
Afeto puro, e crê!
Crê na vida imortal do nosso amor,
Pleno de alternativas:
Ora, cheio de encanto; ora, de dor,
Unindo almas cativas...
Almas cativas! Mas, vedar quem pode
O coração de amar?;
Seria o mesmo, que a ninguém acode,
Que acorrentar o mar!
E o mar do nosso amor é tão violento,
Que esboroa os parcéis,
Que emergem, da desdita, ao léu do vento.
E restamos fiéis!
Fiéis, portanto, pela vida afora
Sejamos a este amor
Confiando no destino, muito embora
Se mescle de amargor.
Confia e espera, que, talvez, um dia,
Vença a perseverança.
E então a vida toda nos sorria,
Como um mar em bonança..
Rio Branco - Acre - Jardim Fechado - 1971
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