SUPLÍCIO ETERNO
Francisco Mangabeira - 1879 - 1904
Não devo amá-la… e amo-a com loucura!
Quero esquecê-la… e trago-a na lembrança!
Ai, quem me livra deste mal sem cura
a que o destino trágico me lança?
Quero esquecê-la… e trago-a na lembrança!
Ai, quem me livra deste mal sem cura
a que o destino trágico me lança?
Uma nuvem de tédio e amargura
cobre-me a loira estrela da esperança…
Tudo cansa por fim na vida escura,
só este amor infindo é que não cansa…
cobre-me a loira estrela da esperança…
Tudo cansa por fim na vida escura,
só este amor infindo é que não cansa…
Se os olhos cerro, vejo-a nos meus sonhos;
se à noite acordo, sinto que enlouqueço
de uma angústia nos vórtices medonhos…
se à noite acordo, sinto que enlouqueço
de uma angústia nos vórtices medonhos…
E nesta morte em que vivo jamais finda,
pois quanto mais procuro ver se a esqueço
sinto que a adoro muito mais ainda!
pois quanto mais procuro ver se a esqueço
sinto que a adoro muito mais ainda!
Do Livro "Hostiário' - Salvador - Bahia - 1898
Nenhum comentário:
Postar um comentário