domingo, 5 de janeiro de 2014

SOLILÓQUIO À MINHA MÃE - 1982 - Nazareno Lima e Chico Mendes

Todos temem esta razia ...
Rios, pássaros, árvores e serpentes;
Vítimas dos destruidores das sementes
Que ante a devastação não se cria!

Já cansei de ouvir as vozes do ludibrio,
Desvalorizando nossa existência ...
Ignorando o valor de nossa essência
E ordenando destruir ao equilíbrio!

Ouço ao invés do rosnado, o trotar...
Vejo gramíneas no lugar de trepadeiras,
Imensas cercas que cruzam ribanceiras
E o mugido substituindo o silvar!

Caprinos nos galhos que os símios andavam
E nas várzeas hoje, vejo os açudes:
O tempo que traz estas causas rudes,
Há de trazer o consolo dos que aqui moravam!

Um comentário:

  1. Este é um pequeno trecho de leitura do Livro "Solilóquio à Minha Mãe" escrito pelo Prof. Nazareno Lima e o Líder Sindical e Ecologista Chico Mendes em 1982, quando os dois moravam na casa de Gildo Mendes de Barros, primo do Chico, no Bairro Preventório em Rio Branco - Acre. O Livro "Solilóquio á Minha Mãe" ficou famoso e histórico por ser a única expressão literária escrita na linguagem revolucionária do Acre das décadas de 1970 e 1980. Também é a única expressão literária poética escrita por Chico Mendes em toda a sua vida.

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