sábado, 16 de janeiro de 2016

MAUS LAMENTOS DE 91 - 1992


Nazareno Lima
 

- XLIII -
Mãe, demente mesmo é quem não assimila
A grande injustiça que sobre mim, pesa:
Enquanto o meu pobre irmão me despreza,
A minha consciência está tranquila!
A minha escrita ao invés de lírica
É esta vil Literatura Satírica
Que, sinto até desgosto em exprimi-la!
Isso tudo que à minha existência, custa,
É bem pior que a emboscada injusta,
Que em 23 matou Pancho Villa!

-XLIV -
Mãe, minha vida hoje é uma insônia,
Ante as injustiças e violências!
De tanto implorar por meras clemências
Vivo padecendo de grande afonia!
Talvez quem sabe, Por eu ser do Acre...
Depois destes 20 anos de massacre,
Minha vida é uma vil acrimônia:
O meu viver já é tão obsceno
Que nem sei porque me chamam Nazareno
E nem porque te chamam de Amazônia!
   

- XLV -
Já não sei porque eu sofro tanto assim,
Neste regime multi particularista;
O popular regime universalista,
Neste pobre país não chegou para mim!
Não é por os Irmãos ter-me isolado
E nem por eu ser assim marginalizado
Que sinto na vida este terrível esplin;
Difícil é entender minha estética,
Meu tormento é uma questão dialética
Que talvez neste mundo jamais terá fim!
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